Circula no meio Cristão (tanto católico como em
outras denominações Cristãs) uma filosofia baseada no seguinte princípio:
"Nas
coisas essenciais, unidade, nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas,
amor".
Este princípio é comumente
atribuído a Santo Agostinho, mas, na verdade, foi dito pela primeira vez por um
protestante Luterano do sec XVII, Rupertus Meldenius,também, conhecido por
Peter Meiderlin (nascido
em 22 de março de 1582, em Oberacker; falecido em 1 de junho de 1651, em
Augsburg), princípio este que só foi registrado formalmente por Marco Antonio
de Dominis (1566-1624) no Livro 4, capítulo 8, página 676 do
primeiro volume de sua obra: A Republica
Ecclesiastica do Libri X — Londres,
1617. A partir de então, se tentou malabarísticamente, promover a
unidade acima da verdade absoluta da Palavra de Deus. Este princípio de tanto
ser repetido, foi adotado por muitas lideranças Cristãs das mais diversas
denominações. Paulo porém, não agiu conforme este princípio, e não se tem
registros históricos de que também, os primeiros Cristãos tenham agido assim na
Igreja primitiva, muito pelo contrário, Paulo
instruiu Timóteo a manter a verdade:“Guarde
este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus
Cristo...”(1Tim 6,14).Ora, um pontinho é uma coisa
pequena e aparentemente insignificante, mas desafio qualquer pessoa instruída na fé
e na doutrina Cristã, a comprovar que a bíblia, Tradição e magistério da
Igreja, se orientou, ou que a Igreja tenha orientado, os fieis a erguer-se
combatendo em defesa apenas das verdades essenciais, cardeais ou dogmáticas, e
minimizar as periféricas (pastorais) abraçando um certo Irenismo, tudo em nome
da Unidade e da Caridade. Muito pelo contrário, vemos nas escrituras
Neo Testamentária que o apóstolo Judas Tadeu instruiu os Cristãos a:"Batalhar
pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Judas 3).E o magistério da Igreja no
Concílio Vaticano II convoca da seguinte forma os fieis:
DECRETO APOSTOLICAM ACTUOSITATEM SOBRE O APOSTOLADO DOS LEIGOS
CAPÍTULO II
OS FINS DO APOSTOLADO
DOS LEIGOS
Introdução: a obra de
Cristo e da Igreja
5. A obra redentora de Cristo, que por
natureza visa salvar os homens, compreende também a restauração de toda a ordem
temporal. Daí que a missão da Igreja consiste não só em levar aos homens a
mensagem e a graça de Cristo, mas também em penetrar e actuar com o espírito do
Evangelho as realidades temporais. Por este motivo, os leigos, realizando esta
missão da Igreja, exercem o seu apostolado tanto na Igreja como no mundo, tanto
na ordem espiritual como na temporal. Estas ordens, embora distintas, estão de
tal modo unidas no único desígnio divino que o próprio Deus pretende
reintegrar, em Cristo, o universo inteiro, numa nova criatura, dum modo
incoativo na terra, plenamente no último dia. O leigo, que é simultâneamente
fiel e cidadão, deve sempre guiar-se, em ambas as ordens, por uma única
consciência, a cristã.
O apostolado para a
evangelização e santificação do mundo
6. A missão da Igreja tem como fim a
salvação dos homens, a alcançar pela fé em Cristo e pela sua graça. Por este
motivo, o apostolado da Igreja e de todos os seus membros ordena-se, antes de
mais, a manifestar ao mundo, por palavras e obras, a mensagem de Cristo, e a
comunicar a sua graça. Isto realiza-se sobretudo por meio do ministério da palavra
e dos sacramentos, especialmente confiado ao clero, no qual também os leigos têm
grande papel a desempenhar, para se tornarem «cooperadores da verdade» (3
Jo. 8). É sobretudo nesta ordem que o apostolado dos leigos e o ministério
pastoral se completam mutuamente. Inúmeras oportunidades se oferecem
aos leigos para exercerem o apostolado de evangelização e santificação. O
próprio testemunho da vida cristã e as obras, feitas com espírito sobrenatural,
têm eficácia para atrair os homens à fé e a Deus; diz o Senhor: «Assim brilhe a
vossa luz diante dos homens, de modo que vejam as vossas boas obras e dêem
glória ao vosso Pai que está nos céus» (Mt. 5, 16).Este apostolado, contudo, não consiste
apenas no testemunho da vida; o verdadeiro apóstolo busca ocasiões de anunciar
Cristo por palavra, quer aos não crentes para os levar à fé, quer aos fiéis,
para os instruir, confirmar e animar a uma vida fervorosa; «com efeito, o amor
de Cristo estimula-nos» (2 Cor. 5, 14); e devem encontrar eco no coração de
todos aquelas palavras do Apóstolo: «ai de mim, se não prego o Evangelho» (1
Cor. 9,16) (1).E dado que
no nosso tempo surgem novos problemas e se difundem gravíssimos erros que
ameaçam subverter a religião, a ordem moral e a própria sociedade humana, este sagrado Concílio exorta ardentemente os leigos a que, na medida da
própria capacidade e conhecimentos, desempenhem com mais diligência a parte que
lhes cabe na elucidação, defesa e reta aplicação dos princípios cristãos aos
problemas de nosso tempo, segundo a mente da Igreja.
CAPÍTULO IV
AS VÁRIAS FORMAS DO APOSTOLADO
Introdução: apostolado
individual ou associado
15. Os leigos podem exercer a sua ação apostólica
quer como indivíduos quer unidos em diversas comunidades e associações.
Necessidade e natureza
do apostolado individual
16. O apostolado individual que deriva com
abundância da fonte de uma vida verdadeiramente cristã (cfr. Jo. 4,14), é
origem e condição de todo o apostolado dos leigos, mesmo do associado, nem nada
o pode substituir. A este apostolado, sempre e em toda aparte proveitoso e em
certas circunstâncias o único conveniente e possível, são chamados e, por isso,
obrigados todos os leigos, de qualquer condição; ainda que não se lhes
proporcione ocasião ou possibilidade de cooperar nas associações. São muitas as
formas de apostolado pelas quais os leigos edificam a Igreja, santificam o
mundo e o vivificam em Cristo. A
forma peculiar do apostolado individual, e sinal muito acomodado também aos
nossos tempos, porque manifesta Cristo vivo nos seus fiéis, é o testemunho de
toda a vida laical que flui da fé, esperança e caridade. Porém, pelo apostolado da palavra, em certas circunstâncias
absolutamente necessário, os leigos anunciam a Cristo, expõem a sua doutrina,
difundem-na segundo a sua própria condição e capacidade, e professam-na com
fidelidade. Além disso, como cidadãos deste mundo, os
leigos, ao cooperarem na construção e governo da ordem temporal, devem, na vida
familiar, profissional, cultural e social, buscar, à luz da fé, normas de ação
mais elevadas e manifestá-las aos outros oportunamente, conscientes de que
assim se tornam cooperadores de Deus criador, redentor e santificador, e Lhe
dão glória. Finalmente, vivifiquem os leigos a sua vida com a caridade
e mostrem-no por obras na medida do possível. Lembrem-se todos que pelo culto
público e pela oração, pela penitencia, pelos trabalhos e livre aceitação das
agruras da vida; pelas quais se conformam a Cristo paciente (cfr. 2 Cor. 4,10;
Col. 1,24), podem atingir todos os homens e contribuir para a salvação de todo
o mundo.
O apostolado individual
em circunstâncias especiais
17. Este apostolado individual é urgentemente
necessário naquelas regiões em que a liberdade da Igreja é gravemente impedida.
Nestas
circunstâncias dificílimas, os leigos, suprindo, na medida do possível, o
sacerdote, põem em risco a própria liberdade e, às vezes, a vida. Ensinam aos que os cercam a doutrina cristã, formam-nos na
vida religiosa e na mentalidade católica, induzem-nos a frequência dos
sacramentos e fomentam a piedade, sobretudo a eucarística. O sagrado
Concílio dá graças do fundo do coração a Deus que não deixa de suscitar, também
em nossos dias, leigos de fortaleza heróica no meio das perseguições, e
abraça-os com afeto paterno e ânimo agradecido. O apostolado individual tem
especial campo de ação nas regiões onde os católicos são poucos e dispersos.
