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#Duas Teologias da Libertação: "uma justa e necessária e qual é a outra ?"

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 29 de janeiro de 2016 | 00:43








COMENTÁRIOS DO BLOG BERAKASH: “Manifestação e prova da atenção com que compartilha esses esforços, são os numerosos documentos publicados ultimamente, entre os quais as duas recentes Instruções emanadas pela Congregação para a Doutrina da Fé, com a minha explícita aprovação: uma, sobre alguns aspectos da teologia da libertação ; outra, sobre a liberdade crista e a libertação . Estas últimas, endereçadas à Igreja Universal, tem, para o Brasil, uma inegável relevância pastoral.Na medida em que se empenha por encontrar aquelas respostas justas – penetradas de compreensão para com a rica experiência da Igreja neste País, tão eficazes e construtivas quanto possível e ao mesmo tempo consonantes e coerentes com os ensinamentos do Evangelho, da Tradição viva e do perene Magistério da Igreja – estamos convencidos, nós e os Senhores, de que a teologia da libertação é não só oportuna mas útil e necessária. Ela deve constituir uma nova etapa – em estreita conexão com as anteriores – daquela reflexão teológica iniciada com a Tradição apostólica e continuada com os grandes Padres e Doutores, com o Magistério ordinário e extraordinário e, na época mais recente, com o rico património da Doutrina Social da Igreja, expressa em documentos que vão da Rerum Novarum à Laborem Exercens.Penso que, neste campo, a Igreja no Brasil possa desempenhar um papel importante e delicado ao mesmo tempo: o de criar espaço e condições para que se desenvolva, em perfeita sintonia com a fecunda doutrina contida nas duas citadas Instruções, uma reflexão teológica plenamente aderente ao constante ensinamento da Igreja em matéria social e, ao mesmo tempo, apta a inspirar uma práxis eficaz em favor da justiça social e da equidade, da salvaguarda dos direitos humanos, da construção de uma sociedade humana baseada na fraternidade e na concórdia, na verdade e na caridade. Deste modo se poderia romper a pretensa fatalidade dos sistemas – incapazes, um e outro de assegurar a libertação trazida por Jesus Cristo – o capitalismo desenfreado e o coletivismo ou capitalismo de Estado.(CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DOS BISPOS DO BRASIL -Vaticano, 9 de abril de 1986).














“A meu ver, a Teologia da Libertação "prescreveu” historicamente. Deu o que tinha que dar: conscientizar a Igreja sobre a opção preferencial pelos pobres. Ora, isso foi fundamentalmente incorporado, sem mais discussão, pelo discurso normal da Igreja. Assim, a corrente liberacionista reentra, finalmente, na grande correnteza da teologia católica ou universal, reforçando e atualizando aquilo que foi sempre uma riqueza da Igreja: o amor preferencial pelos sofredores de toda a sorte. A Teologia da Libertação poderia até permanecer como um espécimen da chamada "teologia do genitivo”, teologia necessariamente parcial, como quando se fala na "teologia da graça”, na "teologia do casamento” ou ainda na "teologia de São Paulo”. Essas teologias particulares são apenas tematizações de um aspecto da fé. Foi nesse sentido, como teologia parcial, sintonizada com o todo da fé, que a Teologia da Libertação foi declarada por João Paulo II, em Carta aos Bispos do Brasil (09/04/1986) "oportuna, útil e necessária” (n. 5). Mas até que a Teologia da Libertação pretende ser uma teologia completa, ela não tem futuro dentro da Igreja. Ela, de fato, vai perdendo cada vez espaço dentro dela.”( Frei Clodovis M. Boff – Irmão de Leonardo Boff).






Partindo destes princípios, existe não apenas uma, mas várias teologias da Libertação!








