“A cultura não é uma construção de algumas cabeças
pensantes, mas é o resultado de tentativas de erros e acertos, onde se prevaleceu
o bom senso, e aquilo que útil ao conjunto da sociedade, e não a indivíduos, ou
grupos...” (G.K.Chesterton)
Desconfigurar a identidade da criança com uma teoria de gênero que não
tem respaldo científico nenhum,é atentar contra a Humanidade. É por em risco a saúde
mental das pessoas - Defende-se até a pedofilia!?
(Sandra Lima de Vasconcelos Ramos – Jornal Opção)
Chega de ficar em silêncio!
Precisamos bradar aos quatro cantos "que há um lindo
cavalo de madeira no pátio da escola!" Ele é grande, suntuoso e nada se parece
com um espantalho produzido para estabelecer pânico social. Muito pelo
contrário. Trata-se de um cavalo magnífico, feito para encantar desavisados
professores, coordenadores, gestores e reprogramar crianças.Um cavalo que traz
sobre o dorso uma sela cuidadosamente trançada e multicolorida como símbolo das
diferentes culturas e da diversidade de gênero. Como um presente de grego, esse
Cavalo de Troia chega com nobres intenções: acabar com o preconceito contra os
diferentes, construir relações de gênero mais justas e ressignificar as
práticas sociais por meio da construção de uma cultura de paz.Entretanto,
estas supostas boas intenções, quando analisadas de perto, não combinam com as
aspirações das famílias dos alunos e não as convencem. Também, não são aceitas
como válidas por parte considerável dos professores. A natureza impositiva
dessa ideologia e seus interesses conhecidos, mas não declarados, acabam
gerando uma verdadeira guerra ideológica com as famílias, pela primazia da
educação das crianças.Esse magnífico presente que adentra à escola, símbolo da suposta defesa
dos direitos humanos, trouxe em seu interior “a maldita e mal dita” ideologia de gênero — expressão usada
por um professor de Goiânia (Thiago Cazarim). Mas como os soldados dentro do Cavalo de Troia, essa ideologia se
materializa em militantes armados em suas línguas ferinas prontas para acusar,
difamar, desrespeitar e difundir o preconceito contra a família tradicional e
os religiosos cristãos. Eles estão prontos para agredir verbalmente, e
quiçá, fisicamente, quem não idolatra a estátua de madeira que ameaça confundir
as identidades de crianças indefesas e inocentes.
Já estamos cansados do
mesmo discurso:
-“Não existe ideologia de
gênero! Isso é invenção dos fundamentalistas..."
-“Não existe essa intenção de
querer ensinar às crianças que elas não nascem meninos ou meninas. Queremos
apenas discutir as relações de gênero..." (trocando seis por meia dúzia, a quem eles estão querendo enganar?...)
A
quem desejam enganar os ideólogos de gênero? E quem eles chamam para
defendê-los? Justamente Gramsci, Butler, Marx, Beauvoir? Exatamente os
militantes assumidos do ideário de gênero? O que é isso? Confissão ou delação
premida? E qual é o prêmio? Destruir a família tradicional ou burguesa, um dos
principais alvos marxistas, proclamado no Manifesto Comunista.
Desarmem-se dos subterfúgios. Assumam
suas reais intenções!
Por
que reprovar os diferentes? Não é contra isso que, inclusive o movimento
sindical tem lutado?Vamos aos fatos, pois contra fatos não há argumentos
contrários. Tomaremos para isso somente um livro: O “Guia Escolar” — documento
elaborado e publicado pelo MEC:
(http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=32151-guia-escolar-rede-de-protecao-pdf&Itemid=30192).
Este documento se propõe a ajudar no combate à violência sexual
contra crianças, numa rede de proteção à infância (piada de muito mau gosto) - Observem atentamente o documento:
Página 51: “Os objetivos do
trabalho de educação em sexualidade são: […] estimular a tomada de decisões
autônomas e responsáveis, priorizando o direito ao prazer e ao bem-estar
sexual”. Priorizando o direito ao prazer, na infância?
Página 52: Eixos básicos de
conteúdos para se trabalhar a sexualidade na infância: “[…] o corpo em sua
dimensão erótica e reprodutiva e como fonte e matriz da sexualidade e as
relações de gênero, que são o conjunto de representações sociais e culturais
construídas a partir da diferenciação biológica dos sexos”. (olha
a “teoria queer” — defendendo que a sociedade é quem produz as sexualidades!).
Página 54: Para se discutir
sobre sexualidade, “É importante construir com os estudantes, desde o primeiro
encontro, uma relação de convivência entre os participantes, de forma a
garantir o sigilo e a privacidade”. Sigilo? Privacidade? As famílias
brasileiras aceitam essa sugestão? Que seus filhos crianças conversem sobre
sexo na escola de forma sigilosa e privativa?
