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A "teologia do domínio" e Reino de Deus na perspectica Católica e protestante

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 6 de fevereiro de 2024 | 13:16

 





Por *Francisco José Barros Araújo 



A teologia do domínio refere-se a uma linha de interpretação e pensamento teológico sobre o papel da igreja na sociedade contemporânea. A teologia do domínio também é conhecida como reconstrucionismo cristão e teonomia. A teologia do domínio afirma que o cristianismo bíblico governará todas as áreas da sociedade, pessoais e corporativas. O reconstrucionismo cristão argumenta que a sociedade será reconstruída pela Lei de Deus como pregada no evangelho. A teonomia é uma visão pós-milenista que acredita que todas as leis morais contidas no Antigo Testamento ainda são obrigatórias hoje. Embora possam parecer um pouco díspares, todos estão intimamente ligados ao ponto de as pessoas geralmente usarem os termos de forma intercambiável. Essa doutrina dos dois reinos é uma doutrina cristã protestante que ensina que Deus é o soberano do mundo inteiro e que ele governa de duas formas. Ela é defendida por luteranos e tem sido historicamente defendida também pelos calvinistas, apesar de os neo-calvinistas adotarem uma visão diferente chamada transformacionalismo (ou "mandato cultural").









Segundo esta doutrina, Deus governa o mundo, o reino da mão esquerda, através de governos seculares (e, embora este ponto seja frequentemente mal-entendido, também eclesiásticos) por meio da lei, ou seja, pela espada e pela compulsão pela força; e governa o céu, o reino da mão direita e seu reino espiritual, ou seja, os cristãos (no sentido de serem uma nova criação que espontânea e voluntariamente obedecem) através do evangelho ou da graça. A doutrina dos dois reinos é simplesmente outra forma do ensino caracteristicamente luterano da Lei e Evangelho. O livro oficial que define o luteranismo, o "Livro de Concórdia", compilado em 1580, faz referência a um sermão de Martinho Lutero sobre tema de 1528, pregado no 19º domingo depois da Trindade em Marburg e sobre os dois reinos ("Os Dois Tipos de Justiça"). Neste sermão ele afirma que o reino mundano (mão esquerda) inclui tudo o que podemos ver e fazer com nossos corpos, o que inclui completamente e especialmente o que quer que seja feito na igreja. Ele faz esta distinção para que fique claro que no reino celestial (mão direita), a única coisa que está incluída é a fé em Cristo. "Somente Cristo" (Solus Christus) e "somente a fé" (sola fide) são slogans luteranos refletidos desta forma. A suposta base bíblica para esta doutrina está na distinção que São Paulo faz em Romanos 8,  entre o corpo físico e o espírito. Esta interpretação marca a ruptura de Lutero com a tradicional compreensão escolástica deste capítulo, que ensina que, nesta dicotomia, o corpo é o vício, o profano e o secular enquanto que o espírito é a virtude, o sagrado e o eclesiástico. Lutero, por outro lado, via este contraste como um movimento da verdadeira virtudes, que incluíam especialmente o sagrado e eclesiástico e qualquer ato de retidão que possamos realizar ou que é visível, para apenas a retidão (ou "justiça") invisível da fé em Cristo, que, no sermão supracitado, ele afirma que é "sem significado na terra exceto para Deus e para uma consciência atormentada". Martinho Lutero usava a frase "dois governos" ao invés de "dois reinos". Sua doutrina com Philip Melancthon, que depois foi chamada de "dois reinos", afirmava que a igreja não deveria exercer um governo terreno e os príncipes da terra não deveriam governar a igreja e nem se intrometerem no assunto da salvação das almas.









