Ressurreição de Jesus, mito ou fato histórico? Realidade, ou mera simbologia?
A pergunta sobre a Ressurreição de Jesus atravessa os séculos e continua provocando fé, dúvida e reflexão. Teria sido apenas uma bela metáfora da vitória do bem sobre o mal, ou um acontecimento real que transformou definitivamente a história da humanidade? Toda a vida de Cristo — da Encarnação à Cruz e ao túmulo vazio — nos conduz a duas perguntas essenciais: por que e para que Jesus se encarnou, viveu entre nós e entregou-se livremente à morte de cruz?Responder ao por quê parece mais simples. Jesus mesmo nos revelou o motivo de sua entrega: o amor.
João 15,13-15: “Ninguém demonstra maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.”
Mas o "para quê" da sua entrega revela o núcleo da fé cristã. Duas passagens bíblicas iluminam esse mistério:
-Isaías 53,5: “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas chagas fomos curados.”
-Hebreus 4,14-16: “Temos um grande sumo sacerdote que penetrou os céus, Jesus, o Filho de Deus. Apeguemo-nos com firmeza à fé que professamos, pois temos alguém que, como nós, passou por todas as tentações, mas sem pecado.”
Essas passagens revelam que a Cruz não foi um fracasso, mas o caminho da vitória. Jesus morreu para que o ser humano tivesse vida, e vida em plenitude. A Ressurreição é a resposta divina ao sofrimento humano e à aparente derrota da morte.
Com Jesus ou sem Jesus, crendo ou não, todos enfrentamos as mesmas dificuldades da vida: a dor, a doença, a solidão, as perdas. A diferença está em como se vive cada uma dessas realidades.
O cristão que crê no Cristo Ressuscitado não encara o sofrimento como um fim, mas como uma passagem que conduz à redenção. Vive com fé, esperança e sentido. Quem não crê, vê apenas o peso da dor; quem crê, descobre nela um caminho de transformação e salvação.O racionalismo exacerbado e certas correntes teológicas modernas, influenciadas por ele, tentaram negar a realidade histórica da Ressurreição, reduzindo-a a um mito ou experiência subjetiva dos discípulos. No entanto, os Evangelhos e o testemunho apostólico afirmam com clareza e coerência: Cristo ressuscitou verdadeiramente!
Não foi a fé que inventou a Ressurreição; foi a Ressurreição que gerou a fé. O túmulo vazio, as aparições do Ressuscitado e a transformação radical dos apóstolos são sinais concretos de que a Páscoa não é uma lenda, mas o maior fato da história.
Teorias racionalistas que negam a ação de Deus no mundo
1. Jesus não morrera na cruz; fora retirado dela ainda com vida,
sepultado e reavivado (não ressuscitado) no sepulcro, e dele retirado.
O Novo Testamento, porém, não tem nenhuma informação que apoie tal teoria! Ao
contrário, afirma claramente que Jesus morreu realmente (cf. 1Cor 15,3b-5).
Outras fontes, não-cristãs, confirmam esta realidade: Flávio Josefo, nas
Antiguidades 18,63s, Tácito, historiador romano, em seus Anais 15,44 e até uma
obscura passagem do Talmud babilônio afirma que Jesus foi apedrejado na véspera
da Páscoa. Não há nenhuma tese entre os judeus que dê base a esta teoria. Além do
mais, como poderia um semi-morto aparecer cheio de glória?
2. A
Ressurreição de Jesus "seria plágio dos mitos de deuses que morrem e
ressuscitam", como Dionísio, Ísis, Osíris e o culto a Adônis.
Tal paralelismo não tem o menor sentido. Os
deuses mitológicos em geral seguem o ciclo das estações; no caso de Adônis, seu
mito em nada tem o significado da Ressurreição de Jesus: Adônis fora morto
enquanto caçava um javali; cada ano permitia-se que subisse dos abismos e, por
seis meses, procurasse sua amante. Nenhum devoto desse deus afirmou jamais que
ele morreu por amor pela humanidade e que ressuscitou por nós e por nossa
salvação! Seu retorno era o mito cíclico da vegetação, um assunto anual da
natureza, não uma Ressurreição final de uma vez por todas entre os mortos!
