Até que ponto somos controlados pelo
inconsciente?
Por *Magda Osman - BBC Future (The Conversation)*
Às vezes,
quando me pergunto por que fiz determinada escolha, percebo que, na verdade, eu
não sei! Até que ponto somos regidos por coisas das quais não temos
consciência? — Paul, 43 anos, Londres.
Por que você comprou um carro? Por que você se apaixonou por alguem?
Quando começamos a analisar a base de nossas escolhas de vida, sejam elas importantes ou bastante triviais, podemos chegar à conclusão de que não fazemos muita ideia. Podemos até mesmo nos perguntar se realmente conhecemos nossa própria mente e o que se passa nela fora da nossa percepção consciente?
Felizmente, a ciência da psicologia nos oferece insights importantes e talvez surpreendentes
Uma das descobertas mais importantes vem do psicólogo americano Benjamin Libet (1916-2007) na década de 1980. Ele concebeu um experimento que era aparentemente simples, mas gerou um enorme debate desde então:
Os participantes foram convidados a se sentar de maneira relaxada em frente a um relógio adaptado. No mostrador do relógio, havia uma pequena luz girando em torno dele.Tudo o que os participantes tinham que fazer era flexionar o dedo sempre que sentissem vontade de fazer isso e lembrar qual era a posição da luz no mostrador do relógio neste momento.Ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia, a atividade cerebral dos participantes era registrada por meio de um eletroencefalograma (EEG), que detecta níveis de atividade elétrica no cérebro.O que Libet conseguiu mostrar foi que o tempo fornece uma pista importante sobre se o inconsciente desempenha ou não um papel significativo no que fazemos.Ele mostrou que a atividade elétrica no cérebro se desenvolvia muito antes de as pessoas conscientemente terem a intenção de flexionar o dedo e o flexionarem.Em outras palavras, os mecanismos inconscientes, por meio da preparação da atividade neural, nos preparam para qualquer ação que decidamos realizar.Mas tudo isso acontece antes de termos conscientemente a intenção de fazer algo. Nosso inconsciente parece reger todas as ações que realizamos.
No entanto, à medida que a ciência avança, somos capazes de rever
e aprimorar o que sabemos!
Agora sabemos que há vários problemas fundamentais com as configurações do experimento que sugerem que as alegações de que nosso inconsciente rege fundamentalmente nosso comportamento são significativamente exageradas. Por exemplo, ao corrigir os vieses nas estimativas subjetivas da intenção consciente, a lacuna de tempo entre as intenções conscientes e a atividade cerebral é reduzida. No entanto, as descobertas originais ainda são valiosas, mesmo que não possam ser usadas para afirmar que nosso inconsciente rege completamente nosso comportamento.Outra forma de avaliar se somos, em última análise, governados por nosso inconsciente é analisar as situações em que podemos esperar que ocorra a manipulação inconsciente. Na minha pesquisa, perguntei às pessoas que situações seriam essas. O exemplo mais comum foi propaganda e marketing. Pode não ser uma surpresa, visto que muitas vezes nos deparamos com termos como "propaganda subliminar", que sugere que somos orientados a fazer escolhas de consumo de maneiras pelas quais não temos nenhum controle consciente.
James Vicary, que foi profissional de marketing e psicólogo na década de 1950, deu vida ao conceito. Ele convenceu um dono de cinema a usar seu dispositivo para projetar mensagens durante a exibição de um filme. Mensagens como "beba Coca-Cola" apareciam por frações de segundo — e ele alegou que as vendas da bebida dispararam depois que o filme acabou.
Após um grande furor a respeito da ética desta descoberta, Vicary
contou a verdade e admitiu que tudo era uma farsa — ele havia inventado os
dados!
Na verdade, é notoriamente difícil mostrar em experimentos de laboratório que projetar palavras abaixo do limiar da percepção consciente pode nos induzir até mesmo a pressionar botões em um teclado que estão associados a esses estímulos, quanto mais nos manipular para mudarmos escolhas no mundo real. O aspecto mais interessante em torno dessa polêmica é que as pessoas ainda acreditam, como tem sido demonstrado em estudos recentes, que métodos como a propaganda subliminar estão em uso, quando, na verdade, existe uma legislação que nos protege dela.