O modelo agostiniano da "Cidade de Deus" foi a base para a doutrina de Lutero, mas ele avança. Ele se deparou com tipos aparentemente contraditórios na Bíblia. Algumas passagens exortavam os cristãos a obedecerem os soberanos acima deles e a pagar de volta o mal com retribuição, mas outras, como no Sermão da Montanha, exortam a passividade frente à opressão. Lutero as reconciliou e, ao fazê-lo, assumiu uma posição intermediária entre católicos romanos, que entendiam o segundo tipo de passagens bíblicas como uma forma de ideal para uma classe mais perfeita de cristãos, e cristãos radicais, que rejeitavam qualquer autoridade temporal. Lutero, por sua vez, propôs que o mundo estava dividido entre os verdadeiros cristãos e os não cristãos e que a espada é necessária para conter o mal cometido pelos não cristãos. O reino espiritual, composto pelos verdadeiros cristãos, não precisa da espada. As passagens bíblicas lidando com a justiça e a retribuição, portanto, são voltadas apenas ao primeiro reino. Cristãos, porém, só deveriam utilizar a espada contra malfeitores e nunca contra si próprios. Lutero também utiliza esta ideia para descrever a relação entre a igreja e o estado. O reino temporal não tem autoridade para coagir em assuntos pertinentes ao reino espiritual. Ele tinha em mente a forma na qual a Igreja Católica Romana havia se imiscuído nos assuntos seculares (com suas justas razões contextuais, pois sempre em última instãncia se apelava para Roma, dai o termo: "ROMA FALOU, CAUSA ENCERRADA"),  e o envolvimento dos príncipes nos assuntos eclesiásticos.




"Deus ordenou dois governos: o espiritual, que pelo Espírito Santo sob Cristo estão os cristãos e os piedosos; e o secular, que contém os não-cristãos e os maus de forma a obrigá-los a manter a paz exterior. [...] As leis do governo mundano não se estendem além da vida e da propriedade e o que é exterior sobre a terra. Pois sobre a alma Deus tem poder e não deixará ninguém governar além de Si. Portanto, onde poderes temporais presumem prescrever leis para a alma, ele invade o governo de Deus e só engana e destrói almas. Desejamos tornar isto tão claro que todos poderão compreender e que príncipes e bispos possam perceber quão tolos são quando tentam coagir as pessoas com suas leis e mandamentos a acreditarem em uma coisa ou outra."




Lutero proibiu que cristãos permitissem que governantes temporais se intrometessem em seus corações em assuntos de fé declarando que "se você se entregar a ele e deixá-lo levar embora sua fé e seus livros, você terá verdadeiramente negado a Deus". Porém, em todos os assuntos temporais, os súditos devem obedecer e receber bem o sofrimento cristão:




“Devemos estar sujeitos ao poder governamental e fazer o que ele comanda desde que ele não constranja nossa consciência e legisle apenas sobre assuntos exteriores. [...] Mas se ele invadir o domínio espiritual e constranger a consciência, sobre a qual apenas Deus deve presidir e governar, não devemos obedecer de forma nenhuma, mesmo à custa de nossos pescoços. A autoridade temporal e o governo não se estende para além dos assuntos que são externos e corpóreos.”




A "Teologia Reformada" do Domínio de Deus




Por causa da influência do neo-calvinismo, acredita-se geralmente que os calvinistas ("reformados") tenham defendido historicamente uma visão significativamente diferente da doutrina dos dois reinos conhecida como transformacionalismo. Na realidade, porém, Calvino e outros reformados ortodoxos posteriores claramente distinguiam entre a redentora obra de salvação de Deus e a obra terrena da providência; eles defendiam que Ele atuava de forma diferente em cada reino e percebiam esta obra redentora como parte do domínio da igreja enquanto que a obra terrena estaria sob o domínio das autoridades civis. O teólogo escocês Andrew Melville é especialmente conhecido por articular esta doutrina e o escocês "Second Book of Discipline" claramente define as esferas da autoridade civil e eclesiástica. Grandes teólogos ortodoxos, como Samuel Rutherford, também utilizaram conceitos e a terminologia dos dois reinos. Francis Turretin ampliou o desenvolvimento da doutrina significativamente ao ligar o reino temporal ao status de Cristo como Deus eterno e criador do mundo e o reino espiritual com seu status como filho encarnado de Deus e redentor da humanidade. A aplicação reformada da doutrina diferiu da Luterana na questão do governo exterior da igreja. Os luteranos se contentaram em permitir que o estado controlasse a administração da igreja, uma visão compartilhada no mundo reformado por Thomas Erastus. Mas, de maneira geral, os reformados seguiram o exemplo de Calvino que insistiu que a administração exterior da igreja, incluindo o direito de excomungar, não deveria ser entregue ao estado.




