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Por que a Teologia é considerada a mãe de todas as Ciências?

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 3 de maio de 2022 | 17:37

 




Por *Francisco José Barros Araújo 


 

Confesso que como admirador da boa filosofia (apesar de nesta área ser um autodidata, pois minha formação acadêmica é realmente em Teologia), demorei a aceitar que a Teologia fosse mãe da Filosofia. Tentei até colocá-la como irmã ou quem sabe, sua prima legítima! A Filosofia me parecia grande demais para não conter até mesmo a própria Teologia! Entendo que a Teologia é o estudo da lógica e economia divina. O dilema me ocorria porque a Filosofia estuda a realidade em si mesma. Nesse contexto o próprio divino faria parte da realidade. Logo, um campo do saber como a Teologia que estuda apenas Deus e tudo que se relaciona a Ele, não poderia ser maior do que o estudo da estrutura da realidade em si, como faz a filosofia, que incluiria também, a Deus. Acontece que a Teologia Cristã, que é a boa teologia por excelência, baseia-se na Economia da Revelação. E daí, usando da racionalidade, é possível averiguar, analisar e discernir a realidade partindo do sentido anterior e análogo à filosofia, que como veremos historicamente a seguir, descobrimos que é a Teologia (não como a vemos hoje, claro!) anterior, e portanto, mãe de todas as ciências! Teologia e Filosofia estudam a verdade sistemática e nossa relação com ela (a busca da verdade é a busca direta, ou indireta, pelo próprio Deus, pois Deus é a verdade! Quem encontra a verdade, ou se deixa encontrar por ela, está em relação com o próprio Deus). A Teologia parte da Verdade, e tem como meio e fim a própria verdade de si mesmo e de tudo que nos cerca! A Verdade está expressa no logos (para Heráclito de Éfeso - Sec.V a.C. -  é o conjunto harmônico de leis que comandam o universo, formando uma inteligência cósmica onisciente, onipotente, onipresente, lógica e ordenada, que se plenifica compreensivamente no pensamento humano). Só agora entendo mais claramente como a Teologia é superior e anterior a Filosofia! Embora por vezes se amalgamem, por buscarem o mesmo fim, a verdade, como seu objeto de estudo. Quando observamos as ciências naturais e as estudamos, percebemos que elas são regidas por leis perfeitas, imutáveis e eternas. Ora, se através da razão, o homem, único ser racional que chega a esse conhecimento, ele também percebe que essas leis não depende dele para acontecer, logo as leis naturais são de origens sobrenaturais e refletem a perfeição de quem as elaborou: uma inteligência lógica e superior, que denominamos Deus.