3. A Ressurreição de Jesus "reduzir-se-ia a uma mera mudança
na percepção na vida dos discípulos, sem nenhuma ressurreição real de Jesus,
pois Ele apenas ressuscitara simbolicamente no coração de seus discípulos"
que o amaram e o sentiam agora mais próximo. Ele ressuscita de novo, a cada dia,
nos corações de todos os homens...
Então, o que aconteceu após a crucificação seria somente a descoberta, por parte dos discípulos, do sentido, do significado de Jesus? Ora, não é nesta direção que os documentos do Novo Testamento apontam! Eles testemunham cabalmente, que o Pai ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos (cf. Gl 1,1),veremos adiante em maiores detalhes, essa certeza histórica.
4. A
brutalidade da crucifixão causou tal impacto nos discípulos, que provocou neles
alucinações.
Já Celso, no século II, defendia tal
teoria. Tratar-se-iam, então, de visões simplesmente subjetivas. Ora, tal
teoria não se sustenta: primeiro, os discípulos não creram logo nas aparições
(cf. Mt 28,17; Lc 24,36s; Jo 20,24s); também, o fato de que Jesus não era logo
reconhecido pelos que o viram atesta contra a ideia de alucinação; além do
mais, as aparições realizavam-se nas situações mais corriqueiras da vida.
Falar, portanto, em alucinações, é completamente infundado.
5. Por último: os apóstolos fraudaram, pura e simplesmente, roubando o corpo e inventando a ideia de Ressurreição!
Isto contraria totalmente o que sabemos dos
apóstolos: eles não eram desonestos, e principalmente, eles não morreriam para testemunhar e sustentar uma fraude!
Interessante também, observar o cuidado das comunidades cristãs em preservar os
textos intactos, apesar das discrepâncias em suas narrativas. Este dado revela
o respeito dos primeiros cristãos por suas fontes: não eram nem visionários,
nem exaltados, nem muito menos fraudadores!
As testemunhas do Jesus Salvador ressurreto no Novo Testamento podem ajudar-nos a testemunha-lo também com nossas vidas! A ressurreição de Cristo é uma das verdades mais importantes para o Cristianismo! Sem ela não há Cristianismo, evangelho ou esperança de salvação!
É a vitoria de Cristo “sobre a morte” que separa Jesus Cristo de:
1. Abraão
– o líder do Judaísmo.
2. Buda
– o líder do Budismo.
3. Maomé
– o líder do Islamismo.
4. Allan
Kardec – um dos líderes do Espiritismo.
5. E de todos fundadores das demais religiões e filosofias.
Só com Jesus, o Cristianismo é a única religião que exibe uma sepultura vazia!
Através dos séculos os cristãos têm sido perseguidos, aprisionados, torturados e executados por causa desta verdade! Mas a igreja nunca abriu mão desta certeza!
Por isso,
não é por acaso que todos os anos, por ocasião da Páscoa, o diabo levanta um
boato contra a divindade ou ressurreição! Exemplos?
-Em 1970: musical político-progressista: “Jesus Christ Superstar”: musical de rock de Andrew Lloyd Webber, com libreto e letras de Tim Rice. Apresentado pela primeira vez em 1970, destaca as lutas políticas e pessoais de Judas Iscariotes e Jesus. O musical começou como um álbum conceitual de ópera-rock, numa completa deturpação das escrituras de modo anacrônico.
-Em 1988 o diretor Martin Scorsese lançou o filme “A Ultima Tentação de Cristo”, que apresenta um messias indeciso e mal resolvido.
-Em 2003 o autor Dan Brown lança “O Código
Da Vinci”, romance que questiona a divindade de Cristo.
-Em 2012 um arqueólogo declarou ter achado
um ossuário com os restos mortais de Jesus Cristo. Depois de muitas
reportagens, especulações, e danos á fé de alguns, o achado foi declarado
falso!