Respostas e influências





A articulação por Lutero da doutrina dos dois reinos teve pouco efeito na realidade prática do governo eclesiástico nos territórios luteranos durante a Reforma. Com a emergência do conceito do "cuius regio, eius religio", as autoridades civis passaram a ter grande influência sobre o formato da igreja em seus domínios e os luteranos foram forçados a ceder muito do poder concedido aos oficiais da igreja a partir de 1525. Em Genebra, porém, Calvino conseguiu, depois de muita luta, estabelecer, sob as "Ordenações Eclesiásticas", uma forma de governo eclesiástico com muito mais poder. Mais importante ainda, o Consistório de Genebra recebeu a autoridade exclusiva para excomungar membros da igreja. James Madison, o principal autor da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, creditou explicitamente Martinho Lutero como o teorista que "abriu o caminho" ao prover uma distinção apropriada entre as esferas civil e eclesiástica. A distinção de Lutero foi adotada por John Milton, autor de "A Treatise of Civil Power", e John Locke, que posteriormente ecoou a doutrina em sua obra:




"Existe uma sociedade dividida em duas da qual quase todos os homens do mundo são membros e desta organização dividida em duas eles devem obter uma felicidade dupla; viz. A deste mundo e a do outro: e daí emergem estas duas sociedades seguintes, viz: religiosa e civil."




O sociólogo Max Weber também trabalhou com as tensões implícitas na doutrina dos dois reinos de Lutero em seu ensaio sobre a natureza dos políticos, "Política como Vocação".





A teologia do Reino (domínio de Deus) no Catolicismo Romano





A Igreja Católica tem uma doutrina similar chama de "doutrina das duas espadas", expressa na bula papal "Unam Sanctam", publicada em 1302 pelo papa Bonifácio VIII. Nela, Bonifácio ensina que há apenas um Reino, a Igreja (neste caso, a Igreja Católica) e que a Igreja controla a "espada espiritual" enquanto que a "espada temporal" é controlada pelo Estado. A espada temporal é descrita como hierarquicamente inferior à espada espiritual, o que permite que a Igreja influencia a política e a sociedade de maneira geral.





Teologia do domínio no Cristianismo Ortodoxo oriental




Apesar de os papas de Alexandria terem tido uma imensa influência sobre o Império Bizantino até o século VI, a igreja copta, não calcedoniana, geralmente era contrária ao casamento da autoridade eclesiástica com o poder político, pelo menos desde que se tornou evidente que a ortodoxia calcedonianismo tornar-se-ia a posição cristológica oficial da Igreja Bizantina (pejorativamente chamada de "melquita", que significa "do rei"). A Igreja Copta, que abrange a maioria dos cristãos egípcios, jamais tentou controlar ou subverter o histórico governo islâmico do Egito.

 

 


Aqueles que sustentam esses pontos de vista, acreditam que é dever dos cristãos "criar um reino mundial modelado segundo a Lei Mosaica"!

 



Eles acreditam que Cristo não retornará à terra até que tal reino seja estabelecido. O objetivo principal, então, da teologia do domínio e do reconstrucionismo cristão é a dominação política e religiosa do mundo através da implementação das leis morais, e suas punições subsequentes, do Antigo Testamento (as leis sacrificiais e cerimoniais foram cumpridas no Novo Testamento). Este não é um sistema governamental regido pela igreja, mas sim um governo conformado com a Lei de Deus. A teologia do domínio/reconstrucionismo cristão é amplamente baseada em uma visão pós-milenista do pactualismo. O pós-milenismo é a crença de que Cristo retornará à terra após o reinado de mil anos do reino de Deus, e o pactualismo refere-se à crença de que a história bíblica é dividida em três grandes alianças supostamente descritas nas Escrituras – de redenção, de obras e de graça. Os adeptos acreditam que atualmente existimos sob o pacto da graça, que a igreja e Israel são a mesma coisa, e que agora estamos no Reino milenar de Deus. O homem, sob o pacto da graça, é responsável por governar o mundo, ou seja, manter o domínio sobre ele em obediência às leis de Deus. Acreditam que a Bíblia ensine uma visão pré-milenista do Reino de Deus (Zacarias 14,4–9; Mateus 25,31–34) e que Israel e a Igreja são distintos ao longo da história e profecia bíblicas. Não vemos que Deus tenha ordenado à Igreja que se encarregasse de renovar a sociedade. Em vez disso, vemos a ordem para os crentes pregarem o evangelho como em Mateus 28,19–20. Deus pretende implementar a reforma social mundial Ele mesmo (Apocalipse 19,11 - 20). O livro "The Road to Holocaust" (Hal Lindsay" mostra como, ao longo da história, cristãos justificaram a perseguição dos judeus, e o colonialismo, usando uma interpretação equivocada da Bíblia. O livro explica também a "Teologia do Domínio", muito em voga hoje, porém nem sempre chamada assim. Para entender em poucas palavras, a Bíblia fala de dois povos: Israel e Igreja: 





