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#Mais um padre se suicida - "Precisamos falar sobre isso! O silêncio e a indiferença não é a melhor resposta!"

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 26 de novembro de 2021 | 16:30

 

(Padres: Edilberto, Olímpio e Adriano - in memoriam)

 



Sabemos hoje, que a depressão e tendências suicidas atingem todo tipo de pessoas em toda classe social: ricos e pobres, religiosos, crentes, e ateus.




O papa Francisco disse no dia 08/06/2021 no Vaticano que os Padres não são Super-Homens!

 

 

 

 

“Os sacerdotes devem assumir as suas fragilidades como lugar teológico e evitar a tentação de ser super-homens - falando numa audiência aos membros do Colégio de São Luís dos Franceses. Continuou o papa: Numa sociedade marcada pelo individualismo, autoafirmação e indiferença, vocês fazem a experiência de viverem juntos com seus desafios cotidianos...” disse Francisco em seu discurso.

 

 

 

 

REZEMOS PELOS SACERDOTES – MAIS UM PADRE TIRA SUA VIDA...  

 

 

 

Gen. 2,18: “Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só!”

 

 


 

(o padre, principalmente o DIOCESANO, precisa de vida fraterna)

 

 


Leiam este texto de um Sacerdote. É uma nota de pesar e de preocupação pela morte do Padre Edilberto da diocese de Quixadá, no Ceará ,que foi encontrado morto no apartamento em que morava, mas também, pela repetição destes casos em nosso país, e o silêncio em torno desta triste realidade que precisa ser no mínimo despertada:

 

 

 

“Meus sentimentos a sua família e a todos vocês de Quixadá, a Dom Ângelo, ao clero e o povo de Deus daquela diocese.

 

 

 

Mais um sacerdote que “parte” de maneira que, aos poucos infelizmente, vai se tornando comum entre os padres. Isso não é normal! Isso não deveria estar acontecendo com os padres. Precisa- se fazer algo urgente para ajudar os nossos padres! São seres humanos também! Por isso, conclamo todo povo católico, cristão, e pessoas de fé , a rezarem mais intensamente pelos padres, e estarem mais próximos a eles, por favor!

 

 

 

QUERIDOS e amados padres, celebrem, ministrem o sacramentos, rezem, adorem ao Senhor, sirvam com amor, zelo, dedicação e responsabilidade ao povo de Deus… Mas também, tenham seus momentos de lazer como Jesus tinha e fez! Saiam com seus amigos e amigas para sorrir, pescar, acampar, fazer uma trilha, jogar conversa fora, verem um filme, passear, visitar uma família que se afeiçoem reciprocamente. Mas, que estas famílias e pessoas saibam respeitar a pessoa do padre, não o tornando motivo de escândalo! Muitas vezes o Padre a contra gosto, para não ser chato se obriga a fazer coisas e estar em ambientes que não lhe convém. Outra coisa, muitas vezes, terminada a missa da manhã, o padre vai tomar seu café sozinho, convide-o para tomar café com você! Se a missa terminar na hora do almoço ou jantar, convide-o para almoçar, ou jantar e depois conviverem um pouquinho, você não ficará mais pobre por isso, muito pelo contrário, se enriquecerá de graças, pois diz a palavra:

 

 

Mateus 10,41-42:”Quem recebe um profeta por reconhecê-lo como profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por suas qualidades de justiça, receberá a recompensa de justo. E quem der, mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, com toda a certeza vos afirmo que de modo algum perderá a sua recompensa”.

 

 

Queridos padres vivam o dom da vida! Somos seres sociáveis, não fomos criados para o isolamento, pois nosso Deus é uma Comunidade UNA e TRINA! Precisamos ser humanos como Jesus era! Amados padres, não se ISOLEM dos demais, aceitem os convites para convivência fraterna! Se deixem serem amados! Não tenham dúvidas, tem pessoas boas ao seu redor! Não precisamos fazer tudo! Somos mais amigos que servos de Cristo! Façamos o que estiver ao nosso alcance com amor e zelo, mas não queiramos agir como super homens, ou como deuses dotados de Onisciência, Onipotência e Onipresença! NÃO SOMOS HEROIS, somos homens frágeis, impotentes e limitados! Somos apenas servos inúteis e INSTRUMENTOS nas mãos do Senhor a serviço da santa mãe igreja. AMADOS padres, vocês precisam e necessitam viver as relações humanas de fraternidade, precisam também de tempo para si mesmos para melhor servir aos outros, do contrário não terão nada a dar, a não ser o pior de si mesmos! Doravante, não nos isolemos, mas cuidemos uns dos outros, pelo amor de Deus! Que o bom Deus receba no seu Reino de amor, nosso irmão em Cristo, o Padre Edilberto, que ele descanse em paz...”   (Adaptado do Pe. Yossef Leo Assis Padilha)




Nove padres se suicidaram -  o que fazer?  