Mas tomamos decisões sem pensar
conscientemente?
Para descobrir, os pesquisadores investigam três possibilidades:
-Até que ponto nossas escolhas são baseadas em processos inconscientes?
-Se esses processos inconscientes são fundamentalmente enviesados (por exemplo, sexistas ou racistas)?
-E o que, se houver algo, pode ser feito
para melhorar nossa tomada de decisão enviesada a e inconsciente?
Para o primeiro ponto, um estudo analisou se as melhores escolhas feitas em ambientes de consumo eram baseadas ou não no pensamento ativo. A descoberta surpreendente foi que as pessoas fazem escolhas melhores quando não pensam, especialmente em ambientes de consumo complexos. Os pesquisadores argumentaram que isso acontece porque nossos processos inconscientes são menos limitados do que os processos conscientes, que demandam muito do nosso sistema cognitivo. Os processos inconscientes, como a intuição, funcionam de maneira que sintetizam automática e rapidamente uma variedade de informações complexas, e isso oferece uma vantagem sobre o pensamento deliberado. Assim como o estudo de Libet, esta pesquisa despertou grande interesse.
Infelizmente,
as tentativas de replicar essas descobertas foram extremamente difíceis, não
apenas nos contextos originais de consumo, como também em áreas em que se
considera que haja uma ampla utilização de processos inconscientes: na detecção
de mentiras, em decisões médicas e decisões românticas arriscadas.
Dito isso, é claro que existem fatores que podem influenciar nossas decisões e direcionar nosso pensamento aos quais nem sempre prestamos muita atenção, como emoções, humor, cansaço, fome, estresse e crenças existentes. Mas isso não significa que somos completamente regidos por nosso inconsciente — é possível ter consciência desses fatores. Às vezes, podemos até neutralizá-los colocando os sistemas certos em funcionamento ou aceitando que contribuem para o nosso comportamento.
Mas e quanto ao viés na tomada de decisão?
Um estudo mostrou que, por meio do uso de uma técnica agora amplamente utilizada, chamada teste de associação implícita (IAT, na sigla em inglês), as pessoas nutrem atitudes inconscientes e enviesadas em relação a outras pessoas (como discriminação racial ou de gênero). Também sugeriu que essas atitudes podem, na verdade, motivar decisões enviesadas, como em questões de trabalho, jurídicas, médicas e que afetam a vida de outros.
No entanto, ao analisar mais de perto pesquisas sobre o tema, há dois problemas críticos com o teste de IAT
Em primeiro lugar, se você observar as pontuações de um indivíduo no teste de IAT, e pedir para ele repetir o teste, os dois resultados não coincidem de forma consistente — isso é conhecido como confiabilidade teste-reteste limitada. Além disso, foi demonstrado que os resultados do teste de IAT são um indicador frágil do comportamento real de tomada de decisão, o que significa que o teste tem baixa validade. Também há esforços para tentar melhorar a maneira como tomamos decisões em nossa vida cotidiana (como alimentação saudável ou economizar para a aposentadoria), na qual nossos processos inconscientes enviesados podem limitar nossa capacidade de fazer isso.
Neste
sentido, o trabalho de Richard Thaler, ganhador do prêmio Nobel de economia, e
Cass Sunstein foi revolucionário!