Os leigos, que exercem nelas só apostolado individual pelas causas acima
mencionadas ou por razões especiais, mesmo nascidas da própria actividade
profissional, reunam-se oportunamente para dialogar em grupos menores, sem
forma estrita de instituição ou organização, de modo que sempre se manifeste
aos outros o sinal da comunidade da Igreja como verdadeiro testemunho de amor. Deste
modo, pela amizade e pela comunicação de experiências e com a , ajuda
espiritual mútua, fortalecem-se para superar as dificuldades da vida e da ação
demasiado isolada e produzir mais abundantes frutos de apostolado.
33.
Por isso, o sagrado Concílio pede instantemente no Senhor a todos os leigos que
respondam com decisão de vontade, ânimo generoso e disponibilidade de coração à
voz de Cristo, que nesta hora os convida com maior
insistência, e ao impulso do Espírito Santo. Os mais novos tomem como dirigido
a si de modo particular este chamamento, e recebam-no com alegria e
magnanimidade. Com efeito, é o próprio Senhor que, por meio deste sagrado
Concílio, mais uma vez convida todos os leigos a que se unam a Ele cada vez
mais intimamente, e sentindo como próprio o que é d'Ele (cfr. Fil. 2,5), se
associem à Sua missão salvadora. É Ele quem de novo os envia a todas as cidades
e lugares aonde há-de chegar (cfr. Lc. 10,1); para que, nas diversas
formas e modalidades do apostolado único da Igreja, se tornem verdadeiros
cooperadores de Cristo, trabalhando sempre na obra do Senhor com plena
consciência de que o seu trabalho não é vão no Senhor (cfr. 1 Cor. 15,28).
ATENÇÃO! Como Judas não restringiu qual a parte
da fé deva ser defendida, o significado óbvio é que sempre que QUALQUER aspecto
da fé (essencial, ou supostamente periférico) que estiver sob ataque, o povo de
Deus deve unir-se na sua defesa, ao invés de fingir que isto é uma
coisa "não-essencial". Vou deixar os três lados da moeda expostos a
seguir, para que você ao final, faça o devido discernimento!
ARGUMENTAÇÃO A FAVOR DO PRINCÍPIO: “Nas coisas Essenciais, Unidade, nas
não-essenciais, Liberdade, e em todas as coisas, a Caridade”
Este
princípio filosófico, afirma que há coisas nas quais a unidade é uma
necessidade e uma exigência, e há coisas onde a liberdade é mais importante. E
termina reconhecendo o desafio bíblico do amor em todas as coisas e em todo
tempo.
Para início de conversa, seria bom termos muito claros a
diferenciação entre aquilo que é essencial e aquilo que supostamente não é:
1)-O que significa a palavra “essencial” - e o que seria essencial à fé Cristã?
2)-Todos
os artigos do Credo Apostólico são ou não essenciais?
3)-E por
fim, o que seria supostamente não essencial à fé e que não comprometeria a
nossa salvação?
Gálatas
5,8-10: “Quem vos convenceu a agir assim, não procede daquele que vos
chama. Sabeis que “um
pouco de fermento leveda toda a massa. Quanto a vós, estou convencido no Senhor de que não
pensareis de outra forma. Mas aquele que vos perturba, seja quem for, sofrerá
condenação...”
Qual é a essência da fé Cristã?
A palavra
“essencial” é derivada de essência. A essência da nossa fé quer dizer aquilo que
constitui a natureza dessa fé, o conteúdo principal, o cerne, o que dá
significado e dá existência a nossa fé. O que não pode faltar de jeito
nenhum, sob hipótese alguma.Há também, outras exigências, orientações,
promessas na Palavra divinamente revelada e confirmada pela Igreja, que não
estão no credo apostólico, mas que não devemos negligenciar, sob o risco de enfraquecer
a fé, pois como uma fogueira, a fé também é alimentada por pequenos gravetos, e
não apenas por toras grandes de madeira, e portanto, estas além de serem orientações
verdadeiras, são também, essenciais a nossa vivência genuinamente Cristã. Toda a
doutrina de Cristo, que os apóstolos infalivelmente transmitiram à Igreja, está
inteiramente contida nas Sagradas Escrituras tanto velho, como
Neotestamentária. Não é possível encontrar os apóstolos ensinando qualquer
doutrina que já não tivesse sido revelada nas Escrituras do Velho
Testamento. Foi o que Paulo disse
perante o rei Agripa:“Até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a
pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e
Moisés disseram que devia acontecer” (Atos 26,22).Uma das
maneiras de verificar que isso é verdade é constatando que todos os artigos de
do Credo Apostólico chegado até nós, que são verdades reveladas na Escritura do
Velho Testamento, nas quais os apóstolos e evangelistas basearam a Fé
apostólica.
Coloquei somente algumas passagens para
fundamentar, mas muitas outras passagens poderiam ser citadas na profissão da
Verdadeira fé Cristã, oriunda dos apóstolos:
1)- CREIO
em Deus Pai (Salmo 2,7; Provérbios 30,4) -Todo
Poderoso (Gênesis 17,10). Criador
dos céus e da terra (Gênesis 1).
2)- CREIO
em Jesus "Messias" (Cristo)- João5,39: Gn
26,4; (Gn 28,14; Gn 49,8; Jr 23,5; 33,15; Is 7,14; Gn 49,10;Is 11,1-9;Ml 3,1;
Mq 5,1s; Zc 11,12;Zc 12,10; Isaías 53,3.12b; Is
53,7 - Seu
único Filho (Salmo 2,7).Nosso
Senhor (Salmo 110,1).
3)- O
qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria (Isaías
7,14).
4)-Padeceu
sob o poder de Pôncio Pilatos (Salmo 2,2; Isaías 49,7).
5)-Foi
crucificado (Isaías 50,6; 52,13-14; 53,2-7; Salmo 22,1-21; 69,1-21) -Morto
(Isaías 53,8; Daniel 9,26) e Sepultado
(Isaías 53,9).
6)-
Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia (Isaías 53,10-11; Salmo 16,9-10).
7)-Subiu
ao Céu (Daniel 7,13) -Está
assentado à mão direita de Deus Pai, Todo-poderoso (Salmo 110,1) - De
onde há de vir a julgar os vivos e os mortos (Salmo 96,13).
8)-CREIO
no Espírito Santo: Gen 1,2.26;3,22; 18,2;Joel 2,28;Ezeq 43,5;Jz11,29;1 Sam10,6
9)-Na
santa igreja universal: Gênesis 12,3; 18,18; Salmo 2,8; 72,8; Daniel 7,14).
10)-CREIO
na comunhão dos santos: Gen 35,28-29; Salmo 30,3; 133,1; II
Reis2,9-10;Hebreus 12,1)
11)-
CREIO na remissão dos pecados: Isaías 53,5; Lam 3,22-23
12)-
CREIO na ressurreição da carne: Isaías 25,8; Salmo 49,15;Ezeq 37,1-13
13)-
CREIO na vida eterna (Daniel 12,2)...Amém!
Portanto,
ter unidade (concordância) nesses pontos essenciais de nossa Fé, é o que nos
torna verdadeiramente Cristãos! Porém, todo Cristão sabe que não basta
somente crer em Deus e em sua palavra, pois até os demônios creem em Deus e na
sua palavra (Tg2,19), mas é preciso pratica-la, se deixar ser formado e orientado
por ela, santificar-se por ela, viver no amor, na oração, na intimidade
e dependência de Deus (Mat 7,24-29;Tg1,22).Hoje em
nome de um falso ecumenismo (que se dar somente entre Cristãos que tem a Jesus como
Senhor e Salvador, e não apenas um profeta), se fala entre espíritas
kardecistas cristãos, que acreditam em Jesus apenas como um espírito perfeito, porém,
não divino e incapaz de nos dar a salvação, a qual é obtida exclusivamente na
prática das boas de Caridade. Mas é preciso aqui deixar claro que não pode de
fato ser considerado cristão quem não crê na salvação unicamente vinda pelo
sacrifico redentor de Jesus Cristo, e somente a partir dai devemos sim, andar
nas boas obras da fé e não da lei.
