O papa Francisco disse no dia 08/06/2021 no Vaticano que os Padres
não são Super-Homens!
“Os sacerdotes devem assumir as suas fragilidades como lugar teológico e
evitar a tentação de ser super-homens - falando numa audiência aos membros do
Colégio de São Luís dos Franceses. Continuou o papa: Numa sociedade marcada
pelo individualismo, autoafirmação e indiferença, vocês fazem a experiência de
viverem juntos com seus desafios cotidianos...” disse Francisco em seu
discurso.
REZEMOS
PELOS SACERDOTES – MAIS UM PADRE TIRA SUA VIDA...
Gen. 2,18: “Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só!”
Leiam este texto de
um Sacerdote. É uma nota de pesar e de preocupação pela morte do Padre
Edilberto da diocese de Quixadá, no Ceará ,que foi encontrado morto no
apartamento em que morava, mas também, pela repetição destes casos em nosso
país, e o silêncio em torno desta triste realidade que precisa ser no mínimo despertada:
“Meus sentimentos a
sua família e a todos vocês de Quixadá, a Dom Ângelo, ao clero e o povo de Deus
daquela diocese.
Mais um sacerdote que “parte” de maneira que, aos poucos infelizmente, vai
se tornando comum entre os padres. Isso não é normal! Isso não deveria estar
acontecendo com os padres. Precisa- se fazer algo urgente para ajudar os nossos
padres! São seres humanos também! Por isso, conclamo todo povo católico, cristão,
e pessoas de fé , a rezarem mais intensamente pelos padres, e estarem mais próximos a eles, por favor!
QUERIDOS e amados
padres, celebrem, ministrem o sacramentos, rezem, adorem ao Senhor, sirvam com
amor, zelo, dedicação e responsabilidade ao povo de Deus… Mas também, tenham
seus momentos de lazer como Jesus tinha e fez! Saiam com seus amigos e amigas para
sorrir, pescar, acampar, fazer uma trilha, jogar conversa fora, verem um filme, passear, visitar uma família que
se afeiçoem reciprocamente. Mas, que estas famílias e pessoas saibam respeitar a
pessoa do padre, não o tornando motivo de escândalo! Muitas vezes o Padre a contra gosto, para não ser chato se obriga a fazer coisas e estar em ambientes que não lhe convém. Outra coisa, muitas vezes, terminada a
missa da manhã, o padre vai tomar seu café sozinho, convide-o para tomar café
com você! Se a missa terminar na hora do almoço ou jantar, convide-o para
almoçar, ou jantar e depois conviverem um pouquinho, você não ficará mais pobre
por isso, muito pelo contrário, se enriquecerá de graças, pois diz a palavra:
Mateus 10,41-42:”Quem recebe um profeta por reconhecê-lo como profeta,
receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por suas qualidades de
justiça, receberá a recompensa de justo. E quem der, mesmo que seja apenas um
copo de água fria a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, com toda
a certeza vos afirmo que de modo algum perderá a sua recompensa”.
Queridos padres vivam
o dom da vida! Somos seres sociáveis, não fomos criados para o isolamento, pois
nosso Deus é uma Comunidade UNA e TRINA! Precisamos ser humanos como Jesus era!
Amados padres, não se ISOLEM dos demais, aceitem os convites para convivência
fraterna! Se deixem serem amados! Não tenham dúvidas, tem pessoas boas ao seu
redor! Não precisamos fazer tudo! Somos mais amigos que servos de Cristo! Façamos
o que estiver ao nosso alcance com amor e zelo, mas não queiramos agir como
super homens, ou como deuses dotados de Onisciência, Onipotência e Onipresença!
NÃO SOMOS HEROIS, somos homens frágeis, impotentes e limitados! Somos apenas servos
inúteis e INSTRUMENTOS nas mãos do Senhor a serviço da santa mãe igreja. AMADOS
padres, vocês precisam e necessitam viver as relações humanas de fraternidade,
precisam também de tempo para si mesmos para melhor servir aos outros, do
contrário não terão nada a dar, a não ser o pior de si mesmos! Doravante, não
nos isolemos, mas cuidemos uns dos outros, pelo amor de Deus! Que o bom Deus
receba no seu Reino de amor, nosso irmão em Cristo, o Padre Edilberto, que ele
descanse em paz...” (Adaptado do Pe. Yossef
Leo Assis Padilha)
Nove
padres se suicidaram - o que fazer?
* Pe.
Matheus S. Bernardes
No dia 07 de novembro passado, mais um padre tirou sua
própria vida – já são nove só em 2021! O que fazer? Infelizmente, o número de suicídios permanece elevado no
Brasil e no mundo: segundo o anuário brasileiro de segurança pública, em 2020
foram registrados no país 12.895 suicídios. É um número elevado, o que fazer?As
causas que levam uma pessoa a tirar sua própria vida são as mais variadas
possíveis; o que, sim, é comum a todos os casos é o fato de enxergarem na morte
a única saída – ainda que desesperada – para aquilo que estão vivendo. Se comparamos os índices, podemos até relativizar a
problemática do suicídio de padres: o número
de padres que tira a própria vida não chega a 0,0007% dos casos (é preciso
registrar a diferença do período usado para a comparação, mesmo assim a
variação permanecerá inexpressiva). Pode um padre se suicidar?Não dispomos em
português da mesma semântica dos idiomas anglo-germânicos que distinguem entre
poder de permissão e poder da ação – no caso do inglês, a distinção é feita
pelo uso dos verbos auxiliares may e can, no caso do alemão, dos verbos
auxiliares dürfen e können.Como todo ser humano, o padre não pode – não tem a
permissão – de tirar a própria vida. Não se
trata de uma imposição moral advinda da sociedade, tampouco da religião, mas de
uma disposição ética profunda do ser humano que o permite contemplar a vida
como absoluta gratuidade da qual não tem a permissão para dispor.Possivelmente, essa tenha sido a motivação que teve A. Calmus
ao afirmar que o único problema filosófico que deve ser levado a sério é o
suicídio. Não se trata somente da negação de Deus e do mundo, mas a negação de
si mesmo, da inteligência e da liberdade que permitem ao ser humano recomeçar
do zero todos os dias. Por isso,
filosoficamente, nenhum ser humano pode – ou tem a permissão – de tirar a
própria vida.