-O primeiro, escolhido por Deus no Antigo Testamento (não por seus atributos mas, muito pelo contrário, pela graça e soberania de Deus), recebeu promessas para sua época e para o futuro. É disso que fala boa parte do Antigo Testamento e profetas. As promessas eram sempre terrenas, de fartura, domínio dos povos e coisas assim.

 

 

-Já o segundo povo (Igreja = conjunto dos que crêem em Cristo) não recebeu qualquer promessa terrena, mas todas celestiais, e foi formado tanto por judeus como por gentios, ambos convertidos a Cristo (judeus normalmente é o termo para o que restou de Israel por ocasião do Novo Testamento e hoje, principalmente descendentes das tribos de Judá e Benjamim). Esse povo (Igreja) jamais recebeu promessas de fartura, domínio ou lugar de destaque aqui. Suas esperanças sempre foram celestiais.

 

 




Basta acompanhar a história da cristandade -- faço uma distinção entre cristianismo e cristandade, o primeiro é o original, a segunda é a cópia -- para ver que esta tentou se arvorar substituta de Israel no mundo, beneficiária, portanto, de todas as promessas do Antigo Testamento, que incluíam poder político e religioso no mundo, abundância de riquezas e saúde perfeita. Sob esta ótica, já no princípio da história da cristandade quem se declarasse judeu só podia ser um usurpador, já que Deus supostamente prometera o domínio do mundo ao Seu povo, interpretado pela cristandade como sendo a "Igreja", que alguns até hoje acreditam ser a substituta de Israel no mundo. O próprio Martinho Lutero era influenciado por essas idéias e é preciso compreender que este era o pensamento comum e oficial em sua época, tanto no meio político como cultural e religioso. Ele escreveu um panfleto em 1542 que dizia, em suma, o que devia ser feito com os judeus:

 




"Incendiar suas sinagogas e escolas, derrubar suas casas, confiscar seus livros de oração, proibir os rabinos de ensinar sob pena de serem mortos, abolir o direito de ir e vir nas estradas, despojá-los de toda prata e ouro e obrigar que trabalhem com o suor de seu rosto (ou seja, não em atividades comerciais) para ganhar o sustento."



 

A moderna Teologia do Domínio "prega a cristianização do mundo" como prerrogativa para Cristo voltar e reinar!





Em alguns círculos políticos dos EUA, os fins justificam os meios, portanto não existiria nada de errado em se envolver em guerras se isto for para expandir o domínio da fé cristã, um discurso que não difere muito dos radicais islâmicos em seu empenho por eliminar os infiéis. Gary North é um dos que estão embarcados nessas idéias, bem como boa parte dos políticos norte-americanos ditos cristãos que querem fazer a sociedade de amoldar na marra aos princípios do cristianismo. É evidente que a influência cristã foi benéfica em muitos aspectos em nossa sociedade, mas tornar isso compulsório é misturar as coisas. No Brasil já temos alguma influência desse tipo de pensamento, como inclusão do nome de Deus nas cédulas, lobby católico ou evangélico, e coisas do tipo.

 




Os mais recentes adeptos da Teologia do Domínio, embora a maioria nem saiba o que está fazendo, são os neocristãos adeptos da teologia da prosperidade...