CONCEITOS DE IMANÊNCIA E TRANSCENDÊNCIA NA TEOLOGIA









O filósofo antigo Platão, foi o primeiro a reconhecer a diferença entre uma realidade imanente e uma transcendente em sua Filosofia, pois ele estabeleceu a distinção entre duas realidades: uma realidade material e sensível e outra realidade imaterial e suprassensível. Em geral, a imanência refere-se a algo que tem em si próprio o seu princípio e seu fim. A transcendência, por sua vez, faz referência a algo que possui um fim externo e superior a si mesmo. A imanência está ligada à realidade material, apreendida imediatamente pelos sentidos do corpo, e a transcendência está ligada à realidade imaterial, de uma natureza metafísica e puramente teórica e racional.Desde Platão, a Filosofia tenta lidar com a diferenciação dos dois conceitos, visto que são antagônicos e que suscitam a discussão acerca da validade de cada um ou da superioridade de um deles. A crença, segundo a qual, por dentro das coisas é que as coisas realmente são e que pode chegar-se ao transcendente através da imanência, havendo uma espécie de transcendente situado. Há um imanentismo de raiz aristotélica, desenvolvido pelo estoicismo greco-romano, pelo tomismo e pela neo-escolástica peninsular que certo jusracionalismo humanitarista semeou no chamado krausismo peninsular do século XIX, e que hoje, continua a ser cultivado pelo movimento de regresso ao direito natural e pelos seguidores do princípio da autonomia dos sistemas complexos. Aristóteles considera que nas coisas haveria uma natureza, isto é uma ordem imanente à realidade, donde poderia extrair-se o necessário elemento de transcendente. Exacerbando todo o processo jusracionalista, Kant transforma o direito natural numa coisa que é imanente ao homem, em algo que  é por ele querido e criado, deixando de ser um transcendente, enquanto alguma coisa exterior que lhe era imposta.  Deu-se a procura de uma imanência que substituiria transcendência impositiva do anterior direito natural, onde procurava extrair-se da natureza, enquanto algo que era anterior e exterior ao homem, uma ordem da conduta humana. Com Hegel, a ideia de Platão passa a imanência nas coisas, superando-se a razão abstracta do iluminismo, também ela transcendente. Porque o próprio homem não pensa. É o espírito que pensa através dele. O espírito do mundo, a ideia, o logos – equivalente à inteligência divina dos escolásticos –, torna se objecto para si mesmo, através de nós. Com Hegel, atinge-se, assim, aquilo que será vulgarizado como historicismo, onde o homem é o personagem de uma liberdade, ideal ou social que se desenvolve objectiva e universalmente, segundo leis racionais, imanentes na história, conforme observa Miguel Reale. Mantendo o hegelianismo, a Escola Histórica de Savigny gera a crença na imanência de um sentido criador nas manifestações históricas, correspondendo ao historicismo romântico de cariz conservador, bem diverso do historicismo hegeliano-marxista, dialéctico-crítico. Julius Binder (1870-1939), professor em Gotinga, autor de uma Philosophie des Rechts, de 1925, considera que a ideia  tanto é um princípio transcendental da consciência, como um princípio imanente do existente. Porque, para além da realidade física e da realidade psíquica, existe um terceiro reino do real, o reino do espiritual, das significações, ao qual pertence o direito. Husserl considera que essência não é um conceito genérico obtido pela indução, mas algo que é anterior à experiência e imanente aos objetos. As essências não se inventam nem se deduzem: vêem se e contemplam se, são dados, coisas que podem descrever-se através da fenomenologia, entendida como simples ciência descritiva dessas mesmas essências. Porque anteriores à experiência, são imanentes aos objectos, porque cada objecto possui uma ideia, um valor ou um conceito que a nossa consciência apreende. Também, as famílias institucionalistas, adotando uma concepção estruturalista do mundo e da vida, consideram que a realidade humano-social não é restrita aos meros fatos, antes traduz certos valores, certos sentidos, constituindo uma realidade pré-ordenada, que tem imanente uma ordem específica. Neste sentido, o ser social tem, dentro de si, o próprio dever-ser. Isto é, ao mesmo ser social pertence a uma ordem de valor ou, pelo menos, detém uma certa ordem de organização. Assim, concluem que cada comunidade que, na história, conseguiu adquirir uma certa individualidade possui, ontologicamente, tanto uma unidade de espírito, como uma ordem imanente. Uma comunidade não é, portanto, mera facticidade sociológica e psicológica, mas uma plenitude, dotada de uma determinada realidade de sentido. É um todo, mas um todo unitário e ordenado, bem diverso do mero caos, da facticidade. Neste sentido, o direito não passa de uma manifestação externa dessa íntima ordenação das comunidades reais, assumindo-se como algo segregado pela ordem imanente e constitutiva das comunidades políticas, oferecendo-se em ordens vitais, cada uma delas produzindo a sua ordem concreta. Durante a Idade Média, a discussão acerca da validade de cada um desses conceitos dividiu o pensamento entre os filósofos neoplatônicos, como Agostinho, notadamente defensores da superioridade inquestionável da transcendência, e os filósofos aristotélicos, como Tomás de Aquino, que defendiam a validade da realidade imanente. Essa discussão sobre a diferença entre os dois termos permeia a religião e pode ser mais bem visualizada no contexto religioso. Podemos classificar as duas, em relação ao pensamento religioso, resumidamente, da seguinte maneira:

 



-Imanência: relaciona-se às religiões panteístas, como as religiões africanas e o hinduísmo. Aqui, a concepção da ideia de Deus não se separa da matéria, sendo parte integrante e indissociável dela. Deus está em tudo, permeia tudo e não é uma entidade criadora, mas, sim, organizadora. Na Filosofia, o pensador holandês Baruch de Spinoza propôs uma ideia de Deus imanente e panteísta, resumida na máxima: Deus sive natura (“Deus, ou seja, a natureza”). Deus seria uma substância presente em tudo e que participa de tudo.




-Transcendência: a tradição judaico-cristã e islâmica está baseada na noção de um Deus transcendente, ou seja, uma entidade primeira e separada da matéria que foi responsável por criar a matéria. Para o cristianismo, porém, a figura de Jesus Cristo é a personificação imanente do Deus transcendente.

 



 A CIÊNCIA A SERVIÇO DA TEOLOGIA



Ciência é uma palavra latina que significa conhecimento, é buscar verdades objetivas para alimentar a inteligência, e pela verdade distinguir o certo e o errado pela experiência. Ora, sendo Deus a Verdade primeira, e a causa não causada de todas as causas, ao retirá-lo da equação, tudo desmorona, se torna ilógico e a caminho do caos! Foi exatamente isso que aconteceu no século XIX na França! Deus, origem de tudo, foi expulso das Universidades por uma elite de pseudo-filósofos, alguns até sinceros, porém, limitados (além de que, a sinceridade não é o único critério da verdade, pois podemos estar sinceramente equivocados em nossas convicções), cujo ideais iluministas era assumir o lugar de Deus e governar o mundo apenas com o uso da razão de forma radical e inescrupulosa, onde os fins justificavam os meios. Tirando Deus das universidades, a ciência deu espaço ao “cientificismo ateu”. O saber departamentalizado estudando o homem, os fenômenos sociais e morais sem levar em consideração a metafísica e a epistemologia, acabou causando um enorme estrago na própria ciência, pois, a Teologia como mãe das ciências, capacitava a visão macro da universalização do saber (dai o nome universidade). Com o predomínio já não das universidades, mas das faculdades, o saber que era unificado e universalizado, foi “departamentalizado”, e como consequência desta sincera e equivocada intenção, acabamos criando e formando “especialistas idiotizados e departamentalizados” que já não conseguiam unir seus conhecimentos dentro do universo do saber. Ficou um conhecimento concorrente, e quando pior, se achando o único e necessário, excluindo os demais! Foi necessário fazer essa resenha inicial para que melhor se entenda os males que assolam o atual orgulhoso saber departamentalizado, confuso, decadente, e que não interage com os outros saberes do homem moderno, o qual rejeita a lógica Suprema e universal, que sem isso, descambam em vãs “filosofias, desconstrutivistas”, apenas para causar, especialistas em destruir, gerar confusão e  ambiguidades, sem jamais construir algo lógico, seguro e perene, ou seja, verdadeiro!