A ideia básica por trás do trabalho deles vem do cientista cognitivo Daniel Kahneman, outro ganhador do Prêmio Nobel, que argumentou que decisões precipitadas são motivadas principalmente de maneira inconsciente. Para ajudar a melhorar a forma como tomamos decisões, dizem Thaler e Sunstein, é preciso redirecionar processos inconscientemente enviesados na direção da melhor decisão. A maneira de fazer isso é dando um "empurrão" suave nas pessoas para que possam detectar automaticamente qual opção é a melhor a escolher. Por exemplo, você pode tornar os doces menos acessíveis em um supermercado do que as frutas. Esta pesquisa foi adotada globalmente por muitas instituições públicas e privadas.Um estudo recente da minha própria equipe mostra que as técnicas do "empurrão" muitas vezes falham consideravelmente. E também saem pela culatra, levando a resultados piores do que se não fossem usadas. Há várias razões para isso, como aplicar o "empurrão" errado ou entender mal o contexto. Parece que é necessário mais para mudar o comportamento do que dar um empurrãozinho. Dito isso, os defensores do "empurrão" nos levam a acreditar que somos mais facilmente influenciados do que pensamos — e do que realmente somos. Um aspecto fundamental de nossas experiências psicológicas é a crença de que somos os agentes de mudança, seja em circunstâncias pessoais (como ter uma família) ou externas (como as mudanças climáticas antropogênicas). No geral, preferimos aceitar que temos liberdade de escolha em todos os tipos de contextos, mesmo quando percebemos que isso está sob a ameaça de mecanismos que nos manipulam inconscientemente. No entanto, ainda acreditamos estrategicamente que temos menos diligência, controle e responsabilidade em determinadas áreas, com base no quanto elas nos são importantes. Por exemplo, preferimos reivindicar controle e diligência conscientes sobre nosso voto político do que sobre o cereal matinal que estamos comprando. Então, podemos argumentar que nossa escolha infeliz para o café da manhã se resumiu à propaganda subliminar. No entanto, estamos menos inclinados a aceitar que fomos manipulados a votar de uma determinada maneira pelo poder das empresas de rede social. Descobertas científicas em psicologia que ganham manchetes sensacionalistas muitas vezes não ajudam porque contribuem com a ideia de que somos fundamentalmente regidos por nosso inconsciente. Mas a evidência científica mais robusta indica que somos provavelmente mais governados pelo pensamento consciente do que pelo pensamento inconsciente. Podemos ter a sensação de que nem sempre estamos totalmente cientes de por que fazemos o que fazemos. Isso pode ser porque nem sempre estamos prestando atenção aos nossos pensamentos e motivações internas. Mas isso não é equivalente a nosso inconsciente reger todas as nossas decisões. Embora eu ache que não, digamos que somos mesmo governados pelo inconsciente. Neste caso, há uma vantagem em alimentar a crença de que temos mais controle consciente do que não. Nas situações em que as coisas dão errado, acreditar que podemos aprender e mudar as coisas para melhor depende de aceitarmos um certo nível de controle e responsabilidade. Nos casos em que as coisas dão certo, acreditar que podemos repetir ou aprimorar ainda mais nossas conquistas depende de aceitarmos que temos um papel a desempenhar nelas. A alternativa é nos submeter à ideia de que forças aleatórias ou inconscientes ditam tudo o que fazemos e, no longo prazo, isso pode ser mentalmente devastador .
Então, por que você se apaixonou por sua companhia?
Talvez ela tenha feito você se sentir forte ou segura, desafiada de alguma forma ou apenas cheirava bem. Como qualquer outra questão importante, ela é multifacetada e não há uma resposta única. O que eu diria é que é improvável que seu "eu" consciente não tenha nada a ver com isso.
*Magda Osman é professora de psicologia experimental na Universidade Queen Mary em Londres, no Reino Unido. Este artigo é parte da série Life's Big Questions, do site de notícias acadêmicas The Conversation, que está sendo copublicada pela BBC Future. A série busca responder perguntas de leitores sobre a vida, o amor, a morte e o Universo. O texto foi publicado originalmente no The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Fonte:
https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-57778306
O poder do subconsciente e do inconsciente
na aprendizagem
O que faz uma grande diferença na hora de ensinar ou aprender alguma coisa nova é compreender como o aprendizado acontece. Quais os mecanismos que a nossa mente utiliza para processar as novas informações até que se transformem em conhecimento. Uma coisa muito interessante que tenho estudado e pesquisado muito é que o pensamento funciona de três formas, em três estados de consciência:
-Beta(mente consciente),
-Alfa (mente subconsciente)
-Teta (mente inconsciente).
1- Temos o modo focado (beta) que é a mente
consciente. No estado consciente vemos detalhes das coisas, não nos ocupamos em
fazer conexões, apenas consumimos informações e focamos exatamente no tema.
Também estamos no modo beta ao executar uma tarefa ou explicar algo a alguém. A
mente fica focada apenas no que está acontecendo no momento.