 




(Imagem: Pixabay)





* Pe. Matheus S. Bernardes 

 

 

No dia 07 de novembro passado, mais um padre tirou sua própria vida – já são nove só em 2021! O que fazer? Infelizmente, o número de suicídios permanece elevado no Brasil e no mundo: segundo o anuário brasileiro de segurança pública, em 2020 foram registrados no país 12.895 suicídios. É um número elevado, o que fazer?As causas que levam uma pessoa a tirar sua própria vida são as mais variadas possíveis; o que, sim, é comum a todos os casos é o fato de enxergarem na morte a única saída – ainda que desesperada – para aquilo que estão vivendo. Se comparamos os índices, podemos até relativizar a problemática do suicídio de padres: o número de padres que tira a própria vida não chega a 0,0007% dos casos (é preciso registrar a diferença do período usado para a comparação, mesmo assim a variação permanecerá inexpressiva). Pode um padre se suicidar?Não dispomos em português da mesma semântica dos idiomas anglo-germânicos que distinguem entre poder de permissão e poder da ação – no caso do inglês, a distinção é feita pelo uso dos verbos auxiliares may e can, no caso do alemão, dos verbos auxiliares dürfen e können.Como todo ser humano, o padre não pode – não tem a permissão – de tirar a própria vida. Não se trata de uma imposição moral advinda da sociedade, tampouco da religião, mas de uma disposição ética profunda do ser humano que o permite contemplar a vida como absoluta gratuidade da qual não tem a permissão para dispor.Possivelmente, essa tenha sido a motivação que teve A. Calmus ao afirmar que o único problema filosófico que deve ser levado a sério é o suicídio. Não se trata somente da negação de Deus e do mundo, mas a negação de si mesmo, da inteligência e da liberdade que permitem ao ser humano recomeçar do zero todos os dias. Por isso, filosoficamente, nenhum ser humano pode – ou tem a permissão – de tirar a própria vida.

 

 

 


atenção! O sacerdote é também um ser humano com todos seus complexos!



 






Entretanto, o padre, como todo ser humano, pode – tem o poder da ação – para tirar a sua vida; os números, infelizmente, comprovam esse poder, essa ação. Mas por que tantos se escandalizam diante do suicídio de um padre? Diria até mais precisamente, o suicídio de todo ser humano deveria produzir o mesmo escândalo, afinal de contas, como mencionei anteriormente, se trata de negação de si mesmo. Entretanto, o fim doloroso e dramático da vida de um padre, que tira a própria vida, escandaliza muito mais. Por quê?Talvez a resposta a essa pergunta possa iluminar a reflexão sobre o problema. Não pretendo dar uma resposta definitiva, somente tenho a pretensão de oferecer – a quem quiser – alguns elementos para a reflexão.Circula pelos grupos de padres do WhatsApp, uma carta de um irmão padre que insiste muito no zelo que cada um de nós deve ter por si mesmo. O Pe. José Alves, que tirou sua vida no último dia 07 de novembro, escreveu pouco antes de cometer o ato desesperado “Amo minha Igreja”. O autor da carta muito assertivamente se questiona: mas a Igreja ama seus padres?Ele enumera diversas situações que empurram os padres para as crises que podem levar ao suicídio, como no caso do Pe. José:

 

 

-A pouca atenção dos bispos.

 

 

-A pressão de ser bons administradores e exímios ministros pastorais.

 

 

-A frieza das relações dentro do presbitério.

 

 

-A pressão das comunidades.

 

 

-As denúncias – muitas vezes falsas.

 

 

-A dureza do Código do Direito Canônico, que se mostra, em algumas ocasiões, muito mais importante que o Evangelho.

 

 

Por mais que tenha enumerado diversas situações, que são propriamente sintomas da grave crise, penso que o autor da carta não tocou – não por incapacidade ou falta de percepção – o problema mais profundo que jaz sob a situação: a “sacralização”, quando não, o “endeusamento” do padre.

 

 

 

 

Acúmulo de funções?

 

 

 

O padre hoje é um ministro ordenado que acumula os serviços dos diakonói e dos presbyterói do Novo Testamento, isto é, estar a serviço da Palavra, da mesa, especialmente dos pobres (entenda-se por mesa, a Eucaristia, sacramento da partilha do pão), e das comunidades (At 6,1-6). Em nenhuma passagem do Novo Testamento, os ministros ordenados se identificam com a palavra hiereùs (sacerdote): diáconos, presbíteros, profetas, apóstolos, episkopói (bispos) são os nomes dados aos mais diversos serviços dentro da comunidade.De fato, se não fosse pela Carta aos Hebreus, a tradição cristã teria excluído por completo a função sacerdotal. Não pode se esquecer que foram os sacerdotes do Templo de Jerusalém que se posicionaram contra Jesus em seu julgamento (Jo 18,19-24); o próprio Jesus sempre se mostrou muito crítico ao poder sagrado com o qual o Templo e os sacerdotes estavam revestidos (Mc 13,1-2).Mas retomando a Carta aos Hebreus, é mister destacar que a função sacerdotal de Jesus apresentada pelo autor do texto neotestamentário se destaca pela misericórdia para com suas irmãs e seus irmãos (Hb 4,15); o sacerdócio em Jesus não é entendido como “sagrado”, isto é, separado, mas bondoso e compassivo.

 

 


O Sacerdócio na História da Igreja

 

 



Ao longo da patrística, especialmente no período pré-niceno, a Igreja – a comunidade, não a instituição em primeiro lugar – era a verdadeira sacerdotisa, porque oferecia ao Pai, na força do Espírito Santo, o maior de todos os dons recebera: o próprio Jesus Cristo. Contudo, o ministério ordenado passou por profundas transformações com a assunção do Cristianismo a religião oficial do Império Romano: os ministros ordenados, sobretudo os bispos, assumiram traços dos dignatários do império, entre eles seu “endeusamento”. A história testemunha esse processo de distanciamento do clero – palavra que jamais deveria ter sido usada no Cristianismo – daquelas e daqueles que receberam o nome de leigas e leigos. Se esse nome é compreendido desde sua riqueza etimológica, isto é, desde sua origem na palavra laós (povo), tudo bem; porém, se é compreendido como distinção, ou mais precisamente, subordinação ao clero; tudo errado.Durante a Idade Média europeia, a sacralização dos ministros ordenados foi sobre acentuada, quando eles se viram obrigados a assumir elementos próprios da vida religiosa monástica, concretamente o celibato e a vida de oração mediante a recitação dos salmos várias vezes ao longo do dia. A passagem da Idade Média para a Idade Moderna reforçou esse processo quando os reformadores levantaram sérias questões sobre o sacramento da Ordem. Somente no século XX, com o Concílio Vaticano II, houve um resgate das bases bíblicas e patrísticas do ministério ordenado.