 

 

Vejamos como Tomás de Aquino entende e define a “Teologia”



 






Era necessário existir para salvação do homem, além das demais ciências que são pesquisadas pela razão humana, uma doutrina fundada na revelação divina. Primeiro porque o homem está ordenado para Deus, como para um fim que ultrapassa a compreensão da sua razão limitada e condicionada pelos sentidos naturais. Ora, é preciso que o homem, que dirige suas intenções e suas ações para um fim, antes, conheça esse fim. Com efeito, a verdade sobre Deus pesquisada pela razão humana chegou a um pequeno número de pessoas depois de muito tempo e infelizmente cheia de erros. 







No entanto, do conhecimento experimentado (e não meramente especulativo) dessa verdade, depende a salvação e verdadeira libertação do homem. Assim, para que a salvação chegasse aos homens com mais facilidade e maior garantia, era necessário fossem eles instruídos a respeito de Deus por revelação divina, respeitando o desabrochar de seu entendimento, aquilo que denominamos na teologia de “marcha ascendente da revelação”. Ante o advento das ciências “EXATAS”, tonou-se ambíguo referir-se à teologia como ciência. Todavia, Santo Tomás entende a palavra "ciência" no sentido Aristotélico, ou seja, o grau mais perfeito do conhecimento humano, o que conhece a essência de uma coisa como princípio explicativo desta coisa e de todas as propriedades das quais dar-se conta a experiência. Haverá demonstração científica quando, a partir da definição da essência, eu puder mostrar a conveniência necessária de tal propriedade ao objeto considerado. A aplicação da ciência aristotélica à teologia como saber humano sobre Deus parecia fadada ao fracasso. Por isso o dilema: fé ou ciência.

 

 

 

 

A doutrina sagrada pode ser considerada uma ciência?

 

 

 

 

 

Agostinho diz: "A esta ciência pertence apenas aquilo pela qual a fé, bem salutar, é gerada, alimentada, definida, corroborada".




A doutrina sagrada é ciência! Mas existem dois tipos de ciência:

 

 

 

-Algumas procedem de princípios lógicos que são conhecidos e provados à luz natural do intelecto, como a matemática, geometria, enfim, as ciências exatas!

 

 

 

-Outras, procedem de princípios conhecidos à luz de uma ciência também lógica, mas superior! É desse modo que a doutrina sagrada procede de princípios lógicos, mas conhecidos à luz de uma ciência superior, a saber, da ciência dos bem aventurados. E assim como a música e a medicina aceitam os princípios que lhe são passados pelo aritmético, assim a doutrina sagrada aceita os princípios revelados por Deus. Portanto, deve-se dizer que os princípios de toda e qualquer ciência, ou são evidentes por si, ou se apoiam no conhecimento de uma ciência superior, que não são criados, mas apenas descobertos por quem os estuda, ou seja, são revelados!

 

 





 



Embora entre as ciências filosóficas, umas sejam especulativas e outras práticas, a doutrina sagrada leva em consideração outros elementos além da práxis:

 

 

 

-O livre-arbítrio: Não obriga ninguém, deixa livre!

 

 

 

 

-Experiência: Sem experimentar e deixar-se encontrar pela verdade, fica-se estagnado no ciclo da razão e da perda do logos, levando ao desespero.

 

 

 

-Soberania de Deus: Este último é o mais problemático, pois Deus não é manipulável conforme a nossa vontade! Como fazer experiências com alguém que é livre, soberano e acategoremático?

 



 


 



As outra ciências, comparadas à doutrina sagrada, são chamadas suas servas, como nos é revelado em Provérbios 9,1-6:”A Sabedoria enviou suas servas a clamar nos altos da cidade...” Entre as ciências especulativas deve-se considerar como a mais excelente aquela que é a mais certa ou a que tem a matéria mais excelente. É mais certa, porque as outras recebem sua certeza da luz natural da razão humana, que pode errar, ao passo que ela recebe a sua da luz da ciência divina, que não pode enganar-se. E ela tem a matéria mais excelente, pois se refere principalmente ao que, por sua sublimidade, ultrapassa a razão, ao passo que as outras disciplinas consideram apenas o que está sujeito a razão.Entre as ciências práticas, a mais excelente é a que está ordenada a um fim mais alto como acontece com a política em relação a arte militar, pois o bem do exército está ordenado ao bem da cidade. Ora, o bem dessa doutrina é a bem-aventurança eterna, à qual se ordenam todos os outros fins das ciências práticas. Portanto, é claro sob qualquer dos ângulos, a ciência sagrada é a mais excelente!Deve-se dizer que nada impede que aquilo que é mais certo por sua natureza, seja para nós, menos certo devido as limitações de nosso intelecto aliado ao livre-arbítrio. A dúvida pode surgir em alguns a respeito dos artigos de fé não deve ser atribuída à incerteza das coisas, mas à fraqueza do intelecto humano, por isso, deve-se dizer que a ciência sagrada pode tomar emprestada alguma coisa às ciências filosóficas. Não que lhe seja inevitável e absolutamente necessário, mas em vista de melhor manifestar o que ela própria ensina.










