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A teologia de joelhos de Hans Urs von Balthasar

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 17 de janeiro de 2020 | 23:23

(Hans Urs von Balthasar)




Hans Urs von Balthasar (Lucerna, 12 de agosto de 1905 — Basileia, 26 de junho de 1988) foi um sacerdote, teólogo e escritor suíço. Balthasar foi nomeado cardeal pelo Papa São João Paulo II, mas morreu pouco tempo depois de entrar para o Sacro Colégio Pontifício, em 1988. Estudou nas universidades de Viena, Berlin e Zurique e, em 1928, recebeu o seu doutorado com uma tese sobre a escatologia na literatura alemã. No ano seguinte entrou para a Companhia de Jesus, ficando entre os jesuítas até 1950, quando decidiu deixá-los.





Uniu-se ao teólogos Jean Daniélou, Henri de Lubac e Yves Congar na corrente de renovação de teologia de regresso às fontes, que ficou conhecida como Ressourcement. É de conhecimento comum a simbiose de espiritualidade entre o maior teólogo  do século XX Hans Urs von Balthasar e Adrienne von Speyr. É importante lembrar que em todas estas amizades, nada havia de carnal ou genital. Tratava-se de um crescimento recíproco no mais elevado nível. Tais afinidades, em vez de estorvar, aprofundavam os mais nobres ideais. Basta lembrar aprofunda amizade reinante entre São Francisco e Santa Clara; entre São Bento e Santa Escolástica.












Mesmo em círculos teológicos, as pessoas muitas vezes se surpreendem ao saber que Balthasar viveu 21 anos como jesuíta, deixando a Companhia de Jesus em 1950 somente porque o seu trabalho de co fundação de um instituto secular com a mística leiga Adrienne von Speyr divergia das prioridades da ordem.Balthasar estava convencido de que a Companhia de Jesus, nos nossos dias, recebeu a missão de difundir a herança inaciana para uma sociedade moderna secularizada, e de que, a fim de cumprir essa missão, há necessidade de uma nova e complementar comunhão entre leigos e leigas capazes de penetrar no mundo como fermento na massa. Ele imaginou uma comunidade de cristãos vivendo sob votos e atuando não tanto com os métodos apostólicos tradicionais (que parecem se tornar cada vez mais ineficazes na nossa época), mas sim com uma discreta presença de amor, dentro de uma profissão mundana. Essa visão exigiu que ele revisitasse o “Chamado do Rei Eterno” dos Exercícios inacianos, tão decisivo para as missões tradicionais e distantes, como a de Francisco Xavier, e o interpretasse à luz de uma teologia da cruz mais explícita.Balthasar certamente não era um pensador especulativo como Lonergan. Ele nunca se tornou professor ou lecionou em uma faculdade universitária. Ele ministrou alguns cursos de curta duração promovidos por grupos católicos em universidades suíças e em outros fóruns educacionais, e jovens homens de língua alemã interessados em educação cultural e vida espiritual muitas vezes procuravam sua sabedoria e conselho. Sua atenção não estava voltada para a teologia sistemática.












Juntamente com Karl Rahner e Bernard Lonergan, Balthasar procurou oferecer uma resposta intelectual e fiel à modernidade ocidental, que representava um desafio ao pensamento católico tradicional. Enquanto Rahner ofereceu uma posição progressista e acomodatícia sobre a modernidade e Lonergan elaborou uma filosofia da história que procurava criticar apropriadamente a modernidade, Balthasar resistiu ao reducionismo e ao foco humano da modernidade, querendo que o cristianismo fosse mais desafiador em relação às sensibilidades modernas.Balthasar é muito eclético em sua abordagem, fontes e interesses, e permanece difícil de categorizar.Um exemplo de seu ecletismo foi seu longo estudo e conversa com o influente teólogo reformado suíço, Karl Barth, em cujo trabalho ele escreveu a primeira análise e resposta católica. Embora os principais pontos de análise de Balthasar sobre a obra de Karl Barth tenham sido contestados, sua The Theology of Karl Barth: Exposition and Interpretation (1951) continua sendo um trabalho clássico por sua sensibilidade e discernimento; O próprio Karl Barth concordou com sua análise de seu próprio empreendimento teológico, chamando-o de melhor livro sobre sua própria teologia.