 

 

 

Vaticano II e a contemporaneidade agiornada do Sacerdócio Real e Ministerial na Igreja


 







Bispos e padres, somos vistos como seres “divinos” que renunciam a tudo nesta vida para se dedicar à “salvação das almas”. O “sacerdote sagrado” se sobrepõe ao “presbítero”, isto é, àquele que goza do respeito da comunidade porque está a serviço dela. Ainda que muitos padres compreendam seu ministério em unidade com as comunidades, não são poucos os exemplos que se entendem a si mesmos como “criaturas angelicais”, uma espécie de “terceiro gênero” dessexualizado, como bem aponta J. Tricou, professor da Universidade de Lausanne/ Suíça, em seu livro “Des soutanes et des hommes. Enquête sur la masculinité des prêtes catholiques” (Das batinas e dos homens. Pesquisa sobre a masculinidade dos padres católicos, em tradução livre).Não somos “seres divinos”, nem “criaturas angelicais”, somos homens que compartilham com os demais homens e as mulheres as mesmas angústias do dia a dia. 









Afirmava acima que o autor da carta sobre o suicídio de padres enumerou uma longa lista de sintomas, mas penso que a verdadeira causa está no “endeusamento”, na “sacralização” dos padres que tem como resultado a pior enfermidade da Igreja, o clericalismo tão denunciado pelo Papa Francisco.A divinização – para usar um termo da Patrística – do padre é a mesma que se dá em todas as cristãs e todos os cristãos no dia de seu Batismo. Os padres não são “privilegiados” por termos recebido o sacramento da Ordem; somos, sim, capacitados pela graça para servir a comunidade, da qual nunca devemos nos afastar. Não somos “especiais”, não somos super-homens que devem ser excelentes administradores dos bens eclesiásticos e gênios pastorais. Somos falhos, muito falhos! E as comunidades não deveriam se escandalizar disso! Pelo contrário, elas também devem estar próximas de seus padres e não lhes fazer a vida impossível, cobrando além de seus limites.

 

 




A formação sacerdotal precisa mudar! 



 




 



Como mencionei anteriormente, não pretendo apontar nenhuma resposta definitiva ao problema, mas simplesmente, iluminar a reflexão. Padres não são seres especiais, são homens frágeis como quaisquer outros e, por isso, infelizmente, podem acabar tirando sua própria vida. 








Enquanto, a Igreja impor a seus padres um “endeusamento” indevido, continuaremos registrando o aumento do número dos casos de suicídio de padres. Se a Igreja quer fazer algo de bom para seus padres, em primeiro lugar, não passe os longos e árduos anos da formação “enfiando na cuca” dos seminaristas que foram eleitos para o mais sublime de todos os ministérios; não os torne uma casta apartada do mundo e da vida. 










Não é intenção deste texto, mas precisamos conversar urgentemente sobre os seminários! A formação sacerdotal precisa ser revista, reformulada, repensada, ampliada! Precisamos criar seres humanos prontos para servir, mas também escutados e acolhidos em suas limitações e fragilidades. Se a Igreja quer evitar que as mídias mostrem sua fragilidade porque mais um padre se suicidou, procure urgentemente superar o maior câncer que a aflige, "o clericalismo!"

 

 

-Já é passada a hora de renunciar a símbolos de honra e poder, como as vestes clericais.

 

 

-Já é passada a hora de nos enxergarmos a nós mesmos como batizados antes de ministros ordenados.



 



 


-Já é passada a hora de sermos Povo com e como nosso povo, como refletiu J. Sobrino ao escrever sobre o Emanuel – el Dios con nosotros y como nosotros.

 

 




*Pe. Matheus S. Bernardes é sacerdote da Arquidiocese de Campinas/SP e professor de Teologia da PUC-Campinas.




 

 

ORTODOXIA DE G. K. Chesterton - CAPÍTULO V: “A BANDEIRA DO MUNDO” (NÃO EXISTE honra NA DESONRA E NEM NO SUICÍDIO)

 

 

 

Quando eu era criança, havia dois homens estranhos correndo por aí, que eram chamados de Otimista e pessimista. Eu usei constantemente esses termos e confesso com toda a ingenuidade, que nunca tive uma ideia muito especial o que eles significavam. A única coisa que pode ser considerada evidente é que eles não queriam dizer o que queriam dizer, porque a explicação verbal atual era que o otimista julgava que o mundo era totalmente bom, enquanto o pessimista julgou que é tão ruim quanto pode ser.

 

 

 

Ambos sendo testes de uma loucura raivosa e óbvia, era necessário procurar outra explicação. Um otimista não pode ser um homem que encontra tudo de bom e nada de ruim. Porque isso é absurdo; é como dizer que tudo está certo e nada pode ser chamado de sobra.

 

 

No geral, cheguei à conclusão de que o otimista acreditava que tudo estava bem, exceto o pessimista, e que o pessimista acreditava que tudo era ruim, exceto ele mesmo.

 

 

 

Seria injusto omitir ambos. Da lista de definições, misteriosas mas sugestivas, feitas, dizem, por uma menina:

 

 

 

“Uma otimista é um homem que cuida dos seus olhos e um pessimista é um homem que cuida dos seus pés."