Uma que é útil e necessária, que aquela propagada e defendida pelo magistério da Igreja e que encontra fermento e ressonância em teólogos como: Gustavo Gutierrez,Clodovis Boff, Libânio e em Dom Helder Câmara o profeta da não violência, que propõem uma Teologia mais integral, abrangendo as questões sociais com as existenciais e transcendentais.Porém temos que admitir que existe uma teologia ou teologias da libertação nem tão justa e nem tão necessária,que é aquela defendida por teólogos como: Leonardo Boff, Frei Beto,Marcelo de Barros e Dom Pedro Casaldáglia que já chegou a afirmar que “quando o povo pega em armas deve ser respeitado.”É uma teologia exclusivista e excludente, de caráter meramente imanente,portanto, não integral, pois faz uma opção não preferencial pelo pobre e as questões sociais, mas faz uma opção exclusiva e excludente por estes, não dando espaço a outros temas, considerando-os inúteis e desnecessários.A foto de abertura desta matéria, mostra de forma muito clara os dois principais tipos de teologia da libertação: Uma de caráter ideológico-revolucionário e Marxista-armamentista, representada pelo padre Ernesto Cardenal, e a outra representada por Dom Helder Cãmara de caráter evangélico e Cristológico.Em 2 de março de 1983, o mundo ficou boquiaberto com uma cena insólita: O santo Papa São João Paulo II metendo o dedo cara de um sacerdote, e lhe dando uma bronca, diante das câmeras de TV! Esse passa-sabão épico e histórico aconteceu na Nicarágua, na ocasião da chegada do Papa João Paulo II a este país.Logo ao chegar no aeroporto, assim que avistou o padre Ernesto Cardenal, o santo papa meteu o dedo na cara do padre guerrilheiro, e mandou abandonar o cargo de Ministro da Cultura, que o padre ocupava há cera de quatro anos.

 




 

Por que São João Paulo II fez aquilo?

 



 




Porque quem estava no poder na Nicarágua na época eram os sandinistas, membros de um movimento político que professa o Marxismo – ideologia formalmente condenada pela Igreja por dez papas (inclusive pelo Papa Francisco). Se presenciassem hoje aquela atitude do santo papa Polonês, muitos católicos que teimam em defender o Marxismo certamente diriam:“Ain, quanto ódio! Mais amor, por favor!”Claro seria como sempre a velha indignação seletiva, pois os Sandinistas e Marxistas, matam e torturam seus adversários.Porém, contudo, entretanto, todavia,como todo herege impenitente, o padre Marxista Cardenal desobedeceu ao Papa, e continuou por mais quatro anos como funcionário do governo sandinista. A Santa Sé, então, suspendeu o padre Cardenal “ad divinis” em 1985, pois seu cargo político era incompatível com a missão sacerdotal. Desde então, ele foi proibido de atuar como sacerdote, graças a Deus!Já o nosso querido Mons. Hélder Pessoa Câmara (1909-1999), bispo auxiliar do Rio de Janeiro, que foi transferido para o nordeste do país e se tornou arcebispo metropolitano de Olinda-Recife. Este ítalo-brasileiro também é lembrado como um dos grandes defensores da chamada “Teologia da Libertação”. É fato que esta teologia de caráter revolucionário e reformista, engloba várias correntes de pensamento que interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma “libertação”, ou condições mais justas, sejam elas econômicas, políticas ou sociais. 












Vamos deixar aqui nas próprias palavras de Dom Helder (já na fase final de sua vida), o que ele pensava sobre a teologia da libertação partindo de sua própria perspectiva:





“Ninguém suporta a desigualdade e a falta de honestidade por muito tempo. Os cristãos não querem ódio em seus corações. Eles sabem que o ódio é o contrário do amor. Deus é a representação máxima do amor, e o ódio, bem como a ganância, podem ser consideradas o anti-Deus, o oposto de tudo que é bom. As pessoas religiosas de bom coração sabem que violência atrai violência. E sabem que é loucura apelar para as armas. Pessoas que acreditam em Deus e no amor possuem armas diferentes. Elas creem na justiça. No direito de cada um, não para pisar em outros, mas para não deixar que ninguém venha a pisar nos direitos do povo. ‘Presentes’ estes que não são nem do governo, nem dos ricos. São presentes do Criador e do Pai, que em seu amor sempre desejou uma sociedade bem mais justa. ”

 




Dom Hélder Câmara poderá virar santo!



Por Zenit

 

 










O site Zenit divulgou no dia 06/06/2014, uma entrevista com dom Antônio Fernando Saburido (OSB), arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, na qual conversam sobre o processo de beatificação e a vida de dom Hélder.Confira: No fim de maio de 2014, a arquidiocese de Olinda e Recife enviou à Congregação para Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de abertura para o processo de beatificação de dom Hélder Câmara. O anúncio foi feito por dom Antônio Fernando Saburino (OSB), arcebispo metropolitano da Igreja local, onde viveu e faleceu dom Hélder. Na ocasião, dom Antônio apresentou a carta enviada ao Vaticano com o pedido de beatificação e canonização. O parecer dos bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foi positivo e unânime. Uma vez aberto o processo, frei Jociel Gomes se torna vice-postulador da causa.