Existem grandes pontos de ligação entre este teólogo e o Papa Emérito Bento XVI, para além da amizade que os unia. Diz-se também, que Hans Urs von Balthasar era o teólogo preferido de São João Paulo II.








(Bento XVI e Balthasar)







A "TEOLOGIA DE JOELHOS" de Hans Urs von Balthasar










O teólogo que defendia uma "teologia ajoelhada", em que o pensamento teológico tem de estar ligado à oração e à adoração, em vez de ser mera análise sistemática, foi o grande ausente do Concílio Vaticano II, embora ideias como a da Igreja santa mas "sempre necessitada de purificação e de penitência" lhe fossem caras.A obra do teólogo suíço representa um tipo de racionalidade teológica que se procura distanciar da concepção moderna de razão. Não querendo aqui catalogá-lo como progressista ou tradicional, não podemos deixar de apontar que a relevância dada por ele à estética, embora não esteja em radical ruptura com a teologia que o precede, representa, para esta, uma lufada de ar fresco. Com efeito, o pensar teológico, porque demasiado centrado nos métodos histórico-críticos, esqueceu, por vezes, que o seu objecto nunca é redutível a categorias racionais, nem, muito menos, passível de uma sistematização total, no sentido hegeliano do termo. A obra em que Balthasar mais profundamente desenvolve a temática da fé é o primeiro volume da sua trilogia (Glória – Teodramática – Teológica), intitulado A percepção da forma. Nela, o teólogo suíço elabora o princípio de uma estética teológica, ou seja, procura mostrar como a teologia pode ser pensada a partir do belo como transcendental, possuindo, por conseguinte, uma dimensão sensorial-perceptiva. 






A sua teologia da fé desenrola-se em torno de três círculos concêntricos:







1)- No centro está o arquétipo da fé, Jesus Cristo, que, na sua relação histórica com o Pai, é a experiência que Deus faz de quem é Deus.




2)- Um segundo círculo é composto pelas experiências de Deus de que a Escritura dá testemunho (experiências arquetípicas).




3)- Finalmente temos o crente que, inserido no meio eclesial, participa destas e, assim, do arquétipo da fé.







RESUMO DA VIDA E OBRA DE BALTHASAR














Balthasar, era discípulo de Henri de Lubac e autor de uma quantidade impressionante de escritos, foi definido como um dos maiores teólogos do século XX. A página web de katholisch.de dedicou-lhe a seguinte breve reflexão comemorativa escrita a duas mãos.O artigo é de Katharina Klöcker e Anselm Verbeek, publicada por Settimana News, 27-06-2018. A tradução é de Luisa Rabolini. Balthasar nunca teve uma cátedra e por muitos anos viveu um relacionamento tenso com as autoridades eclesiásticas. Quando, finalmente, em 28 de junho de 1988, foi nomeado cardeal por João Paulo II, ele não teve tempo de receber o barrete cardinalício, porque morreu dois dias antes, em Basel com a idade de 83 anos.







Os longos caminhos para a teologia







Nascido em Lucerna, em agosto de 1905, Balthasar chegou à teologia por meio de vias transversas. Tão facetada é sua biografia teológica, quanto controversa é até hoje a classificação de sua posição. Mas é difícil ignorar a sua obra constituída por cerca de 100 volumes e 500 ensaios. O card. Joseph Ratzinger, mais tarde, Papa Bento XVI, escreveu sobre ele em suas memórias:





"Nunca mais vai me acontecer de encontrar pessoas com uma formação teológica e história espiritual tão vasta", como Balthasar e seu mestre Henri de Lubac.