Na teologia, seus princípios não vêm de nenhuma outra ciência, mas de Deus imediatamente, por revelação. Portanto, ela não toma emprestado das outras ciências como se lhe fossem superiores, mas delas se valem como servas, e inferiores.

 



 




Que a ciência sagrada se valha das outras ciências, não é por falha ou deficiência sua, mas por falha do intelecto humano que é limitado. A partir dos conhecimentos naturais, de onde procedem as outras ciências, nosso intelecto é mais facilmente introduzido nos objetos que ultrapassam a razão e são a matéria desta ciência. Esta doutrina é, por excelência, uma sabedoria, entre, entre todas as sabedorias humanas, não só num gênero particular, mas de modo absoluto. Compete ao sábio ordenar e julgar; o julgamento de coisas inferiores se faz mediante uma causa suprema desse gênero. Por exemplo, o artífice que preparou os planos da casa merece o título de sábio de arquiteto, em relação a técnicos inferiores incumbidos da talha das pedras ou do corte das madeiras. Tratando da vida humana em seu conjunto, o homem prudente será chamado sábio quando ordenar os atos humanos a um devido fim. Por conseguinte, quem considera simplesmente a causa suprema de todo universo, que é Deus, merece por excelência ser chamado de sábio. Ora, a doutrina sagrada trata muito propriamente de Deus enquanto causa suprema; saber, não somente do que se pode saber por intermédio das criaturas, e que os filósofos alcançaram, “... pois o que se pode conhecer de Deus é para ele manifesto”, diz o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos 1,19-32 -  mas também do que só Deus conhece de si mesmo, e comunicado aos outros por revelação (economia). Assim a doutrina sagrada merece o nome de sabedoria superior.Ora, o conhecimento da ciência sagrada é obtido pela revelação e não pela razão natural. Portanto, não pertence à doutrina sagrada estabelecer os princípios das outras ciências, mas apenas julgá-los. Tudo o que nessas ciências se encontrar como contrário à verdade da ciência sagrada deve ser condenado como falso, conforme diz na Carta aos Coríntios: “Nós destruímos os raciocínios pretensiosos e todo o poder altivo que se ergue contra o conhecimento de Deus” (2 Cor 10,5).

 

 

 

Desde os primórdios da história humana a busca pelo divino é uma realidade inerente ao homem – "O homem é um ser religioso!"

 

 

 


 



E, junto com essa busca surgiram as conjecturas, ideias inatas e empíricas, formulações fabulosas, racionais e irracionais, as mais diversas sobre a divindade e sua atuação na esfera humana. Isto é; juntamente com o homem nasceu a teologia, primeira de todas as ciências. No decorrer da história vemos a preocupação humana com o entendimento adequado de algo que lhe parecia lógico, mas superior ao seu entendimento. Cada povo formulou sua teologia própria, antes de formular qualquer outra ciência, e muito antes do nascimento de qualquer religião de alcance mundial, desde a mais primitiva das religiões, a anímica.

 

 

 

 

A AUTÊNTICA TEOLOGIA SE FAZ DE JOELHOS!

 

 

 


 



Apesar de tudo o que foi dito acerca da teologia e de sua posição de destaque nos primórdios da história e no surgimento das demais ciências, hoje ela está relegada ao esquecimento e descrédito em vários círculos acadêmicos, e, em muitos casos, tem sido até mesmo ridicularizada como mera especulação filosófica relegada ao âmbito particular, e não como ciência universal e unificadora de todas as ciências, a qual tem a dar sua mais expressiva contribuição à humanidade. Infelizmente, é preciso reconhecer que grande parte desse descrédito se dá por atitudes provenientes daqueles que “fazem” a práxis bem como a especulação da teologia; isto é, estudiosos e mestres, e também as muitas faculdades de teologia que não têm feito por merecer tão nobre designação (faculdades de teologia, ou de achologia?) Também, se deve atribuir responsabilidade aos alunos de teologia, que não levam sua faculdade a sério, julgando ser apenas mais um curso, com pouco retorno financeiro. Entretanto, essa situação não mudará enquanto não houver uma mudança de postura por parte dos maiores interessados: professores e alunos de teologia, que devem enaltecer e lutar por aquilo em que creditam sua confiança, suas vidas e convicções mais profundas e importantes! Não ficarem envergonhados ao responderem quando alguém lhes pergunta que faculdade está fazendo, ou dando aula. Eu e você, estudiosos da teologia, devemos ser os maiores expoentes da disciplina nos nossos dias e marcar a nossa geração (não só a eclesiástica) com a mais pura e nobre das ciências, a mãe de todas elas! Inundando as mentes com a essência do conhecimento humano, pois a teologia não se restringe ao ambiente religioso, ela tem jurisdição também na ecologia, biologia, direito, metafísica, lógica, etc. Cabe a nós mudarmos a mentalidade de nossa geração através do exercício bem feito de nosso ofício, fazendo aquela Teologia de Joelhos.  Assim, vamos mudar o mundo a partir de dentro, ou seja, do conhecimento e com a experiência da verdade que é o próprio Deus!