É
“essencial” na fé cristã as TRÊS seguintes afirmações que não estão no Credo Apostólico,
mas nas escrituras:
1)-Só Jesus salva:
João 14,6; Atos 4,12
2)- Jesus é Deus, e
não apenas um simples profeta, ou um espírito perfeito: João1,1-18; Filip2,6-7
3)-Somos salvos não
por causa exclusiva das boas obras, mas somos salvos unicamente por Jesus, para
a prática das boas obras: Efésios 2,8-10
O que
significaria então, ter liberdade nas questões “NÃO ESSENCIAIS” à nossa
Salvação?
1)-Rezar é essencial a nossa salvação, mas, o modo como oramos (palavras, leituras, ou por pensamento), não é essencial
à nossa Salvação!
2)- Celebrar
e participar da Santa Ceia do Senhor, ou seu Santo Sacrifício Eucarístico, é
essencial a nossa salvação (conforme: João 6,52-71;Hb 10,25) mas, não o rito, desde que não se mude a essência:A celebração da Santa
Ceia é sim um Memorial ordenado por Cristo (conf. Luc 22,19) mas um detalhe
ESSENCIAL e imprescindível é preciso destacar: A celebração pascal é memorial, porém, a presença de Jesus no pão e Vinho Consagrados é Real (conf. Mateus 26,26-28;João
6,54-56; 1 Cor 11,29),portanto, QUEM CONDUZ
A CELEBRAÇÃO, ou seja, um sacerdote legitimamente ordenado e da linha
sucessória apostólica se torna ESSENCIAL a nossa salvação, pois sem ele, o pão
e vinho não são TRANSUBSTANCIADOS em corpo e sangue do Senhor, pois Jesus durante
a última ceia, reuniu-se apenas com os
12 apóstolos, e não com todos os discípulos ao dar esta
prerrogativa, portanto, somente os presbíteros e bispos são considerados
legítimos sucessores dos apóstolos pela imposição das mãos. Isto porém, não
impede os protestantes de pregarem e fazerem
sua ceia apenas como memorial, desde que façam com o devido respeito a fé
apostólica.O que é
periférico, pode até ter sua importância, mas não é essencial à nossa salvação,
ou seja, se a celebração for em latim, ou língua vernácula, se o padre fica
voltado ou não, para a assembleia, se bate palmas ou não nos momentos de
louvor, se ajoelha-se ou não durante a consagração, etc. isto não é essencial à
nossa Salvação!
3)-A
missa e reuniões de oração são essenciais a nossa Salvação (Hebreus 10,25), mas o local da
reunião, não! Pode ser numa bela catedral, bem como em uma capelinha simples,
ou uma simples igreja na periferia, pode ser celebrada dentro de um barraco,
debaixo de um pé de árvore, ou ao ar livre como foi a primeira missa no Brasil,
ou até mesmo dentro de uma prisão, etc.
4)-É
essencial à nossa Salvação, termos doutores na Igreja, versados nas escrituras
e na doutrina, mas não é essencial a nossa salvação que sejamos todos doutores! Repito,
para não ficar dúvidas: É importante ressaltar que, há coisas que
embora estejam fora do Credo Apostólico, e que não sejam essenciais, são
importantes. Para participar das reuniões Cristãs e Celebrações
Eucarísticas, é importante, mas não é essencial a salvação ter uma Bíblia na
mão!
5)-Não é
essencial a salvação ter instrumentos musicais, mas é importante e agradável a
Deus cantar com um acompanhamento musical de qualidade.
6)-Naquilo que não é
essencial à nossa fé, Deus pode nos dá sim a liberdade. Na carta a Diogneto no sec II,
portanto ali ainda no início do Cristianismo, lá se afirma que: “Dai a cada um o que
lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a
quem é devida; a honra a quem é devida [Rom 13,7]. Os cristãos residem em sua
própria pátria, mas como residentes estrangeiros. Cumprem todos os seus deveres de cidadãos e suportam todas as suas
obrigações, mas de tudo desprendidos, como estrangeiros. Obedecem as leis
estabelecidas, e sua maneira de viver vai muito além das leis.Tão nobre é o
posto que lhes foi por Deus outorgado, que não lhes é permitido desertar” (5,5;
5,10;6,10). Os cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela
língua, ou pelos costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por
idiomas estranhos, não levam vida extraordinária. Além disso, sua doutrina não
encontraram em pensamento ou cogitação de homens desorientados. Também não
patrocinam, como fazem alguns, dogmas humanos. Qualquer terra estranha é pátria para eles; qualquer pátria, terra
estranha. Tem a mesa em comum, não o leito. Vivendo na carne, não vivem
segundo a carne. Na terra vivem, participando da cidadania do céu. Obedecem às
leis, mas as ultrapassam em sua vida. Amam a todos, sendo por muitos perseguidos. E quando entregues à morte, recebem a vida. Na pobreza, enriquecem
a muitos; desprovido de tudo, sobram-lhes os bens. São desprezados, mas no meio das desonras, sentem-se glorificados.
Difamados, mas justos; ultrajados, mas benditos, injuriados prestam honra.
Fazendo o bem são punidos como malfeitores; castigados, rejubilam-se como
revificados. Os judeus hostilizam-nos como alienígenas; os gregos os
perseguem, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu ódio. Para
resumir, numa palavra, o que é a alma no corpo, são os cristãos no mundo: como
por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os cristãos, por todas
as cidades do universo...”
7)-Acreditamos
sim (não como justificativa para libertinagem), que onde está o Espírito do
Senhor há verdade, justiça e perseverança nas coisas essenciais à nossa fé, mas
onde há o Espírito do Senhor também há liberdade (2 Co 3,17). Mas a nossa
liberdade não pode ser usada para dar ocasião à carne e ao pecado (Gl 5,13) - “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; nem
todas edificam” (1Cor 10,23)
Nas coisas, situações, fé e crenças essenciais, devemos crer e praticar com amor
e por amor. Nas coisas, situações, fé, conceitos e práticas não essenciais, também, devemos crer e praticar com amor e por amor. Pois como
muito bem afirma em 1Cor 13, que quem não ama, suas palavras são como o som de
um bronze (gongo) que soa ou como o címbalo que retine; nada lhe será
aproveitado. Não será reconhecido como discípulo(a) de Jesus (João 13,34-35).
Não tem cumprido a lei (Rm 13,8-10). Não conhece a Deus (1Jo 4,8). Não será
reconhecido por Deus (Mt 25,41- 46; Ap 2,10; Ap 3,1).No juízo final, os eleitos de Deus não permanecerão no céu como a fé e a esperança, pois já não precisaram mais dela, mas, conviverão por toda a eternidade com a caridade!
ARGUMENTAÇÃO "MODERADA" AO PRINCÍPIO INICIAL DESTA
MATÉRIA:
A reforma protestante tentou
produzir uma nova igreja, que estaria unida na adoração e livre das práticas
Romanas. Todavia, hoje existem milhares de denominações cristãs. A
Reforma fracassou em trazer a tão esperada unidade da fé e costumes. Hoje os cristãos
estão totalmente divididos em questões importantes, ESSENCIAIS E NÃO ESSENCIAIS,
tais como:
-Crença ou descrença na divindade
de Jesus.
-Tradição, Palavra e Magistério versus: a Sola Escriptura de Lutero.
-Batismo de
Crianças e o rebatismo de adultos oriundos de outras denominações.
-Dia do juízo final.
-Quem é o
ante Cristo.
-Arrebatamento e reino milenar.
-Quem é a Babilônia.
-Comportamento moral e vestimentas.
-Consciência,
ou não, da alma após a morte e a possibilidade de interceder junto a Cristo em espírito e em verdade.
-Aborto, uso camisinha e métodos artificiais de controle da natalidade.
-Indissolubilidade do
matrimônio, etc.
Infelizmente, estamos divididos também, por questões menores,
tais como:
-Detalhes doutrinais: (Imaculada concepção e Virgindade perpétua de Maria).