A adoção de trechos isolados do Antigo Testamento, originalmente dirigidos aos israelitas na Terra Prometida, leva muitos a acreditarem que ser rico e próspero faz parte das promessas de Deus para os cristãos. Obviamente basta ligar a TV para ver a quantas andam essas crenças. Mas quem ligar a Bíblia verá trechos que descrevem a vida simples de Cristo e dos discípulos, como Paulo que dizia "aprendi a contentar-me com o que tenho" (Fp 4,11). A idéia de que Deus ordena aos cristãos que acumulem riquezas é a mesma que justificou a glória secular do romanismo com sua sede por poder secular, riquezas e posse material nos últimos 2 mil anos. Se o Templo de Salomão era todo revestido de ouro, as catedrais cristãs deviam ser também. Se as vestes dos sacerdotes deviam ser ricas em ouro e pedras, idem para os dignatários cristãos. Esse foi o raciocínio que predominou. Se Salomão, Davi, Abraão etc. eram ricos eu também devo ser. Israelitas? Judeus? Oras, Deus está falando para mim, não para eles -- foi o raciocínio que perdurou na cristandade por séculos e é o raciocínio que está sendo veladamente resgatado hoje nos cultos evangélicos de prosperidade, justamente em um momento em que o catolicismo romano tinha se maquiado de despojado numa opção intelectualizada pelos pobres e pela pobreza. David Chilton, um dos propagadores da Teologia do Domínio: "Não sou eu quem está trazendo uma porção de novas idéias. Sabem o que eu fiz? Voltei para os pais da Igreja e li Santo Atanásio. Li Santo Agostinho e vi o que ele tinha a dizer sobre a marca da besta". Em seus escritos é possível encontrar pérolas como "O Israel étnico foi excomungado por sua apostasia e jamais voltará a ser o Reino de Deus." "O objetivo cristão para o mundo é a desenvolvimento universal de repúblicas bíblicas teocratas" - "The Road to Holocaust" explica o que aconteceu com a fé cristã reformada, principalmente nos EUA, até seu estado atual: "À medida que começaram a enriquecer, começando pelos próprios pastores e pregadores, houve necessidade de se adaptar a doutrina para explicar que toda aquela riqueza era a prosperidade prometida no Antigo Testamento. Dai até dizer que os cristãos devem arrumar o mundo para esperar a vinda de Cristo foi um passo." Pelo que vemos atualmente no mundo, infelizmente, o anti-semitismo irá recrudescer e amparado por essas idéias de domínio cristão que prevaleceram por séculos na antiguidade cristã, só que agora por católicos Rad Trad e neo-evangélicos num vale-tudo pelo domínio do mundo, de seu dinheiro, de seus negócios, de suas convicções, de seus territórios etc.

 




"E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; DOMINAI sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra". (Gênesis 1,26 - 28)

 



O mandamento divino de "multiplicar" e "dominar", são os dois mandamentos que têm sido cumpridos à risca desde os primórdios da história humana. Neste artigo, vou me concentrar mais especificamente sobre o mandamento do "domínio". Deus mandou o ser humano dominar tanto o reino animal como sobre "toda a terra" - Não deveríamos ficar surpresos quando vemos pessoas de todas as camadas sociais se envolvendo com o domínio local e mundial. Desde à ordem divina, esse impulso de dominar nunca saiu do ser humano. Portanto, desta forma reis, princípes, religiosos, governadores, falsos profetas e tantos outros têm se empenhado em dominar para expandir seus territórios. É claro que no geral a tentativa de domínio provém de corações caídos e não da boa intenção para com Deus e o próximo. Mas, esse impulso para dominar, não faz da teologia do domínio uma coisa má em sí. Afinal, foi Deus quem mandou os homens dominarem. Todavia, isto deve ser feito por mentes regeneradas pelo Espírito de Deus. Na verdade, nós cristãos devemos ser desafiados para dominar o mundo para Cristo antes que o inimigo o faça. O grande problema é que dentro das igrejas (com sua visão pessimista acerca do futuro), as chamadas lideranças não têm incentivado o autêntico e verdadeiro domínio cristão. Pelo contrário, existe uma grande ignorância acerca do assunto. Alguns quando pensam na teologia da domínio, ao invés de raciocinarem com bases puramente bíblicas, partem para idéias erradas de domínio à base da força e do lançamento de candidatos na política. Quando se fala de teologia do domínio, que fique bem claro, estamo falando em base bíblico-magisterial sólida, no modo de operação divino. Em Mateus 28,19 - 20 Jesus deixa bem claro como deve ser o domínio cristão no mundo: 



"Ide, portanto, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século".