 




 


 




Texto adaptado da Suma Teológica Vol 1; Questão 1; artigos de 1-8.






UM PASSEIO SOBRE AS CORRENTES TEOLÓGICAS MAIS RECENTES (nova teologia):

 


 


 


A princípio, depois da escolástica e da reforma protestante, a teologia sofreu uma revolução copernicana, com a proliferação de teólogos independentes (fazendo mais ACHOLOGIA do que Teologia séria e acadêmica). Rotulou-se a partir daí, os teólogos que faziam teologia baseada no tripé da Igreja (tradição, palavra e magistério) como “teólogos da corte, ou teólogos de pescoço voltado para Roma” – considerando quase que como uma ofensa ao pensar teológico (e não uma virtude, ou prudência) fazer teologia dessa maneira, os resultados estão ai: teólogos e teologia para todos os gostos, uma verdadeira torre de babel. Essa chamada "Nova Teologia" surge principalmente, do pensamento de teólogos protestantes do século XX, como por exemplo, Karl Bath, Rudolf Bultmann ou Dietrich Bonhoeffer, que marcaram e influenciaram decisivamente o Concílio do Vaticano II.

 



Podemos descrever a "Nova Teologia" em sete pontos principais:

 

1º)-A Nova Teologia tende, aparentemente, a separar a fé, por um lado, da religião, por outro lado, e mesmo a contrapôr a fé à religião. A religião é considerada (pela Nova Teologia) como expressão mítica e/ou contingente da fé, condicionada pelo ambiente histórico do passado, e que se tornou inaceitável no mundo contemporâneo1 dominado pelo racionalismo, pela ciência e pela tecnologia. Esta recusa da religião, por parte da Nova Teologia, é também a recusa de todo o aspecto cultural ou ritual da religião, ou seja, a Nova Teologia tende a negar o culto religioso todo, por um lado, e nega qualquer valor em confronto com aquilo a que chama “fé autêntica”. A renúncia à importância do aspecto cultural da fé tende a diminuir ou anular mesmo a distância entre as diferentes religiões2, sendo esta tendência reforçada pelo panteísmo declarado de muitos teólogos da Nova Teologia.

 

2º)-A fé, segundo a Nova Teologia, pode e deve prescindir de todo e qualquer elemento sobrenatural. O sobrenaturalismo é – segundo a Nova Teologia – precisamente o resíduo da religião mítica tradicional que deve ser erradicada da cultura antropológica, o que significa que não existe um mundo diferente daquele em que o homem vive e age; não existe um sobremundo do qual o mundo humano constituiria apenas a aparência e o vestíbulo3. A Nova Teologia não é senão a aceitação plena e simples do racionalismo moderno tal como foi afirmado pelo Iluminismo. Já não há lugar para o mistério de Deus, e Deus não está para além dos limites do conhecimento ou dos poderes humanos, no acessível e no inexprimível: Deus reside na própria natureza do homem enquanto tal. Este é o sentido da afirmação de Bonhoeffer4 de que Deus se encontra no centro do homem e do seu mundo.

 

3º)- Deus não é transcendente no sentido de ser uma substância ou uma realidade qualquer, separada da Natureza e do mundo, e dotada de causalidade própria, podendo intervir nos acontecimentos do mundo e modificá-los. A causalidade de Deus identifica-se com a causalidade natural e histórica5, e até mesmo a iniciativa divina da Graça opera por meio da livre escolha (livre-arbítrio) dos homens. Trata-se, sem dúvida alguma, do panteísmo clássico, expresso na fórmula de Espinoza de Deus sive Natura que identifica a causalidade divina com a mundana e histórica.

 

4º)-A transcendência negada a Deus (pela Nova Teologia) constitui, pelo contrário, a índole da realidade humana6. O ser do homem é transcendente na medida em que a existência do homem indivíduo se encontra sempre em relação com a existência dos outros: existir, diz Bonhoeffer, significa existir para os outros. - “O transcendente não é um dever-ser infinito e inatingível (Deus), mas sim o homem próximo, determinado de vez em quando e atingível”.

 

5º)- Jesus Cristo incorpora a noção de transcendência do ponto anterior. A divindade de Cristo é interpretada pela Nova Teologia como o modelo, a antecipação ou o anúncio daquilo que o homem é ou deverá ser no decurso da sua história no mundo (utopia). A Igreja Católica tradicional diz que "Jesus é Deus”, e a Nova Teologia7 diz que “Deus é Jesus”, o que significa que Deus se negou a Si Mesmo ao tornar-se carne, e deixou de existir como espírito transcendente ou desencarnado8.



 





6º)- A Nova Teologia (principalmente de linha protestante), partilha o doutrina do Milenarismo, mas tende a dar à escatologia um sentido puramente mundano (a utopia do Mundo Melhor, em que os seres humanos serão perfeitos e o Mal será erradicado: acontecerá, então, o paraíso na Terra sem males).

