É preciso deixar claro que a igreja não condenou
o progresso, mas a ideologia modernista do PROGRESSISMO, que propositadamente
quer deixar essa confusão para se fazerem de vítimas, ou seja, rotular que quem é
contra o progressismo ideológico estaria contra o progresso e contra
eles.
-Progresso refere-se
ao conceito geral do avanço ou melhorias tecnológicas, científicas, econômicas
e sociais para o bem de toda humanidade e não de minorias. É aquilo que está na
logomarca da bandeira brasileira:"Ordem e Progresso" é o lema da
bandeira do Brasil, inspirado na filosofia positivista de Auguste Comte. A
frase, em sua forma original, era "Amor por princípio e a ordem por base;
o progresso por fim". O lema reflete a crença na importância da ordem
social para alcançar o progresso, e foi adotado no contexto da proclamação da
República no Brasil. A ordem, nesse contexto, não se refere à mera obediência
cega, mas sim à organização social que permite o desenvolvimento e o progresso.
O progresso, por sua vez, é visto como uma consequência da ordem e da busca por
um futuro melhor.
-Progressismo é uma corrente ideológica ou movimento político
de cunho mais moral e libertino que social e tecnológico.O progressismo
ideológico advoga por mudanças culturais e morais consideradas tabus na
sociedade.O termo está frequentemente associado a movimentos culturais ditos de
vanguarda e de defesa do pensamento de minorias organizadas.
Progresso, por
outro lado, é um conceito mais amplo que pode se referir a qualquer tipo de
avanço ou melhoria em diversas áreas, como ciência, tecnologia, economia,
medicina, sociologia, etc.
É uma ideia que tem sido debatida ao longo da história, com diferentes interpretações sobre o que constitui o progresso e como ele deve ser alcançado.
Em outras palavras:
-Progresso, é um conceito concreto e objetivo de
melhorar a qualidade de vida humana, de forma universal, desde sua origem ao seu fim.
-Progressismo: é a aplicação desse conceito, mas de
forma subjetiva, em um contexto social e político, com o objetivo maior de
promover reformas culturais e comportamentais de caráter libertino, ou seja, sem limites
morais, atendendo a agendas de minorias libertárias.
A IGREJA E A CONDENAÇÃO DA IDEOLOGIA MODERNISTA DO "PROGRESSISMO"
A condenação papal do movimento modernista-progressiat, especialmente na encíclica "Pascendi Dominici Gregis" do Papa Pio X, na teologia católica, foi considerado uma síntese de todas as heresias, com ênfase na experiência subjetiva e na relativização dos dogmas. O modernismo foi um movimento intelectual e religioso que surgiu no final do século XIX e início do século XX, buscando conciliar a fé católica com a cultura mundana. A encíclica "Pascendi Dominici Gregis" de 1907, do Papa Pio X, condenou o modernismo, descrevendo-o como uma "síntese de todas as heresias" e como uma ameaça à Igreja. O modernismo foi acusado de minar a autoridade da Igreja, relativizar os dogmas e enfatizar a experiência religiosa individual em detrimento da tradição e do magistério.
A Igreja é e sempre foi "amiga do verdadeiro progresso"
Pe. José Victorino de Andrade
É completamente superficial, negligente, e desonesto a consideração hodierna de alguns meios, em levar a crer que a Igreja é contra o progresso. O verdadeiro progresso enquanto tal, e na verdadeira acepção da palavra, é uma coisa boa. Ninguém quer deixar de trilhar o progresso nos dias de hoje, mas estaremos na pista de um íntegro e autêntico progresso? A este respeito, escreveu Paulo VI no seu último livro, enquanto Cardeal Montini, em 1963:
“A cristandade não é um obstáculo ao progresso moderno porque não
o considera apenas nos seus aspetos técnicos e econômicos, mas no total de seu
desenvolvimento. Os bens temporais poderão certamente ajudar o completo
desenvolvimento do homem, mas eles não constituem o ideal da perfeição humana
ou a essência do progresso social”.[1]
O problema com o aparente progresso, este sim, criticado pela Igreja, está no fato de ter sido acompanhado por uma filosofia que parecia dispensar Deus e confiar na mera técnica, ou no próprio homem, tal como advertiu o então cardeal Ratzinger:
-“Não é a expansão em si das possibilidades técnicas que é má, mas
a arrogância iluminista que, em muitos casos, esmagou estruturas desenvolvidas
e calcou as almas de homens cujas tradições religiosas e éticas foram postas de
parte de forma displicente”.[2]
-"O progresso, não pode senão trazer benefícios para a humanidade;
se não os traz, e até tantas vezes concorre para agravar os problemas, deve-se
atribuir ao fato de que o progresso contemporâneo, sob muitos aspectos, não é
um progresso autêntico. Desvio possível por um fator de desordem, o pecado,
esquecido pelos homens e lembrado pela Igreja" (Caritas in Veritate, n.
