Existem
na Igreja dois princípios fundamentais a cerca da "ignorância invencível"
1)-O primeiro é que Deus quer que todos os homens se salvem e que
cheguem ao conhecimento da verdade, como diz Paulo na segunda carta a Timóteo.
Conhecer, neste sentido, equivale a aderir, acolher na própria vida o Senhor.
2)- O segundo:
historicamente, o Evangelho não chegou ainda a todos os povos e a conquistar todos os corações! Seja
porque não chegou materialmente a todos os lugares da Terra, seja porque, ainda
que chegue, nem todos o acolhem pelos mais variados motivos.
Sobre isso, nos diz
a teóloga Ilaria Morali, professora de teologia na Faculdade de Teologia
da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, especializada no tema da Graça: “A doutrina cristã da salvação é
muito clara”.
Para explicá-la,
recorreria a dois textos do Magistério:
1)-O primeiro é um discurso de Pio IX com ocasião do consistório
que aconteceu em 8 de dezembro de 1854, por ocasião da solene proclamação do
dogma da Imaculada Conceição. O Papa disse que: “Os que ignoram a verdadeira
religião, quando sua ignorância é invencível, não são culpados deste fato ante
os olhos de Deus.”
2)- Anos depois quis
retomar este ensinamento declarando o sentido da ignorância invencível na carta
encíclica «Quanto conficiamur moerore», de 1863.É sabido que escreveu: “Os que observam com zelo a lei natural e seus
preceitos esculpidos por Deus no coração de todo homem podem alcançar a vida
eterna se estão dispostos a obedecer a Deus e se conduzem numa vida reta...” (conf. Rom.2,6-15).
Pio IX voltou a propor uma convicção consolidada já há séculos na
teologia cristã:
“Há homens e
mulheres que, por várias razões, seja por condicionamentos culturais, seja por
uma experiência, ou um contato negativo com a fé cristã, não chegam ao
consentimento da fé.”
Ainda que pareça que estas
pessoas rejeitem conscientemente a Cristo, não se pode emitir um juízo
inquestionável sobre esta rejeição.Ignorância
invencível indica
precisamente uma condição de falta de conhecimento com respeito a Cristo, à
Igreja, à fé, falta de conhecimento que, pelo momento, não pode ser superado
com um ato de vontade.A pessoa está bloqueada, como
impossibilitada para chegar ao «sim» da fé.Como experimentamos todos os dias entre nossos conhecidos, as
razões pelas quais muitas pessoas dizem não a Cristo são múltiplas: Uma desilusão, uma traição, uma má catequese, um condicionamento
cultural e social, etc.
Pio IX mesmo admitiu a "dificuldade de delimitar os casos de
ignorância invencível", perguntando-se:
«Quem terá o poder de determinar os limites
dessa ignorância segundo a índole e a variedade dos povos, das regiões, dos
espíritos e de tantos outros elementos? »
Pio IX ensina-nos, pois, uma grande prudência e um grande respeito
por quem não tem o dom da fé em Cristo:
1)- Não somos capazes de compreender plenamente as razões de uma
rejeição da fé, nem podemos saber com certeza, quem aparentemente parece que
não ter fé, na realidade, muitos tem apenas uma forma muito imperfeita de fé, que Deus pode aproveitar e leva-los a salvação.
2)- Para nós, cristãos
batizados é bom recordar que nosso batismo não é uma garantia automática de
salvação. Se assim fosse, o esforço por conduzir uma vida cristã seria inútil.Cada cristão deve esforçar-se por merecer esta salvação com uma
vida de fidelidade a Deus, de caridade para com os irmãos, de boas obras.
Contudo, ninguém pode estar seguro da própria salvação, porque só Deus tem o
poder de concedê-la.”
"Fora da Igreja não há salvação" é uma afirmação ministerial da Igreja, porém "não se deve entende-la
de forma absoluta, mas relativa!"