2- O
segundo modo é o subconsciente(alfa) - Neste modo o pensamento fica confuso,
tentando organizar informações. Temos dificuldade em segurar o pensamento,
dando a sensação de que ele vem e vai na tentativa de se concentrar em uma
solução. É a mente tentando processar uma nova informação e conecta-la ao seu
arsenal de conhecimentos prévios.
3- O modo inconsciente (teta) é o estado da
imaginação. Quando o pensamento voa e nem percebemos como ele se foi. A sensação
é de desligamento e descanso. Quando voltamos do estado teta ao modo focado
(beta) é como voltar à realidade.
Parece familiar? acontece com todo mundo bem assim! Ok, mas o que aprendi com tudo isso?
Que aprendemos a valorizar somente o modo consciente(beta) como se os outros dois não fossem importantes, o que é um erro. Enquanto o modo focado(beta) vê detalhes, partes, recebe informações, o modo subconsciente (alfa) pode mostrar o quanto você ainda carece de informações ou conhecimentos prévios para conectar ao novo tema.
Quando um aluno fica confuso e não consegue compreender o que o
professor está ensinando é um indicativo de que o professor precisa
contextualizar mais, adequar a linguagem, oferecer mais material para que o
novo seja aprendido.
Ou seja, o pensamento alfa é como um termômetro mostrando que ainda existem lacunas para que o aprendizado aconteça. Agora vamos ao mais polêmico e rejeitado: o pensamento teta, ou o inconsciente, ou..."o viajão". É justamente neste estado de pensamento que o aprendizado efetivamente acontece. É onde a mente faz as melhores conexões, onde tudo que estava guardado passa a fazer sentido quando se conecta a novas informações. É de onde vem os insights, as ideias. Muitos artistas utilizam propositalmente este modo de consciência para criar suas melhores obras. Quando você imagina, cria possibilidades, você visualiza possibilidades. Sua mente se acalma e consegue encontrar respostas. São muitas informações e memórias guardadas no inconsciente e que podem ser acessadas quando se tem as ferramentas corretas. Tudo isso mudou radicalmente a maneira como aprendo coisas novas e como me relaciono com os conhecimentos. Conhecer como minha mente funciona me proporciona estas ferramentas para a otimização do aprendizado.
Mas como transitar propositalmente entre
esses três modos?
Comece observando a si mesmo! Quando você está ouvindo uma notícia ou prestando atenção em algo, como você fica? Identifique os padrões corporais: posição do corpo, movimentos, tiques...peça para alguém te observar. Perceba-se também no modo subconsciente - quando não consegue tomar uma decisão, fica confuso sobre uma opinião, não consegue focar em um tema... Perceba também como é que você se desconecta e viaja em pensamentos. O que você estava fazendo quando se desconectou? Estava olhando fixamente em um objeto? sentindo a respiração? alguma parte do corpo? Cada pessoa tem uma deixa para "viajar" no pensamento. Descubra a sua. Tudo isso pode te ajudar a provocar esses estados, e principalmente o último, te ajudar a acessar o inconsciente e trazer de lá as peças que faltam para uma decisão.... ou o insight que você precisava ter. Descobri que pra mim, em particular, funciona olhar atentamente um objeto. Quando me percebo já estou viajando em pensamentos, e para voltar ao consciente é só olhar ao redor. O que faço é simplesmente valorizar o que tenho guardado lá no fundo da minha mente trazendo pra fora e transformando em criatividade. Este texto, por exemplo, foi escrito assim. Eu estava sem saber o que escrever, mas queria escrever. Fui propositalmente ao modo teta e quando voltei simplesmente escrevi. Tudo isso já estava lá dentro de mim, o que fiz foi dar espaço ao inconsciente trabalhar e voltar ao consciente de forma organizada. Minhas dicas são: ofereça material de qualidade à sua mente, consuma informações relevantes, pesquise muito . Depois disso, dê espaço que sua mente faz o resto.
Fonte - https://www.deboraaquino.com.br/2017/06/o-poder-do-subconsciente-e-do.html
O Poder
do Inconsciente: Como Ele Influencia Sua Vida Pessoal, Profissional e
Financeira?