 

 

E não tenho certeza disso! Esta pode não ser a melhor das definições, mas, há uma espécie de verdade alegórica nisso. Porque talvez, haja uma diferença aplicável àquela que existe entre aquele pensador mais sombrio que só pensa em no contato de cada momento com a terra, e aquele outro pensador, menos triste, que considera antes a nossa faculdade primordial de ver e escolher um caminho.

 

Mas, aqui há um erro profundo na alternativa do otimista e do pessimista!

 

 

 

Isso implica que o homem critica este mundo como se fosse um caçador de casas, como se estivesse visitando um edifício de departamentos. Se um homem viesse a este mundo vindo de outro mundo e já estivesse em plena posse de suas faculdades, ele poderia argumentar se a vantagem das florestas outonais supera, ou não, a desvantagem do cães raivosos, por mais que um homem que procura alojamento possa ponderar a conveniência de ter telefone contra o inconveniente de não ter vista para o mar. Mas nenhum homem está nessa condição.

 

 

 

Um homem pertence a este mundo antes de começar a descobrir se é bom pertencer a ele. Ele lutou e muitas vezes alcançavam vitórias heroicas pela bandeira muito antes de serem alistados. Para expor Resumidamente a ideia essencial: você tem uma lealdade, muito antes de ter uma admiração!

 

 

No último capítulo, eu disse que os contos de fadas expressam melhor esse primeiro sentimento de que o mundo é estranho e ainda assim atraente. O leitor, se desejar, pode pular o período seguindo aquela literatura bélica que geralmente, na vida de uma criança, segue a dos contos de fadas. Todos nós devemos uma moralidade saudável aos horrores baratos. Seja qual for a razão, pareceu-me, e ainda me parece, que a nossa atitude perante a vida pode ser expressa em termos de uma espécie de lealdade militar e não em termos de crítica ou aprovação.

 

 

Minha aceitação do universo não é otimismo, mas sim algo como patriotismo. É o caso de uma lealdade elementar. O mundo não é um pousada em Brigkton que a deixamos se for miserável...

 

 

 

A questão não é que este mundo seja triste demais para ser amado ou alegre demais para ser desprezado!

 

 

 

A questão é que, quando você ama algo, sua alegria é amá-lo, e sua tristeza é a razão de amá-lo...

 

 

Da mesma forma, o otimismo e o pessimismo são argumentos de consistência igual para o patriota cósmico. Suponhamos que estamos diante de algo desesperador, digamos, o Pimlico(8). Se pensarmos no que é realmente melhor para Pimlico, descobriremos que o curso do pensamento nos leva ao trono do místico e o arbitrário. Não basta que um homem desaprove Pimlico: pois nesse caso, ele simplesmente cortará a própria garganta ou se mudará para o Chelsea...

 

 

*8 Subúrbio pobre e atrasado de Londres. (Nota do tradutor)

 

 

 

A única solução pareceria ser alguém amar Pimlico; Eu o amaria com um afeição transcendental e sem qualquer razão terrena. Se aparecesse um homem que amasse Pimlico, ele Pimlico surgiria em torres de marfim e pináculos dourados. Pimlico estaria enfeitado como uma mulher quando ela é amada.

 

 

Porque a decoração não é para esconder algo horrível, mas para enfeitar algo que já existe e é adorável. Um amante não dá um colar para a amada, para que ela possa esconder o pescoço, pelo contrário!

 

 

Se os homens amassem Pimlico como as mães e os amantes Eles amam seus filhos, e seus amados, em um ou dois anos Pimlico seria mais belo do que Florença. Alguns leitores dirão que isso é mera fantasia. E eu respondo que esta é a história atual do humanidade. Na verdade, foi assim que as cidades se tornaram grandes. Vamos voltar ao mais escuro raízes da civilização e as veremos atadas em torno de uma pedra, ou envolvendo algum bem sagrado. As pessoas primeiro prestavam homenagem a um lugar e depois adquiriam sua glória.

 

 

Os homens não amavam Roma porque era ótima. Ela era ótima porque eles a amavam!

 

 

 

 

As teorias do contrato social do século XVIII têm sido alvo de muitas críticas em nossos tempos

 

 

 

E, no entanto, eles estavam demonstravelmente corretos na medida em que queriam dizer que toda forma histórica de governo, era sustentada por uma ideia de satisfação e cooperação.

 

 

Mas tais teorias são verdadeiramente imprecisas, pois sugerem que os homens foram conduzidos à ordem ou à ética, simplesmente por uma troca consciente de interesses.

 

 

 

-A moralidade não foi iniciada por um homem dizendo a outro homem: "Eu não vou bater em você se você não me bater! Não há vestígios de tal transação. Há vestígios do que os dois homens disseram: No lugar sagrado, não devemos bater uns nos outros! Eles adquiriram sua moralidade observando sua religião.”

 

 

 

-Eles não cultivaram coragem de forma filosófica como uma virtude. Eles lutaram pela preservação de seus bens e valores conquistados, e descobriram que haviam se tornado corajosos!

 

-Não, eles não cultivaram a higiene de forma plenamente consciente! Eles se purificaram para o altar e descobriram que estavam limpos!

 

 

 

A história do Judeus é o único documento primitivo que a maioria dos ingleses conhece. Por meio dela, os fatos podem ser suficientemente julgados.

 

 

Os Dez Mandamentos, que foram considerados substancialmente comuns a toda a humanidade, eram simplesmente comandos militares; um código de pedido para um regimento, emitido para proteger uma certa arca através de um certo deserto. A anarquia era maligna, porque colocava em perigo o que era sagrado.

 

 

 

E somente quando eles fizeram um dia santo para Deus, eles descobriram que Eles fizeram um dia de descanso (feriado) para os homens. Se percebermos que esta primeira devoção a um lugar ou a uma coisa é uma fonte de energia criadora, podemos seguir um fato peculiar. Reiteremos por um momento que o único otimismo justo é uma espécie de patriotismo universal.