Entretanto,
significaria isso que uma pessoa que não tivesse tido a possibilidade material
de conhecer a existência da Igreja, por exemplo, um índio da América, antes da
chegada dos europeus, não tinha possibilidade alguma de salvar-se?É claro
que afirmar a impossibilidade de salvação desse índio seria atribuir a Deus uma
injustiça!Esse
índio, como todos os que não tivessem nenhuma possibilidade material de
conhecer a Igreja, poderiam, sim, salvar-se, pois estavam em situação de
ignorância invencível.
Por ignorância invencível entende-se, como se depreende
desses mesmos termos:
“Uma condição em
que a pessoa não tenha absolutamente nenhuma possibilidade de fazer qualquer
coisa para conhecer e aderir a algo, no caso, a Cristo e a Igreja Católica.”
Uma
pessoa em situação de ignorância invencível com respeito à Igreja Católica pode
salvar-se se respeitar a lei natural, que Deus inscreveu no coração de todo
homem.Essa
obediência à lei de Deus colocada na natureza possibilita a salvação dessa
pessoa.
“Se ela não
pertence ao corpo visível da Igreja, ela pertence, porém, à alma da Igreja, por
um desejo, pelo menos implícito, de receber o batismo. Ela tem o chamado "Batismo de desejo".
Foi o que ensinou o Concílio de
Trento:
"Depois
da promulgação do Evangelho, não pode dar-se [a justificação do ímpio] sem o
lavatório da regeneração [Cânon 5, sobre o Batismo] ou por seu desejo, conforme
está escrito: "Se alguém não tiver renascido pela água e pelo Espírito
Santo, não pode entrar no reino de Deus"( Jo. VIII, 5) ( Denzinger, 796).
Portanto,
o Concílio de Trento ensinou infalivelmente que existe o batismo de desejo!
Esse
batismo de desejo, que, como dissemos, é o de uma pessoa que pratica a lei de
Deus como está inscrita na natureza, não tem necessidade de ser explícito.
Aliás, não poderia ser de outro modo, naturalmente, pois a pessoa em estado de
ignorância invencível não pode conhecer que existe o sacramento do Batismo.Conclui-se,
pois, que uma pessoa em estado de ignorância invencível pode possuir o batismo
de desejo, ainda que simplesmente implícito, e, por esse batismo de desejo, ela
pertence à alma da Igreja, embora não a seu corpo visível, e pode se salvar. Deste modo, o
dogma que ensina que "fora da Igreja não há salvação" continua firme e válido, pois a
pessoa em ignorância invencível, e que obedece à lei natural, pertence, de fato,
à alma da Igreja.
Por
isso, o Papa Pio IX, depois de reafirmar o dogma de que:
"Fora da Igreja não há salvação, ressalvou na Alocução "Singulari Quadam", de 1854, que deve
ser entendido que não têm salvação os que estão fora da Igreja por alguma culpa
própria.”
Ensinou Pio IX:
"Com efeito, pela fé há de sustentar-se que fora da
Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se; que esta é a única arca da
salvação, que quem nela não tiver entrado, perecerá como no dilúvio.
Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância
da verdadeira religião, se aquela [ignorância] é invencível, não são eles ante
os olhos do Senhor réus por isso de culpa alguma. Ora pois, quem será tão
arrogante que seja capaz de assinalar os limites desta ignorância, conforme a
razão e a variedade de povos, regiões, caracteres e de tantas outras e tão
numerosas circunstâncias?" (Pio IX, Alocução Singulari Quadam, 1854,
Denzinger, 1647). Pio
IX confirmou a mesma doutrina na Encíclica Quanto
Confficiamur Moerore de
10-VIII-1863 - Condenado que o liberalismo, defensor da tese de que há salvação
fora da Igreja, quanto o rigorismo jansenista, que não admitia que Deus
concedesse qualquer graça capaz de salvar fora da Igreja, ou que recusava o
batismo de desejo.