 

7º)- Com a negação do valor da religião, por um lado, e de todas as formas de culto religioso, por outro lado, a Nova Teologia tende a identificar-se ou com a ética (filosofia), ou com a política.Mas trata-se de uma ética humana e mundana que não implica renúncia, resignação ou sacrifício, exaltando até – como fez Nietzsche – os valores naturais e humanos: a saúde, a alegria de viver faustosamente do ponto de vista material, a sexualidade livre e o bem-estar do corpo9. William Hamilton escreveu mesmo:

 


“A morte de Deus é o acontecimento menos abstrato que se pode imaginar: conduz imediata e plenamente a modificações políticas revolucionárias e conduz também às tragédias e delicias deste mundo.”10

 

 

 

Podemos dizer que o cenário teológico anda razoavelmente calmo, depois de algumas décadas de “furor”, temos algumas correntes teológicas em destaque:  

 

 


 

1)-Teologias Secularizantes, de fundo existencialista (como a da morte de Deus), com seus expoentes: Altizer, Hamilton, Robinson, Vahanian, Van Buren e outros menos cotados.

 


2)-Veio a "Teologia da esperança", de Moltmann, e sua quase gêmea, próxima a ela, a "teologia da história", de Pannenberg.

 


3)-Apogeu da teologia da libertação, que foi a grande estrela dos últimos anos.  Com ela, a teologia saiu de salas de aula e gabinetes de teólogos para a mídia secular. Parte disto se deveu ao uso de categorias marxistas de pensamento como princípio hermenêutico, ou seja, como a ótica pela qual se interpreta a Bíblia. Como o marxismo é o ópio dos intelectuais, isso a projetou muito. Além disso, ela “pegou carona” no impulso dado pelas teologias secularizantes, porque sua cristologia se tornou em “jesuologia”, tomando o homem Jesus e não o Cristo, como referencial. Centrou-se no homem para os outros, o libertador social, o reformador, mais que no Salvador. O Reino de Deus se tornou reino dos homens e a evangelização se tornou militãncia ideológica e luta política. Em termos gerais, é isso.

 



 




4)-Passamos pela teologia situacional, de Fletcher, que mereceu, acertadamente, o título de "ética da situação". Era mais práxis que teologia. Chamá-la de “corrente teológica” era uma impropriedade.Não demorou muito para que o ocidente abandonasse as idéias éticas tradicionais do cristianismo. O homem moderno distanciou-se de Deus, e ao distanciar-se perdeu também seus valores éticos, e consequentemente teve que partir em busca de uma nova moralidade. É esse novo conjunto de valores do homem moderno que nós denominamos ética situacional. Com raízes que penetram os princípios éticos de homens como Karl Barth, Rudolf Bultmann e Paul Tillich, com princípios teológicos mais existencialistas que puritanos, mais neo-ortodoxos do que propriamente ortodoxos, o movimento chamou a atenção da opinião publica em 1966, quando o Dr. Joseph Fletcher, professor de ética social no Seminário Episcopal de Cambridge, Massachusetts, publicou o livro Situation Ethics. O livro de Robinson, Honest to God, também ajudou a propagar as idéias do movimento. A popularidade da ética situacional como sistema teológico não teve tanta influência nos seminários teológicos do Brasil, embora como sistema filosófico, suas idéias tenham sido rapidamente implantadas nas universidades brasileiras. Quanto aos pressupostos da ética situacional, Fletcher definiu esses pressupostos como sendo:


 -Pragmatismo: doutrina segundo a qual o valor da verdade é determindado pela funcionabilidade. 


-Relativismo: conceito filosófico segundo a qual a verdade é um valor subjetivo, não havendo imposição moral absoluta. 


-Positivismo: segundo essa cosmovisão, as declarações de fé são voluntaristas e não racionais. 


-Existencialismo: que coloca o homem no centro do universo.

 

 

5)-A teologia do processo, de Hartshorne, baseando-se nas idéias de Whitehead, não tem sido empolgante, embora abraçada por algumas lideranças Cristãs. A idéia de um Deus finito e temporal, negando-se assim sua transcendência e sua sobrenaturalidade (mesmo que se diga que não), mostrando o homem como necessário para Deus, levou Carl Henry a perguntar como Deus “se arranjava” para ser, antes da criação do homem. Mas seus proponentes são sábios. Sabem que se abrirem demais o jogo, perdem suas ovelhas, que não querem um deus patético ou um deus do seu tamanho. Isto mantém o avanço da teologia do processo razoavelmente estagnado o Brasil.

 


6)-Mais presentemente, há uma "teologia do neomisticismo alienante", que centra a vida cristã em louvor, cura e prosperidade, dentro de um prédio, num determinado lugar, sob o comando de determinadas pessoas (um neo-sacerdotalismo). Substituiu a fé engajada na vida, que salga e ilumina o mundo. É atraente, mas de certa forma também, é alienante para a vida das igrejas porque torna o evangelho numa festa, e não em compromisso (salvo excessões, para não ser injusto com generalizações).  Há muito de ingenuidade própria dos jovens neste movimento, bem como muito de comércio religioso. É uma postura intimista, movimento, e não uma teologia propriamente dita. Chamar este movimento misticista de teologia é inadequado. É mais uma espiritualidade do que teologia. 

 

 

7)-Há, também, uma teologia baseada no neofundamentalismo, próprio de sociedades que enfrentam momentos que trazem insegurança, e fazem brotar guetos ideológicos, em busca de segurança. Isto traz o patrulhamento ideológico (geralmente de quem tem o poder contra quem tem o pensamento) e o patrulhamento intelectual (dos que têm o pensamento e ironizam e sarcastizam os discordantes ou os leva a se apresentarem como mártires do pensamento). É até irônico, mas há um fundamentalismo dos teólogos liberais para quem, fora de suas proposições, não há saber teológico nem erudição.