atenção! O sacerdote é também um ser humano com todos seus
complexos!
Entretanto, o padre, como todo ser humano, pode – tem o
poder da ação – para tirar a sua vida; os números, infelizmente, comprovam esse
poder, essa ação. Mas por que tantos se
escandalizam diante do suicídio de um padre? Diria até mais precisamente, o
suicídio de todo ser humano deveria produzir o mesmo escândalo, afinal de
contas, como mencionei anteriormente, se trata de negação de si mesmo.
Entretanto, o fim doloroso e dramático da vida de um padre, que tira a própria
vida, escandaliza muito mais. Por quê?Talvez a resposta a essa pergunta possa
iluminar a reflexão sobre o problema. Não
pretendo dar uma resposta definitiva, somente tenho a pretensão de oferecer – a
quem quiser – alguns elementos para a reflexão.Circula pelos grupos de padres
do WhatsApp, uma carta de um irmão padre que insiste muito no zelo que cada um
de nós deve ter por si mesmo. O Pe. José
Alves, que tirou sua vida no último dia 07 de novembro, escreveu pouco antes de
cometer o ato desesperado “Amo minha Igreja”. O autor da carta muito
assertivamente se questiona: mas a Igreja ama seus padres?Ele enumera diversas situações que empurram os padres para
as crises que podem levar ao suicídio, como no caso do Pe. José:
-A pouca atenção dos bispos.
-A pressão de ser bons administradores e exímios ministros
pastorais.
-A frieza das relações dentro do presbitério.
-A pressão das comunidades.
-As denúncias – muitas vezes falsas.
-A dureza do Código do Direito Canônico, que se mostra, em
algumas ocasiões, muito mais importante que o Evangelho.
Por mais que tenha enumerado diversas situações, que são
propriamente sintomas da grave crise, penso que o
autor da carta não tocou – não por incapacidade ou falta de percepção – o
problema mais profundo que jaz sob a situação: a “sacralização”, quando não, o “endeusamento” do padre.
Acúmulo de funções?
O padre hoje é um ministro ordenado que acumula os
serviços dos diakonói e dos presbyterói do Novo Testamento, isto é, estar a serviço da Palavra, da mesa, especialmente dos
pobres (entenda-se por mesa, a Eucaristia, sacramento da partilha do pão), e
das comunidades (At 6,1-6). Em nenhuma passagem do Novo Testamento, os
ministros ordenados se identificam com a palavra hiereùs (sacerdote): diáconos,
presbíteros, profetas, apóstolos, episkopói (bispos) são os nomes dados aos
mais diversos serviços dentro da comunidade.De
fato, se não fosse pela Carta aos Hebreus, a tradição cristã teria excluído por
completo a função sacerdotal. Não pode se esquecer que foram os sacerdotes do
Templo de Jerusalém que se posicionaram contra Jesus em seu julgamento (Jo
18,19-24); o próprio Jesus sempre se mostrou muito crítico ao poder sagrado com
o qual o Templo e os sacerdotes estavam revestidos (Mc 13,1-2).Mas retomando a Carta aos Hebreus, é mister destacar que a
função sacerdotal de Jesus apresentada pelo autor do texto neotestamentário se
destaca pela misericórdia para com suas irmãs e seus irmãos (Hb 4,15); o sacerdócio em Jesus não é entendido como “sagrado”,
isto é, separado, mas bondoso e compassivo.
O Sacerdócio na História da Igreja
Ao longo da patrística, especialmente no período pré-niceno, a Igreja – a comunidade, não a
instituição em primeiro lugar – era a verdadeira sacerdotisa, porque oferecia
ao Pai, na força do Espírito Santo, o maior de todos os dons recebera: o
próprio Jesus Cristo. Contudo, o
ministério ordenado passou por profundas transformações com a assunção do
Cristianismo a religião oficial do Império Romano: os ministros ordenados, sobretudo os bispos, assumiram traços
dos dignatários do império, entre eles seu “endeusamento”. A história testemunha esse processo de distanciamento do
clero – palavra que jamais deveria ter sido usada no Cristianismo – daquelas e
daqueles que receberam o nome de leigas e leigos. Se esse nome é compreendido desde sua riqueza etimológica,
isto é, desde sua origem na palavra laós (povo), tudo bem; porém, se é
compreendido como distinção, ou mais precisamente, subordinação ao clero; tudo
errado.Durante a Idade
Média europeia, a sacralização dos ministros ordenados foi sobre acentuada,
quando eles se viram obrigados a assumir elementos próprios da vida religiosa
monástica, concretamente o celibato e a vida de oração mediante a recitação dos
salmos várias vezes ao longo do dia. A passagem da Idade Média para a Idade
Moderna reforçou esse processo quando os reformadores levantaram sérias
questões sobre o sacramento da Ordem. Somente no
século XX, com o Concílio Vaticano II, houve um resgate das bases bíblicas e
patrísticas do ministério ordenado.