 




 

Um pouco da história de dom Hélder:

 




 






Conhecido como “Dom da Paz”, Hélder Câmara nasceu no dia 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza, Ceará. Mas, foi no Rio de Janeiro e em Pernambuco que ganhou destaque com o exercício frutuoso do ministério episcopal voltado para os pobres.Aos 27 anos, já como sacerdote, foi para a arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde, em 1952, se tornou bispo auxiliar. Lá, fundou a Cruzada São Sebastião, em prol das famílias carentes que sonhavam com uma moradia digna, e o Banco Providência, voltado para a redução da desigualdade social e desenvolvimento humano nas comunidades mais pobres. Ainda no Rio, articulou a realização do 36º Congresso Eucarístico Internacional, em 1955.Em 1964 recebeu a missão de dirigir a arquidiocese de Olinda e Recife como arcebispo metropolitano. Neste ínterim, criou a Comissão de Justiça e Paz, que defendeu presos políticos e perseguidos da ditadura militar, assim como protegeu os excluídos sociais.Dom Hélder também ajudou na criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na qual exerceu o cargo de secretário geral, e o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), do qual foi vice-presidente. Incansável, o Dom da Paz lutou contra a fome e a miséria no Brasil. Em 1990 lançou a campanha Ano 2000 sem Miséria.  Com uma vida toda dedicada aos pobres, dom Hélder chegou a ser indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.

 




Acompanhe a entrevista de dom Antônio Fernando ao Zenit:

 




 





 

ZENIT: Como e quando surgiu a iniciativa de dar entrada no processo de canonização de dom Hélder? Já existem relatos de milagres?

 

 

 

Desde minha chegada a Recife em 2009, como arcebispo, as pessoas me pedem para iniciar o processo visando a canonização de dom Hélder Pessoa Câmara. Por enquanto, não tenho conhecimento de milagres alcançados através da intercessão de dom Hélder. Isso somente será exigido bem mais adiante. Uma vez iniciado o processo, acredito que as pessoas vão começar a nos procurar para relatar fatos dessa natureza.

 

 

 

ZENIT: Quando haverá resposta do Vaticano sobre o início de processo de beatificação?

 

 

 

Não existe tempo determinado para a resposta da Congregação para a Causa dos Santos, a quem cabe autorizar o início do processo.

 


 




 

ZENIT: O senhor conheceu dom Hélder? Como era o relacionamento dele com o povo?

 

 

 

Conheci sim, porém, como monge beneditino vivia no Mosteiro de São Bento de Olinda e não tinha muito contato com dom Hélder. Foi ele, porém, quem me ordenou presbítero. Sempre nutri grande admiração por sua pessoa, sobretudo, quando tive oportunidade de ler suas cartas circulares, escritas durante o Concílio Ecumênico Vaticano II – redigidas durante as vigílias diárias que costumava fazer no silêncio da madrugada para rezar e escrever. O “Dom”, como o chamavam, era franzino e baixinho, porém um gigante quando fazia uso da palavra e tomava determinadas atitudes. Contraditoriamente, era um contemplativo, uma inteligência além da média, e de uma sensibilidade surpreendente para com as pessoas mais pobres e excluídas.

 




 


 




ZENIT: O que significou para dom Hélder o encontro com o Papa, em Recife, em 1980?

 

 

Eu estava presente no meio da multidão quando o Papa João Paulo II o abraçou carinhosamente e na homilia o saudou dizendo: “Irmão dos pobres e meu irmão”. Acredito que aquele abraço e saudação marcou muito sua pessoa.

 

 

 

ZENIT: Qual era a intenção de dom Hélder com a criação da CNBB e do CELAM?

 

 

 

Certamente, a intenção de Dom Hélder ao criar a CNBB e CELAM foi promover o diálogo e a cooperação mútua entre os bispos do Brasil e de toda a América Latina. Essas importantes instituições vêm crescendo e se consolidando a cada dia.

 

 

 

ZENIT: Em 1970, Dom Hélder denunciou a prática da tortura a presos políticos no Brasil. No período da ditadura militar, quais foram as principais ações de dom Hélder?