A força motriz por trás do pensamento de Balthasar é o questionamento sobre o caminho correto da Igreja. Com vívidas imagens verbais e pensamentos brilhantes, ele chamou a atenção para a Communio: os cristãos deveriam ser irmãos e irmãs de todos os homens. Como ideólogo precursor do diálogo deu um fundamento teológico para a sua preocupação: a corporação dos teólogos, no entanto, tinha por muito tempo e de maneira insuficiente "apostado no juízo final e não tinha suficientemente pensado que o Deus em Jesus Cristo é o mesmo que se reserva tal julgamento para todos aqueles que, independe da comunidade de pertencimento, caíram no abismo da solidão antidivina e desumana”. Inicialmente von Balthasar estudou em Zurique, Berlim e Viena, germanística e filosofia. Como jovem já crescido, possuindo uma sensibilidade musical absoluta, idolatrava Mozart e Mahler. Tocava piano a quatro mãos com o teólogo protestante Karl Barth. O amor pela música abriu-lhe as portas para o seu modo de falar de Deus. Sempre buscando a perspectiva holística, elaborou uma teologia com a ajuda das categorias musicais.






 
(Protestante Karl Barth e Balthasar)







Sua teologia posteriormente desenvolveu-se em um "teodrama" através da assunção de formas retiradas do teatro. O próprio Baltasar disse que a Revelação "no pequeno e no grande é dramática"; “é a história de uma missão de Deus para o mundo, de uma luta entre Deus e a criatura pelo seu significado e sua salvação”. Após seus estudos, em outubro de 1929, Balthasar entrou como noviço nos jesuítas. Descreve seu estudo em Lyon como "uma luta feroz contra a desolação da teologia". A teologia é encerrada em uma couraça de "pensamento neoescolástico". Por essa razão, os jovens estudantes se reuniam cheios de entusiasmo em torno de Henri de Lubac (1896-1991), que irradiava um grande fascínio. Em particular, com o seu interesse nos escritos dos Padres da Igreja e a subsequente concentração sobre o cristianismo, Balthasar abriu um novo horizonte teológico.












Dos Jesuítas a um instituto secular






Sua obra "Derrubando as muralhas", que apareceu em 1952, foi escrita nesse sentido e foi saudada por muitos como uma libertação, alguns anos antes do Concílio Vaticano II (1962-1965), que abriu a janela para o exterior. Ele escreveu que "uma Igreja não completamente aberta ao mundo deixou de ser a Igreja de Cristo." Depois de uma longa atividade como assistente espiritual dos estudantes em Basiléia, ele abandonou a ordem jesuíta para fundar um instituto secular com Adrienne von Speyr, a Comunidade de São João. Além disso, abriu sua própria editora que, entre outras coisas, publicava as suas obras e as de Speyr. Em Zurique, sem renda fixa, ele morava em um alojamento modesto, sustentando-se com as palestras que fazia durante suas viagens. Ele sempre recusou as cátedras. Em outubro de 1956 ele foi indicado como sacerdote em sua diocese e o bispo local consentiu seu retorno a Basileia.Do ponto de vista programático, von Balthasar se tornou um promotor de um diálogo ultra confessional que ultrapassou as divisões ideológicas, inclusive com militantes ateus comunistas, mas não com uma superioridade dogmática ou "uma posse capitalista da verdade da fé." Balthasar apreciou muito o diálogo literário com a obra de Bertolt Brecht.





De teólogo inconveniente a Cardeal





Com o Concílio Vaticano II chegou a grande hora de Henri de Lubac, o grande mestre de Urs von Balthasar: o alegado modernismo de Lubac foi reabilitado e exerceu uma influência decisiva sobre os debates do Concílio.Baltasar nos anos do Concílio, para o qual não havia sido convidado, modificou seu pedido de uma abertura da Igreja para o mundo:




“O cristão não precisa se conformar ao mundo”





Ele pediu com grande insistência uma reflexão sobre o que distingue o elemento cristão. Seu biógrafo Thomas Krenski escreve:






"Para muitos de seus contemporâneos, ficou claro que Balthasar pensava que tinha ido longe demais, de modo a se sentir compelido a voltar atrás das muralhas protetoras das quais havia pedido a derrubada."






Vinte anos de antecedência





Vários teólogos do concílio viram nele um teólogo conservador do papa. De acordo com Krenski:






“Isso tornou difícil, a recepção da teologia de um homem que realizou certamente e polemicamente correções de rota, mas que não pensava de forma alguma erigir novamente as muralhas derrubadas. Sua sorte foi ter tomado um caminho vinte anos antes dos demais".






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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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