Observe que Jesus não manda simplesmente "pregar", mas manda fazer "discípulos de todas as nações". Este trabalho demanda mais tempo ainda do que simplesmente pregar para pessoa ficar sabendo sobre a salvação em Cristo. O discipulado é o ensino de todas as coisas que Jesus ordenou aos homens fazerem. Porque discipular as nações ao invés de só pregar o evangelho para que a pessoa aceite a Jesus? Porque a Escritura diz que o Reino do Messias vai dominar o mundo inteiro chegando ao ponto de "todas as famílias das nações" se prostrarem perante Ele:





"Lembrar-se-ão do SENHOR e a Ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações. Pois do SENHOR é o reino, é Ele quem governa as nações! Todos os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante Ele, até aquele que não pode preservar a própria vida. A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura" (Salmo 22,27 - 30)




Em Isaías 2,4-5 também diz: "Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do SENHOR".



Quem tem uma visão pessimista acerca do futuro não consegue acreditar que isto será possível. O mundo de antigamente era mais brutal, mais pobre e bem menos opulento e justo que hoje! Tenho visto esse pessimismo no falar de alguns líderes cristãos de renome em nosso país (católicos e protestantes).  O pior de tudo é ver que com pessimismo ou não, os incrédulos não cruzam os braços, mas continuam caminhando com sua bandeira de domínio. Na contramão, alguns cristãos de forma egoista e ilusória, esperam pelo "Arrebatamento Secreto" para escaparem deste mundo. A teologia do domínio em que creio não é sobre dominar a terra politicamente colocando pessoas cristãs dentro de instituições públicas etc. Pelo contrário, creio é que as nações devem ser discipuladas e, como conseguência, teremos convertidos dentro de todas as áreas da atuação humana. Assim acontecendo à consequência será que ao redor de cada um desses convertidos o ambiente será santificado. Quanto mais pessoas entrarem no Reino de Deus (pobres e ricos, pois Deus não morreu na cruz apenas por uma classe social), mais a tranformação será visível na sociedade, na família, na política, na ciência etc. Um evangelho que não faz uma mudança ao redor da pessoa que nele crê, não é um verdadeiro evangelho. A mudança invisível no espírito da pessoa tem de se fazer visível no mundo. A CONSEQUÊNCIA NATURAL dessas transformações de mentes, será a transformação das nações. Não se engane o meu leitor, Jesus não virá até o dia em que a restauração de tudo ainda não estiver em seu ápice. Atos 3.21 deixa isto bem claro ao dizer: "Convém que o céu o contenha até o tempo de restauração de tudo". A recusa de muitos cristãos em querer dominar o mundo para Cristo (porque o fim está próximo e não adianta fazer nada), reflete um ato de rebeldia. Eles são súditos de um Reino que não querem obedecer à ordem do Rei. São também súditos de um Reino cujo Rei não reina ainda (sendo que Apocalipse 1,5-6; 5,10 diz o contrário). Se você não crê que Jesus Reina atualmente neste mundo caído, você também não pode dizer que crê que Ele implantará o seu Reino à força no último dia. A melhora do mundo depende da esperança de crer que os homens se arrependerão dos seus pecados. Se crermos que a maioria fará isto, então, creremos que um mundo melhor será possível.Teremos um mundo não simplemente acabado, mas transformado em novos céus e nova terra! Tenho visto que muitos cristãos apenas olham para as notícias dos jornais ao invés de caminharem pela fé somente (2ª Coríntios 5,7). Enquanto muitos crêem em um estudo sobre o fim dos tempos que diz que não devem fazer nada pelo mundo, os incrédulos continuarão avançando (mesmo que o mundo esteja caindo sobre suas cabeças).

 

 


Existem muitos efeitos negativos provocados pelos “ensinos da Teologia do Domínio”, no Cristianismo de hoje.  Três desses efeitos são:





1- Os reconstrucionistas ensinam que a missão da igreja vai além da transformação espiritual dos indivíduos, como um mandato para mudar a sociedade, um “patriotismo moral”, se ela quiser se opor ao Humanismo. Para que Cristo fique satisfeito com os cristãos, nesse caso, eles devem se engajar no ativismo político e social. Conforme esta visão, os cristãos devem mudar as leis de sua terra, esforçando-se para eleger candidatos cristãos e buscando geralmente exercer o seu domínio no mundo, colocando-o sob a Lei de Moisés. Vemos a influência deste pensamento até mesmo naqueles que pouco conhecem a Teologia do Domínio - James Dobson, Larry Burkett, the Christian Coalition, Pat Robertson, Promise Keepers, Charles Colson, documento Evangélicos e Católicos Juntos, além da Operação de Resgate, para citar alguns.