Dom Hélder foi vítima da ditadura militar no Brasil, sobretudo pelo apoio que sempre deu aos presos e perseguidos políticos. Pagou alto preço com a impossibilidade de falar através dos meios de comunicação social em todo o país e, sobretudo, com o brutal assassinato do jovem padre Antônio Henrique Pereira, seu assessor para a Pastoral da Juventude, falecido após três anos de ministério sacerdotal.

 

 

 

ZENIT: Qual era a concepção de dom Hélder a respeito da Teologia da Libertação?

 

 

 

Dom Hélder entendia que a prática do Evangelho liberta de todas as amarras. N’Ele encontrava forças para enfrentar os desafios seguindo a linha da “opção preferencial, não exclusiva e nem excludente”, pelos pobres”.

 

 

 

ZENIT: Como é para o senhor, dom Antônio Fernando, estar à frente de uma arquidiocese que foi dirigida por um santo em potencial?

 



 

Para mim é grande honra e responsabilidade estar à frente desta querida arquidiocese de Olinda e Recife com uma história tão bonita e por onde passaram grandes bispos, como Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1871 – 1878) – cujo processo de canonização já se encontra na fase romana -, Dom Hélder Pessoa Câmara (1964 – 1985) e tantos outros que aqui deixaram seu legado. Peço que rezem por mim para que seja sempre um bom pastor, tendo por modelo o Pastor dos pastores: Jesus.

 





Verdades, erros, e perigos nas "Teologias" da Libertação!




Por Cardeal Agnelo Rossi: 19-03-1985


 










Introdução






A pavorosa miséria de irmãos nossos na América Latina, suscitou o nascimento (1960-1970) e o desenvolvimento da Teologia da Libertação, entre nós, uma espécie de “teologia política”, recebida com muito entusiasmo, paixão e até fanatismo por pessoas de boa vontade que julgam ter descoberto a verdadeira face do cristianismo, com o caminho da verdadeira redenção da humanidade.Se a causa é justa, necessária e urgente, a estrada escolhida por muitos liberacionistas é perigosa e errada e até pode ser fatal para a fé cristã e a humanidade: é o teor do recente documento da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé sobre a Teologia da Libertação ( 06/08/1984 ) .Na verdade, a paixão é frequentemente má conselheira. Não Bastante a reta intenção e a boa vontade empregadas na difusão e implantação da Teologia da Libertação radical e de verdades que contem e propugna, peca gravemente por um unilateralismo radical, tomando apenas uma dimensão do problema humano – o social e político – como a teologia do homem e da religião, o que não só se opõe à realidade e à verdade e, consequentemente à justiça, mas prejudica a solução do mesmo objetivo desejado, de conseguir a plena libertação dos pobres e da pobreza e pagando o alto preço de uma distorção fatal da fé cristã.







Para esclarecer quanto dissemos, basta consultar a história, mestra da vida:



Ela registra numerosas religiões, denominações e seitas que fixando-se numa dimensão ou aspecto verdadeiro mas não único, da realidade ou, então, fixando-se numa aparente verdade, forjada na ambiguidade, obtiveram, graças a um proselitismo bem organizado, porém, em campo de deficiente formação teológica, a adesão e o apoio de muitos, inclusive de bons católicos que, honestamente, depois, confessam não mais pertencer à Igreja Católica, porque renegaram a sua doutrina e autoridade, como pode suceder com alguns que sofreram a lavagem cerebral liberacionista.



Mas tomemos os fatos da história:




Mesmo antes do cristianismo, o judaísmo professava verdades, como o puro monoteísmo (um só Deus), o livro sagrado (a Bíblia do Antigo Testamento), a esperança do Messias e da salvação. Mas apegou-se de tal forma ao Antigo Testamento e ao pacto de Deus com o povo de Israel, que não reconheceu Cristo como o Messias e o Novo Testamento, a ser pregado a todos os povos, como Aperfeiçoamento do Antigo Testamento. Nós católicos aceitamos o Antigo Testamento e a escolha do povo de Israel, como fatos verdadeiros, mas não únicos, porque foram uma preparação para a completa e mais perfeita revelação do Filho de Deus, feito homem.É verdade, repetimos, que o Antigo Testamento é um livro sagrado, mas não é verdade que seja o único livro sagrado. É verdade que Israel foi o povo de Deus mas, depois de Cristo, Salvador da humanidade, não é mais o único povo de Deus.É preciso portanto, não converter em verdade absoluta, aquilo que só o é parcialmente, porque nenhuma realidade puramente humana realiza o absoluto, que é Deus.Exemplifiquemos. Se digo: “Antônio é um bom estudante” afirmo algo que pode ser verdadeiro. Quando, porém, avanço e digo: “Só Antônio é um bom estudante” faço uma restrição e excluo outros, o que pode ser falso.No caso: a opção pelos pobres e mesmo a opção preferencial pelos pobres é uma afirmação verdadeira. Só a opção pelos pobres já é uma restrição ou exclusão.