-Interpretação
profética particular (pessoal), igreja local e igreja universal, bem como, igreja visível e original, e igreja invisível.
-Conflitos de comportamentos Cristãos sobre locais e uso moderado de bebidas (Jesus bebia junto com os apóstolos: João 2,1-12;Lucas 7,34;Mateus 26,27).
“Há um só
corpo e um só espírito, assim como também fostes chamados em uma só esperança a
que fostes chamados; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai
de todos, o qual é sobre todos, e por intermédio de todos, e em todos...” (Efésios
4,4-6)
-Como se pode conseguir isso?
-Como
as lideranças Cristãs e os próprios Cristãos podem trabalhar neste sentido buscando viver a unidade na diversidade?
Eis ai o que algumas lideranças Cristãs sugerem
como princípio orientador:
“Nas
coisas essenciais, unidade; em coisas não essenciais, liberdade; em todas as
coisas, o amor.”
Focar nas Coisas Essenciais, que
são as crenças e práticas bíblicas absolutamente necessárias para a salvação! Infelizmente, algumas organizações religiosas desenvolveram sistemas de crenças
além destes elementos essenciais, que são impostos aos seus seguidores.
Em seu livro “A Razoabilidade do Cristianismo”, escrito originalmente em inglês em 1695, o grande filósofo e escritor cristão John Locke, protestou contra isso!
Note-se que ele estava protestando contra a
Igreja reformada Anglicana da Inglaterra, não contra a Igreja Católica Romana: “Eu permito que os fabricantes de sistemas e seus seguidores
inventem e usem as distinções que quiserem e chamem as coisas pelos nomes que
eles acharem bom. Mas não posso permitir
a eles, nem a qualquer homem, a autoridade de fazer uma religião para mim ou
alterar o que Deus revelou. Devemos diferenciar claramente as coisas essenciais
bíblicas das coisas que os “fabricantes de sistemas” elaboram. Devemos examinar as Escrituras para ver quais eram as crenças
essenciais que Jesus e os apóstolos pregavam e, mais especificamente, quais
eram as crenças consideradas essenciais para a salvação. Uma boa regra geral quando se tenta determinar a verdade bíblica é a
seguinte: Se um ensinamento é declarado explicitamente na Bíblia, então devemos
acreditar nele. Se for uma interpretação ou opinião do homem, então ela deve
ser encarada como uma tentativa ou como algo de importância secundária, temporal, contextual e para explicitar melhor algo. Pode ser, ou não, verdade. Por exemplo, um
ensino explícito da Bíblia é “Jesus é o Cristo”, ou “Deus criou os céus e a
terra.” Estes ensinamentos são clara e inequivocamente declarados nas
Escrituras e temos de acreditar neles se cremos que a Palavra de Deus é
verdadeira...”
Exemplos de interpretações pessoais equivocadas e não essenciais:
1)-Ficar fazendo proselitismo,
rotulando outas pessoas e denominações de a “Babilônia, ou pertencentes a religião falsa, e quando pior, já condenando-os! Jesus proíbe isto em Lucas 9,49-50.
2)-Afirmar de forma categórica e
revanchista que Reino de Deus se expressa e se desenvolve tão somente por meio
das igrejas protestantes ou católica.
3)-Ficar acusando uns aos outros
de Luterólatras, bliblóratas, pastólatras, papólatras, idólatras,hereges, etc.
Estas acusações sempre partem de
interpretações particulares de alguma liderança ou estudioso da bíblia equivocado(a), não há
como se ter uma certeza unânime, ou pelo ao menos da grande maioria dos
Cristãos, porque elas são meras interpretações pessoais e não
ensinamentos bíblicos explícitos. Jamais deveríamos tentar impor
opiniões ou interpretações pessoais das Escrituras aos nossos irmãos em Cristo.
Os
cristãos não são obrigados a acreditar nestas coisas não essenciais! Nenhum
homem ou grupo religioso que se diga Cristão, tem autorização para impor
crenças periféricas e não explícitas, alegando que elas são essenciais. É
claro que a crença em Jesus implica numa crença em Deus, o Pai de nosso Senhor,
que o enviou. Não podemos acreditar em Jesus sem crer em Deus, o Pai, Criador
de todas as coisas e no Espírito Santo que falou pela boca dos profetas!
E quanto ao Reino de
Deus?
O Reino de Deus era central na
pregação e no ensinamento de Jesus Cristo. Seus discípulos com menor intensidade, continuaram a pregar
sobre o Reino de Deus após a morte e ressurreição dele, dando ênfase porém, ao poder
salvador e libertador de Jesus o Messias Prometido. Morto e ressuscitado para Salvar TODOS OS PECADORES e não apenas uma classe social (só os pobres - Atos 8,12, 19,8;28,31).
Mas, o que é o Reino de
Deus? (sem deus?)
É a prometida governança de Deus
por meio de Seu Messias, Jesus Cristo. No futuro, o Messias reinará sobre a
Terra, inaugurando uma era de retidão e justiça divina, em Céus Novos e Terras
Novas, como nos diz o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA baseado na Tradição, Palavra e Magistério: Ao falar-se de céus novos e terra nova, a Igreja tem um papel fundamental para que os cristãos compreendam tal expressão, porque é Ela que será “consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo” (Lumen Gentium, n. 48). A Igreja ensina que essa realidade não acontecerá sem grandes provações. Só então, todos os justos, desde Adão, em seguida Abel, o justo, até o último eleito, serão congregados junto do Pai na Igreja universal (Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 769). Portanto, “no fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado” (CIC, 1042). Os detalhes de como acontecerão todas estas coisas não se sabe, mas a promessa do Senhor é que haverá transformação e renovação de todas as coisas.Os judeus e os primeiros discípulos cristãos sabiam disso, com base em
muitas profecias do Antigo Testamento (Salmo 2, Daniel 2,44). Ao aceitar Jesus como o Messias,
estamos também o aceitando como nosso Rei, o prometido rei do Reino de Deus.
Jesus Cristo é tanto sacerdote como rei à maneira de Melquisedeque (Heb. 5,6).
Ele nos salva de nossos pecados e é a personificação e o representante do Reino
de Deus, pois ele é o Rei desse Reino. Por mantermos Jesus Cristo central em nossas
Igrejas, e não sistemas doutrinários, evitamos argumentos e divisões acerca de
detalhes sobre quando e como será o Reino de Deus no futuro, que são em sua
maioria de natureza interpretativa particular, e que portanto, não
devem ser vistos como requisitos para a salvação.
As CINCO coisas "essenciais" a nossa Salvação, que temos como Cristãos, por OBRIGAÇÃO de
fé em acatar, são:
1)- Existe
um só Deus Criador, um só Messias Salvador e um só Espírito Santo
santificador, que não são três deuses! mas um só Deus em três pessoas.
2)-A bíblia
é a palavra de Deus confirmada pela Tradição e Magistério da Igreja, ou seja,
foi a Igreja que confirmou a bíblia tal como ela é, e chegou até nós. A bíblia
não caiu do Céu já prontinha com capa, zíper e dividida em capítulos e
versículos!
3)-Somos Salvos pela Verdade e na Verdade que é Cristo e sua Igreja (João 17; I Tim 3,15) - A mentira é própria do demônio, que é pai da mentira! Não se pode usar por melhor das intenções, a mentira na evangelização!
4)-A Igreja
foi querida por Deus, fundada por Ele (Mateus 16,18) e essencial à nossa salvação, e fora da Igreja de
Cristo, não há salvação (João 14,6). Porém, por meios e caminhos desconhecidos por nós, Deus salvará aqueles(as) que não pertencem formalmente ao corpo da Igreja, mas à alma da Igreja, pois Ele deseja que TODOS e não apenas alguns sejam salvos (I Tim 2,4). E assegurou pela sua revelação que (independente de professar a fé Cristã): Atos 10, 34-35: "Diante disto, Pedro começou a compartilhar: “Agora sim, percebo verdadeiramente que Deus não trata as pessoas com qualquer tipo de parcialidade, antes, porém, de todas as nacionalidades, recebe todo aquele que o teme e pratica a justiça".