Sobre isso ensinou Pio IX de novo:
"E aqui, queridos Filhos e Veneráveis Irmãos, é
preciso recordar e repreender novamente o gravíssimo erro em que se acham
miseravelmente alguns católicos, ao opinar que homens que vivem no erro e
alheios à verdadeira fé e à unidade da católica possam chegar à eterna
salvação. O que certamente se opõe em sumo grau à doutrina católica. Coisa
notória é para Nós e para Vós que aqueles que sofrem de ignorância invencível
acerca de nossa santíssima religião, que cuidadosamente guardam a lei natural e
seus preceitos, esculpidos por Deus nos corações de todos e que estão dispostos
a obedecer a Deus e levam vida honesta e reta, podem conseguir a vida eterna,
pela operação da virtude da luz divina e da graça; pois Deus, que
manifestamente vê, esquadrinha e sabe a mente, ânimo, pensamentos e costumes de
todos, não consente, de modo algum, conforme sua suma bondade e clemência, que
ninguém seja castigado com eternos suplícios, se não é réu de culpa voluntária.
Porém, bem conhecido é também o dogma católico, a saber, que ninguém pode
salvar-se fora da Igreja Católica, e que os contumazes contra a autoridade e
definições da mesma Igreja, e os pertinazmente divididos da unidade da mesma
Igreja e do Romano Pontífice, sucessor de Pedro, 'a quem foi encomendada pelo
Salvador a guarda da vinha', não podem alcançar a eterna salvação" (Pio
IX,Quanto Confficiamur Moerore, Denzinger, 1677).
Ainda
no século XX, durante o pontificado de Pio XII, o Santo Ofício, ao ter que
condenar os erros do Padre Leonard Feeney,negador da existência do batismo de
desejo, reafirmou em carta ao Arcebispo de Boston, tanto o dogma de que
"fora da Igreja não há salvação", como a legitimidade do chamado
"batismo de desejo".
Ensinou o Santo Ofício, em 1949,
nessa carta contra o Padre Feeney:
"Entre as coisas que a Igreja sempre pregou e nunca
deixa de pregar, está contida aquela sentença
infalível que nos ensina que "fora da Igreja não há
salvação". Este dogma,
entretanto, deve ser entendido no sentido em que a própria Igreja o entende.
Nosso Senhor, de fato, não confiou a explicação das coisas contidas no depósito
da fé aos julgamentos privados, mas sim ao magistério eclesiástico. E em primeiro lugar, a Igreja ensina que neste caso
se trata de um rigorosíssimo preceito de Jesus Cristo. De fato, Ele mesmo disse
explicitamente aos seus discípulos que ensinassem todos os povos a observar o
que Ele havia ordenado. (cfr. Mt XXVIII, 19-20). Entre os mandamentos de
Cristo, não tem menos valor aquele que nos ordena que os incorporemos, com o
batismo, ao Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, e a aderirmos a Cristo e
ao seu Vigário, por meio de quem Ele mesmo governa na terra de modo visível a
Igreja. Por isso, não se salvará aquele
que, sabendo que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo, não aceitar,
mesmo assim, submeter-se à Igreja, ou recusar a obediência ao Pontífice Romano,
Vigário de Cristo na terra.O Salvador, então, não só predispôs em um preceito
que todos os povos deveriam aderir à Igreja, como chegou a estabelecer que a
Igreja era o meio de salvação sem o qual ninguém poderia entrar no Reino da
glória celeste. Daqueles
meios para a salvação que só por instituição divina, e não por necessidade
intrínseca, estão dirigidos para o fim último, Deus, na sua infinita
misericórdia, quis que, em certas circunstâncias, seus efeitos, necessários
para a salvação, pudessem ser obtidos também quando estes meios sejam ativados
apenas pelo anseio ou pelo desejo. Isso vemos claramente enunciado no sagrado Concílio de
Trento, quer em relação ao sacramento da regeneração, quer a respeito do
sacramento da penitência. Nas