Vaticano II e a contemporaneidade agiornada do Sacerdócio Real e Ministerial na
Igreja
Bispos e padres, somos vistos como seres
“divinos” que renunciam a tudo nesta vida para se dedicar à “salvação das
almas”. O “sacerdote sagrado” se sobrepõe ao “presbítero”, isto é, àquele que
goza do respeito da comunidade porque está a serviço dela. Ainda que muitos padres compreendam seu ministério em
unidade com as comunidades, não são poucos os
exemplos que se entendem a si mesmos como “criaturas angelicais”, uma espécie
de “terceiro gênero” dessexualizado, como bem aponta J. Tricou, professor da
Universidade de Lausanne/ Suíça, em seu livro “Des soutanes et des hommes.
Enquête sur la masculinité des prêtes catholiques” (Das batinas e dos homens.
Pesquisa sobre a masculinidade dos padres católicos, em tradução livre).Não
somos “seres divinos”, nem “criaturas angelicais”, somos homens que
compartilham com os demais homens e as mulheres as mesmas angústias do dia a
dia.
Afirmava acima que o autor da carta sobre o suicídio de
padres enumerou uma longa lista de sintomas, mas penso que a verdadeira causa está no “endeusamento”, na
“sacralização” dos padres que tem como resultado a pior enfermidade da Igreja,
o clericalismo tão denunciado pelo Papa Francisco.A divinização – para usar um termo da Patrística – do padre
é a mesma que se dá em todas as cristãs e todos os cristãos no dia de seu
Batismo. Os padres não são “privilegiados” por termos recebido o sacramento da Ordem; somos, sim,
capacitados pela graça para servir a comunidade, da qual nunca devemos nos afastar.
Não somos “especiais”, não somos super-homens que devem ser excelentes
administradores dos bens eclesiásticos e gênios pastorais. Somos falhos, muito
falhos! E as comunidades não deveriam se escandalizar disso! Pelo contrário,
elas também devem estar próximas de seus padres e não lhes fazer a vida impossível, cobrando além de seus limites.
A formação sacerdotal precisa mudar!
Como mencionei anteriormente, não pretendo apontar nenhuma resposta definitiva ao problema, mas simplesmente, iluminar a reflexão. Padres não são seres especiais, são homens frágeis como quaisquer outros e, por isso, infelizmente, podem acabar tirando sua própria vida.
Enquanto, a Igreja impor a seus padres um “endeusamento” indevido, continuaremos registrando o aumento do número dos casos de suicídio de padres. Se a Igreja quer fazer algo de bom para seus padres, em primeiro lugar, não passe os longos e árduos anos da formação “enfiando na cuca” dos seminaristas que foram eleitos para o mais sublime de todos os ministérios; não os torne uma casta apartada do mundo e da vida.
Não é intenção deste texto, mas
precisamos conversar urgentemente sobre os seminários! A formação sacerdotal precisa ser revista, reformulada,
repensada, ampliada! Precisamos criar seres
humanos prontos para servir, mas também escutados e acolhidos em suas limitações e
fragilidades. Se a Igreja quer evitar que as
mídias mostrem sua fragilidade porque mais um padre se suicidou, procure
urgentemente superar o maior câncer que a aflige, "o clericalismo!"
-Já é passada a hora de renunciar a símbolos de honra e poder, como as
vestes clericais.
-Já é passada a hora de nos enxergarmos a nós mesmos como batizados
antes de ministros ordenados.
-Já é passada a hora de sermos Povo com e como nosso povo, como refletiu
J. Sobrino ao escrever sobre o Emanuel – el Dios con nosotros y como nosotros.
*Pe.
Matheus S. Bernardes é sacerdote da Arquidiocese de
Campinas/SP e professor de Teologia da PUC-Campinas.
ORTODOXIA DE G. K. Chesterton - CAPÍTULO
V: “A BANDEIRA DO MUNDO” (NÃO EXISTE honra NA DESONRA E NEM NO SUICÍDIO)
Quando eu era criança, havia dois homens estranhos correndo por
aí, que eram chamados de Otimista e pessimista. Eu usei constantemente esses
termos e confesso com toda a ingenuidade, que nunca tive uma ideia muito
especial o que eles significavam. A única coisa que pode ser considerada
evidente é que eles não queriam dizer o que queriam dizer, porque a explicação
verbal atual era que o otimista julgava que o mundo era totalmente bom,
enquanto o pessimista julgou que é tão ruim quanto pode ser.
Ambos sendo testes de uma loucura raivosa e
óbvia, era necessário procurar outra explicação. Um otimista não pode ser um
homem que encontra tudo de bom e nada de ruim. Porque isso é absurdo; é como
dizer que tudo está certo e nada pode ser chamado de sobra.
No
geral, cheguei à conclusão de que o otimista acreditava que tudo estava bem, exceto
o pessimista, e que o pessimista acreditava que tudo era ruim, exceto ele
mesmo.
Seria injusto omitir ambos. Da
lista de definições, misteriosas mas sugestivas, feitas, dizem, por uma menina:
“Uma
otimista é um homem que cuida dos seus olhos e um pessimista é um homem que
cuida dos seus pés."