 

 

O que acontece com o pessimista? Acho que se pode dizer que é o antipatriota cósmico. E o antipatriota? Creio que se pode dizer, sem amargura indevida, quem é o amigo sincero. E o amigo ingênuo? Ouso dizer que o lado ruim do amigo sincero é que ele simplesmente não é sincero! Esse escondendo algo, seu próprio prazer sombrio em dizer coisas desagradáveis. Ele tem um desejo secreto de machucar, e certamente não é para ajudar.

 

 

 

Então, suponho que é isso que torna uma certa raça de antipatriotas tão irritante para o cidadão de boa saúde. Não estou falando (claro) de antipatriotismo que só irrita os cambistas febris e atrizes sugestivas; Simplificando, isso é patriotismo.

 

 

Não vale a pena responder inteligentemente a um homem que diz que nenhum patriota deveria criticar a Guerra enquanto ela não termine; Ele está dizendo que um bom filho não deve avisar sua mãe que ela vai cair do penhasco, mas, só depois que ela cair.

 

 

 

Mas há um antipatriota que honestamente irrita os homens honestos e patriotas!

 

 

 

 

A explicação, creio eu, é a que sugiro: é o amigo sincero que diz: "Sinto muito dizer que estamos perdidos", ele não sente é nada! E sem figura retórica, pode-se dizer que é um traidor; porque o conhecimento lhe foi fornecido para estimular o exército, ele usa para desencorajar as pessoas de se juntarem a ele.

 

 

O mal do pessimista não é querer punir os deuses e os homens, mas sim não amar o que pune, ele não tem aquela lealdade primordial e sobrenatural às coisas.

 

 

Qual é o mal do homem comumente chamado de otimista? É evidente que o otimista exarcebado, desejando defender a honra do mundo, defenderá até o indefensável.

 

 

Estará menos inclinado a modificar o coisas; Ele está mais inclinado a dar uma espécie de resposta de parapeito a todas as perguntas que o atacam, acalmando a todos com promessas. Ele não lavará o mundo, mas vai querer branqueá-lo. Tudo isso (o que é verdade, numa espécie de otimismo) nos leva ao ponto verdadeiramente interessante da psicologia e sem o qual ela é impossível explicar o que precede.

 

 

Dizemos que deve haver uma lealdade elementar à vida! A única questão é: deveria ser uma lealdade natural ou sobrenatural? E se você preferir assim, deve ser uma lealdade racional ou irracional?

 

 

Agora, o paradoxal, é que o falso optimismo (que encobre a fraca defesa das coisas) acompanha otimismo razoável. Otimismo racional leva ao estacionamento. Deixe-me explicar usando o paralelo do patriotismo mais uma vez:

 

 

O homem mais adequado para arruinar o lugar que ama é justamente aquele que o ama por algum motivo (tire o motivo e ele deixará de ama-lo). Ele, o homem que realmente beneficia um lugar, é o homem que o ama sem motivo. Se um homem ama apenas algum aspecto de Pimlico, se verá defendendo esse aspecto contra o próprio Pimlico. Mas se simplesmente ama Pimlico por si mesmo, ele pode transformá-la em uma Nova Jerusalém.

 

 

 

Os piores reformadores não amam a Inglaterra, mas uma ideia de Inglaterra. Se amamos a Inglaterra por ser um império, podemos exagerar no sucesso com que governamos a Hindus. Mas se a amarmos apenas por ser uma nação, podemos enfrentar todos os eventos, porque seria uma nação mesmo se os hindus nos governassem. Um homem que ama a Inglaterra porque é inglês não está interessado em como a Inglaterra surgiu. Mas aquele que a ama porque é anglo-saxão, este poderia refutar os fatos apenas com sua imaginação. Eu poderia concluir (como Carlyle e Freeman) argumentando que a Conquista Normanda foi uma conquista Saxônica. Ele poderia concluir em completa irracionalidade, porque ele tem um motivo.

 

 

Em nenhum lugar o patriotismo é puramente abstrato e arbitrário. E em nenhum lugar a reforma é mais ativa e progressiva. Quanto mais transcendental for o patriotismo, mais práticos serão os políticos!

 

 

Talvez o exemplo mais comum desta questão seja o caso das mulheres; e de sua estranha e forte lealdade. Algumas pessoas estúpidas incutiram a ideia de que as mulheres, ao apoiarem os seus próprios interesses, são cegas e não veem nada. Eles dificilmente conheceram realmente as mulheres. As mesmas mulheres sempre prontas para defender seus homens através das dificuldades e inconsistências em seus relacionamentos pessoais com a cara e a coragem. O amigo de um homem gosta do amigo, mas o deixa como ele está: já uma esposa que o ama está sempre lá, e sempre tentando muda-lo de outras formas.

 

 

O verdadeiro amor não é cego; isso é a última coisa que seria; e quanto mais consolidado for o amor, menos cego ele será. Pelo menos, essa se tornou minha perspectiva sobre tudo o que é chamado de otimismo, pessimismo e progresso. Antes de realizar qualquer ato de reforma cósmica, devemos fazer um juramento de solidariedade cósmica.

 

 

Um homem deve se interessar pela vida, para então poder se interessar por suas próprias teorias sobre ela.

 

 

Dir-se-á que um ser racional, com relativa conformidade e relativa satisfação, lubrifica o mundo como uma mistura de bem e mal. É justamente essa atitude que tenho que é meu defeito. Eu sei que é muito comum hoje em dia; e Mateo Arnold expressou com tanta perfeição em seus versos mais penetrantemente blasfemos que os gritos de Schopenhauer:

 



“Já vivemos o suficiente, e se uma vida alcançada é tão raro.