Prossigamos na história:





1)- Os ortodoxos conservam doutrinas genuinamente cristãs mas as cristalizam de tal forma nos seus ritos e tradições que reduzem a Igreja às dimensões nacionais (restrição da catolicidade) e, consequentemente, assumem também uma coloração política.


2)- As ideias da “fé” em Lutero, de “predestinação” para Calvino, tomadas em sentido diverso daquele da Bíblia, graças ao livre exame (releitura da Bíblia e restrição de conceito), fizeram nascer as denominações protestantes pulverizadas dos luteranos e calvinistas, com seus diversos matizes, introduzidos pelos seus sucessores, contraditórias entre si.O mesmo se diga das seitas. Tomam uma base bíblica, como “o batismo dos adultos” para os batistas, o “sábado” para os adventistas do sétimo dia, “o juízo final” para os testemunhas de Jeová e sobre essa base única constróem depois, até com uma regular lógica, os seus sistemas e crenças.Mas todos eles não se julgam católicos. Ao contrário, se dizem anti-papistas, anti-católicos.



3)- Não sucede o mesmo, porém, com os Teólogos da Libertação, mesmo daqueles que empregam os mesmos métodos de subversão das verdades reveladas. Primam em ser católicos, dos mais genuínos, e querem continuar a ser considerados católicos, filhos da verdadeira Igreja de Cristo.




Faz-se mister distinguir Como os cogumelos:  uns são bons e outros venenosos:



Quando defendem a libertação integral, colocando a raiz de todo o mal no pecado e exigem a conversão do coração para a edificação da sociedade justa, empregando o legítimo pluralismo teológico e baseando e na opção PREFERENCIAL pelos pobres, mantém-se totalmente no campo católico. Pena quando, por razão de moda, empregam ambíguas, que seria melhor evitar.São perigosos os que, mesmo propugnando uma justa libertação sócio-política da miséria e uma mais honrada pobreza, jogam toda a culpa do mal em algumas estruturas sociais e políticas e descarregam suas iras sobre o pecado social dos outros. Recorrem a estratagemas e práticas ambíguas para justificar biblicamente sua tese que, na prática, para ser mais eficaz, descamba na análise marxista, que envenena toda a pretensa libertação.





Para tanto, a Teologia da Libertação faz mais sociologia e política do que teologia:


A semelhança dos marxistas, erigem a economia como a norma suprema da humanidade e, assim, sacrificam na área da economia a teologia, que se despoja as sua veste espiritual para vestir o macacão proletário. Deve lutar, então, contra o capitalismo e deixando as armas da fé, assume aquelas do marxismo, que lhe quer tomar o lugar para erigir, em última análise, o capitalismo de Estado, ou melhor, da classe dominante, camuflada nas famosas e ilusórias “democracias populares ” .Nosso grande jurista Sobral Pinto, que estudou, com seriedade, por mais de 50 anos, o marxismo, sentiu-se obrigado, em consciência, de levantar seu brado de fiel católico, impelido pelo canon 212 § 3 do Código de Direito Canônico (que vale, com maior razão para mim), para advertir que a Teologia da Libertação, que vigora entre nós, pretende desastrosamente enxertar o materialismo marxista na teologia espiritualista.Pareceu-me, entretanto, útil para ajudar a discernir melhor a Teologia da Libertação redigir, em forma simples, concisa e popular, as verdades, os erros e os perigos da Teologia da Libertação, como a análise marxista, de que faia o já citado documento da Santa Sé.Advertimos que não se pode deixar de reconhecer o vivo e sincero desejo de muitos liberacionistas de resolver o problema da miséria na América Latina, de uma forma atual e eficiente, quanto dizem, de acordo com o Concílio e a Conferência de Puebla. Mas não bastam a boa vontade e a reta intenção, principalmente quando aliadas à ingenuidade, para enfrentar e resolver todos os aspectos de uma realidade complexa.Por isso mesmo o Concílio Vaticano II requer a interpretação dos “sinais dos tempos”, à luz do Evangelho. Porque o Evangelho é a revelação de Deus trazida à terra por Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem e transmitida à sua Igreja.Os problemas do homem, a sua dignidade, o seu destino, estão nas mãos de Deus, que criou o homem livre, para, da liberdade, fazer bom o meritório uso.