-Em na véspera desta páscoa de 2014, alguns
jornais sensacionalistas noticiaram sobre um papiro antigo que revelaria que
Cristo teve uma esposa! Fui pesquisar (D. Henrique) sobre o assunto numa fonte mais séria e
descobri que se tratava de mais um outro alarme falso! (Veja na Folha de São Paulo de
11/04/14 artigo: "De novo, a mulher de Jesus" - pelo jornalista Reinaldo José
Lopes).
-Em Dezembro de 2029 Gregório Duvivier e outros humoristas do grupo Porta dos Fundos parodiaram a
história de Jesus Cristo. Não é a primeira vez que o Porta dos Fundos se
envolve em polêmicas envolvendo a fé dos cristãos. Em 2019, lançaram na Netflix
o filme “A Primeira Tentação de Cristo”, no qual Jesus é homossexual e Maria é
uma mulher promíscua. Para Gregório Duvivier, que interpretou Jesus gay, “O
Cristo do Porta dos Fundos é o Cristo do amor” (depravdo e promícuo). Na época, o bispo Dom Henrique
Soares perguntava tanto a cristãos quanto a não cristãos: “Para onde vai uma
sociedade que desrespeita a religião e a sensibilidade das pessoas? Como
construiremos um espaço de tolerância e respeito deste modo?”
A
ressurreição de Jesus Cristo tem base histórica sólida e irrefutável! Em I Cor 15,
temos testemunhos convincentes da ressurreição de Cristo!
Se você for acusado falsamente de um crime, processado, e levado diante de um tribunal de justiça, torça para ter a seu favor 2 ou 3 testemunhas oculares! Quero dizer, se alguém quiser julgar “a ressurreição”, se foi fato ou fraude, Paulo apresenta mais de 500 testemunhas oculares! Muitos que morreram por causa deste testemunho! Antes de falar das testemunhas oculares Paulo apresenta o seguinte:
I - O testemunho da Igreja Primitiva (1-2)
"1Irmãos,
quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no
qual estão firmes. 2 E por meio deste evangelho vocês são salvos…"
Qual a mensagem do Evangelho? Que Cristo
morreu pelos nossos pecados e ressuscitou (versos 3-4). Logo, nestes dois
primeiros versos (acima) Paulo esta dizendo o seguinte: Os irmãos da igreja em
Corinto, que viveram nos tempos de Cristo, não tinham nenhuma dúvida acerca da
sua divindade, morte vicária e ressurreição! Permaneciam firmes! Pois eles
tinham sido transformados pelo Cristo ressurreto! Eles tinham sido libertos da
idolatria, adultério, avareza, vida de contravenção, alcoolismo e práticas
homossexuais! (I Cor 6,9-10).
II - O testemunho das Escrituras (3-4)
"3 Pois
o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 foi sepultado e ressuscitou ao
terceiro dia (após sepultado), segundo as Escrituras..."
Além do testemunho vivo de Cristo e da igreja, Paulo
menciona o testemunho das Escrituras! Declarando que, tudo o que aconteceu com
Jesus Cristo, aconteceu “segundo as Escrituras”! O Antigo Testamento profetizou
sua encarnação, morte vicária e ressurreição (leia o texto de
Isaías 53 para confirmar).
III. O relato detalhado de "testemunhas oculares!" (5-8)
"5 e apareceu a Pedro e depois aos Doze. 6 Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. 7 Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos;8 depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo."