Em meu turbilhante percurso pela jornada da existência, frequentemente me vejo diante da pergunta: até que ponto estamos realmente no controle de nossas vidas? Essa é uma indagação profunda que me leva a explorar os intricados caminhos do cérebro inconsciente e como ele permeia todos os aspectos da minha e da sua existência, desde o âmbito pessoal até o profissional e o financeiro. Para compreender essa complexa interação entre nossa mente consciente e o misterioso reino do inconsciente, é crucial delinear as nuances envolvidas. O cérebro, essa intrincada rede de bilhões de neurônios, opera em dois modos principais: a mente consciente, a parte visível e aparentemente controlável, e a mente inconsciente, a esfera oculta e profundamente influente. A mente consciente, como o próprio nome sugere, é o epicentro de nosso pensamento racional. Ela detém a capacidade de análise, tomada de decisões conscientes e percepção de tempo e espaço. Porém, surpreendentemente, essa parte consciente representa apenas uma pequena fatia do todo, pasmem...estimadamente 10% de nossa mente. Por outro lado, a mente inconsciente, vasta e poderosa, ocupa cerca de 90% de nossa atividade mental. Ela age nas sombras, operando com base em memórias, crenças e hábitos profundamente enraizados. Aqui, reside a força motriz por trás de grande parte de nossas escolhas e ações diárias. A mente inconsciente é um depósito de lembranças emocionais, algumas dolorosas, outras edificantes, que continuam a moldar nossa trajetória, frequentemente sem que tenhamos consciência disso. Para ilustrar esse influente funcionamento do inconsciente, mergulhemos nas águas do mundo financeiro. Imagine, por um momento, as decisões que você toma ao investir seu dinheiro ou gerenciar suas finanças pessoais. Você pode acreditar que está tomando decisões racionais e baseadas em fatos, mas o que muitas vezes escapa à percepção consciente são as influências do inconsciente.
Memórias financeiras passadas, crenças sobre dinheiro e hábitos enraizados desempenham um papel significativo nas escolhas financeiras que fazemos. O subconsciente é o depositário de experiências passadas, incluindo aquelas relacionadas a ganhos e perdas financeiras. Se, em algum momento de sua vida, você experimentou dificuldades financeiras ou teve uma relação complexa com o dinheiro, essas memórias podem estar agindo silenciosamente em seu comportamento financeiro atual. Mas não se trata apenas de finanças. O impacto do inconsciente transcende para todas as esferas da vida, inclusive as relações pessoais e o ambiente de trabalho. Quando você conhece alguém pela primeira vez e, de repente, sente uma aversão inexplicável, é a mente inconsciente que entra em ação. Ela está fazendo conexões entre a aparência, o comportamento e as experiências passadas, muitas vezes sem que você perceba. A compreensão dessas dinâmicas mente-inconsciente é fundamental para uma vida mais consciente e direcionada. No entanto, como podemos domar o poder do inconsciente a nosso favor? É aí que entra a prática da atenção plena, ou mindfulness. Através do mindfulness, podemos desenvolver a habilidade de discernir quando estamos operando no modo inconsciente. Isso nos permite identificar claramente que tipo de pensamentos estão nos influenciando no momento. Além disso, o mindfulness nos oferece a capacidade de não nos prendermos por muito tempo a pensamentos inconscientes e improdutivos. Podemos dar um passo atrás, ganhar perspectiva e voltar à mente consciente, recuperando assim o controle sobre nossa situação mental. É crucial reconhecer que somos seres emocionais e que a maior parte de nossas ações é impulsionada por emoções profundamente enraizadas. O subconsciente desempenha um papel vital nessa dança entre razão e emoção. Portanto, quanto mais conscientes e no controle de nossas emoções estivermos, mais poder teremos sobre os resultados que elas produzem. O cérebro inconsciente é, em muitos aspectos, como um iceberg, com a mente consciente representando apenas a pequena parte visível acima da água. As memórias, crenças e padrões de comportamento residem nas profundezas do