5)-Somos salvos pela Graça mediante a fé, para que andemos e pratiquemos as BOAS OBRAS - Conforme: Efésios 10,8-10, Tiago 2,14-26 e Mateus 25,25-45.
Não devemos impor crenças adicionais aos nossos
irmãos, alegando que estas são importantes para a salvação!
Devemos manter Jesus Cristo por meio do Espírito Santo, como central na
adoração de nosso Pai Celestial, sempre lembrando o amor que o Pai teve por
nós, dando seu Filho único para que pudéssemos ter vida, e nos deu a Promessa
do Pai que é o Espírito santo para nossa Santificação e edificação da
Igreja. O cristão é encorajado a estudar
a Palavra de Deus, meditar sobre ela, orar, ler boas publicações sobre o
assunto e considerar isso com outros cristãos, conforme ele ou ela avança na
maturidade cristã.
ATENÇÃO! É importante que todos nós façamos isso,
mas é igualmente importante compreender que certas coisas não são essenciais
para a salvação! De que coisas estamos falando?
-Proclamações
e Interpretações proféticas de caráter particular.
-Conceitos sobre o milênio e o arrebatamento.
-A
natureza dos nossos novos corpos na ressurreição.
-Se Jesus teve ou não, irmãos.
- A livre e amorosa devolução do dízimo.
-O lugar de Israel no propósito de Deus, e assim por diante.
ATENÇÃO! Todas estas, são sim, questões
importantes para estudar e aprofundar, e muitos irmãos e irmãs têm desenvolvido
alguns conceitos interessantes e dignos de reflexão. Mas, novamente, embora
sejam questões importantes, elas não são essenciais para a salvação, segundo as
Escrituras! Devemos permitir o máximo de liberdade aos nossos irmãos em coisas não
essenciais, principalmente nas questões teológicas em aberto, ou seja, aquelas
nas quais não se chegou ainda a um veredito final. Onde temos pontos de
vista diferentes, em vez de entrar em argumentações demoradas, não
bastaria declarar nossa posição, fazer uma consideração, e depois seguir em
frente? Argumentos insistentes sobre questões não essenciais dividem e provocam
sentimentos feridos e revanchistas adormecidos. Os
cristãos devem, em vez disso, mostrar humildade, amor e paciência com seus
irmãos e irmãs. Devemos ter fé em que Jesus Cristo, o cabeça da Igreja, sabe
como ensinar cada um de nós. Então, mostremos paciência e permitamos que Ele
mesmo faça isso a seu tempo, e não ao nosso. Uma palavra de cautela se faz
necessária. Não
devemos tentar suprimir a discussão em nossas associações, numa tentativa de
evitar argumentos. Esta não seria uma situação saudável. Nossos irmãos e irmãs
devem poder expressar sim suas convicções, tirar suas dúvidas numa atmosfera sincera
de liberdade, e devemos ouvi-los respeitosamente. Devemos tentar arduamente
entender o que eles estão dizendo e por que eles acreditam no que acreditam.
Jamais devemos ridicularizar alguém por ter determinada convicção, mas devemos
simplesmente apresentar a nossa visão bíblica, baseada na tradição dos
primeiros Cristãos, confirmada pelo magistério milenar da Igreja, e confiar no
Senhor para conduzi-los em seu tempo devido. Devemos
ter também, a humildade de admitir quando estamos errados, e estarmos dispostos
a mudar nossas convicções pessoais quando se comprovam equivocadas.
A doutrina correta é importante
se estamos adorando em “espírito e verdade” (João 4,23-24). Mas é primariamente
o amor que identifica os verdadeiros discípulos de Jesus! Notemos até que ponto
o amor cristão baseado em princípios começa com Jesus e seu Pai:
Respondeu Jesus: “Se alguém me
ama, guardará a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos
nele morada.” (João 14,23)
“Eu os fiz conhecer o teu nome, e
continuarei a fazê-lo, a fim de que o amor que tens por mim esteja neles, e eu
neles esteja.” (João 17,26)
Observe o encorajamento para amar os nossos irmãos e irmãs:
“Um novo
mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem
amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos,
se vocês se amarem uns aos outros.” (João 13,34-35)
“O meu
mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. Ninguém tem maior
amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.” (João 15,12-13)
“Não
devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama
seu próximo tem cumprido a lei.” (Rom.13,8)
“O
conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica” (1 Coríntios 8,1)
“Dediquem-se
uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a
si próprios.” (Romanos 12,10)
“Irmãos,
vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar
ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o
amor.” (Gal. 5,13)
Os verdadeiros cristãos são
identificados por este amor, não pela aderência a algum código doutrinário. O amor
baseado em princípios cristãos é realmente a mais poderosa fonte de unidade, muito
mais poderoso do que a concordância estrita com um sistema doutrinário. Se a
pessoa de Jesus Cristo é central, e temos profundo amor e devoção a ele e a
nosso Pai Celestial, bem como a nossos irmãos e irmãs, dificilmente surgirão
divisões. Num ambiente assim, a verdade doutrinal emergirá cada vez
mais, conforme o Senhor conduz gentilmente cada cristão em sua caminhada com Ele. Em vez de
impor doutrinas, nós permitimos que a verdade surja naturalmente, por meio da
orientação do Espírito Santo, à luz das Escrituras, e sob a liderança do nosso
Senhor e Mestre, Jesus Cristo.
Há hoje uma forte tentação de se colocar a caridade sem viver a
verdade! E isso a desvirtua! Deus é amor, mas também é justiça
A
verdade
e a caridade são duas virtudes fundamentais para a nossa salvação. Uma
não pode ser vivida sem a outra, desprezando a outra, pois uma perde o seu
valor se não observar a outra. Sem verdade não há verdadeira caridade e não
pode haver salvação!São Paulo disse que “a caridade é o vínculo da perfeição”
(Col 3, 14); “A ciência incha mas a caridade edifica” (1Cor 8,1); “A caridade
não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento
da lei” (Rom 13, 10); “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 14);
“Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele
que é a cabeça, Cristo” (Ef 4, 15).Jesus disse: “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6).O
Antigo Testamento atesta: Deus é fonte de toda verdade (Pr 8,7; 2Rs 7,28). Sua
Palavra é a verdade. Deus é “veraz” (Rm 3,4). Em Jesus Cristo, a verdade de
Deus se manifestou plenamente. “Cheio de graça e verdade” (Jo 1,14).São Paulo
disse a S. Timóteo que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao
conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo
conhecimento da verdade!
O nosso
Catecismo afirma com todas as letras:
“A salvação está na verdade”
(Catecismo n. 851).
“A Igreja é a coluna e o
fundamento da verdade” (1Tm 3,15).
Sem a Igreja o edifício da verdade não fica de pé! São Paulo
recomenda a São Tito:
“…firmemente apegado à doutrina
da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater
os que a contradizem” (Tito 1,9).
“O teu ensinamento, porém, seja
conforme à sã doutrina” (Tito 2,1).
“…e mostra-te em tudo modelo de
bom comportamento: pela integridade na doutrina...” (Tito 2,7).
Os discípulos viviam segundo esta verdade de
Deus revelada aos apóstolos:
“Perseveravam eles na
doutrina dos Apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas
orações” (At 2, 42).
Jesus mostrou toda a força da verdade!
“Mas aquele que pratica a
verdade, vem para a luz! Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em
Deus” (Jo 3, 21).
“Conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará” (Jo 8,23).
Jesus
mostrou aos discípulos na última Ceia, que o Espírito Santo é a fonte da
Verdade! E é Ele que conduzirá a Igreja `a “plenitude da verdade” em relação à
doutrina:
“Quando vier o Paráclito, o
Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13)
A verdade de Jesus nos
santifica:
“Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17).
“Santifico-me por eles para que
também eles sejam santificados pela verdade” (Jo 17,19).
Por tudo isso, Jesus veio ao mundo para dar testemunho da verdade!
“Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim,
eu sou rei! É
para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da
verdade ouve a minha voz” (Jo 18,37).