A primeira testemunha ocular mencionada é Pedro. Pedro é uma ótima testemunha, pois no princípio ele não acreditava na ressurreição. Tanto é que ele negou a Cristo três vezes, e voltou a zona de conforto e consolo de sua antiga profissão. A segunda testemunha são os doze! Atos 1,3 diz: “Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus.” A terceira testemunha é o grupo dos 500 irmãos! Aos quais Cristo se revelou de uma só vez – a maioria dos quais ainda estavam vivos. Lembre-se que Paulo escreveu esta defesa vinte e cinco anos após a ressurreição. A quarta testemunha é Tiago. Provavelmente, este não é o Tiago apóstolo, mas um dos irmãos de Cristo, pois aqui, Paulo o destaca à parte dos doze. Este também é uma testemunha relevante, pois em João 7,5 diz que os parentes de Jesus não criam na sua divindade. Mas, após a ressurreição sabemos que este Tiago, se converteu! Tornou-se um dos líderes da Igreja em Jerusalém! A quinta testemunha é o próprio Paulo! Por várias razões Paulo é uma ótima testemunha a favor da ressurreição. Cidadão romano, Judeu comprometido, inteligente e bem preparado academicamente falando; inimigo famoso e ferrenho do Senhor! Ele não cria em Jesus, nem na sua Divindade, muito menos na sua Ressurreição.Ele perseguia e encarcerava os cristãos!Porém, após um encontro sobrenatural com Cristo ressurreto tornou-se um adorador! Testemunha ocular! Disposto a viver e morrer por Jesus! Na manhã de domingo após a Crucificação de Jesus Cristo, Maria Madalena foi ao sepulcro onde Seu corpo havia sido colocado. Ela encontrou a grande e pesada pedra removida e o sepulcro vazio. Acreditando que o corpo do Salvador havia sido levado, Maria chorou. Alguém se aproximou dela e perguntou: “Mulher, por que choras?” Maria não reconheceu a voz que falava com ela. Achando que era o jardineiro, ela disse: “Dize-me onde o puseste, e eu o levarei” - “Maria”, respondeu a voz. Ela soube imediatamente quem chamou seu nome. Era o Salvador — agora glorificado e ressurreto! (Ver João 20,15–16.)
Maria se tornou a primeira pessoa a ver que
Jesus Cristo vive! As escrituras nos dizem que outras pessoas também
testemunharam que Ele venceu a morte. Como essas experiências fortalecem nossa fé? Como podemos hoje mesmo sem vê-Lo fisicamente, testificar que Jesus nosso Salvador e libertador vive?
Jesus
aparece após a ressurreição, a dois discípulos na estrada para Emaús!
Certo dia, pouco depois da Crucificação de Cristo, um desconhecido se juntou a dois discípulos que viajavam para Emaús. Juntos, falaram de profecias sobre a Ressurreição. Essa conversa encheu de alegria os discípulos aflitos e desanimados com os fatos recentes da morte de Jesus no madeiro da cruz. Quando chegaram a Emaús, os discípulos pediram ao desconhecido que permanecesse com eles. Durante a refeição noturna, Ele abençoou e serviu a comida. De repente, os discípulos reconheceram "Aquele desconhecido", mas, antes que pudessem dizer qualquer coisa, Ele desapareceu. Eles perceberam que o Salvador esteve com eles o tempo todo! - “Não ardia em nós o nosso coração?”, perguntaram um ao outro. O Espírito confirmou que era realmente Jesus quem esteve com eles (ver Lucas 24,13–34).
Jesus Cristo
apareceu a dez de Seus apóstolos (faltava Judas traidor, que se suicidara, e o apóstolo Tomé), enquanto eles falavam sobre os testemunhos que
ouviram sobre Sua Ressurreição!
“Paz seja
convosco”, disse Ele: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo;
apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu
tenho...” (Lucas 24,36, 39).
Cada apóstolo viu e sentiu as mãos e os pés do Salvador, bem como as marcas dos
cravos.
Jesus
aparece ao apóstolo incrédulo de sua ressurreição, Tomé!
Tomé não estava lá quando o Salvador apareceu aos outros apóstolos. Ele não conseguia acreditar que Jesus havia realmente ressuscitado. Ele disse: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, (…) de maneira nenhuma o crerei” (João 20,25). Oito dias depois, Jesus apareceu novamente aos apóstolos. Dessa vez, Tomé estava lá e acreditou. Disse Jesus a Tomé:
“Porque
me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram, e creram” (ver João
20,26–29).
Precisamos também, como Cristõs, encontrar
meios para "testemunhar a ressurreição de Cristo" com nossas vidas!
Jesus Cristo apareceu a outras pessoas após
Sua Ressurreição (Mateus 28,9–10; Atos 9,4–8; 1 Coríntios 15,6). Embora nós hoje, não o tenhamos visto fisicamente como essas testemunhas oculares da ressureição, podemos sim, dar ao mundo o testemunho da ressurreição de Cristo com a nossa fé e vida!