Embora suportável, não vale a pena, por essas pompas do mundo, essa dor de nascer."

 

 

Não queremos que a alegria e a tristeza se neutralizem e produzam conformidade. Devemos ver o mundo como o castelo do ogro que deve ser invadido, e ainda assim olhá-lo ao mesmo tempo para nossa casa onde podemos retornar quando a noite cai. Ninguém duvida que um homem normal possa se dar bem com o mundo; mas não precisamos de suficiente força para conviver com ele, mas força suficiente para que ele se dê bem conosco. É possível que esse homem odeia o suficiente para mudar e ama o suficiente para achar que vale a pena mudar? É possível que ele olhe para a grandeza colossal de seus males sem jamais se sentir afligido? Resumidamente: Pode um homem ser ao mesmo tempo não apenas um pessimista e um otimista, mas também um pessimista fanático e um otimista fanático?

 

 

Ele é pagão o suficiente para morrer pelo mundo e cristão o suficiente para morrer nele?

 

 

Eu afirmo que é o otimista racional que falha, e o otimista irracional que tem sucesso. Ele está disposto a destruir o universo inteiro, pelo bem do próprio universo. Escrevo estas coisas, não na maturidade da sua ordem lógica, mas tal como se apresentaram, e esta última teoria foi esclarecida e aguçada por um acidente do momento:

 

 

À sombra prolongada de Ibsen, Surgiu um argumento: que era uma coisa muito legal suicidar-se! As imagens esculpidas modernas diziam que não deveríamos sequer dizer "pobre rapaz" a um homem que tinha explodiu seus miolos, já que ele era uma pessoa invejável e os havia explodido por causa de sua própria excelência. O Sr. William Avcher chegou a sugerir que na era de ouro da humanidade, haveriam máquinas de "moedas na caixa". "slot", graças às quais um homem poderia cometer suicídio por dez centavos. Em tudo isso, me vi completamente hostil a muitos que se diziam liberais e humanos.

 


 

O suicídio não é apenas um pecado; É o pecado por excelência!  É o mal interior e absoluto! É recusar-se a tomar interesse na existência; é recusar-se a jurar lealdade à vida. O homem que mata um homem, mata apenas um homem. O homem que se mata, mata todos os homens!

 

 

É pior do que qualquer sequestro ou qualquer ataque com dinamite. Porque ele destrói todos os edifícios e insulta todas criatura! O ladrão está satisfeito com diamantes; Mas o suicídio não: esse é o seu crime. Ele não pode ser atraído nem mesmo pelas pedras brilhantes do Cidade Celestial. O ladrão elogia o que rouba, mas não a pessoa que foi roubada.

 

 

Mas, o suicídio por não roubar algo que se cobiça, é um insulto a todas as coisas na Terra. Ele despreza todas as criaturas, até as mais insignificantes do cosmos! Sua morte significa um sorriso zombeteiro e desdenhoso. Quando um homem se enforca numa árvore, as folhas podem cair de raiva, e pássaros voar dele em fúria, pois todos receberam uma afronta pessoal.

 

 

 

É claro que pode haver uma emoção patética que justifique tal ato. Há muito mais Verdade racional e filosófica no enterro do suicida nas encruzilhadas, sem cruz, e fora dos cemitérios, do que nas máquinas suicidas que o Sr. Avcher previu. O enterro isolado e voltado ao esquecimento do suicida tem um significado. O crime daquele homem é diferente de outros crimes. Mais ou menos nessa altura, li um solene discurso de um livre pensador: ele disse que o suicídio era o mesmo que mártir. Essa falsidade ajudou-me a esclarecer o assunto.

 

 

Obviamente, o Suicídio é o oposto de martírio! O mártir é um homem tão interessado em algo externo a si mesmo, que é capaz de dar sua vida por algo melhor! O mártir quer que algo comece! Já o suicida, de forma egoísta, quer que tudo acabe!

 

 

 

 

 

O suicídio é ignóbil, porque não tem esse vínculo com a existência; é simplesmente um destruidor; destrói espiritualmente o universo. E então, me lembrei da estaca sobre o túmulo dos suicidas, e dos seus sepultamentos em encruzilhadas, e do fato que o cristianismo demonstrou essa surpreendente severidade para com os suicidas. O cristianismo histórico foi acusado, não inteiramente sem razão, para levar o martírio e o ascetismo a tal ponto, que era considerado pessimista. O Os primeiros cristãos falavam da morte com uma alegria indescritível. Eles beijavam a sepultura com mais prazer do que se fosse um campo de flores. Para muitos daquele tempo, isso parecia a verdadeira poesia do pessimismo. No entanto, lá está os suicidas enterrados nas encruzilhadas para mostrar o que o cristianismo pensa do suicida. Este foi o primeiro da longa cadeia de enigmas com que o cristianismo enfrentou.

 

 

E com isso se manifestou uma peculiaridade da qual terei que falar mais detalhadamente, porque é característica de toda noção cristã e definitivamente iniciada neste enigma particular.

 

 

A atitude cristã em relação ao martírio e ao suicídio não era aquela frequentemente afirmada pela moral moderna.

 

 

 

 

O sentimento cristão não era simplesmente que o suicídio levou o martírio longe demais. O sentimento Cristão estava determinado e abraçado com os mártires, e furiosamente contra o suicida! Essas duas coisas que pareciam tão semelhantes, estavam em extremos opostos do céu e do inferno.

 

 

 

Um homem fez pouco caso de sua vida; mas, seu testemunho foi tão bom que seus ossos puderam curar cidades atingidas pela peste, trazendo esperança e vida. Outro homem jogou fora sua vida; mas, seu gesto foi tão ruim que seus ossos contaminaram seus semelhantes, trazendo desespero e morte.