2 - A motivação para uma vida piedosa embasada na bendita esperança – do retorno de Cristo (Tito 2,13) – é substituída pela tarefa de apenas "reestruturar" a sociedade. Este mandato cultural para restaurar a sociedade é uma tarefa que pode levar centenas de anos, e de forma infrutífera, pois não adianta trocar a coleira se o cachorro continua o mesmo, ou seja, indomável. É possível mudar as estruturas com santidade, não o contrário, sem conversão, é impossível mudanças.



3 - Se já estamos no Reino de Deus, no sentido de uma "teocracia político-econômica", como ensinam os dominionistas (não no sentido de Reino espiritual, como Cristo ensina), então, os cristãos carismáticos/pentecostais (católicos e protestantes), bem como os adeptos da TOLOGIA DA LIBERTAÇÃO meramente IMANENTE, estariam certos, quando ensinam que a saúde, prosperidade e a implacável JUSTIÇA SOCIAL são direitos que devem ser buscados a todo e qualquer custo (onde os fins justificam os meios). Daí porque, os calvinistas do Reconstrucionismo, os carismáticos, neo-pentecostias da Teologia da prosperidade, e Téologos da libertação, querem construir o paraiso terrestre através de ideologias, ou seja, todos adeptos do Reino do "Aqui - e - Agora", pelo ao menos nesse ponto, formam uma unidade de ação revolucionária nesse IMEDIATISMO, pois todos eles têm o mesmo objetivo (é o que vemos nas épocas de eleições no Brasil e mundo afora, quando católicos e protestantes,  geralmente antagônicos, costumam se unir no mesmo discurso, e com a mesma bandeira). Eles não estão aguardando o retorno de Cristo para estabelecer o Seu Reino; estão na verdade, tentando estabelecê-lo conforme suas próprias convicções ideológicas.

 



 






REINO DE DEUS NA PERSPECTIVA DO MAGISTÉRIO CATÓLICO:




§1720 A bem-aventurança cristã - O Novo Testamento usa várias expressões para caracterizar a bem-aventurança à qual Deus chama o homem: a vinda do (Reino de Deus; a visão de Deus: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt 5,8); entrada na alegria do Senhor; entrada no repouso de Deus:Aí descansaremos e veremos, veremos e amaremos, amaremos e louvaremos. Eis a essência do fim sem fim. E que outro fim mais nosso que chegarmos ao reino que não terá fim?




§2819 "O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14,17). Os últimos tempos, que estamos vivendo, são os tempos da efusão do Espírito Santo. Trava-se, por conseguinte, um combate decisivo entre "a carne" e o Espírito: Só um coração puro pode dizer com segurança: "Venha a nós o vosso Reino". E preciso ter aprendido com Paulo para dizer: "Portanto, que o pecado não impere mais em vosso corpo mortal" (Rm 6,12). Quem se conserva puro em suas ações, em seus pensamentos e em suas palavras pode dizer a Deus: "Venha o vosso Reino"





As  "Chaves do Reino"




§551 Desde o início de sua vida pública, Jesus escolhe homens em número de doze para estar com Ele e para participar de sua missão; dá-lhes participação em sua autoridade "e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar" (Lc 9,2). Permanecem eles para sempre associados ao Reino de Cristo, pois Jesus dirige a Igreja por intermédio deles: Disponho para vós o Reino, como meu Pai o dispôs para mim, a fim de que comais e bebais à minha mesa em meu Reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel (Lc 22,29-30).




§552 No colégio dos Doze, Simão Pedro ocupa o primeiro lugar. Jesus confiou-lhe uma missão única. Graças a uma revelação vinda do Pai, Pedro havia confessado: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16). Nosso Senhor lhe declara na ocasião: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as Portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela" (Mt 16,18). Cristo, "Pedra viva"; garante a sua Igreja construída sobre Pedro a vitória sobre as potências de morte. Pedro, em razão da fé por ele confessada, permanecerá como a rocha inabalável da Igreja. Terá por missão defender esta fé de todo desfalecimento e confirmar nela seus irmãos.