inconsciente, influenciando silenciosamente nossa jornada. Os hábitos, que são ações repetitivas e automáticas, são uma manifestação clara dessa influência. Quando adquirimos novos conhecimentos ou habilidades, nosso subconsciente trabalha arduamente para armazená-los, tornando essas ações automáticas, poupando energia mental. Assim, o ato de dirigir um carro ou andar de bicicleta, uma vez aprendido, se torna uma ação quase reflexiva. No entanto, mudar esses padrões de comportamento arraigados é uma tarefa desafiadora. O cérebro resiste a sair de sua "zona de conforto", preferindo o familiar ao desconhecido. Portanto, a regra 21/90 se torna relevante aqui. Estabelecer um novo hábito requer 21 dias de prática contínua e, para hábitos mais resistentes, estendê-lo a 90 dias. Durante esse período, estamos reprogramando nosso subconsciente para aceitar uma nova norma. O subconsciente também age como um banco de dados, armazenando todas as informações que experimentamos. Isso inclui memórias de infância e adolescência, quando nossa mente consciente ainda estava em desenvolvimento. As experiências da juventude são particularmente poderosas, pois moldam nossas crenças e comportamentos à medida que crescemos. Por isso, entender o conteúdo desse banco de dados interno é essencial para navegar conscientemente na vida. No entanto, o subconsciente não se limita apenas a influenciar nossas escolhas e ações; ele também pode impactar nossa capacidade de pensar racionalmente em momentos de estresse extremo. Em situações de estresse elevado, nossa mente consciente pode ficar paralisada, incapaz de tomar decisões lógicas. Portanto, é essencial reconhecer esses limites e buscar estratégias para lidar com o estresse. A jornada para o autoconhecimento e o domínio do inconsciente é uma busca contínua. A terapia é uma ferramenta valiosa para desvendar memórias e emoções profundamente enraizadas que podem estar afetando nossas vidas de maneiras inconscientes. Apenas ao explorar essas camadas ocultas da mente podemos começar a liberar seu poder para uma vida mais consciente e dirigida.Em suma, nossa mente inconsciente é uma força poderosa que molda todas as áreas de nossa existência, desde nossas escolhas financeiras até nossos relacionamentos pessoais e nossa capacidade de tomar decisões sob pressão. Através do autoconhecimento e da prática da atenção plena, podemos começar a navegar com mais consciência e direcionar o curso de nossas vidas de maneira mais consciente e autêntica.
Fonte:
https://pt.linkedin.com/pulse/o-poder-do-inconsciente-como-ele-influencia-sua-vida-pessoal-ferroni
a Experiência de Milgram
A Experiência de Milgram (ou Experimento
de Milgram) foi uma experiência científica desenvolvida pelo psicólogo Stanley
Milgram[1]. A experiência tinha como objectivo responder à questão de como é
que os participantes observados tendem a obedecer às autoridades, mesmo que as
suas ordens contradigam o bom-senso individual. A experiência pretendia
inicialmente explicar os crimes bárbaros do tempo do Nazismo. Em 1964, Milgram
recebeu por este trabalho o prémio anual em psicologia social, atribuído pela
American Association for the Advancement of Science[2]. Os resultados da
experiência foram apresentados no artigo Behavioral Study of Obedience no
Journal of Abnormal and Social Psychology (Vol. 67, 1963 Pág. 371-378) e,
posteriormente, no seu livro Obedience to Authority: An Experimental View 1974.
No final da Segunda Guerra Mundial,
emergiu a questão de como pessoas aparentemente saudáveis e socialmente
bem-ajustadas puderam cometer assassinato, tortura e outros abusos contra civis
durante o Holocausto, e outros crimes contra a humanidade. O objetivo da
experiência de Milgram foi verificar a obediência e o efeito da autoridade na
capacidade do sujeito prejudicar outro ser humano[3]. Os experimentos começaram
em julho de 1961, três meses após o julgamento de Adolf Eichmann começar em
Jerusalém. O experimento foi concebido para responder à pergunta: "Será
possível que Eichmann e milhões de seus cúmplices estivessem apenas a seguir
ordens? Será que devemos chamar cúmplices a todos eles ?"