E não tenho certeza disso! Esta pode não
ser a melhor das definições, mas, há uma espécie de verdade alegórica nisso.
Porque talvez, haja uma diferença aplicável àquela que existe entre aquele
pensador mais sombrio que só pensa em no contato de cada momento com a terra, e
aquele outro pensador, menos triste, que considera antes a nossa faculdade
primordial de ver e escolher um caminho.
Mas,
aqui há um erro profundo na alternativa do otimista e do pessimista!
Isso implica que o homem critica este mundo
como se fosse um caçador de casas, como se estivesse visitando um edifício de
departamentos. Se um homem viesse a este mundo vindo de outro mundo e já
estivesse em plena posse de suas faculdades, ele poderia argumentar se a
vantagem das florestas outonais supera, ou não, a desvantagem do cães raivosos,
por mais que um homem que procura alojamento possa ponderar a conveniência de
ter telefone contra o inconveniente de não ter vista para o mar. Mas nenhum
homem está nessa condição.
Um
homem pertence a este mundo antes de começar a descobrir se é bom pertencer a
ele. Ele lutou e muitas vezes alcançavam vitórias heroicas pela bandeira muito
antes de serem alistados. Para expor Resumidamente a ideia essencial: você tem
uma lealdade, muito antes de ter uma admiração!
No último capítulo, eu disse que os contos
de fadas expressam melhor esse primeiro sentimento de que o mundo é estranho e
ainda assim atraente. O leitor, se desejar, pode pular o período seguindo
aquela literatura bélica que geralmente, na vida de uma criança, segue a dos
contos de fadas. Todos nós devemos uma moralidade saudável aos horrores
baratos. Seja qual for a razão, pareceu-me, e ainda me parece, que a nossa
atitude perante a vida pode ser expressa em termos de uma espécie de lealdade
militar e não em termos de crítica ou aprovação.
Minha
aceitação do universo não é otimismo, mas sim algo como patriotismo. É o caso
de uma lealdade elementar. O mundo não é um pousada em Brigkton que a deixamos
se for miserável...
A questão não é que este mundo seja
triste demais para ser amado ou alegre demais para ser desprezado!
A
questão é que, quando você ama algo, sua alegria é amá-lo, e sua tristeza é a
razão de amá-lo...
Da mesma forma, o otimismo e o pessimismo
são argumentos de consistência igual para o patriota cósmico. Suponhamos que
estamos diante de algo desesperador, digamos, o Pimlico(8). Se pensarmos no que
é realmente melhor para Pimlico, descobriremos que o curso do pensamento nos
leva ao trono do místico e o arbitrário. Não basta que um homem desaprove
Pimlico: pois nesse caso, ele simplesmente cortará a própria garganta ou se
mudará para o Chelsea...
*8 Subúrbio pobre e atrasado de Londres.
(Nota do tradutor)
A única solução pareceria ser alguém amar
Pimlico; Eu o amaria com um afeição transcendental e sem qualquer razão
terrena. Se aparecesse um homem que amasse Pimlico, ele Pimlico surgiria em
torres de marfim e pináculos dourados. Pimlico estaria enfeitado como uma
mulher quando ela é amada.
Porque a
decoração não é para esconder algo horrível, mas para enfeitar algo que já
existe e é adorável. Um amante não dá um colar para a amada, para que ela possa
esconder o pescoço, pelo contrário!
Se os homens amassem Pimlico como as mães e
os amantes Eles amam seus filhos, e seus amados, em um ou dois anos Pimlico
seria mais belo do que Florença. Alguns leitores dirão que isso é mera
fantasia. E eu respondo que esta é a história atual do humanidade. Na verdade,
foi assim que as cidades se tornaram grandes. Vamos voltar ao mais escuro
raízes da civilização e as veremos atadas em torno de uma pedra, ou envolvendo
algum bem sagrado. As pessoas primeiro prestavam homenagem a um lugar e depois
adquiriam sua glória.
Os
homens não amavam Roma porque era ótima. Ela era ótima porque eles a amavam!
As teorias do contrato social do
século XVIII têm sido alvo de muitas críticas em nossos tempos
E, no
entanto, eles estavam demonstravelmente corretos na medida em que queriam dizer
que toda forma histórica de governo, era sustentada por uma ideia de satisfação
e cooperação.
Mas tais teorias são verdadeiramente
imprecisas, pois sugerem que os homens foram conduzidos à ordem ou à ética,
simplesmente por uma troca consciente de interesses.
-A
moralidade não foi iniciada por um homem dizendo a outro homem: "Eu não
vou bater em você se você não me bater! Não há vestígios de tal transação. Há vestígios do que os dois homens disseram: No lugar
sagrado, não devemos bater uns nos outros! Eles adquiriram sua
moralidade observando sua religião.”
-Eles
não cultivaram coragem de forma filosófica como uma virtude. Eles lutaram pela preservação de seus bens e valores conquistados,
e descobriram que haviam se tornado corajosos!
-Não, eles
não cultivaram a higiene de forma plenamente consciente! Eles se purificaram
para o altar e descobriram que estavam limpos!
A história do Judeus é o único documento
primitivo que a maioria dos ingleses conhece. Por meio dela, os fatos podem ser
suficientemente julgados.