Muitos
querem apenas o “Deus que é Amor”, mas se esquecem do Deus que é também a
Verdade! Esta é uma “porta estreita” que muitos não querem entrar, mas é a
“porta da vida” (Mt 7,13). A Igreja é muitas vezes criticada exatamente porque
não abre mão da verdade. A Igreja não aceita fazer a caridade sem observar a verdade! Paulo VI disse que:“O mal do mundo é propor soluções
fáceis para problemas difíceis. São soluções que não resistem a uma análise
ética e moral porque não respeitam a verdade revelada. ”
Santo Agostinho recomendava com sua sabedoria e santidade:
“Não se imponha a verdade sem
caridade, mas
não se sacrifique a verdade em nome da caridade”.
Muitos
querem ser bonzinhos e sacrificam a verdade em nome da caridade; é o
relativismo moral, que passa por cima do que a Igreja ensina! A
caridade sem observar a verdade é ser maquiavélico; isto é, aceitar que “os
fins justificam os meios”. São Tomás disse que a base da moral é esta: “Não é lícito fazer o bem por
meios maus”
Bento XVI disse na sua encíclica “Caritas in veritate”:
“A caridade sem a verdade é sentimentalismo”
ATENÇÃO! Não posso, por
exemplo, querer fazer caridade com dinheiro roubado, ou tirado do narcotráfico.
Não posso ajudar os pobres usando da corrupção. Não posso, “por caridade” dizer a um casal de segunda união que podem
comungar, ou dizer a uma dupla de homossexuais que o amor deles justifica a sua
vida sexual. Não se pode dizer aos jovens que namoram que o amor deles
justifica o sexo antes do casamento. Não se pode recomendar o uso da
“camisinha” para evitar a AIDS, porque é um meio é mau, imoral, que estimula o
sexo fora do casamento.Não se pode promover
a justiça através da luta de classes, e do desrespeito às leis. Não se pode
invadir terras e casas dos outros para promover a justiça. Os fins não
justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida
sem observar a verdade. E assim por diante, vemos hoje muitos
sacrifícios da verdade de Deus em nome de uma “falsa caridade”. A verdade
norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Sem a verdade a
caridade é falsa, e não pode haver salvação.
A
diferença entre a justiça e a caridade?
Sabemos
que Deus é amor e justiça; mas qual é a diferença entre justiça e caridade? O
grande professor Dr. Cesar Saldanha, católico fervoroso, doutor em Ciências
políticas, costuma contar nos Encontros que tenho participado de “Fé e
Política”, uma história muito interessante: “Ele conta que seu querido pai era juiz do trabalho em Porto Alegre, e buscava sempre que possível a
reconciliação de patrão com o empregado nas causas trabalhistas. E certa
vez, um patrão e empregado que não se entendiam, e ele teve de declarar a
sentença sem o acordo do patrão. Este então, bravo, tirou o dinheiro do bolso,
jogou na mesa da audiência e disse ao empregado: Toma aí, uma esmola! O
empregado, humilhado e sem jeito, pegou devagar o dinheiro e colocou-o no
bolso. Então, o pai do Dr. Cesar disse a patrão: Muito bem, você fez um gesto bonito, deu-lhe uma esmola. Agora você vai
pagar a ele o que você lhe deve. O patrão reclamou e disse: Mas eu já lhe
paguei! E o juiz lhe disse: não, você
lhe deu uma esmola, fez um ato de amor, uma caridade; agora vamos fazer a
justiça, ou seja, você agora vai pagar o que lhe é de direito. E o patrão
teve de tomar o cheque e pagar todos os direitos trabalhistas daquele seu
ex-empregado...”
Justiça é dar a cada um, o que lhe é de direito;
caridade, amor, é dar daquilo que é “meu”!
A
justiça se exerce pelo Direito, sem ela não pode haver a caridade, pois a justiça define o que é meu. Sem saber o que é meu, não
posso fazer a devida caridade; pois “não se pode fazer caridade com o chapéu do
outro”, com os bens do outro. A
justiça e o Direito são necessários, mas não são suficientes para que uma
sociedade viva bem.
Prof. Felipe Aquino - Cleofas
Não há caridade sem a
verdade!
Por Orlando
Fedeli
“Sem Fé é impossível agradar a Deus” (Heb 1, 6).
Desde sua primeira encíclica, Deus caritas est, o Papa
Bento XVI tem salientado como a palavra amor tem sido deturpada em nosso
tempos: “O termo «amor» tornou-se hoje uma das palavras
mais usadas e mesmo abusadas, à qual associamos significados completamente
diferentes” (Bento XVI, Deus caritas est, n0 2).Mais ainda do que abusado, o termo amor foi
sendo prostituído em nossos dias. Sobretudo nos sermões progressistas e na
CEB’s quando amor passou a ser simples filantropia.
Como
principiou essa prostituição do termo amor?
Como se processou essa deturpação semântica, pensada e planejada, a fim
de levar a confundir amor com filantropia ou com mera solidariedade? Como se passou do conceito católico de amor como virtude teologal da
Caridade, até reduzi-lo ao nível puramente animal, depois de o ter feito passar
pela confusão de amor com mero sentimento? Certamente, o processo de deturpação do
sentido da palavra "amor" foi longo. Bento XVI, em sua aula magistral
de Regensburg, apontou a origem de toda a derrocada metafísica
na Cristandade com filosofia voluntarista de Duns Scoto. De fato, o
voluntarismo da filosofia de Duns Scoto fez colocar o querer, isto é, o amor
acima do conhecer, iniciando um processo que culminaria no
Romantismo e no modenismo atuais. Não se pode negar que Pascal e o Romantismo
prosseguiram esse processo de deturpação da caridade, amor sobrenatural,
desvinculando o querer da conhecimento. É bem conhecida a frase do jansenista
Pascal de que “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Para os românticos
subjetivistas (defensores já não do penso, logo existo,
mas do SINTO, LOGO EXISTO), o amor era completamente separado da razão.
Mais ainda, os românticos consideravam que o amor necessariamente devia ser
irracional! Devia ser uma paixão desprovida de racionalidade. Devia ser mero
sentimento. Por isso Rousseau, para citar um sentimental
romântico dos mais explícitos e dos mais conhecidos, o homem devia se deixar
levar só pelo coração, pelo sentimento, não pela razão: “Existir, para nós, é sentir; incontestavelmente
nossa sensibilidade é anterior à nossa inteligência, e nós antes tivemos sentimentos
do que idéias” (Jean-Jacques Rousseau, La profession de foi du Vicaire
Savoyard, n0 1036).
Rousseau
irá mais longe ainda em seu repúdio à racionalidade, ao escrever:
“Ouso quase assegurar que o estado de reflexão é
um estado contrário a natureza, e que o homem que medita é um animal
depravado...” (Jean-Jacques Rousseau, Discurso
sobre a Origem da desigualdade entre os homens, I Parte, In Os
Pensadores, XXIV, Abril Cultural, p.247).
E, no "Romantismo alemão", Novalis defenderá a mesma tese irracionalista:
“O pensamento é apenas o sonho do sentir, é um
sentir entorpecido” (Apud Gerd Bornheim, A Filosofia do Romantismo, in J.
Guinsburg, O Romantismo,
ed. Perspectiva, Sâo Paulo, 1978, p. 96).Essa primazia do sentimento, típica do Romantismo,
vai ser adotada até por autores que se apresentam como católicos
tradicionalistas, como Plinio Corrêa de Oliveira, o fundador da TFP. Plínio
valorizava antes o sentir do que o compreeder. Por exemplo, no artigo “O Senso Comum e a Procura do Absoluto”
(In Revista “Dr. Plínio”, N0 71, Fevereiro de 2.004, p. 27 -30),
ele afirma que:“O primeiro passo para saborear
os bens espirituais, consiste em sentir. Não se trata apenas, ou
sempre, de fazer a explicitação das coisas percebidas pelos sentidos. O passo inicial indispensável é uma espécie
de sentir do qual nascerá mais tarde a explicitação. Esta seria o
segundo estágio, menos
imprescindível, enquanto o
primeiro é o mais precioso, porque dele depende o resto do processo...” (Plínio Corrêa de Oliveira, O Senso Comum e a Procura do Absoluto”,
in Revista “Dr. Plínio”, ano
VII, N0 71, Fevereiro de 2.004, p. 27. Os destaques são meus).