Veremos como para a Teologia da Libertação, em geral, não bastam a revelação de Deus e a experiência milenar da Igreja:










Em virtude de um “aggiornamento” (atualização) mal compreendido, porque exagerado e exclusivo, quer inovar, trilhar novos caminhos, encontrar novas fontes de verdade, pois, em última análise, a experiência da Igreja, segundo os Teólogos da Libertação, teria fracassado na América Latina, por não ter resolvido o problema da miséria. É necessário, portanto, barganhar o Evangelho, ou melhor, seus métodos ou espírito, a luz do Palavra de Deus pelas ciências humanas.Parece até que exageramos e pintamos um monstro para o combater mais facilmente. Oxalá estivéssemos sonhando e para melhor despertar à realidade, nesta exposição sumário, que não abrange nem aprofunda todos os aspectos da questão, vamos tratar dos seguintes pontos:




I – VERDADES DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO:







1. Análise realista da situação de miséria da América Latina e, concretamente, no Brasil.


2. A necessidade de uma teologia atualizada e correspondente à índole e cultura do povo.


3. Alguns bons frutos da Teologia da Libertação nas CEB's


4. Detecção de ambiguidades e um certo relativismo moral e doutrinário na Teologia da Libertação.


5. A instrução serena e verdadeira da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sobre “Alguns aspectos da Teologia da Libertação”.





II – ERROS DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO







1. Pluralismo liberacionista e releitura exclusivista e não preferencial da “opção pelos pobres”,  do Evangelho,  e de Puebla.


2. A politização partidária das comunidades eclesiais de base.


3. A interpretação marxista da história, da bíblia, e da religião.


4. A falsa libertação do paraíso socialista. Libertação apenas social e não moral, ou seja, do pecado.


5. Heresia Eclesiológica (Falsa concepção da Igreja).




III – PERIGOS DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO






1. Lavagem cerebral (não se permitem autocríticas, e nem suportam serem questionados) – Consideram-se infalíveis em suas ideias e práxis metodológica.


2. Abusos de linha pastoral e litúrgica, muito difundidas no Brasil.


3. "Igreja Popular" e democrática, sem verdade, e sem hierarquia (Anárquica).




Situação de miséria na América Latina e, concretamente no Brasil:





É um espetáculo desolador e inquietante a miséria e à fome num continente superdotado de possibilidades e recursos naturais, como é a América Latina. Em se tratando, então, do Brasil, país privilegiado, com terras férteis e abundantes, a miséria e a fome não deviam existir.Faltam homens dirigentes que, bem formados, saibam desfrutar dos recursos naturais em favor do bem comum, enquanto outros governantes ou elementos à eles associados se locupletam à forra, espezinhando direitos e aspirações legítimas dos subalternos e subordinados.Há, portanto, sem nenhuma divida, estruturas injustas que devem ser reparadas, tanto no campo nacional como no internacional de relações com nações mais desenvolvidas economicamente e ricas e que fazem sentir o peso do capitalismo desenfreado na sociedade latino-americana.Vê-se logo que é mais uma questão de educação, que para nós é evangelização (no qual se deve empenhar seriamente a Igreja ), do que de guerrilhas ou revolução.Para a evangelização são eloquentes os ensinamentos e orientações da Doutrina Social da Igreja, que tem por finalidade a implantação da justiça social, da liberdade e dignidade da pessoa humana, por meios evangélicos. Insistentemente os Papas clamam em favor dos oprimidos e reclamam uma ordem mais justa e estabeleceram e aprovaram não só inúmeras obras de beneficência, mais um dicastério dedicado à “Justiça e Paz”.Francamente não agrada aos liberacionistas essa doutrina, que apodam de reformismo. Fixam seus objetivos de luta e reivindicações contra o detestável “pecado social” que oprime os mais pobres e deserdados.Não insistem na atuação decisiva do pecado pessoal, que existe tanto nos dirigentes que abusam do seu poder mas também nos subalternos.A grande verdade é que por questões culturais arraigadas de dependência, nosso povo quando com saúde e trabalhando, não produzem mais e melhor e não sabem ou não procuram economizar.Evidentemente condições climatéricas (muito calor) podem não estimular o trabalho e esses fatores se verificam em todas as nações, embora o elemento local esteja mais habilitado a vencer esses rigores da região.É impressionante, porém, examinar a história dos imigrantes Europeus e orientais em nossos países e Latino Americanos.Chegaram quase todos em situação de miséria e se deram generosa e heroicamente ao trabalho, fazendo também não pequenas economias, e hoje é quase impossível encontrar um descendente de imigrantes na miséria.Nem tudo, portanto, depende unicamente das estruturas públicas.Há situações extraordinárias de seca, inundações ou de outras calamidades (guerrilha) que podem favorecer a miséria ou a fome. Doloroso é o desemprego, hoje tão grave problema para todos os povos, principalmente quando se abandonam os campos pela cidade.Mas também existem, é mister dizê-lo, em alguns a indolência, o abandono das terras, o alcoolismo, gastos imprevidentes e exagerados, como de moradores de favelas que dispendem fartamente no Carnaval.É fácil atribuir a culpa de todo o mal às  estruturas injustas e pecaminosas. Também lá, como na vida individual, a raiz de todos os males é o pecado.O pecado introduziu o mal no mundo e o mantém. Atacar essa raiz, com a formação e a prática da vida cristã e favorecer a virtude, é o objetivo de uma teologia da Libertação ideal ( possível e legítima), inspirada nos Evangelhos e digna de aplausos. Assim mesmo, tal Teologia seria apenas uma parte da Doutrina Social da Igreja e não, como é concebida em nosso meio, como a Teologia que abarca e interpreta toda a religião.



O discurso de João Paulo II, em Puebla, traçou as coordenadas da Teologia da Libertação autêntica:




A verdade sobre a igreja, verdade sobre Jesus Cristo e verdade sobre o homem. Nessa perspectiva a opção preferencial pelos pobres recebe seu verdadeiro significado, que é evangélico e se mostra plenamente justificado. Implantar a “civilização do amor”, tão reclamada por Paulo VI e João Paulo II, é a única Teologia de Libertação louvável.Infelizmente não é esse, porém, o tipo de Teologia de Libertação comumente difundido na América Latina e no Brasil, que rejeita, em ultima análise, a Doutrina Social da Igreja porque a julga teórética ideologicamente (teologicamente contra o capitalismo, mas na prática, reforça o sistema dominante) e praticamente não eficiente e por isso, mesmo quando alguém não a considera erronea, é insuficiente e deve ser enriquecida pela Teologia da Libertação, com métodos mais modernos, eficazes e científicos, que são os da análise marxista.É justa, repetimos, necessária e louvável a defesa dos pobres, não só sociologicamente como religiosamente, mas o modo de agir da Teologia da Libertação não é evangélico, porque o amor ao próximo(ricos e pobres), é a suprema norma social do Evangelho, que se aceita por convicção e não por imposição. O processo evangélico será muito mais lento, mas é mais humano e definitivo; como o operado no mundo pagão e bárbaro.


A necessidade de uma teologia atualizada e correspondente à índole e cultura do povo!










O Concílio Vaticano II foi desejado por João XXIII e confirmado por Paulo VI, mantendo a fidelidade ao sacro patrimônio da verdade revelada, para enfrentar as novas condições e formas de vida, introduzidas no mundo hodierno.Era o famoso “aggiornamento” (atualização), querido por João XXIII e a “inculturação”, auspiciada por Paulo VI, afim de apresentar aos povos de uma forma acentuadamente pastoral a doutrina da Igreja.Fazia-se também um apelo à iniciativa dos teólogos para encontrar expressões mais adequadas para a vivência cristã nos nossos dias.Respondeu séria e corajosamente a esse desafio o Conselho Episcopal Latino-Americano na Conferência Geral do Episcopado em Puebla, no México, tendo baseado seus estudos numa ampla rede de consultas e estudos de toda a Igreja na América LatinaÉ curioso como os Teólogos da Libertação procuraram boicotar Puebla. Diziam que Puebla não era “el puebio”. Mas realmente, em Puebla, falava “el pueblo de Dios”.Organizaram, durante a Assembleia, uma Conferência paralela (anti-Puebla), da qual participaram alguns membros também do Episcopado e, curiosamente, agora, fundamentando-se em apenas algumas expressões da Conferência de Puebla, em releitura pré-fabricada, se julgam os verdadeiros protagonistas e executores de Puebla.Para gáudio dos libertacionistas, puderam depois cantar vitória da aplicação concreta de suas ideias em Nicarágua, com os sandinistas e ministros sacerdotes e a Igreja Popular.