devidas proporções, o mesmo deve ser dito com relação à Igreja, já que esta é
um meio geral de salvação. Pois, para se obter a salvação, não se exige a
incorporação real (reapse),
como membro, à Igreja, mas é exigido, pelo menos, a adesão a esta pelo voto e o
desejo (voto et desiderio). Não
é necessário que este voto seja sempre explícito, como se exige dos
catecúmenos. Se o homem sofre de ignorância invencível, Deus aceita um
voto implícito, assim chamado porque contido naquela boa disposição da alma com a
qual o homem quer a sua vontade conforme à vontade de Deus. Estas coisas são claramente ensinadas na [encíclica
de Pio XII Mystici
Corporis Christi] em relação ao Corpo Místico de Jesus Cristo [...] Quase
no final desta encíclica [...] convidando à unidade, com o espírito cheio de
amor, aqueles que não pertencem à estrutura da Igreja Católica [o Sumo
Pontífice] recorda aqueles que, por anseio ou desejo inconsciente, estão ordenados para o Corpo Místico
do Redentor; não os exclui absolutamente da salvação eterna, mas, por
outro lado, afirma que eles se encontram em um estado no qual nada pode
assegurar-lhes a salvação [...] pois que são privados de muitos e grandes
socorros e favores celestes que só podem ser desfrutados na Igreja
católica. Com estas prudentes palavras, desaprova tanto
aqueles que excluem da salvação eterna todos os que aderem à Igreja apenas com
um voto implícito, como aqueles que defendem falsamente que os homens podem ser
igualmente salvos em qualquer religião. E não se deve nem mesmo pensar que seja suficiente
um desejo qualquer de aderir à Igreja para que o homem seja salvo. Exige-se,
realmente, que o desejo mediante o qual alguém é ordenado à Igreja seja moldado
pela perfeita caridade; e o voto implícito não poderá ter efeito se o homem não
tiver a fé sobrenatural" (Carta do Santo Ofício ao Arcebispo de Boston,
1949. Denzinger, 3866 -3872).
Nesses
vários documentos do Magistério Extraordinário e Ordinário da Igreja, fica
patente a extrema Sabedoria infalivelmente divina com que os Papas ensinam os
fiéis da Santa Igreja, evitando todos os excessos e erros, quer por laxismo
liberal, quer por um rigorismo sem misericórdia, típico do jansenismo.
APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO SOBRE As IGNORÂNCIAs: VENCÍVEL E INVENCÍVEL
A ignorância é a falta de conhecimento devido.
Como a privação ignorância é ruim para a inteligência. A ignorância pode ser
vencível e invencível:
1)- Ignorância vencível: não completa e pode ficar de fora. Antes de agir deve
deixar dúvidas. Se você não quer saber, não desculpa a ignorância da culpa, no
entanto, pode agravar a culpa, como ignorância ou querido diretamente vagamente
estragado. Embora a ignorância vencível alivia a culpa, permanece o dever de
buscar a verdade, para agir conscientemente. A ignorância é superável
quando você tem os meios suficientes para sair dela, quer sejam ou não
obrigados a fazê-lo, já que não há obrigação de comprar o conhecimento do que é
ignorado, e que o aviso de objetivamente existe. Esta ignorância é chamada
crassa ou supina se não for aplicado quase todos os meios para eliminá-lo,
especialmente quando se lida com pessoas cuja profissão é forçada sobre eles. É
afetada, quando realizada em finalidade; quer positiva quer fomentar embolsando
saber o que pedir para permanecer firme realizando algum mau propósito, que a
vontade podia recusar se propor a compreensão da verdadeira condição de coisas.
A ignorância é simplesmente grave, quando, sem ser grosseiro, ainda mantém
grande risco conscientemente cometer desordens morais notáveis por sua causa. E então, assim como o crasso e os afetados podem temer
as mesmas conseqüências, é pecado grave.