Portanto,
o fundamental e o mais precioso seria o sentir. Explicitar seria menos
importante do que o sentir! E ele insiste nesse ponto como fundamental:
“Insisto na importância desse primeiro
sentir: sem uma espécie
de vivência (palavra perigosa, mas adequada
às nossas reflexões) muito rica do
objeto ou situação apreendidos pelos sentidos, as etapas posteriores serão
nulas” (Plínio Corrêa de Oliveira, O Senso Comum e a Procura do Absoluto”,
in Revista “Dr. Plínio”, ano
VII, N0 71, Fevereiro de 2.004, p. 27, O destaque é nosso).Portanto, um primeiro sentir “vivencial”
seria o essencial para a compreensão.No fim do século XIX, amar se
confundiu com o agir. Em Blondel, filósofo do Modernismo, o querer permitiria o
conhecer. Daí sua defesa da “ação”. Depois dele, houve uma
difusão pandêmica do voluntarismo e do puro agir confundido com o fazer: Sorrel defendeu a
ação sindical. Lenin fez do marxismo uma ação revolucionária profissional.
Mussolini exaltou a ação. Marinetti, nos Manifestos do Futurismo, pediu o
incêndio das bibliotecas, cantou o valor do soco, a mística da violência, a
força do motor à explosão. Essa exaltação da vontade ia triunfar nos movimentos
totalitários de direita e de esquerda.
Infelizmente,
por culpa da infiltração ideologia modernista na Igreja, até nos movimentos católicos
triunfou a mística da ação:
A Acão Católica, lançada por Pio XI, fundamentou-se
mais no agir do que no conhecimento da verdade. Portanto, mais na ação
do que na Fé. E a caridade se transformou em ativismo
político. Com o tempo, essa
capitulação fez com que os movimentos de ação “católica” acabassem por se unir
ao movimento comunista internacional, passando a agir até mesmo na guerrilha armada
marxista, do matai-vos uns aos outros, a reboque do Partido Comunista.Ora, é impossível
amar sem conhecer. Ninguém pode querer xoró no avesso. Porque ninguém pode
conhecer xoró, pois xoró não existe. Imagine-se, então, como seria possível
amar, querer xoró, um ser inexistente, e ainda pior: no avesso. É o
conhecimento da inteligência que move a vontade a querer. Por isso não pode
haver caridade sem a Fé.
Infelizmente,
a Igreja Latino Americana, depois da Conferência de Medellin sancionou a
caridade como ação revolucionária:
Daí é que nasceu a
Teologia da Libertação que confunde redenção católica com “libertação”
comunista do proletariado. Essa teologia marxista fez da agitação política
“amor”. Confundiu caridade com ação revolucionária e fez de Cristo um rebelde,
renegando o redentor e sua Cruz.Nas paróquias menos ideologizadas, o amor
passou a ser simplesmente distribuir comida para favelados, a reboque dos
revolucionarios.No Brasil, as
Campanhas da Fraternidade se tornaram idênticas à filantropia maçônica e
espírita Kardecista. Houve até um Cardeal que lançou uma
campanha de coleta de agasalhos para os pobres, no inverno, usando como mote,
como canção-símbolo, uma musiquinha completamente pagã que cantarolava
satanicamente:
“Quero que você me aqueça nesse inverno,
E que tudo o mais vá para o inferno...”
Versos que se referiam ambiguamente a um amor
físico, unido ao desejo de que tudo o mais, “caridosamente”, fosse para o
inferno. Hoje, esse amor sem verdade, esse querer sem conhecer, levou ao
triunfo do egoísmo e da violência. Que tudo vá para o inferno, desde que eu
tenha prazer, como um Cardeal fez cantar nas paróquias. Hoje, infelizmente, tudo
está realmente indo “para o inferno”.Ainda que Bento XVI tenha apresentando
a encíclica Caritas in veritate como
continuadora da Populorum
progressio de João XXIII, na qual acreditamos que ele tentou fazer como
uma correção, ou evolução deste ensino não dogmático, por verdadeiro e
magistral malabarismo torcicoloso da hermenêutica teológica e fenomenológica,
Bento XVI finalmente condena o falso amor sem a verdade:“Só na
verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é
luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é
simultaneamente a luz da razão e a da fé, através das quais a inteligência
chega à verdade natural e sobrenatural da caridade: identifica o seu
significado de doação, acolhimento e comunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo.
O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o
risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e
opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando
a significar o oposto do que é realmente. A verdade liberta a
caridade dos estrangulamentos do emotivismo, que a despoja de conteúdos
relacionais e sociais, e do fideísmo, que a priva de amplitude humana e universal.
Na verdade, a caridade reflete a
dimensão simultaneamente pessoal e pública da fé no Deus bíblico, que é
conjuntamente «Agápe» e «Lógos»: Caridade e Verdade, Amor e Palavra” (Bento XVI, Caritas in veritate, n0 3). Não
mais que óbvio!Todo o falso amor, que atualmente é ensinado nos sermões
progressistas, fica condenado por essa palavras de Bento XVI. Nunca se falou
tanto de amor, nas homilias. Nunca o amor foi tão esquecido como em nosso dias. Ahhh o amor!!!
Mas qual a amor? O de Deus? Ou, o depravado amor humano?...Hoje em dia não há palavra mais desgastada que a
palavra amor. Hoje, o amor significa "tô
afim", significa apenas desejo momentâneo e meramente genital. Os membros do Estado
Islâmico dizem que "amam" matar os infiéis, os drogados
"amam" as drogas, os defensores do casamento gay dizem que os gays
podem se casar porque "se amam". Os defensores da poligamia também querem se casar, porque se amam.
Daqui a pouco os defensores do incesto, da Zoofilia e da pedofilia dirão o
mesmo. A palavra "amor" deveria
sofrer uma moratória, fosse apenas usada com o mesmo respeito que os judeus
usam a palavra Deus (no tetragrama YWHW). Eles têm medo de falar a palavra
Deus, por receio de usar a palavra em vão. Deveríamos hoje também reverenciar a palavra AMOR, pois o mundo hoje "ama" os pecados e odeia as virtudes.Quando muito, amor é emotividade,
sentimentalismo, filantropia. Jamais ele se identifica com a verdadeira
caridade, que só pode existir com a verdade, isto é, com a Fé.Pois ensina o
Apóstolo que “Sem fé, é impossível agradar a Deus” (Heb.11,
6).E o Apóstolo diz ainda: “Tudo o que não é segundo a fé, é pecado”(Rom
14,23).Portanto, toda heresia, negando a Verdade
revelada, destrói a Fé. E sem a Fé não há verdadeira caridade. Não há amor. Não
pode haver amor e virtude sobrenaturais. É o que ensina São Paulo.Bento XVI
insiste que a caridade não é sentimentalismo:“O amor não é apenas um sentimento” (Bento
XVI, Deus caritas est, no 17).E o Papa salienta que “Os sentimentos vão
e vêm, mas a caridade permanece". O verdadeiro amor é constante e
fiel à verdade que o gerou.E nem a caridade católica é mero
assistencialismo: “Por isso, é muito importante que a atividade
caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva na
organização assistencial comum, tornando-se uma simples variante da
mesma. (Bento XVI, Deus caritas
est, no 31).
A
caridade não deve ser exercida apenas individualmente - caridade exige a
justiça também na sociedade!
Na sociedade
moderna, integralmente humanista, isto, é totalmente pagã, pois retirou Deus do
centro de tudo. Não há verdadeira Fé e, portanto, não pode haver verdadeira
caridade. Por isso, no mundo moderno não há paz. E Bento XVI recorda o que:“Só a defesa da Verdade permite
que haja verdadeira caridade. A caridade na verdade, que Jesus Cristo
testemunhou com a sua vida terrena e sobretudo com a sua morte e ressurreição,
é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada
pessoa e da humanidade inteira. O amor —
« caritas » — é uma força extraordinária, que impele as pessoas a
comprometerem-se, com coragem e generosidade, no campo da justiça e da paz. É
uma força que tem a sua origem em Deus, Amor eterno e Verdade absoluta.
