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O Erro Popular: ‘Pregue o Evangelho todo o tempo. Se necessário, use palavras.’ Atribuída Indevidamente a São Francisco

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 31 de agosto de 2021 | 11:55

 



Frase que São Francisco NUNCA disse: “Pregue o Evangelho todo o tempo,Se necessário, use palavras.”   

 

Por: *Jonatan Rocha do Nascimento

 

 

 

Tradução própria de um texto curto e interessante sobre as meias verdades que vivem a se espalhar por aí, especialmente na internet. Este artigo visa começar a tratar das coisas que dizem que foram ditas por São Francisco, mas que, para o desagrado de muitos, são inverossímeis.Cristãos usam muitas citações. Os sacerdotes usam-nas em seus sermões constantemente. Escritores ilustram seus pontos de vista com elas. Nada de errado com isso! Eles são bastante úteis e encorajadores em fazer um apontamento. Salvo quando a citação não tem base na realidade.Nós, como amante do Evangelho, afirmando que somos comprometidos com a verdade, somos certamente bons em espalhar falsidade, mesmo que involuntariamente. Nós podemos fazer melhor!No último domingo, nosso fiel diácono no meio de sua excelente homilia usou uma citação que a maioria de nós ouviu, pelo menos algumas vezes:


 

 

“Pregue o Evangelho todo o tempo. Se necessário, use palavras...”

 

 

Atribuída a São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, é intenção dessa frase dizer que proclamar o Evangelho pelo exemplo é mais virtuoso que realmente proclamar com a voz. É uma citação que costuma me irritar porque parece criar uma dicotomia inútil entre discurso e ação. Além disso, o espírito por trás de tal questão pode ser um pouco arrogante, o que estou certo que nosso diácono não pretendia ser, sugerindo que aqueles que “praticam o Evangelho” são na realidade mais fiéis do que aqueles que pregam.

 

 

 

Mas, aqui está um fato: Nosso bom São Francisco nunca disse isso!

 

 

 

Nenhum de seus discípulos ou biógrafos tem tais palavras citáveis tiradas de sua boca. Isso não é demonstrado em qualquer de seus escritos. Nem de perto, realmente! As mais próximas disso vem de sua Regra de 1221 sobre como os Franciscanos deveriam praticar sua pregação:

 

 

 

“Nenhum irmão pregue contra a forma e as diretrizes da santa mãe Igreja, e se não lhe tiver sido concedido pelo seu ministro[…] Contudo, todos os irmãos preguem com as obras.” (Fontes, RnB XVII, 1.3)

 

 

 

Essencialmente, faz sentido que suas obras estejam ligadas às palavras. Embora haja um belo e bom sentimento na sentença, esteja certo de viver/testemunhar a graça e a verdade do Evangelho, a noção tal qual é tipicamente apresentada não é prática, nem mesmo fiel ao Evangelho de Cristo. Não se coaduna com a própria prática de São Francisco.

 

 

Seu primeiro biógrafo, Tomás de Celano, escrevendo três anos após a morte de Francisco, cita-o instruindo seus irmãos, portanto:

 

 

O pregador deve haurir nas orações secretas aquilo que depois vai difundir em palavras sagradas; deve antes aquecer-se por dentro para não proferir palavras frias.” (Fontes, 2Cel CXXII, 3)

 

 



 


Nosso pobre de Assim claramente gastou grande parte do tempo usando suas palavras quando pregava!

 

 

“Algumas vezes pregava a partir de um fardo de palha ou uma porta de celeiro. Na cidade, ele subia em caixas ou até escadarias de um edifício público. Ele pregou a quaisquer que se reunissem para ouvir o estranho, mas, inflamado, pequeno pregador de Assis! Ele era às vezes tão animado e apaixonado em sua entrega, que “seus pés se moviam como se estivesse dançando.”

 

 

 

Duane Liftin, presidente emérito da Faculdade de Wheaton, recentemente discursou sobre o problema com a dicotomia pregação/prática num importante artigo. Da pregação do Evangelho pelas obras, ele explana:

 

 

 

“É simplesmente impossível pregar o Evangelho sem palavras! O Evangelho é inerentemente verbal, e a pregação do Evangelho é um comportamento inerentemente verbal.”