Os Dez
Mandamentos, que foram considerados substancialmente
comuns a toda a humanidade, eram simplesmente comandos militares; um
código de pedido para um regimento, emitido para proteger uma certa arca
através de um certo deserto. A anarquia era maligna, porque colocava em perigo
o que era sagrado.
E somente quando eles fizeram um dia santo
para Deus, eles descobriram que Eles fizeram um dia de descanso (feriado) para
os homens. Se percebermos que esta primeira devoção a um lugar ou a uma coisa é
uma fonte de energia criadora, podemos seguir um fato peculiar. Reiteremos por
um momento que o único otimismo justo é uma espécie de patriotismo universal.
O que
acontece com o pessimista? Acho que se pode dizer que é o antipatriota cósmico.
E o antipatriota? Creio que se pode dizer, sem amargura indevida, quem é o
amigo sincero. E o amigo ingênuo? Ouso dizer que o lado
ruim do amigo sincero é que ele simplesmente não é sincero! Esse escondendo
algo, seu próprio prazer sombrio em dizer coisas desagradáveis. Ele tem
um desejo secreto de machucar, e certamente não é para ajudar.
Então, suponho que é isso que torna uma
certa raça de antipatriotas tão irritante para o cidadão de boa saúde. Não
estou falando (claro) de antipatriotismo que só irrita os cambistas febris e
atrizes sugestivas; Simplificando, isso é patriotismo.
Não
vale a pena responder inteligentemente a um homem que diz que nenhum patriota
deveria criticar a Guerra enquanto ela não termine; Ele está dizendo que um bom
filho não deve avisar sua mãe que ela vai cair do penhasco, mas, só depois que ela
cair.
Mas há um antipatriota que
honestamente irrita os homens honestos e patriotas!
A explicação,
creio eu, é a que sugiro: é o amigo sincero que diz: "Sinto muito dizer
que estamos perdidos", ele não sente é nada! E sem figura retórica,
pode-se dizer que é um traidor; porque o conhecimento lhe foi fornecido para
estimular o exército, ele usa para desencorajar as pessoas de se juntarem a
ele.
O mal do pessimista não é querer punir os
deuses e os homens, mas sim não amar o que pune, ele não tem aquela lealdade
primordial e sobrenatural às coisas.
Qual é
o mal do homem comumente chamado de otimista? É evidente que o otimista
exarcebado, desejando defender a honra do mundo, defenderá até o indefensável.
Estará menos inclinado a modificar o
coisas; Ele está mais inclinado a dar uma espécie de resposta de parapeito a
todas as perguntas que o atacam, acalmando a todos com promessas. Ele não
lavará o mundo, mas vai querer branqueá-lo. Tudo isso (o que é verdade, numa
espécie de otimismo) nos leva ao ponto verdadeiramente interessante da
psicologia e sem o qual ela é impossível explicar o que precede.
Dizemos
que deve haver uma lealdade elementar à vida! A única questão é: deveria ser
uma lealdade natural ou sobrenatural? E se você preferir assim, deve ser uma
lealdade racional ou irracional?
Agora, o paradoxal, é que o falso optimismo
(que encobre a fraca defesa das coisas) acompanha otimismo razoável. Otimismo
racional leva ao estacionamento. Deixe-me explicar usando o paralelo do
patriotismo mais uma vez:
O homem mais adequado para arruinar o lugar
que ama é justamente aquele que o ama por algum motivo (tire o motivo e ele
deixará de ama-lo). Ele, o homem que realmente beneficia um lugar, é o homem
que o ama sem motivo. Se um homem ama apenas algum aspecto de Pimlico, se verá
defendendo esse aspecto contra o próprio Pimlico. Mas se simplesmente ama
Pimlico por si mesmo, ele pode transformá-la em uma Nova Jerusalém.
Os piores reformadores não amam a
Inglaterra, mas uma ideia de Inglaterra. Se amamos a Inglaterra por ser um
império, podemos exagerar no sucesso com que governamos a Hindus. Mas se a
amarmos apenas por ser uma nação, podemos enfrentar todos os eventos, porque
seria uma nação mesmo se os hindus nos governassem. Um homem que ama a
Inglaterra porque é inglês não está interessado em como a Inglaterra surgiu.
Mas aquele que a ama porque é anglo-saxão, este poderia refutar os fatos apenas
com sua imaginação. Eu poderia concluir (como Carlyle e Freeman) argumentando
que a Conquista Normanda foi uma conquista Saxônica. Ele poderia concluir em
completa irracionalidade, porque ele tem um motivo.
Em nenhum
lugar o patriotismo é puramente abstrato e arbitrário. E em nenhum lugar a
reforma é mais ativa e progressiva. Quanto mais transcendental for o
patriotismo, mais práticos serão os políticos!
Talvez o exemplo mais comum desta questão
seja o caso das mulheres; e de sua estranha e forte lealdade. Algumas pessoas
estúpidas incutiram a ideia de que as mulheres, ao apoiarem os seus próprios
interesses, são cegas e não veem nada. Eles dificilmente conheceram realmente as
mulheres. As mesmas mulheres sempre prontas para defender seus homens através
das dificuldades e inconsistências em seus relacionamentos pessoais com a cara
e a coragem. O amigo de um homem gosta do amigo, mas o deixa como ele está: já
uma esposa que o ama está sempre lá, e sempre tentando muda-lo de outras formas.
O verdadeiro amor não é cego; isso é a
última coisa que seria; e quanto mais consolidado for o amor, menos cego ele será.