Jesus
perguntou aos Seus discípulos: “Quem dizem por ai ser o Filho do Homem? Eles
responderam: Uns, que Tu eis João Batista, ou um dos profetas...Depois, Jesus
perguntou: E vós, quem dizeis que Eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Cristo,
o Filho do Deus vivo! Bem-aventurado és Tu, disse Jesus a Pedro. Porque não te revelou
isso a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus!” (Mateus 16,13–17).
Jesus estava em frente a Pedro. Pedro tinha andado, conversado com Jesus e visto muitos de Seus milagres, mas isso infelizmente, não foi suficiente para Pedro testemunhar a Cristo. Jesus salientou que o testemunho de Pedro foi revelado por nosso Pai Celestial. Jesus ensinou assim, atodos que ali estavam, que esse testemunho de Pedro é mais seguro do que ver com os olhos! Mesmo sem ver Jesus Cristo fisicamente, nós hoje podemos buscá-Lo pessoalmente e aprender mais sobre sua vida e seus ensinamentos. Assim como aqueles que realmente viram o Salvador ressurreto, também hoje, podemos testemunhar com nossas vidas que Ele vive, nos ama e está sempre ao nosso lado, pois Jesus nos prometeu:
“Eis que
estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).
Vejamos agora, algumas reflexões sobre a "credibilidade da Ressurreição:
1. Fato histórico incontestável: a brusca e inexplicável mudança de comportamento dos discípulos: de medrosos, passam a testemunharem ousada e destemidamente, com a própria vida!
Durante todo o ministério de Jesus,
muitíssimas vezes os evangelhos dão testemunho da lentidão e da dificuldade dos
Doze em compreender Jesus (cf. Mc 8,14-22; 8,31-33; 10,32-45); um dos Doze o
traiu, os outros apóstolos não lhe foram solidários e até fugiram (cf. Mt
26,36-56), seu líder negou Jesus por três vezes (cf. Mc 14,66-72). Tudo isto é historicamente
irrefutável. O moral do grupo após a sexta-feira era o pior possível; ninguém
esperava uma ressurreição de Jesus (cf. Lc 24,21-24). Ora, logo após, os
apóstolos mudaram completamente de atitude, de ânimo, de vida! Passaram da
depressão ao ânimo, da estupefação ao testemunho, da dispersão à comunhão em
torno dos Doze. Resta a pergunta insistente e que não quer se calar: o que houve? Uma fraude, ou alucinação poderia
causar tal transformação? Certamente não, pois inexiste testemunho similar na história universal.
2. Os
relatos dos evangelhos também, impedem uma teoria de mera alucinação coletiva.
Note-se que as manifestações do Ressuscitado
dão-se no cotidiano, quando os apóstolos não esperavam e não estavam em estado
de excitação místico-religiosa. Também, é importante o fato de não reconhecerem
logo a Jesus (cf. Lc 24,16; Jo 21,4) e mais importante ainda é a surpreendente
informação que muitos até duvidaram (cf. Mt 28,16; Mc 16,9-14; Jo 20,24-29). É
impressionante a insistência dessa dúvida!
3. Há discrepâncias nos relatos dos personagens nos evangelhos, ou seja, nem todos acreditaram, ou concordaram que Jesus havia
ressuscitado!
A Igreja não as harmonizou, num claríssimo sinal de respeito às fontes! Não são portanto, lendas ou frutos de imaginações excitadas! Também, apontam para a historicidade:
a)-O fato de Jesus confiar o anúncio da Ressurreição a mulheres.
b)-O fato de Jesus não ser reconhecido imediatamente após a ressurreição.
c)- O fato da incredulidade inicial dos discípulos.
Nada disso apareceria num texto
fraudulento, pois deporia contra a veracidade da Ressurreição!
4. É digno de nota também, que o túmulo vazio nunca foi contestado
pelos judeus ou pelos romanos!