 

 

Foi aqui que descobri pela primeira vez que meu pé desorientado e errante, finalmente estava em uma boa trilha aberta. O cristianismo também, sentiu esta oposição entre o mártir e o suicida. Depois Lembrei-me de que o cristianismo foi acusado de combinar precisamente essas duas coisas que eu estava tentando fazer combinar.

 

 

 

O cristianismo foi acusado de ser muito otimista em relação ao universo e muito pessimista em relação ao mundo. A coincidência de repente me paralisou.

 

 

 

Na controvérsia moderna surgiu um hábito imbecil de dizer que tal e tal crença pode ser sustentada em um momento, mas não em outro...

 

 

Dizem-nos que alguns dogmas eram credíveis no século XII e não credíveis no século XX (como se 2 + 2 pudesse deixar de ser 4). O mesmo seria dizer que um aspecto do cosmos era conveniente até às três e meia, mas inconveniente até quatro e meia. Se um homem acredita em uma vontade anterior à lei, ele pode acreditar em qualquer milagre, em qualquer época. Suponhamos, para efeitos de argumentação, que estamos perante o caso de um cura milagrosa. Um materialista do século XII não acreditaria nisso mais do que um materialista do século XX. Mas Um cientista cristão do século XX acreditaria nisso tanto quanto um cristão do século XII.

 

 

 

Geralmente é o cristão despreocupado e tolerante que faz os elogios mais indefensáveis ​​a Cristandade !

 

 

 

Ele fala como se nunca tivesse havido devoção ou compaixão na história da humanidade, até o Cristianismo, um ponto sobre o qual qualquer pessoa medieval estaria ansiosa para refutá-lo.

 

 

 

Sua peculiaridade era ser peculiar e simplicidade e sinceridade não são peculiares, mas aspirações evidentes de toda a espécie humano. O cristianismo foi a resposta para um enigma e não a verdade definitiva demonstrável após um longa conversa. Numa excelente revista semanal com tendências puritanas, li isto há alguns dias observação; que o cristianismo, despojado de sua estrutura dogmática (como se falaria de um homem despojado de sua estrutura) não seria nada mais do que a doutrina Quaker da Luz Interior.

 

 

Se eu dissesse que o cristianismo veio ao mundo especialmente para destruir a doutrina da Luz Interior, seria uma exagero. Mas estaria muito mais próximo da verdade!

 

 

 

Os estóicos extremos, como Marco Aurélio, eram precisamente aqueles que acreditavam na Luz Interior. A sua dignidade, o seu cansaço, a sua preocupação exterior, pelo próximo, e a sua preocupação interna por si mesmos, tudo era efeito da Luz Interior, e tudo o que existia apenas à mercê desta iluminação sombria. Note que Marco Aurélio insiste (como os moralistas sempre fazem) sobre pequenas coisas feitas ou omitidas. É porque ele não sente ódio nem amor o suficiente para provocar uma revolução moral.

 

 

 

Ele se levanta cedo de manhã, assim como eles se levantam no amanhã cedo de manhã nossos próprios aristocratas que vivem a Vida Simples, porque esse altruísmo é muito mais fácil do que suspender os jogos de anfiteatro ou devolver as terras ao povo inglês. Marco Aurélio é o mais intolerável dos tipos humanos. Ele é um altruísta egoísta. Um altruísta egoísta é um homem cujo orgulho não possui os fatores atenuantes de paixão.

 

 

De todas as formas concebíveis de iluminação, a pior é o que essas pessoas chamam de Luz Interior

 

 

De todas as religiões, a mais horrível é aquela que adora o deus interno. Qualquer um que saiba algo do corpo, sabe como agirá, qualquer um que conheça algum daqueles princípios que são o Centro dos Pensamento Elevado, sabe como funciona.

 

 

 

O cristianismo veio ao mundo, antes de tudo, para revelar que o homem não deveria apenas olhar para dentro, mas também para fora, para contemplar com admiração e alegria uma empresa divina e um capitão divino. A grande alegria do cristianismo era que o homem não ficava sozinho, com a Luz Interior, mas definitivamente, reconheceu uma luz externa a ele, brilhante como o sol, clara como o lua, terrível como um exército com bandeiras.


 

Se a lua, dizem eles, deixa os homens loucos, ele pode deixar a esposa louca. Este aspecto feio do otimismo simplesmente externo, também se manifestou no mundo antigo.

 

 

Mais ou menos quando o idealismo estoico começou descobrindo as fraquezas do pessimismo, o antigo culto à natureza começou a descobrir as tremendas fraquezas do otimismo.

 

 

Adorar a natureza é bastante natural enquanto a sociedade é jovem !

 

 

 

Em outras palavras, o panteísmo é compreensível, desde que seja uma adoração a Pan. Mas a natureza tem outro aspecto que a experiência e o pecado logo descobrirão, e não é frívolo dizer que o deus Pã logo mostrou suas unhas afiadas. A única objeção à religião natural é que de alguma forma isso sempre se torna antinatural. 

 

 

De manhã, um homem ama a Natureza por sua inocência e bondade, e a noite, se ele ainda a ama, será por sua escuridão e sadismo. Para o a aurora lava em águas claras, como o Sábio dos estoicos e ainda à noite, como Juliano, o Apóstata, está se banhando no sangue quente de um touro. A mera busca pela saúde sempre leva a algo prejudicial à saúde.