Pelo menos, essa se tornou minha perspectiva sobre tudo o que é chamado de
otimismo, pessimismo e progresso. Antes de realizar qualquer ato de reforma
cósmica, devemos fazer um juramento de solidariedade cósmica.
Um
homem deve se interessar pela vida, para então poder se interessar por suas
próprias teorias sobre ela.
Dir-se-á que um ser racional, com relativa
conformidade e relativa satisfação, lubrifica o mundo como uma mistura de bem e
mal. É justamente essa atitude que tenho que é meu defeito. Eu sei que é muito
comum hoje em dia; e Mateo Arnold expressou com tanta perfeição em seus versos
mais penetrantemente blasfemos que os gritos de Schopenhauer:
“Já
vivemos o suficiente, e se uma vida alcançada é tão raro.
Embora
suportável, não vale a pena, por essas pompas do mundo, essa dor de
nascer."
Não queremos que a alegria e a tristeza se
neutralizem e produzam conformidade. Devemos ver o mundo como o castelo do ogro
que deve ser invadido, e ainda assim olhá-lo ao mesmo tempo para nossa casa onde
podemos retornar quando a noite cai. Ninguém duvida que um homem normal possa
se dar bem com o mundo; mas não precisamos de suficiente força para conviver
com ele, mas força suficiente para que ele se dê bem conosco. É possível que esse
homem odeia o suficiente para mudar e ama o suficiente para achar que vale a
pena mudar? É possível que ele olhe para a grandeza colossal de seus males sem
jamais se sentir afligido? Resumidamente: Pode um homem ser ao mesmo tempo não
apenas um pessimista e um otimista, mas também um pessimista fanático e um
otimista fanático?
Ele é
pagão o suficiente para morrer pelo mundo e cristão o suficiente para morrer
nele?
Eu afirmo que é o otimista racional que
falha, e o otimista irracional que tem sucesso. Ele está disposto a destruir o
universo inteiro, pelo bem do próprio universo. Escrevo estas coisas, não na
maturidade da sua ordem lógica, mas tal como se apresentaram, e esta última
teoria foi esclarecida e aguçada por um acidente do momento:
À sombra prolongada de Ibsen, Surgiu um
argumento: que era uma coisa muito legal suicidar-se! As imagens esculpidas
modernas diziam que não deveríamos sequer dizer "pobre rapaz" a um
homem que tinha explodiu seus miolos, já que ele era uma pessoa invejável e os
havia explodido por causa de sua própria excelência. O Sr. William Avcher
chegou a sugerir que na era de ouro da humanidade, haveriam máquinas de
"moedas na caixa". "slot", graças às quais um homem poderia
cometer suicídio por dez centavos. Em tudo isso, me vi completamente hostil a
muitos que se diziam liberais e humanos.
O
suicídio não é apenas um pecado; É o pecado por excelência! É o mal interior e absoluto! É recusar-se a
tomar interesse na existência; é recusar-se a jurar lealdade à vida. O homem
que mata um homem, mata apenas um homem. O homem que se mata, mata todos os
homens!
É pior do que qualquer sequestro ou
qualquer ataque com dinamite. Porque ele destrói todos os edifícios e insulta
todas criatura! O ladrão está satisfeito com diamantes; Mas o suicídio não:
esse é o seu crime. Ele não pode ser atraído nem mesmo pelas pedras brilhantes
do Cidade Celestial. O ladrão elogia o que rouba, mas não a pessoa que foi
roubada.
Mas, o
suicídio por não roubar algo que se cobiça, é um insulto a todas as coisas na
Terra. Ele despreza todas as criaturas, até as mais insignificantes do cosmos!
Sua morte significa um sorriso zombeteiro e desdenhoso. Quando um homem se enforca
numa árvore, as folhas podem cair de raiva, e pássaros voar dele em fúria, pois
todos receberam uma afronta pessoal.
É claro que pode haver uma emoção patética
que justifique tal ato. Há muito mais Verdade racional e filosófica no enterro
do suicida nas encruzilhadas, sem cruz, e fora dos cemitérios, do que nas
máquinas suicidas que o Sr. Avcher previu. O enterro isolado e voltado ao
esquecimento do suicida tem um significado. O crime daquele homem é diferente
de outros crimes. Mais ou menos nessa altura, li um solene discurso de um livre
pensador: ele disse que o suicídio era o mesmo que mártir. Essa falsidade
ajudou-me a esclarecer o assunto.
Obviamente,
o Suicídio é o oposto de martírio! O mártir é um homem
tão interessado em algo externo a si mesmo, que é capaz de dar sua vida por
algo melhor! O mártir quer que algo comece! Já o suicida, de forma egoísta,
quer que tudo acabe!
O suicídio é ignóbil, porque não tem esse
vínculo com a existência; é simplesmente um destruidor; destrói espiritualmente
o universo. E então, me lembrei da estaca sobre o túmulo dos suicidas, e dos
seus sepultamentos em encruzilhadas, e do fato que o cristianismo demonstrou
essa surpreendente severidade para com os suicidas. O cristianismo histórico
foi acusado, não inteiramente sem razão, para levar o martírio e o ascetismo a
tal ponto, que era considerado pessimista. O Os primeiros cristãos falavam da
morte com uma alegria indescritível. Eles beijavam a sepultura com mais prazer
do que se fosse um campo de flores. Para muitos daquele tempo, isso parecia a
verdadeira poesia do pessimismo. No entanto, lá está os suicidas enterrados nas
encruzilhadas para mostrar o que o cristianismo pensa do suicida. Este foi o
primeiro da longa cadeia de enigmas com que o cristianismo enfrentou.
