FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
Apoc
2,10: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”
Apoc
3,21: “Ao vencedor(a) darei o direito de sentar-se comigo em meu trono, assim
como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono.”
Salmo
45,9: “As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; e à tua
direita estava a Rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir.”
FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA
O Papa Pio XI, através
da Encíclica Quas Primas, recordou um ensinamento precioso da Igreja acerca da
Pessoa de Jesus: “Ele
é Rei. E é exatamente nisto que se fundamenta a tradição bimilenar dos cristãos
de conceder à Virgem Maria os títulos de "Senhora" e
"Rainha". Se Jesus é o Rei profetizado e exaltado desde o Antigo
Testamento, Maria é a Rainha Mãe, a figura maternal que aparece junto dos reis
ao longo de quase toda a Sagrada Escritura.” A instituição da “Rainha
Mãe” surge, pela primeira vez, na descendência da casa da Davi, nos
reis que vieram após o seu reinado. Depois da morte de Salomão, contam as
Escrituras, houve uma divisão do povo de Deus: o reino do norte, que se separou
e perdeu a descendência davídica, e o reino do sul, no qual permaneceu o reino
de Judá. Os 20 reis descendentes de Davi - que vieram
após Salomão - sempre são lembrados juntos com suas mães. Isso
comprova a afirmação feita anteriormente: Sim, a rainha mãe é uma instituição
típica da Casa de Davi. Por terem muitas mulheres, era impossível àqueles reis
escolher somente uma das esposas para reinar ao lado deles. A
saída acabava sendo reinar junto à mãe. Para isso, ela recebia o título de
gebirah. Essa designação aparece 13 vezes no Antigo Testamento em
referência à Rainha Mãe. Mas não somente no reino de Davi. No Egito, por
exemplo, e em outros povos da região também. Vê-se então a importância dessa
figura para a história e para a reta compreensão das profecias sobre Jesus, o
verdadeiro herdeiro do trono.Para se ter ideia, na narrativa bíblica sobre a
entronização de Salomão percebe-se claramente a reverência do rei pela mãe
Betsabé, quando esta vem visitá-lo. O livro de I Reis, capítulo 2, versículo
19, diz:"Betsabé
foi, pois, ter com o rei para falar-lhe em favor de Adonias. O rei levantou-se
para ir-lhe ao encontro, fez-lhe uma profunda reverência e sentou-se no trono.
Mandou colocar um trono para a sua mãe, e ela sentou-se à sua direita"- Essa atitude de Salomão
remete imediatamente ao Salmo 44(45): "posta-se à vossa direita
a rainha, ornada de ouro de Ofir." Essa rainha é a gebirah, a
rainha mãe. Os hebreus mantiveram essa tradição até o exílio da Babilônia,
quando não havia mais rei. A partir dessa época, começa-se a esperar a vinda do
novo filho de Davi, o messias. Quando o Anjo Gabriel visita a Virgem Maria
e lhe revela os planos de Deus, fala que Jesus herdará "o trono de seu pai
Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó". Ademais, saúda Maria,
dizendo "Ave, cheia de Graça". Gabriel está saudando a rainha mãe, a
mãe do "Filho do Altíssimo", cujo "reino não terá fim."
Do mesmo modo também diz Isabel, quando Maria chega a sua casa para ajudá-la:
"Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?" (Cf. Lc
1, 43).É óbvio que nem Jesus
nem Maria tiveram uma vida de rei aqui na terra. Ambos viveram na completa
simplicidade e pobreza, como atestam as páginas dos Evangelhos. O verdadeiro reinado de Cristo se dará apenas no céu, pois
não pertence a este mundo. No apocalipse de São João se encontra alguns traços
desse reinado. E é também nesse mesmo livro que a Virgem Maria
surge mais uma vez como rainha, "uma Mulher revestida do sol, com a lua
debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas." (Cf. Ap 12,
1) Uma rainha mãe! Alguns protestantes ficam perplexos perante essa
interpretação da Igreja. A mulher, nesse caso, seria apenas um simbolismo da
antiga cidade de Israel e das doze tribos. Ou então uma alusão à Igreja
triunfante sendo coroada no céu. Mas afinal, qual foi o ventre que trouxe Jesus
à humanidade? Por mais absurdo que pareça ser, as palavras do apocalipse não
falam de outra pessoa que não Maria. Ela pode, sim, simbolizar a Igreja
triunfante ou a antiga cidade de Israel, todavia, é ela o primeiro personagem
da narrativa, não os outros.
