O verdadeiro Mártir é aquele que morre perdoando e não pedindo vingança. Essa postura reflete um dos pilares da fé cristã, que é o perdão e o amor ao próximo, mesmo em meio à perseguição. Mártires, como Jesus e Estêvão, demonstram a força da fé ao perdoar os seus algozes e não buscar vingança, um exemplo que inspira outros cristãos a perseverar na fé. Nas páginas 361 a 363 da
obra 21 lições para o século 21,
Yuval Noah Harari discute a identidade como uma construção narrativa em
constante transformação. Segundo o autor, tanto os indivíduos quanto as
culturas não possuem um núcleo essencial e imutável, mas sim um conjunto de
histórias que são continuamente reinterpretadas e organizadas de forma a
garantir a sensação de continuidade (Harari, 2018, p. 361-363). Essa
perspectiva adquire relevância especial quando confrontada com episódios de
violência extrema, como os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, nos
quais 130 pessoas foram assassinadas. Para Harari (2018, p. 362), tais
acontecimentos não podem ser legitimados pela noção de sacrifício ou martírio,
uma vez que revelam o uso ideológico e manipulador das identidades coletivas.