Se é exato que tal fato não garante nem
prova a Ressurreição, também, é verdadeiro que deixa uma pergunta não
respondida: onde está o corpo de Jesus? O que lhe aconteceu? Os discípulos
respondem, decididos: “Ele ressuscitou! Nós o vimos!” Porém, note-se que os cristãos
nunca usaram o sepulcro vazio como argumento ou prova em favor da Ressurreição;
foram os encontros com o Ressuscitado que primeiramente fundamentaram a fé na
ressurreição. O sepulcro vazio apenas ajudou a confirmou o fato! Ele fecha a porta para
interpretar as manifestações como alucinações ou para uma interpretação
“espiritualizada” da Ressurreição de Jesus!
5. É impressionante também, a concordância da Ressurreição com a fé
de Israel.
Se é verdade que ninguém em Israel esperava
uma ressurreição antes do fim dos tempos – e neste sentido a Ressurreição de
Jesus é algo absolutamente original e revolucionário -, não é menos verdadeiro
que o Senhor Deus é sempre apresentado como o Deus da vida, da justiça, do
poder e da fidelidade, de modo que conheciam o Deus de Israel, revelado nos
textos sagrados, estavam preparados para compreender a Ressurreição de Jesus
como ação culminante desse Deus! Aquele que foi obediente e fiel até a morte,
não foi abandonado pelo Senhor Deus que, “segundo as Escrituras” o ressuscitou
em sua fidelidade!
6. É
interessante também, o quanto a Ressurreição de Jesus dá uma chave potente e
coerente para tudo quanto aconteceu na história de Israel e do próprio Jesus de
Nazaré, sugerindo realmente a veracidade de tal evento!
A própria fé cristã somente pode
explicar-se e articular-se à luz da Ressurreição: sem ela todo o edifício
teológico cai e o próprio Antigo Testamento fica sem um final e sem sentido
pleno.
7. Não
menos digno de nota é o testemunho dos discípulos: eles nunca falaram de
aparições, ou vozes interiores, nem de um cadáver reanimado; falaram de um Jesus
totalmente transformado e glorioso!
Ora, crer neste testemunho é aceitar a
palavra de pessoas que se encontraram com Jesus ressuscitado através de um tipo
especial de experiência exclusiva deles. Desde Orígenes e dos Padres da Igreja,
chama-se atenção para a coerência dos apóstolos e suas vidas heroicas até o martírio, exatamente
por causa de sua experiência com o Ressuscitado.
Pode-se
concluir tudo isso com o raciocínio lúcido de São Tomás de
Aquino:
Nenhuma razão particular, em si mesma, pode provar a Ressurreição: os argumentos individuais tomados em si mesmos não são prova suficiente da Ressurreição de Cristo, porém tomados em conjunto, de um modo cumulativo, manifestam-na de um modo perfeito. A Ressurreição, por um lado, exige sempre o salto da fé; por outro lado, uma fé esclarecida e racionalmente justificável. Por quanto sejam louváveis, os seguintes versos fideístas não são suficientes para uma adesão humanamente responsável:
“Vive, vive Jesus Cristo vive hoje:/
Passeia comigo e me fala/
Ao largo do estreito caminho da vida./
Vive, vive para nos salvar;/
tu me perguntas como sei que vive?
Vive dentro do meu coração!”
Se Jesus vive simplesmente porque vive no meu coração, então eu o ressuscito e não ele a mim; eu o salvo da morte e do esquecimento do nada e não ele a mim! É muito mais lúcida, humana, responsável, madura e católica a observação de Tomás de Aquino: "Não devemos crer se não tivermos razões para crer!"