E com isso se manifestou uma peculiaridade
da qual terei que falar mais detalhadamente, porque é característica de toda
noção cristã e definitivamente iniciada neste enigma particular.
A
atitude cristã em relação ao martírio e ao suicídio não era aquela
frequentemente afirmada pela moral moderna.
O sentimento cristão não era simplesmente
que o suicídio levou o martírio longe demais. O sentimento Cristão estava
determinado e abraçado com os mártires, e furiosamente contra o suicida! Essas
duas coisas que pareciam tão semelhantes, estavam em extremos opostos do céu e
do inferno.
Um
homem fez pouco caso de sua vida; mas, seu testemunho foi tão bom que seus
ossos puderam curar cidades atingidas pela peste, trazendo esperança e vida.
Outro homem jogou fora sua vida; mas, seu gesto foi tão ruim que seus ossos
contaminaram seus semelhantes, trazendo desespero e morte.
Foi aqui que descobri pela primeira vez que
meu pé desorientado e errante, finalmente estava em uma boa trilha aberta. O
cristianismo também, sentiu esta oposição entre o mártir e o suicida. Depois
Lembrei-me de que o cristianismo foi acusado de combinar precisamente essas
duas coisas que eu estava tentando fazer combinar.
O
cristianismo foi acusado de ser muito otimista em relação ao universo e muito
pessimista em relação ao mundo. A coincidência de repente me paralisou.
Na controvérsia moderna surgiu um
hábito imbecil de dizer que tal e tal crença pode ser sustentada em um momento,
mas não em outro...
Dizem-nos que alguns dogmas eram credíveis
no século XII e não credíveis no século XX (como se 2 + 2 pudesse deixar de ser
4). O mesmo seria dizer que um aspecto do cosmos era conveniente até às três e
meia, mas inconveniente até quatro e meia. Se um homem acredita em uma vontade
anterior à lei, ele pode acreditar em qualquer milagre, em qualquer época.
Suponhamos, para efeitos de argumentação, que estamos perante o caso de um cura
milagrosa. Um materialista do século XII não acreditaria nisso mais do que um
materialista do século XX. Mas Um cientista cristão do século XX acreditaria
nisso tanto quanto um cristão do século XII.
Geralmente é o cristão
despreocupado e tolerante que faz os elogios mais indefensáveis a
Cristandade !
Ele
fala como se nunca tivesse havido devoção ou compaixão na história da
humanidade, até o Cristianismo, um ponto sobre o qual qualquer pessoa medieval
estaria ansiosa para refutá-lo.
Sua peculiaridade era ser peculiar e simplicidade
e sinceridade não são peculiares, mas aspirações evidentes de toda a espécie
humano. O cristianismo foi a resposta para um enigma e não a verdade definitiva
demonstrável após um longa conversa. Numa excelente revista semanal com
tendências puritanas, li isto há alguns dias observação; que o cristianismo,
despojado de sua estrutura dogmática (como se falaria de um homem despojado de
sua estrutura) não seria nada mais do que a doutrina Quaker da Luz Interior.
Se eu
dissesse que o cristianismo veio ao mundo especialmente para destruir a
doutrina da Luz Interior, seria uma exagero. Mas estaria muito mais próximo da
verdade!
Os estóicos extremos, como Marco Aurélio,
eram precisamente aqueles que acreditavam na Luz Interior. A sua dignidade, o
seu cansaço, a sua preocupação exterior, pelo próximo, e a sua preocupação
interna por si mesmos, tudo era efeito da Luz Interior, e tudo o que existia
apenas à mercê desta iluminação sombria. Note que Marco Aurélio insiste (como
os moralistas sempre fazem) sobre pequenas coisas feitas ou omitidas. É porque
ele não sente ódio nem amor o suficiente para provocar uma revolução moral.
Ele se levanta cedo de manhã, assim como eles se levantam no
amanhã cedo de manhã nossos próprios aristocratas que vivem a Vida Simples,
porque esse altruísmo é muito mais fácil do que suspender os jogos de
anfiteatro ou devolver as terras ao povo inglês. Marco Aurélio é o mais
intolerável dos tipos humanos. Ele é um altruísta egoísta. Um altruísta egoísta
é um homem cujo orgulho não possui os fatores atenuantes de paixão.
De todas as formas concebíveis de
iluminação, a pior é o que essas pessoas chamam de Luz Interior
De todas as religiões, a mais horrível é
aquela que adora o deus interno. Qualquer um que saiba algo do corpo, sabe como
agirá, qualquer um que conheça algum daqueles princípios que são o Centro dos Pensamento
Elevado, sabe como funciona.
O cristianismo veio ao mundo, antes de tudo, para revelar que o
homem não deveria apenas olhar para dentro, mas também para fora, para
contemplar com admiração e alegria uma empresa divina e um capitão
divino. A grande alegria do cristianismo
era que o homem não ficava sozinho, com a Luz Interior, mas definitivamente,
reconheceu uma luz externa a ele, brilhante
como o sol, clara como o lua, terrível como um exército com bandeiras.
Se a lua, dizem eles, deixa os homens
loucos, ele pode deixar a esposa louca. Este aspecto feio do otimismo
simplesmente externo, também se manifestou no mundo antigo.