Página 55: “Aos educadores,
cabe acolher as manifestações da sexualidade infantil e sua curiosidade sexual,
suprindo as lacunas de informação, muitas vezes decorrentes da falta de
orientação e de diálogo na família. Esse trabalho se dá em todos os momentos e
espaços de convívio do adulto com a criança, não apenas em horários e locais
predeterminados.” Não apenas em horários e locais predeterminados? Falar com a criança
sobre a sexualidade dela fora do ambiente e do horário escolar? Não estaremos
aqui tornando a criança vulnerável à pedofilia?
Mas vejam só! O Guia também trata de
pedofilia!
Página 74: “[…] a pedofilia é
considerada uma psicopatologia, uma perversão sexual de caráter compulsivo e
obsessivo. Contudo, existem posições contrárias a essa visão. Grupos
internacionais de pedófilos vêm se organizando em associações e redes que se
multiplicam por todo o mundo, principalmente após o advento da Internet. Eles
não concordam com as bases morais e legais que proíbem relações sexuais entre
adultos e crianças ou adolescentes, defendendo o ponto de vista de que esse
tipo de relacionamento é uma opção sexual e um direito.” — Uma verdadeira APOLOGIA à pedofilia!
Também
abre Caminho para o incesto!
Página 73: Ao falar sobre as
bases jurídicas que impedem a prática do incesto, o “Guia Escolar” afirma: “Esse
tipo de interdição transformou a prática do incesto em tabu, tornando o tema
controverso e impondo obstáculos a uma abordagem isenta de julgamentos morais.
De fato, não se sabe precisar a origem ou a causa da proibição do incesto. […]
O que sobressai nessa discussão é a força do tabu, conferida pelo seu
significado no imaginário social.”
Tratar
de sexualidade na infância da forma como os ideólogos de gênero pretendem
configura-se em crime contra a infância. Desconfigurar a identidade da criança
com uma teoria de gênero que não tem respaldo científico é atentar contra a
Humanidade. É por em risco a saúde mental das pessoas.Aqui podemos ver as
claras intenções desse grupo de ideólogos: doutrinar as crianças a todas essas
práticas sexuais. Não se trata de discutir relações de gênero. Trata-se de
erotizar crianças e estimular práticas sexuais das mais diversas ainda na
infância.Do mesmo modo que sabem mencionar a Constituição Federal e evocar o
direito dos novos arranjos familiares, esses ideólogos deveriam respeitá-la em
seu Art.
229: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores […]”.
Os pais devem educar, a escola deve instruir!
Deveriam também respeitar a Convenção sobre os Direitos da Criança
(Decreto Legislativo n° 28, Art. 3, de 14 de setembro de 1990):
“Os Estados Partes se comprometem
a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam necessários para seu bem-estar,
levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores ou outras
pessoas responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, tomarão
todas as medidas legislativas e administrativas adequadas.”
Observemos também o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA)-Art. 17:
“O direito ao respeito consiste
na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”
ATENÇÃO!!! O ECA, Art. 79 diz também que:
“As
revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,
tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da
pessoa e da família.”
Portanto,
usar livros didáticos, literatura suplementar ou cartilhas financiadas e
produzidas por ministérios e secretarias estaduais e municipais contendo
ideologia de gênero é um desrespeito aos valores morais e éticos da pessoa e da
família.É bom deixar claro, para os leigos no assunto, que pressupostos
teóricos como os da “teoria queer” de subversão das identidades e das culturas
que alimentam a Ideologia de Gênero e aparecem na prova elaborada pela UFG para
o concurso da Prefeitura de Goiânia, não combinam com a necessária defesa do
respeito humano às pessoas LGBTTT e às mulheres. Quando
aqui me posicionei indignada com a doutrinação ideológica contida nas provas do
concurso de Goiânia, não me senti uma alienígena nessa questão. Mesmo porque a
educação é um bem que pertence a todos nós, sejam os professores em Goiânia,
Teresina ou qualquer lugarejo do mundo. Nós, professores, profissionais de uma
mesma classe, precisamos nos unir em prol de uma educação que se esforce pela
isenção doutrinária. Essa
é a nossa bandeira — a bandeira do Brasil. Ela não é vermelha e nem tem as
cores do arco íris, mas é a única que representa os anseios da maioria dos
brasileiros!
*Sandra Lima de Vasconcelos Ramos é professora e pesquisadora da Universidade Federal
do Piauí, psicopedagoga, mestre e doutoranda em educação.
Fonte: Jornal Opção
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