§553 Jesus confiou a Pedro uma autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será desligado nos Céus" (Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, "o Bom Pastor" (Jo 10,11), confirmou este encargo depois de sua Ressurreição: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15-17). O poder de "ligar e desligar" significa a autoridade para absolver os pecados, pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja. Jesus confiou esta autoridade à Igreja pelo ministério dos apóstolos e particularmente de Pedro, o único ao qual confiou explicitamente as chaves do Reino.





REINO E DOMÍNIO DE SATANÁS




 






§550 O advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: "Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós" (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam homens do domínio dos demônios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre "o príncipe deste mundo". E pela Cruz de Cristo que o Reino de Deus ser definitivamente estabelecido: "Regnavit a ligno Deus - Deus reinou do alto do madeiro".




 

 

DOMÍNIO NA PERSPECTIVA CATÓLICA




"Realeza" como senhorio




§2816 No Novo Testamento o mesmo termo "Basiléia" pode ser traduzido por realeza (nome abstrato), reino (nome concreto) ou reinado (nome de ação). O Reino de Deus existe antes de nós. Aproximou-se no Verbo encarnado, é anunciado ao longo de todo o Evangelho, veio na morte e na Ressurreição de Cristo. O Reino de Deus vem desde a santa Ceia e na Eucaristia: ele está no meio de nós. O Reino virá na glória quando Cristo o restituir a seu Pai: O Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, a quem invocamos com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim como Ele é nossa Ressurreição, pois nele nós ressuscitamos, assim também pode ser o Reino de Deus, pois nele nós reinaremos.




Domínio de Deus









§304 Assim vemos o Espírito Santo, autor principal da Escritura, atribuir muitas vezes ações a Deus, sem mencionar causas segundas. Esta não é uma "maneira de falar" primitiva, mas uma forma profunda de lembrar o primado de Deus e o seu senhorio absoluto sobre a história e o mundo e de assim educar para a confiança nele. A oração dos Salmos é a grande escola desta confiança.




Domínio do homem




§2293 A pesquisa científica de base, como a pesquisa aplicada, constituem uma expressão significativa do domínio do homem sobre a criação. A ciência e a técnica são recursos preciosos postos a serviço do homem e promovem seu desenvolvimento integral em benefício de todos; contudo, não podem indicar sozinhas o sentido da existência e do progresso humano. A ciência e a técnica estão ordenadas para o homem, do qual provêm sua origem e seu crescimento; portanto, encontram na pessoa e em seus valores morais a indicação de sua finalidade e a consciência de seus limites.




§2415 O sétimo mandamento manda respeitar a integridade da criação. Os animais, como as plantas e os seres inanimados, estão naturalmente destinados ao bem comum da humanidade passada, presente e futura. O uso dos recursos minerais, vegetais e animais do universo não pode ser separado do respeito pelas exigências morais. O domínio dado pelo Criador ao homem sobre os seres inanimados e os seres vivos não é absoluto; é medido por meio da preocupação pela qualidade de vida do próximo, inclusive das gerações futuras; exige um respeito religioso pela integridade da criação.

 





*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17

 

 



BIBLIOGRAFIA:

 

 



-ALMEIDA, Ronaldo. A universalização do Reino de Deus. Dissertação. UNICAMP - Mestrado em Antropologia. Campinas, 1996.

 

– Dominion Theology, Pr. Gary E.Gilley, da Southern Chapel, Janeiro de 1996;

 

-FAORO, Raymundo. Os donos do poder – formação do patronato político brasileiro. Rio de Janeiro: Ed. Biblioteca Azul, 2012.

 

- “Dominion Theology: Blessing or Curse?”; de Thomas Ice e H. Wayne House;

 

 -“Vengeance is Ours: The church in Dominion”, de Albert James Dager.

 

-GIL FILHO, Sylvio Fausto. Espaço sagrado: estudo em geografia da religião. Curitiba: IBPEX, 2008.

 

 -HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: do ‘fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

 

 -SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2007. 14a ed.

 

 -SANTOS, Suzy dos. Crescei e multiplicai-vos: a explosão religiosa na televisão brasileira. Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 11, p. 1-24, julho/dezembro 2004

 

 -STEIL, Carlos Alberto. Pluralismo, modernidade e tradição – transformações do campo religioso. Revista Ciências Sociais e Religião, Ano 3, n 3 - UFRGS, Porto Alegre, 2001.

 

 






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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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