“Aggiornamento” da Igreja não significa uma mudança radical:



Não é reforma, mas atualização, ou seja viver Cristamente o dia atual da Igreja, fundada por Jesus Cristo e que deve atravessar os séculos, imutável na doutrina revelada, assistida pelo Espírito Santo, mas com os pés na terra, tanto quando caminha na praia, como nas montanhas ou no asfalto. É a mesma Igreja, peregrina neste mundo, que se faz viva e salvífica, adaptando-se, sem deixar de ser o que é, às circunstâncias do tempo. e do lugar.Atualização, portanto, deve ser também inculturação, isto é, com capacidade de transmitir a – mensagem salvadora de Cristo aos diversos povos, encontrando as expressões mais adequadas para ser compreendida melhor pelos homens, que vivem em situações e ambientes os mais diversos.Atualização e inculturação da Igreja foram interpretadas por alguns teólogos, como uma libertação da teologia tradicional para adotar, sem restrições, fórmulas novas de maior abertura cristã para o mundo e seu empenho sobre as realidades terrestres com uso das ciências humanas (psicologia, pedagogia, interpretação marxista da história etc. Assim promoveram uma revolução destruindo o passado, considerado superado, e fabricando formas modernas, alheias à teologia, e, portanto, reclamam uma nova interpretação do Evangelho de Cristo.Nós católicos, porém, cremos na divindade de Cristo, na sua verdadeira e definitiva revelação pública, e não podemos, por conseguinte, aceitar nem as interpretações do Alcorão, dos Vedas, nem as de Marx, embora se apresentem ao mundo como as mais eficazes e atualizadas.Mesmo quando não se rejeita o passado e se julga aperfeiçoar o patrimônio cultural e artístico, é de mal gosto, fazê-lo, desfigurando suas mais belas expressões, como se para melhorar uma pintura clássica se usassem rabiscos e borrões de arte moderna,por cima da arte original.Se esta aplicação de atualização e inculturação é errônea e desastrada para uma arte, com maior razão o será para a Igreja, que não é invenção nem obra de homens, mas de Deus, criador e Redentor.



Os "três principais frutos negativos" da Teologia da Libertação:










Não sei como se possa, honestamente, negar a existência da árvore da Teologia da Libertação, na sua espécie mais agreste, rude, azeda e radical, quando seus frutos aparecem já abundantes aos nossos olhos, ao menos no Brasil.Acenamos aqui apenas a alguns desses produtos, pois haveria muitos outros em relação à liturgia, à vida religiosa, etc:





1)- A decadência da teologia, depreciada em sociologia e política, o vazio da espiritualidade e a militância social e política, os anseios dos futuros sacerdotes manifestados agressivamente tanto nas universidades como até nos convites para a ordenação, a indisponibilidade para o apostolado cultural e das elites, a verdadeira lavagem cerebral de seminaristas (não todos felizmente, pois seus bispos sabem preservá-los) em certos Seminários ou comunidades do Brasil, saltam à vista de quem quer ver.


2)- O que se pode esperar desses futuros e pobres sacerdotes, munidos apenas com essa “teologia da enxada”, que não tem nem sequer a exposição sistemática e orgânica da nossa fé? Pregações sólidas e doutrinárias? Já escasseiam tais práticas em igreja onde a constante é a reivindicação amarga e irritante da ordem e justiça social em moldes socialistas, como se nosso povo não tivesse o direito de saciar sua “fome e sede de Deus” com a Palavra de Deus no culto sagrado, que não se deve confundir e concursar com comícios despropositados e impertinentes.


3)- E depois, esses que negam o pão integral do Evangelho aos fiéis, não reconhecendo sua falta de responsabilidade, vão acusar outros organismos ou países como responsáveis e promotores da invasão e crescimento assustador das seitas e de outras formas de religião!




Cardeal Agnelo Rossi 19-03-1985


















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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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