34).
Thomas S. Kuhn, chegou mesmo a colocar o dedo na ferida e a levantar o problema para onde caminhava a ciência e a técnica em meados do séc. XX, pois, seu processo parecia partir de estágios primitivos e aparentava não levar a pesquisa para mais perto da verdade ou em direção a algo, o que significava que um número inquietante de problemas poderiam advir.[3]
Anteriormente, Kierkegaard alertara que, tornando-se a ciência um modo de vida, então esse seria o modo mais terrível de viver: “encantar todo o mundo e se extasiar com as descobertas e a genialidade, sem, no entanto, [o homem] conseguir compreender-se a si mesmo”.[4]
Não basta o desenvolvimento técnico. Ele tem de ser acompanhado pelo ético, humano, deve ter em visto o homem todo e todos os homens. Um progresso íntegro e integral! Do homem todo e de todos os homens! O remédio para os males do falso progresso está na caridade, porém, caridade na Verdade, ou seja, em Jesus Cristo. Se d’Ele não se tivesse afastado o homem, não teria o progresso sofrido tal desvio.Ao voltar-se para Deus, e valorizar o amor conforme o mandamento novo trazido por Jesus, o progresso desenvencilhar-se-á das suas deturpações e produzirá os frutos mais excelentes. Verdadeiro progresso muito bem delineado no Compêndio de Doutrina Social da Igreja:
“A humanidade compreende cada vez mais claramente estar ligada por
um único destino que requer uma comum assunção de responsabilidades, inspirada
em um humanismo integral e solidário: vê que esta unidade de destino é
frequentemente condicionada e até mesmo imposta pela técnica ou pela economia e
adverte a necessidade de uma maior consciência moral, que oriente o caminho comum.
Estupefatos pelas multíplices inovações tecnológicas, os homens do nosso tempo
desejam ardentemente que o progresso seja votado ao verdadeiro bem da
humanidade de hoje e de amanhã”. (n. 6)
In: Gaudium Press (adaptado)
CONCLUSÃO
A Igreja não condena o progresso em si, ela avalia o progresso à luz da doutrina e moral cristã. A Igreja não é contrária ao progresso em si, mas exige que ele seja avaliado à luz dos princípios cristãos, como a lei natural e a revelação. Críticas a certos tipos de progresso. A igreja por exemplo, pode criticar o que considera um "progresso" excessivamente materialista, secularizado ou que desrespeita a dignidade humana. A Igreja, portanto, através do Magistério (o Papa e os bispos), estabelece a doutrina e a moral que devem guiar a avaliação do verdadeiro, autêntico e integral progresso, que contemple a todos e não apenas minorias. Nesse sentido, os católicos são chamados a discernir, à luz da fé, quais são os aspectos do progresso que devem ser abraçados e quais devem ser rejeitados ou criticados. Em resumo, a Igreja não é inimiga do progresso, mas avalia o progresso com base em seus princípios doutrinais e morais, podendo criticar certas manifestações do progresso que considera prejudiciais ao desenvolvimento integral das pessoas e sua dignidade humana de filho de Deus.
REFERÊNCIAS
[1] MONTINI, Giovanni Battista. The Christian in the Material World. Baltimore: Helicon, 1964. (tradução minha).
[2] RATZINGER, Joseph. Fé, Verdade, Tolerância. Traduções UCEDITORA: Lisboa, 2007. P. 71
[3] Cf. REALE, Giovanni. História da Filosofia: Do romanismo até nossos dias. V. 3. São Paulo: Paulus, 1991. p. 1046.
[4] Idem, p. 250.
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