Cada um encontra o bem próprio, aderindo ao projeto que Deus tem para ele a fim
de o realizar plenamente: com efeito, é em tal projeto que encontra a verdade
sobre si mesmo e, aderindo a ela, torna-se livre (cf. Jo 8, 22). Por isso, defender a verdade, propô-la com
humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e
imprescindíveis de caridade.
Esta, de fato, « rejubila com a verdade » (1 Cor 13, 6) (Bento
XVI, Caritas in veritate, n0 1).
Não
existe santidade sem caridade. E não pode existir a caridade sem a verdade!
Ora, assim como só se pode dar a saúde
combatendo a doença, também só se pode defender e ensinar a verdade, condenando
o erro oposto a ela. A caridade exige que se critique os erros do próximo e até
mesmo que se os condene e que se os castigue. Pois o Catecismo ensina que
ensinar os ignorantes e castigar os que erram são obras de misericórdia
espiritual, portanto, obras de caridade, de amor verdadeiro. Infelizmente, a
caridade de hoje, se pensa bem erradamente, que o amor proibe punir, corrigir,
criticar e até castigar. O “é proibido proibir” da revolução Hippie, foi
traduzido hoje como “Tudo é permitido”, menos claro, se praticar a
verdade ainda que na caridade, para o mundo de hoje, basta a caridade sem
verdade, pois esta última incomoda.
BIBLIOGRAFIA:
- LOCKE, John. A
Razoabilidade do Cristianismo. Stanford University Press; 1ª edição (1
janeiro 1958)
- LOCKE, John. Carta
acerca da tolerância. Tradução de Anoar Aiex. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978
- LOCKE, John. Ensaio
acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. 2ª ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1978
-KELLER, Timothy. A
fé na era do ceticismo: como a razão explica Deus. Trad. Regina Lyra. São
Paulo: Vida Nova, 2014.
-GOHEEN, Michael W; BARTHOLOMEW, Craig G. Introdução à cosmovisão cristã: vivendo na
intersecção entre a narrativa bíblica e a contemporânea. Trad. Márcio
Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 2016.
-PLANTINGA, Alvin. Crença
cristã avalizada. Trad. Desidério Murcho. São Paulo: Vida Nova, 2018.
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Excelentes esclarecimentos! Grata a Deus por pessoas e páginas assim! Contem com minhas orações e parabéns pelo maravilhoso e abençoado trabalho de vocês.
Comecei a ler e já no primeiro parágrafo, percebo contradição que no mínimo merece revisao: como se pode afirmar que o primeiro a dizer tal frase foi no século XVII e o primeiro a registrá-la foi no século XVI??? viajaram no tempo ou na maionese? Sem falar na arrogância, como se fosse Uniciente e saber tudo que foi dito em toda a vida de Agostinho de Hipona... e ainda se intitular portador da verdade!!! Leia Joao 17;21-23 pra enderender a importancia da unidade,, II corintios 3:17, sobre a liberdade e I Corinrios 13 e a bíblia toda, sobre o amor... atributos divinos nao negados na frase atribuida a Agostinho... lamentável demais o que produzem estes "teólogos" em seus ocios...
Prezado(a) anônimo(a),
Tentando se passar por sábio(a), acabou demonstrando sua tolice. O destaque é nosso, porém, a idiotice é sua (recomendamos retornar aos bancos escolares do primeiro grau onde se estuda sobre a datação dos séculos). E antes que queira excluir sua missa, ficará doravante para nossos internautas sua hilária pérola, e deixaremos ao julgamento de nossos leitores dizer quem navegou na maionese(?):
“Comecei a ler e já no primeiro parágrafo, percebo contradição que no mínimo merece revisao: como se pode afirmar que o primeiro a dizer tal frase foi no século XVII e o primeiro a registrá-la foi no século XVI??? viajaram no tempo ou na maionese? ...”
AULINHA BÁSICA SOBRE DATAÇÃO EM SÉCULOS PARA “ANÔNIMO AJUMENTADO METIDO A SÁBIO:
•Século I: ano 1 até o ano 100;
•Século II: ano 101 até o ano 200;
•Século III: ano 201 até o ano 300;
•Século IV: ano 301 até o ano 400;
•Século V: ano 401 até o ano 500;
•Século VI: ano 501 até o ano 600;
•Século VII: ano 601 até o ano 700;
•Século VIII: ano 701 até o ano 800;
•Século IX: ano 801 até o ano 900;
•Século X: ano 901 até o ano 1000;
•Século XI: ano 1001 até o ano 1100;
•Século XII: ano 1101 até o ano 1200;
•Século XIII: ano 1201 até o ano 1300;
•Século XIV: ano 1301 até o ano 1400;
•Século XV: ano 1401 até o ano 1500;
•Século XVI: ano 1501 até o ano 1600;
•Século XVII: ano 1601 até o ano 1700;
Eis aqui o que afirmamos com fonte:
Circula no meio Cristão (tanto católico como em outras denominações Cristãs) uma filosofia baseada no seguinte princípio: "Nas coisas essenciais, unidade, nas não-essenciais, liberdade; em todas as coisas, amor".Este princípio é comumente atribuído a Santo Agostinho, mas, na verdade, foi dito pela primeira vez por um protestante Luterano do sec XVII, Rupertus Meldenius, também, conhecido por Peter Meiderlin, princípio este que só foi registrado formalmente por Marco Antonio de Dominis (1566-1624) no Livro 4, capítulo 8, página 676 do primeiro volume de sua obra: A Republica Ecclesiastica do Libri X — Londres, 1617. A partir de então, se tentou malabarísticamente, promover a unidade acima da verdade absoluta da Palavra de Deus...
Estude um pouco mais e depois volte, se ainda tiver coragem depois desse vexame...
Shalom!
Everaldo – Colaborador do Apostolado Berakash
Ora, assim como só se pode dar a saúde combatendo a doença, também só se pode defender e ensinar a verdade, condenando o erro oposto a ela. A caridade exige que se critique os erros do próximo e até mesmo que se os condene e que se os castigue. Pois o Catecismo ensina que ensinar os ignorantes e castigar os que erram são obras de misericórdia espiritual, portanto, obras de caridade, de amor verdadeiro. Infelizmente, a caridade de hoje, se pensa bem erradamente, que o amor proibe punir, corrigir, criticar e até castigar. O “é proibido proibir” da revolução Hippie, foi traduzido hoje como “Tudo é permitido”, menos claro, se praticar a verdade ainda que na caridade, para o mundo de hoje, basta a caridade sem verdade, pois esta última incomoda.
Clarice Santos - MG
Alguem avise ai a esse jumento metido a sabidão que o século XVII vai do ano ano 1601 até o ano 1700 e que tanto Rupertus Meldenius (1582 - 1651 ) como Marco Antonio de Dominis (1566-1624), ambos faleceram despois do ano 1600, portanto, no século XVII.
Nelson - SP
Essa pessoa anônima deve ter estudado com o método Paulo Freire
kkkkkkkkkkkkkkkk Eis ai o resultado! kkkkkkkkkkkkkkk
ATENÇÃO! Não posso, por exemplo, querer fazer caridade com dinheiro roubado, ou tirado do narcotráfico. Não posso ajudar os pobres usando da corrupção. Não posso, “por caridade” dizer a um casal de segunda união que podem comungar, ou dizer a uma dupla de homossexuais que o amor deles justifica a sua vida sexual. Não se pode dizer aos jovens que namoram que o amor deles justifica o sexo antes do casamento. Não se pode recomendar o uso da “camisinha” para evitar a AIDS, porque é um meio é mau, imoral, que estimula o sexo fora do casamento.Não se pode promover a justiça através da luta de classes, e do desrespeito às leis. Não se pode invadir terras e casas dos outros para promover a justiça. Os fins não justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida sem observar a verdade. E assim por diante, vemos hoje muitos sacrifícios da verdade de Deus em nome de uma “falsa caridade”. A verdade norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Sem a verdade a caridade é falsa, e não pode haver salvação.
José Mário - Fortaleza.CE
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