(foto reprodução You Tube)
Desde
que o Brasil bloqueou o convite para a ditadura da Venezuela integrar o grupo
de parceiros do Brics, Nicolás Maduro tem lançado petardos contra Lula e o
assessor especial Celso Amorim. O presidente da Assembleia Nacional da
Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou nesta quarta, 30/10/2024, que solicitará ao
Parlamento a declaração de Amorim como persona non grata. Em comunicado
oficial, Amorim já foi chamado de mensageiro do imperialismo americano e agente
da CIA. Maduro já mandou Lula tomar chá de camomila, depois que Lula disse ter
ficado assustado com declarações do ditador, ameaçando um banho de sangue no
país caso perdesse a eleição de 28 de julho. Em momento algum o governo
brasileiro condenou a fraude eleitoral, criticou as violações de direitos
humanos, ou reconheceu a vitória do opositor Edmundo González Urrutia. As
razões, portanto, são outras. Vingança pessoal. Para o embaixador Paulo Roberto
de Almeida, a decisão do Brasil de impedir a entrada da Venezuela no Brics tem
como motivo uma vingança pessoal de Lula. “Isso nada tem a ver com quaisquer
motivos nobres, mas com uma vingança pessoal de Lula. Ele foi humilhado
diversas vezes por Maduro e seus comparsas, e isso repercutiu na imprensa
mundial. Maduro simplesmente desprezou os pedidos de Lula, enviados por meio de
Celso Amorim, e se se recusou a falar pelo telefone. O ditador tripudiou tudo o
que pode, diminuindo ainda mais a imagem de Lula, que se achava o líder da
América Latina. Enfim, Maduro atingiu o fígado de Lula, que comanda uma
diplomacia muito personalista“, diz Paulo Roberto de Almeida. O bloqueio
brasileiro da Venezuela no Brics acabou levando a um impasse em que as
possibilidades de solução são limitadas. Cortar totalmente as relações está
fora de questão, uma vez que há muitos brasileiros vivendo na Venezuela e que
seis dissidentes venezuelanos estão vivendo na Embaixada da Argentina, agora custodiada
pelo Brasil. “Ao ser tolerante com o louco do Maduro, Lula criou para si mesmo
um impasse. O mundo inteiro, o Ocidente e o ‘Sul Global’ sabem que foi o Brasil
que vetou a Venezuela na listinha de Putin e Xi Jinping. Putin também armou
contra o Brasil, pois poderia ter dito a Maduro que não fosse para o encontro
do Brics em Kazan. Esse assunto atingiu fortemente um dos caros projetos de
Lula: ter o Brics como o seu clube mundial preferido“, diz Almeida. (via: O
Antagonista).