Depois, Milgram resume o experimento:
"Os aspectos jurídicos e filosóficos da obediência têm enorme significado, mas dizem muito pouco sobre como as pessoas realmente se comportam numa situação concreta e particular. Eu projetei um experimento simples em Yale, para testar quanta dor um cidadão comum estaria disposto a infligir a outra pessoa somente por um simples cientista ter dado a ordem. Foi imposta autoridade total à cobaia [ao participante] para testar as suas crenças morais de que não deveria prejudicar os outros, e, com os gritos de dor da vítima ainda zumbindo nas orelhas das cobaias [dos participantes], a autoridade falou mais alto na maior parte das vezes. A extrema disposição para seguir cegamente o comando de uma autoridade mostrada por adultos foi o resultado principal do experimento, e que ainda necessita de explicação."
Milgram realizou 18 variações de seu estudo, alterando a situação para ver como o participante era afetado[4].
Objetivo da
Milgram estava interessado em pesquisar
como pessoas desconhecidas iriam obedecer uma instrução se esta envolvia ferir
outra pessoa. Stanley Milgram estava interessado em saber o quão facilmente
pessoas comuns poderiam ser influenciadas em cometerem atrocidades, por
exemplo, os alemães na Segunda Guerra Mundial.
Procedimento:
Os voluntários foram recrutados para um experimento de laboratório. Os participantes foram 40 homens, com idades entre 20 e 50 anos, cujos postos de trabalho variava entre não qualificados a profissionais. Eles receberam US$ 4,50. No início do experimento, eles foram apresentados para outro participante, que na verdade era um cúmplice do experimentador (Milgram). Eles sorteavam quais papéis exercerem (o de aluno ou o de professor), embora o cúmplice acabava sempre sendo o aluno. Havia também um "pesquisador" vestido com um jaleco cinza, interpretado por um ator. Duas salas do Laboratório de Interação na Universidade de Yale foram usados - um para o aluno (com uma cadeira elétrica) e outro para o professor e pesquisador com um gerador de choque elétrico. O "aprendiz" (o cúmplice) foi amarrado a uma cadeira com eletrodos. Depois que ele tivesse aprendido uma lista de pares de palavras que lhes foram dadas para aprender, o "professor" testá-lo-ia, falando o nome de uma palavra e pedindo para o aluno lembrar qual era seu par de uma lista de quatro possíveis escolhas. O professor (o voluntário) é instruído a administrar um choque elétrico cada vez que o aluno erra, aumentando o nível de choque a cada vez. Havia 30 chaves no gerador de choque, que variava de 15 volts (ligeiro choque) a 450 (choque grave). O aluno errava a resposta propositalmente na maioria das vezes, e, em cada vez, o professor deu-lhe um choque elétrico. Quando o professor se recusava a administrar um choque, o experimentador (o ator) lhe repetia uma série de frases de estímulo para garantir que eles continuassem. Havia quatro frases, e se a primeira frase de estímulo não fosse seguida, o experimentador lia a segunda frase, e assim por diante.
Estímulo 1: Por favor, continue.
Estímulo 2: O experimento requer que você continue.
Estímulo 3: É absolutamente essencial que você continue.
Estímulo 4: Você não tem outra escolha a não ser
continuar.
Caso o participante se negasse a fazê-lo
depois da quarta frase, o experimento era interrompido. Caso contrário, o
experimento só era interrompido ao chegar na voltagem mais alta. Ao final do
experimento, Milgram era chamado na sala como um auxiliar do
"pesquisador" para fazer algumas perguntas ao professor
(participante), como o porque de ter continuado mesmo quando escutava os gritos
de dor do outro ou quando o outro não emitia mais nenhum ruído ou respondia as
questões.
Resultados:
-65% (dois terços) dos participantes continuaram até o mais alto nível de 450 volts.
-Todos os participantes
continuaram até 300 volts[5].