 

 

 

E sobre a proclamação de “feitos” do Evangelho também não é bíblica. Paulo pergunta à Igreja de Roma (Rm 10, 14):

 

 

“Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?...”

 

 

CONCLUSÃO

 

 

Então da próxima vez que você ouvir de algum de seus irmãos e irmãs em Cristo, use essa citação bíblica para encorajá-lo ou desafiá-lo a trabalhar por nossa fé, gentilmente guiando-os para fora da terra da desinformação e fazendo-os crer no caminho da verdade.

 

 

*Jonatan Rocha do Nascimento - Estudante de Teologia. Licenciado em Filosofia. Seminarista. Bacharel em Direito.

 



Fonte:https://jonatanrn.medium.com/coisas-que-s%C3%A3o-francisco-n%C3%A3o-disse-parte-1-aca7196382c5



A famosa frase atribuída a São Francisco de Assis: verdade ou mito?



É comum vermos em livros de espiritualidade, homilias e até em postagens nas redes sociais a frase:


“Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.”


Essa máxima é frequentemente atribuída a São Francisco de Assis, mas a verdade é que não existe nenhum registro histórico nos escritos do santo, nem nos relatos de seus contemporâneos, que comprove essa autoria.



Uma frase "apócrifa"


Pesquisadores franciscanos e historiadores da Igreja são unânimes em afirmar que essa citação é apócrifa, ou seja, de origem incerta e sem respaldo documental. Ela se popularizou ao longo dos séculos, mas não pode ser considerada uma citação autêntica de São Francisco.



Origem duvidosa


A provável origem da frase está na tentativa de resumir, de forma poética, o estilo de vida franciscano, marcado pela simplicidade, testemunho de vida e anúncio do Evangelho através do exemplo. De fato, São Francisco pregava mais com suas ações do que com discursos, vivendo na pobreza, no amor à criação e no serviço aos pobres. Porém, transformar isso em um aforismo com essas palavras específicas é fruto da tradição popular, e não das fontes franciscanas originais.



O que São Francisco realmente dizia?


São Francisco foi um grande pregador itinerante. Ele exortava seus frades a anunciar explicitamente a Palavra de Deus, e em diversas ocasiões utilizava homilias e exortações verbais. Ou seja, ele nunca dispensou a pregação falada em nome de um testemunho silencioso. Pelo contrário: unia ambos.



O perigo das falsas atribuições



Frases apócrifas como essa, quando repetidas sem explicação, podem gerar uma compreensão distorcida da mensagem cristã. Embora o testemunho de vida seja essencial, o anúncio explícito do Evangelho também é um mandato de Cristo (cf. Mt 28,19-20). 



Reduzir a evangelização apenas ao “exemplo silencioso” enfraquece a missão da Igreja.



A célebre frase é, portanto, apócrifa e de origem duvidosa. Ela expressa, em parte, um valor franciscano — o testemunho de vida — mas não deve ser usada como citação autêntica de São Francisco de Assis. Mais fiel ao espírito do santo é dizer que ele viveu intensamente o Evangelho com obras e palavras, como verdadeiro discípulo de Cristo.



Referências



-CELANO, Tomás de. Vidas de São Francisco de Assis. Petrópolis: Vozes, 2004.

-CHINNICI, Joseph P. Saint Francis and the preaching of the Gospel. Franciscan Studies, v. 66, p. 271-298, 2008.

-DE WAAL, Esther. Francisco de Assis e o caminho do Evangelho. São Paulo: Paulinas, 1998.

-HOLLERICH, Michael. Francis of Assisi: The life and afterlife of a medieval saint. New York: Routledge, 2021.

-SABATIER, Paul. Vida de São Francisco de Assis. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2005.

-SPOTO, Donald. Reluctant saint: The life of Francis of Assisi. New York: Penguin, 2002.

-VAUCHEZ, André. Francisco de Assis: Entre história e memória. São Paulo: Loyola, 2010.


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