Mais ou
menos quando o idealismo estoico começou descobrindo as fraquezas do
pessimismo, o antigo culto à natureza começou a descobrir as tremendas
fraquezas do otimismo.
Adorar a natureza é bastante
natural enquanto a sociedade é jovem !
Em outras
palavras, o panteísmo é compreensível, desde que seja uma adoração a Pan. Mas a
natureza tem outro aspecto que a experiência e o pecado logo descobrirão, e não é
frívolo dizer que o deus Pã logo mostrou suas unhas afiadas. A única
objeção à religião natural é que de alguma forma isso sempre se torna
antinatural.
De manhã, um homem ama a Natureza por sua
inocência e bondade, e a noite, se ele ainda a ama, será por sua escuridão e
sadismo. Para o a aurora lava em águas claras, como o Sábio dos estoicos e
ainda à noite, como Juliano, o Apóstata, está se banhando no sangue quente de
um touro. A mera busca pela saúde sempre leva a algo prejudicial à saúde.
A
natureza física não deve ser considerada como objeto direto de obediência; deve
ser apreciado; adorado, não. Estrelas e montanhas não devem ser levadas a
sério; Se os levássemos, acabaríamos onde o culto pagão à natureza
terminou. Porque se a terra for boa, poderemos imitar todas
as suas crueldades. Como ela é sexualmente sã, poderíamos enlouquecer com a
sexualidade. Dessa forma o o mero otimismo chega ao seu
fim insano e apropriado.
A teoria de que tudo é bom, torna-se
orgia de tudo que é ruim
Por outro lado, os nossos pessimistas
idealistas foram representados pelos antigos vestígios do Estoico. Marco
Aurélio e seus amigos, realmente desistiram da ideia de encontrar um deus no
Universo e olhava apenas para o deus interior. Eles não
tinham esperança de encontrar virtude na natureza e dificilmente encontrariam
virtude na sociedade. Eles realmente não tinham uma conexão com o mundo
exterior. Interessava destruí-lo ou revolucioná-lo. Eles não amavam a
cidade o suficiente para colocar fogo. Assim, o mundo antigo se encontra
exatamente em nosso próprio dilema desolado. Os únicos que realmente gostavam
deste mundo estavam ocupados destruindo-o; e pessoas virtuosas, eles não se
importaram o suficiente para derrubá-los. E de repente o cristianismo interveio
nisso!
Ele
dividiu e separou radicalmente Deus e o cosmos. Esta transcendência e clareza
do divindade que alguns cristãos agora querem suprimir do cristianismo, foi a
única razão pela qual alguém queria ser cristão. Foi o ponto central da
resposta cristã ao pessimista infeliz e ao ainda otimista mais infeliz.
É por isso que o panteísta é forçado a
falar de Deus em todas as coisas, como se estivesse em uma caixa. É por isso
que o evolucionista, fiel ao seu nome, tem a impressão de estar enrolado como
um tapete. Todos os termos religiosos e irreligiosos estão sujeitos a essa
acusação. A questão é se todos os termos serão inúteis ou se possível, com esta
ou aquela frase, englobarão uma ideia clara sobre a origem de as coisas. Eu
acho que é possível e obviamente o evolucionista também acredita nisso, ou
então, não falaria sobre evolução.
E a
frase radical de todo o teísmo cristão era esta: Deus como um artista é um
criador?
Toda criação ou procriação é uma ruptura,
pelo menos quando se trata do cosmos, é tão consistente quanto o princípio
evolucionário, que diz que todo crescimento é ramificação. Uma mulher tendo um
filho perde um filho. Toda a criação é separação. Um nascimento é uma separação
tão solene quanto a morte. O primeiro princípio filosófico cristão foi que esse
divórcio existente no ato divino da criação (tal como o poeta se separa do
poema e a mãe do recém-nascido), era a verdadeira descrição do ato pela qual a
energia absoluta criou o mundo. Segundo muitos filósofos, Deus criou o mundo,
escravizado (arbítrio escravo). Segundo o cristianismo, ele o libertou ao
fazê-lo. Ao criar o mundo, Deus não escreveu tanto um poema como uma peça
teatral; uma peça que eu tinha planejado perfeitamente, mas que necessariamente
tinha que ser confiada a atores humanos, cenógrafos e empreendedores, que a
partir daí bagunçaram tudo.
No mundo
eu tinha encontrado essa lacuna: eu tinha
que encontrar uma certa maneira de amar o mundo sem acreditar nele; uma certa
maneira de amá-lo sem que ele merecesse...
Fonte: Ortodoxia – G. K. Chesterton – Cap.
V, pag. 80-99
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BIBLIOGRAFIA
RECOMENDADA:
-https://www.acidigital.com/noticias/padre-encontrado-morto-em-casa-cometeu-suicidio-diz-diocese-73953
-https://pt.aleteia.org/2021/07/06/os-nossos-padres-nao-sao-super-homens-lembra-sacerdote-ante-novo-suicidio/
-https://www.bemparana.com.br/blog/teologiaeinclusao/post/a-dor-do-suicidio-nove-padres-se-suicidaram-em-2021-o-que-fazer#.YaVBzNDMJPY
-https://notisul.com.br/geral/padre-e-encontrado-sem-vida-em-novohorizonte-mg-e-suspeita-e-que-tenha-cometido-suicidio/
-https://domtotal.com/noticia/1520560/2021/06/para-francisco-fragilidades-sao-lugar-teologico-e-padres-nao-podem-ser-super-homens/
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Solange - SC
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