2)- Ignorância
invencível: é completa e, portanto, não
se reconhece ignorada e por esta razão é
insuperável. Precede a ação e conhecimento suficiente para prevenir, destruir
ou responsabilidade voluntária. Denomina ignorância invencível, quando não
pode ser superada física ou moralmente, ou seja, incapacidade absoluta, como em
crianças e os loucos, ou sobre a deficiência, e os adultos em uma dada situação
não tem os meios para sai-lo. Esta ignorância vem, portanto, de uma causa
involuntária, ou que não tenham vindo a perceber, sem negligência culposa,
quando era hora de ser capaz de informar, em seguida, descobriu que era
impossível sair deste estado. Entendemos que pode haver uma ignorância
invencível sim, mas que pode ser batida na causa, quando no momento de fazer
que não pode ser ultrapassado, mas pode e deve evitar que a situação antes,
quando era conhecido, pelo menos, de forma desordenada, dever de fazê-lo.
Princípios
morais gerais:
1)- A Ignorância priva o ato (em si mesmo
ou aspecto ignorado ou despercebido do ato) têm moralidade formal por objeto ou
por as mesmas circunstâncias desconhecidas em si ou em relação a este assunto,
se conhecido como essas modalidades, quando o ato foi executado precisamente
por causa do que a ignorância.
2)- Quando você vai executar algo por
desconhecimento da história e entendimento, ou seja, não está pronto para ser
executado se soubesse a verdadeira realidade, que ele faz é estritamente
não-intencional. A Igreja condenou a proposição jansenista que:"mesmo se a ignorância invencível da
lei natural no estado de natureza decaída do pecado não é desculpa faz formais
atos pecaminosos" (Denz.Sch. 2302).
3)- Educadores tem que colocar um grande esforço para
aumentar a consciência do dever de todo homem de procurar a verdade e saber a
ordem certa da moral, aplicando-se diligentemente para adquirir o conhecimento
necessário para o cumprimento dos deveres naturais (profissional, social, etc
.), aquelas feitas pelo batismo ou casamento, e, em geral, para qualquer
compromisso pessoal.
A IGNORÂNCIA INVENCIVEL E MGISTÉRIO
DA IGRREJA PÓS VATICANO II
I- Ignorância afetada
1793. Se, pelo contrário, a ignorância é
invencível, ou o juízo erróneo sem responsabilidade do sujeito moral, o mal cometido pela pessoa não pode ser-lhe imputado. Mas nem
por isso deixa de ser um mal, uma privação, uma desordem. É preciso
trabalhar, portanto, para corrigir dos seus erros a consciência moral.
1794. A consciência boa e pura é iluminada
pela fé verdadeira. Porque a caridade procede, ao mesmo tempo, «dum coração
puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera» (1 Tim 1, 5) (58).Quanto mais
prevalecer a reta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe
da arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objetivas da
moralidade”.
1733. Quanto mais o homem fizer o bem, mais
livre se torna. Não há verdadeira liberdade senão no
serviço do bem e da justiça. A opção pela desobediência e pelo mal é um
abuso da liberdade e conduz à escravidão do pecado.
1734. A liberdade torna o homem responsável
pelos seus atos, na medida em que são voluntários. O progresso na virtude, o
conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre os próprios
atos.
1735. A imputabilidade e responsabilidade
dum ato podem ser diminuídas, e até anuladas, pela ignorância, a inadvertência,
a violência, o medo, os hábitos, as afeições desordenadas e outros fatores
psíquicos ou sociais.
1736. Todo o ato diretamente querido é
imputável ao seu autor. Assim, depois do pecado no paraíso, o Senhor pergunta a
Adão: «Que fizeste'?» (Gn 3, 13). O mesmo faz a Caim. Assim também o profeta
Natan ao rei David, após o adultério com a mulher de Urias e o assassinato
deste. Uma ação pode ser indiretamente voluntária,
quando resulta duma negligência relativa ao que se deveria ter conhecido ou
feito, por exemplo, um acidente de trânsito, provocado por ignorância ao
código rodoviário.
§1859. O pecado mortal requer pleno
conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter
pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve
também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha
pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração não diminuem,
antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.