Avaliação Crítica
Ao analisar números brutos do experimento de Milgram, o revisor concluiu que a experiência mostra que as ações dos participantes não demonstram que os participantes tendem a obedecer às ordens da autoridade; mas ao invés disso, eles mostram que decidiram continuar a aumentar a voltagem dos choques por outro motivo. O pesquisador explica que as frases de estímulo de 1 a 3 não são ordens. Ele diz que "Por favor, continue." é uma solicitação; "O experimento requer que você continue." é apenas uma explicação sobre os critérios de experiência; e "É absolutamente essencial que você continue." não pode ser tomado como uma ordem direta, é apenas o pesquisador informando ao professor fatos sobre a importância da experiência.Ele afirma também que a revisão dos dados estabelece que somente o estímulo 4, "Você não tem outra escolha, a não ser continuar", pode ser tomado como uma ordem dada por uma autoridade. Os dados mostram que, cada vez que a ordem foi dada, todos os pesquisados se recusaram a seguir a ordem. Assim, os resultados da experiência demonstram que, quando uma ordem era dada por uma autoridade, 100% das vezes, a ordem foi desobedecida pelos participantes do experimento[6][7]. Muitos pesquisadores apontam que os estudos de Milgram foram conduzidos em condições de laboratório e, por isso, dizem que temos de perguntar se isto nos diz muito sobre situações da vida real. Eles concluem que nós obedecemos em uma variedade de situações da vida real que são muito mais sutis do que as instruções para dar choques elétricos em outras pessoas, e seria interessante ver quais fatores operam em obediência todos os dias. Cientistas afirmam que o experimento de Milgram seria mais adequado para um contexto militar, onde obediência faz parte do dia-a-dia[[8]] Orne & Holland, em 1968, acusou o estudo de Milgram de falta de "realismo experimental", ou seja, os participantes não poderiam ter acreditado na montagem experimental em que se encontravam e sabiam que o aluno realmente não estava recebendo choques elétricos[9]. Outros pesquisadores têm apontado que o experimento Milgram não reflete obediência à autoridade com base nas investigações que foram feitas com os participantes anos depois, que indicaram que os mesmos não acreditaram que realmente estavam dando choques elétricos em alguém e que achavam que o experimento não era sobre autoridade e nem envolvia choques elétricos, e sim sobre o comportamento em uma situação insólita. Outros pesquisadores também tem indicado que o experimento Milgram não tem validade científica e apresenta uma série de problemas teóricos e metodológicos básicos, e que só ganhou a dimensão que acabou por ter por conta da discussão pública americana sobre o motivo de os soldados e funcionários do governo nazista continuarem obedecendo as ordens de Hitler, mesmo sabendo que estavam favorecendo a morte de pessoas[10].
Avaliação do Apostolado Berakash sobre o experimento de Milgram:
Que o experimento de Milgram é falho e tem suas limitações por ser uma experiência de laboratório, é inegável, porém, jogar fora todo experimento não é sensato. Alguns dados e interrogações precisam ser levados em conta:
-Por que 65% (dois terços) dos participantes continuaram até o mais alto nível de 450 volts?
-O que levou 35% dos participantes não irem até o mais alto nível? (450 volts). Quais convicções morais e racionais levaram essas pessoas a não irem até o fim? E por que as outras foram até o fim?
-Por que todos os participantes continuaram até 300 volts?
Referências
1. ↑ «Pessoas comuns em atos atrozes:
experimento de Milgram faz 50 anos». Terra Networks. São
Paulo. 31 de agosto de 2011. Consultado em 5 de maio de 2016
2. ↑ Milgram, Stanley. «AAAS Archives &
Records Center». Some Conditions of Obedience and Disobedience to Authority.
1965. Consultado em 5 de maio de 2016
3. ↑ O experimento de obediência
de Milgram
4. ↑ Milgram, S. (1974). Obedience to
authority: An experimental view. Harpercollins.
5. ↑ Milgram, S. (1963). Behavioral study of
obedience. Journal of Abnormal and Social Psychology, 67, 371-378.
6. ↑ Shanab, M. E., & Yahya, K. A. (1978).
A cross-cultural study of obedience. Bulletin of the Psychonomic Society.
7. ↑ Smith, P. B., & Bond, M. H. (1998).
Social psychology across cultures (2nd Edition). Prentice Hall.
8. ↑ McLeod, Saul (2007). «The
Milgram Experiment» [O Experimento Milgram]. Consultado em 5
de maio de 2016
9. ↑ Orne, M. T., & Holland, C. H. (1968).
On the ecological validity of laboratory deceptions. International Journal of
Psychiatry, 6(4), 282-293.
10. ↑ Parker, Yan (2019). «Obediência»
(PDF). Boletim SBHP. Consultado em 5 de abril de 2020
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_de_Milgram
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