 

 

 

A natureza física não deve ser considerada como objeto direto de obediência; deve ser apreciado; adorado, não. Estrelas e montanhas não devem ser levadas a sério; Se os levássemos, acabaríamos onde o culto pagão à natureza terminou. Porque se a terra for boa, poderemos imitar todas as suas crueldades. Como ela é sexualmente sã, poderíamos enlouquecer com a sexualidade. Dessa forma o o mero otimismo chega ao seu fim insano e apropriado.

 

 

A teoria de que tudo é bom, torna-se orgia de tudo que é ruim

 

 

Por outro lado, os nossos pessimistas idealistas foram representados pelos antigos vestígios do Estoico. Marco Aurélio e seus amigos, realmente desistiram da ideia de encontrar um deus no Universo e olhava apenas para o deus interior. Eles não tinham esperança de encontrar virtude na natureza e dificilmente encontrariam virtude na sociedade. Eles realmente não tinham uma conexão com o mundo exterior. Interessava destruí-lo ou revolucioná-lo. Eles não amavam a cidade o suficiente para colocar fogo. Assim, o mundo antigo se encontra exatamente em nosso próprio dilema desolado. Os únicos que realmente gostavam deste mundo estavam ocupados destruindo-o; e pessoas virtuosas, eles não se importaram o suficiente para derrubá-los. E de repente o cristianismo interveio nisso!

 


 

Ele dividiu e separou radicalmente Deus e o cosmos. Esta transcendência e clareza do divindade que alguns cristãos agora querem suprimir do cristianismo, foi a única razão pela qual alguém queria ser cristão. Foi o ponto central da resposta cristã ao pessimista infeliz e ao ainda otimista mais infeliz.

 

 

 

 

É por isso que o panteísta é forçado a falar de Deus em todas as coisas, como se estivesse em uma caixa. É por isso que o evolucionista, fiel ao seu nome, tem a impressão de estar enrolado como um tapete. Todos os termos religiosos e irreligiosos estão sujeitos a essa acusação. A questão é se todos os termos serão inúteis ou se possível, com esta ou aquela frase, englobarão uma ideia clara sobre a origem de as coisas. Eu acho que é possível e obviamente o evolucionista também acredita nisso, ou então, não falaria sobre evolução.

 

 

E a frase radical de todo o teísmo cristão era esta: Deus como um artista é um criador?

 

 

 

Toda criação ou procriação é uma ruptura, pelo menos quando se trata do cosmos, é tão consistente quanto o princípio evolucionário, que diz que todo crescimento é ramificação. Uma mulher tendo um filho perde um filho. Toda a criação é separação. Um nascimento é uma separação tão solene quanto a morte. O primeiro princípio filosófico cristão foi que esse divórcio existente no ato divino da criação (tal como o poeta se separa do poema e a mãe do recém-nascido), era a verdadeira descrição do ato pela qual a energia absoluta criou o mundo. Segundo muitos filósofos, Deus criou o mundo, escravizado (arbítrio escravo). Segundo o cristianismo, ele o libertou ao fazê-lo. Ao criar o mundo, Deus não escreveu tanto um poema como uma peça teatral; uma peça que eu tinha planejado perfeitamente, mas que necessariamente tinha que ser confiada a atores humanos, cenógrafos e empreendedores, que a partir daí bagunçaram tudo.

 

 

 

 

No mundo eu tinha encontrado essa lacuna: eu tinha que encontrar uma certa maneira de amar o mundo sem acreditar nele; uma certa maneira de amá-lo sem que ele merecesse...

 

Fonte: Ortodoxia – G. K. Chesterton – Cap. V, pag. 80-99

 

 

 

 



 





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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA:

 

 

-https://www.acidigital.com/noticias/padre-encontrado-morto-em-casa-cometeu-suicidio-diz-diocese-73953

 

 

-https://pt.aleteia.org/2021/07/06/os-nossos-padres-nao-sao-super-homens-lembra-sacerdote-ante-novo-suicidio/



-https://www.bemparana.com.br/blog/teologiaeinclusao/post/a-dor-do-suicidio-nove-padres-se-suicidaram-em-2021-o-que-fazer#.YaVBzNDMJPY

 

 

-https://notisul.com.br/geral/padre-e-encontrado-sem-vida-em-novohorizonte-mg-e-suspeita-e-que-tenha-cometido-suicidio/

 

 

-https://domtotal.com/noticia/1520560/2021/06/para-francisco-fragilidades-sao-lugar-teologico-e-padres-nao-podem-ser-super-homens/

 

 

 

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Anônimo
17 de novembro de 2023 às 11:07

QUERIDOS e amados padres, celebrem, ministrem o sacramentos, rezem, adorem ao Senhor, sirvam com amor, zelo, dedicação e responsabilidade ao povo de Deus… Mas também, tenham seus momentos de lazer como Jesus tinha e fez! Saiam com seus amigos e amigas para sorrir, pescar, acampar, fazer uma trilha, jogar conversa fora, verem um filme, passear, visitar uma família que se afeiçoem reciprocamente. Mas, que estas famílias e pessoas saibam respeitar a pessoa do padre, não o tornando motivo de escândalo! Muitas vezes o Padre a contra gosto, para não ser chato se obriga a fazer coisas e estar em ambientes que não lhe convém. Outra coisa, muitas vezes, terminada a missa da manhã, o padre vai tomar seu café sozinho, convide-o para tomar café com você! Se a missa terminar na hora do almoço ou jantar, convide-o para almoçar, ou jantar e depois conviverem um pouquinho, você não ficará mais pobre por isso, muito pelo contrário, se enriquecerá de graças, pois diz a palavra:Mateus 10,41-42:”Quem recebe um profeta por reconhecê-lo como profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por suas qualidades de justiça, receberá a recompensa de justo. E quem der, mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, com toda a certeza vos afirmo que de modo algum perderá a sua recompensa”.

Solange - SC

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