II- Ignorância da consciência acostumada ao
pecado
§1790. O juízo errôneo O ser humano deve
sempre obedecer ao juízo certo de sua consciência. Se
agisse deliberadamente contra este último, estaria condenando a si mesmo. Mas
pode acontecer que a consciência moral esteja na ignorância e faça juízos
errôneos sobre atos a praticar ou já praticados.
§1791 Muitas vezes esta ignorância pode ser
imputada à responsabilidade pessoal. É o que acontece
"quando o homem não se preocupa suficientemente com a procura da verdade e
do bem, e a consciência pouco a pouco, pelo hábito do pecado, se torna quase
obcecada". Neste caso, a pessoa é culpável pelo mal que comete.
§1793. Se - ao
contrário - a ignorância for invencível ou o julgamento errôneo não for da
responsabilidade do sujeito moral, o mal cometido pela pessoa não lhe poderá
ser imputado. Mas nem por isso deixa de ser um mal, uma privação, uma
desordem. É preciso trabalhar, pois, para corrigir a consciência moral de seus
erros.
III- Ignorância da Sagrada Escritura
§133 A Igreja exorta com veemência e de
modo peculiar todos os fiéis cristãos a que, pela freqüente leitura das divinas
Escrituras, aprendam “a eminente ciência de Jesus Cristo” (Fl 3,8). Com efeito,
ignorar as Escrituras é ignorar Cristo.
IV - Ignorância de Deus
§2087. Nossa vida moral encontra sua fonte
na fé em Deus, que nos revela seu amor - S. Paulo fala da "obediência da
fé" como da primeira obrigação. Ele vê no "desconhecimento de
Deus" o princípio e a explicação de todos os desvios morais. Nosso dever
em relação a Deus consiste em crer nele e em dar testemunho dele.
V - Ignorância involuntária
§1860 A ignorância involuntária pode
diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignora os princípios da lei moral
inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da
sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre
da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado
por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
VI - Responsabilidade e ignorância
§1735 A imputabilidade e a responsabilidade
de uma ação podem ficar diminuídas ou suprimidas pela ignorância,
inadvertência, violência, medo, hábitos, afeições imoderadas e outros fatores
psíquicos ou sociais.
1737. Um efeito pode ser tolerado, sem ter
sido querido pelo agente, por exemplo, o esgotamento duma mãe à cabeceira do
seu filho doente. O efeito mau não é imputável se não tiver sido querido nem
como fim nem como meio do ato, como a morte sofrida quando se levava socorro a
uma pessoa em perigo. Para que o efeito mau seja imputável, é necessário que
seja previsível e que aquele que age tenha a possibilidade de o evitar como,
por exemplo, no caso dum homicídio cometido por um condutor em estado de embriaguez.
1738. A liberdade exercita-se nas relações
entre seres humanos. Toda a pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o
direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem a
todos este dever do respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma
exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, nomeadamente em matéria
moral e religiosa. Este direito deve ser civilmente reconhecido e protegido
dentro dos limites do bem comum e da ordem pública.
VII - Fraudes devidas à ignorância
§2409 Toda maneira de tomar e de reter
injustamente o bem do outro, mesmo que não contrarie as disposições da lei
civil, é contrária ao sétimo mandamento. Assim, também, reter deliberadamente
os bens emprestados ou objetos perdidos, defraudar no comércio, pagar salários
injustos, elevar os preços especulando sobre a ignorância ou a miséria alheia. São
ainda moralmente ilícitos a especulação, pela qual se faz variar
artificialmente a avaliação dos bens, visando levar vantagem em detrimento do outro;
a corrupção, pela qual se "compra" o
julgamento daqueles que devem tomar decisões de acordo com o direito; a
apropriação e uso privados dos bens sociais de uma empresa; os trabalhos
malfeitos; a fraude fiscal; a falsificação de cheques e de faturas; os gastos
excessivos; o desperdício. Infligir voluntariamente um prejuízo aos
proprietários privados ou públicos é contrário à lei moral e exige reparação.
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