Todas estas coisas merecem reflexão teológica. Teologia não é abstração. É a vida da própria igreja! É vivencial, e não jogo de palavras



Há teses teológicas que as pessoas comuns não entendem (e por vezes penso que nem seus proponentes entendem o que falam) e servem apenas para deixar a idéia de que a teologia é desnecessária e confusa. Este cenário e outros aspectos aqui não focalizados, mas patentes aos olhos do observador atento, permitem entrever três temas que suscitaram e ainda suscitarão grandes discussões teológicas nos próximos anos e para os quais devemos nos preparar:



1º)-A "teologia da salvação". Não é a  heilgeschichte, a história da salvação. É uma questão nos seguintes termos: só existe salvação no cristianismo? A fé de uma pessoa tem muito a ver com a geografia. Um nepalês dificilmente ouvirá o evangelho. Deus condenou essas pessoas à perdição eterna por culpa de situação geográfica e política? Knitter, Schillebeeck, Hans Küng, Congar, Pannenberg, Rahner e outros têm discutido este assunto. C. S. Lewis também se ocupa dele. Lembremos que Justino Mártir e Orígenes consideravam Sócrates e Heráclito como cristãos, e que Agostinho dizia que chegou a Cristo por intermédio de Platão. Questões como exclusivismo, inclusivismo e universalismo deverão ser mais discutidas. A resposta terá que ser bem fundamentada. Se dissermos que essas pessoas estão perdidas eternamente, estamos brincando com evangelização e missões mundiais, nos moldes como as fazemos. Se dissermos que não estão perdidas teremos que rever até mesmo o conteúdo de nossas afirmações soteriológicas.


 





2º)-Teologia moral - Questões éticas. Não serão mais questões situacionais, como nas preocupações de Fletcher, nem as questiúnculas mesquinhas de nossas igrejas, mas questões em nível global. A manipulação genética de seres vivos com finalidade comercial, a clonagem, a criogenia, meio ambiente, e a pan-sexualidade demandarão mais tempo que preocupações com o fumo, vestes, bebidas e diversões, onde se centra a maior parte da preocupação ética de algumas igrejas. A macro-ética deverá receber mais atenção que a micro-ética.E aqui vemos os dois extremos éticos que surgiram: os Rad Trad rigoristas, que amarram fardos nos outros que nem eles suportam carregar. Eles mesmos dogmatizaram a Liturgia, a catequese, só serve a tridentina, e o catecismo Romano.Negam o Concilio Vaticano II, alguns pregam até o sedevacantismo, dizendo que o atual papa (Francisco) é um impostor e o tratam de forma desrespeitosa e com palavrões de todo tipo. De outro lado extremo, temos a  nova teologia herética do padre italiano *Alberto Maggi onde ele afirma categoricamente: “Pecado e culpa são invenções das religiões”  (*Alberto Maggi, biblista italiano, frade da Ordem dos Servos de Maria, É autor de diversos livros, como: A loucura de Deus, o Cristo de João, Nossa Senhora dos heréticos):




“Os homens, por mais perversos que fossem, jamais chegariam a imaginar que certas ações naturais fossem pecaminosas! Foi a religião que inventou o pecado, e o inventou para inculcar nas pessoas um sentimento de culpa e, assim, dominá-las! Se você inventa o pecado e o institui, você inculcou um sentimento de culpa no outro, e só você pode livrá-lo desse pecado! Assim fez a religião: ela criou uma capa (o pecado) que impede a Deus de fazer chegar ao mundo seu amor. Se os homens estão sempre sob a capa do pecado, se os homens estão sempre com medo de ter pecado, como eles podem sentir o amor de Deus? Por isso Jesus Cristo nos libertou do pecado inventado pela religião. Quando eu digo que o pecado é uma invenção da religião, significa que é a religião que lhe diz quais atitudes e ações que nenhuma pessoa em sã condição mental veria como uma ofensa a Deus, são pecados...Jesus morreu pelos nossos pecados. Não só pelos nossos, mas também por aqueles homens e mulheres que viveram antes dele e, portanto, não o conheceram e, enfim, por toda a humanidade vindoura. Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado … o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico nas profundezas da psiquê humana, tornando-se irreversíveis, a ponto de condicionar permanentemente a existência do indivíduo, como bem sabem psicólogos e psiquiatras, que não param de atender pessoas religiosas devastadas por medos e distúrbios. (Pe. ALBERTO MAGGI -https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/artigo-or-jesus-nao-morreu-pelos-nossos-pecados-e-sim-por-enfrentar-o-sistema/)








"...Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus, mas pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado, que o Senhor em sua misericórdia sempre consegue apagar, mas o interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina". (Artigo: Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema – Tradução de Francisco Cornélio. Fonte - https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/artigo-or-jesus-nao-morreu-pelos-nossos-pecados-e-sim-por-enfrentar-o-sistema/#:~:text=Jesus%20n%C3%A3o%20morreu%20pelos%20nossos,(Mt%2021%2C38).

 

 







3º)-A possibilidade de vida fora da Terra. Precisamos dar respostas a essa possibilidade: serão pecadores? Qual o papel da obra de Cristo para eles?