Por Dom Henrique Soares da Costa
Conclusão: A Ressurreição — Fato, Fé e Testemunho
Se você é batizado na fé cristã, seja uma testemunha viva da Ressurreição! Todos os discípulos e missionários de Jesus são chamados a crescer na consciência de que hoje, mais do que nunca, somos as testemunhas do Ressuscitado. É nossa missão levar ao mundo a alegria e a esperança da Vida Nova em Cristo.Na Vigília Pascal, o Papa Francisco nos recordou que não podemos calar o anúncio da Ressurreição em tempos difíceis. É justamente esse anúncio que sustenta a esperança e a transforma em gestos concretos de caridade:
“Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder!” (Evangelii Gaudium, 3)
Consolidamos a vitória de Cristo em nosso mundo quando vivemos no cotidiano os valores do Evangelho: justiça, verdade, misericórdia, perdão e amor. Celebramos e anunciamos a Páscoa do Senhor quando deixamos que nossa vida manifeste a reconciliação com Deus e com os irmãos.Os discípulos fizeram a sua parte. Eles creram, anunciaram e derramaram seu sangue por essa verdade. O convite agora é dirigido a nós:
“Anunciar Cristo Ressuscitado na situação em que nos encontramos, naquilo que fazemos e somos! Renovemos a nossa vida, as nossas escolhas e a nossa existência! Jesus ressuscitou e, com Ele, ressurge a nossa esperança criativa para enfrentar os problemas atuais, porque sabemos que não estamos sozinhos.”(Papa Francisco, homilia da Vigília Pascal)
A Ressurreição de Jesus não é mito, parábola nem metáfora. É fato histórico e sobrenatural, confirmado pela força do testemunho dos primeiros cristãos. Eles não morreriam por uma mentira. Nenhum homem entrega voluntariamente a própria vida por algo que sabe ser falso. O martírio dos apóstolos é uma das provas mais contundentes da veracidade do acontecimento pascal. Antes da Ressurreição, estavam tomados pelo medo e pela covardia; depois dela, tornaram-se intrépidos anunciadores do Evangelho, dispostos a enfrentar prisões, açoites e a morte, proclamando com firmeza:
“Vós o crucificastes, mas Deus o ressuscitou dos mortos, do que todos nós somos testemunhas” (At 2,32).
Essa transformação radical não se explica por uma ilusão coletiva ou um mito piedoso. O túmulo vazio, as aparições do Ressuscitado e a coragem dos apóstolos são evidências históricas que nenhuma teoria humana consegue anular. A história mostra ainda que, logo nos primeiros séculos, homens e mulheres de todas as origens aceitaram o martírio proclamando a mesma fé: “Cristo vive!”. Se a Ressurreição fosse uma invenção, ela teria se desfeito diante da perseguição e da morte. Mas o contrário aconteceu — a fé cresceu, venceu impérios e transformou o mundo. A Ressurreição é, portanto, um fato comprovado pela coerência dos testemunhos, pela transformação dos corações e pela sobrevivência da própria Igreja. Aquele que foi crucificado sob Pôncio Pilatos ressuscitou com poder e glória, e Sua presença continua viva na Eucaristia, na Palavra e na vida dos que creem. As profecias se cumpriram. A morte foi vencida. A divindade de Cristo foi confirmada de modo incontestável. E, porque Ele vive, nossa fé não é vã (cf. 1Cor 15,14). Por isso, os apóstolos perderam o medo. Por isso, o Evangelho atravessou fronteiras, impérios e séculos. Por isso, a Igreja permanece de pé. Porque Cristo está vivo!
-Cristo Ressuscitou! Sim! Verdadeiramente Ressuscitou! Aleluia!
-E, porque Ele vive, nós também viveremos!
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Nenhuma razão particular, em si mesma, pode provar a Ressurreição: os argumentos individuais tomados em si mesmos não são prova suficiente da Ressurreição de Cristo, porém tomados em conjunto, de um modo cumulativo, manifestam-na de um modo perfeito. A Ressurreição, por um lado, exige sempre o salto da fé; por outro lado, uma fé esclarecida e racionalmente justificável. Por quanto sejam louváveis, os seguintes versos fideístas não são suficientes para uma adesão humanamente responsável:
“Vive, vive Jesus Cristo vive hoje:/
Passeia comigo e me fala/
Ao largo do estreito caminho da vida./
Vive, vive para nos salvar;/
tu me perguntas como sei que vive?
Vive dentro do meu coração!”
Se Jesus vive simplesmente porque vive no meu coração, então eu o ressuscito e não ele a mim; eu o salvo da morte e do esquecimento do nada e não ele a mim! É muito mais lúcida, humana, responsável, madura e católica a observação de Tomás de Aquino: "Não devemos crer se não tivermos razões para crer!"
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