Chamar
Maria de "Senhora" e "Rainha" não significa, por outro
lado, transformá-la em Deus. O senhorio de Maria é totalmente diverso do de seu
Filho. Jesus é Adonai, Senhor no sentido de que Ele é Deus, absolutamente acima
de todas as criaturas. Portanto, chamar Jesus de Senhor é reconhecer sua
natureza divina; chamar a Virgem Maria de Senhora é reconhecê-la como a Rainha
Mãe.
Repetidamente, a Igreja Católica refere-se à Abençoada
Virgem Maria como “Rainha” e frequentemente a chama de “Rainha do Céu e da
Terra”. Por que isso?
1)- Em primeiro lugar,
o Catecismo afirma que “a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha
da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em
corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais
plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da
morte” (CCC 966). Assim, Maria é reconhecida como a Rainha do céu e da terra, e
um dia de festa é reservado pela Igreja para celebrar a sua coroação.
2)- Além disso, no
entanto, Maria é chamada de rainha por causa de uma antiga tradição que remonta
à época do rei Davi. De acordo com o teólogo Colin B. Donovan:
“No
Antigo Testamento, a Rainha do Reino Davídico era a Rainha Mãe. Os reis, por razões de estado e fraqueza humana, tinham
muitas esposas, nenhuma das quais poderia ser chamada adequadamente de rainha.
Essa honra era reservada à mãe do rei, cuja autoridade ultrapassava em muito as
muitas “rainhas” casadas com o rei. Vemos que este é o papel que
Bate-Seba desempenhou com relação ao rei Salomão e as ocasiões em que a Rainha
Mãe agiu em nome dos sucessores juvenis do trono”.
Há referências à
rainha-mãe no Antigo Testamento, no Segundo Livro dos Reis, por exemplo:
“Então
o rei Joaquim, juntamente com seus conselheiros, nobres e oficiais, e a rainha-mãe, entregou-se aos babilônios” (2 Reis
24,12).
A rainha-mãe no Reino
Davídico ouvia as súplicas do povo e as levava para consideração do rei. Não é
exatamente o mesmo que a Virgem Maria faz, como Rainha do Céu e da Terra? Por essas razões, a
Igreja sempre entendeu Maria como uma rainha, sentada ao lado de seu Filho no
Céu. Ao longo dos séculos, a arte cristã destacou essa crença ao colocar uma coroa
em sua cabeça – tanto na iconografia oriental como na arte ocidental
tradicional. Também se desenvolveu ao longo dos anos uma
tradição para coroar Maria durante o mês de maio. Isso muitas vezes é feito
pelas crianças da primeira comunhão. Em
muitas paróquias as homenagens a Maria
acontecem durante todo o mês de maio.
O Regina Coeli (Rainha
do Céu) é uma oração tradicional que é feita pela Igreja especialmente durante
a época da Páscoa. Aqui está um trecho que recorda a realeza de Maria e
pede-lhe a intercessão poderosa:
V: Rainha do Céu,
alegrai-Vos, aleluia.
R: Porque quem
merecestes trazer em vosso seio, aleluia.
V: Ressuscitou como
disse, aleluia.
R: Rogai a Deus por
nós, aleluia.
V: Exultai e
alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia.
R: Porque o Senhor
ressuscitou verdadeiramente, aleluia.
Oremos.
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho
Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a
Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso.
Amém!
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