CONCLUSÃO:



O cenário teológico é um ambiente fantástico. Permite pensar, criar e elaborar tendo a Palavra de Deus como embasamento. Não pode ser um provedor de respostas empacotadas nem fazer a teologia, sempre produto da mente humana, tornar-se uma camisa de força para toldar as pessoas. Mas nos propõe questões que merecem reflexões. Sem nos esbordoarmos uns aos outros, tachando os que pensam de maneira diferente de hereges e incrédulos, pensemos nas grandes oportunidades que nosso tempo nos oferece para teologar. É uma perspectiva fascinante, a de pensar sendo iluminados pela Palavra e desenvolver um senso crítico e analítico para o bem estar do povo de Deus. Que tenhamos sabedoria, humildade e misericórdia para assim fazermos. Há momentos extraordinários pela frente. É fantástico fazer a verdadeira teologia: examinar o mundo e as correntes de pensamento à luz do crivo das Escrituras, e procurar nestas as respostas para nossa sociedade. Porque esta é a verdadeira teologia: o que Deus tem a nos ensinar. E este é o verdadeiro teólogo: o homem que quer conhecer o que Deus tem para ensinar. Lembremos, a propósito, Helmut Thielicke: a primeira vez que alguém falou de Deus na terceira pessoa, chamando-o de “ele” e não de “tu”, foi no famoso diálogo iniciado pela serpente. E esta teologização de Deus como “ele”, e torcendo a Palavra dele para provar sua tese, terminou mal. Por isso, quem ama teologia e pretender seguir na estrada que ela abre, nunca pode perder de vista o feixe de luz que a Bíblia emite. Na verdade os Rad Trad e Alberto Maggi "não fazem a autêntica teologia", que é aquela "teologia feita de joelhos", a qual liberta e salva o homem todo e todos os homens! Ao contrário, ele juntamente com outros(as), pseudo-teólogos, fazem um "simulacro da teologia que é a ACHOLOGIA", onde se aprisiona o homem a seus instintos mais pervertidos e selvagens. O homem, ao contrário dos animais, não age apenas pelos instintos, pois é um ser racional, age de uma forma bem diferente dos animais, destacando a sua inteligência e consciência entre o bem e o mal, o certo e o errado, pelas suas consequências, e que determinam o seu comportamento. O homem tem inteligência, consciência, e capacidade para analisar seus atos, os fatos, executar suas tarefas, planejar suas atividades, avaliar e colocá-las em prática (cf. Lucas 14,28-32). O homem através de sua inteligência e capacitação, chega a atingir a significação e objetivos das coisas corporais e materiais, bem como também, as realidades imateriais e incorpóreas. Como por exemplo: a verdade, a justiça, o tempo, o espaço, o bem, a virtude, etc. O homem, através do conhecimento e experiências pessoais e coletivas, vai aperfeiçoando seu comportamento, que se expressam em seus hábitos, costumes, convicções, e crenças. A palavra “razão” é o que predomina e o coloca acima dos animais no topo da cadeia evolutiva. Hoje é lamentável a forma em que o homem vive, ele se destrói a cada minuto, tanto de uma forma carnal, moral e espiritual. Hoje, nós podemos dizer que o homem luta contra si mesmo. Ele mesmo fabrica armas contra si, não respeita os limites de seu corpo, sua própria vida, e nem a dos outros. O homem na realidade, é o maior inimigo de si mesmo! Os animais, considerados como seres irracionais, por mais que possamos pensar que o animal irracional é um ser livre, ele realiza seus atos impelido pelas suas sensações, pelos apetites, e pelo instinto natural de sobrevivência,  para um fim de que ele mesmo ignora e cujas conseqüências, não conseguem nunca prever, nem fazer um juízo de valor que transforme suas experiências em conhecimento a ser repassado aos demais. Os animais também, são seres inteligentes, mas são seres que agem predominantemente, pelos seus instintos. Os animais não visam um conhecimento para o futuro, mas vivem a realidade do momento. Os animais são também, seres organizados, e que podem viver em bandos, fazendo acordos com os da mesma espécie. O homem domina todo espaço que encontra, e infelizmente, interfere muitas vezes de forma irresponsável no espaço animal e vegetal. O homem é um ser que tem atitudes louváveis de altruísmo, mas que também, muitas vezes, infelizmente, fazem atitudes INESCRUPULOSAS, para lá de animalescas, e que deixam muito a desejar, para quem está no topo da cadeia evolutiva em todos os sentidos. Esquecem que um dia toda criação, incluindo o Cosmos, terá um fim. O Criador de todas estas coisas irá nos perguntar: o porque de tanta maldade, de tanta violência, de tanta desordem, e também, tanta falta de "humanidade?"

 






Notas



1. "História da Filosofia", de Nicola Abbagnano, Livro XIV, § 864.

2. o que pode fazer surgir uma religião global, como defende implicitamente o "papa Francisco".

3. ibidem

4. e também do "papa Francisco", ou do Frei Bento Domingues

5. ibidem.

6. influência do Existencialismo.

7. que é a Igreja Católica modernista do "papa Francisco"

8. The Gospel of The Christian Faith, 1967, por Altizer.

9. Tom F Driver, “New Theology” nº 3, 1965, páginas 118-132.

10. “Deus Morreu”, 1967, pág. 190

 

 



*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17




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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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