O Grande Dilúvio, é uma pintura de 1826 do dilúvio de Noé por Joseph Désiré Court. Esta obra de arte foi exibida pela primeira vez no Salão de Paris em 4 de novembro de 1827. O Estado francês comprou a obra e agora está no Museu de Belas Artes de Lyon. A pintura representa o dilúvio bíblico que eliminou a humanidade na Terra, deixando apenas a família de Noé. Ao olhar para imagem percebemos um homem tentando salvar um idoso (talvez seu pai) e ignorando completamente uma criança (talvez seu filho) e uma mulher (talvez sua esposa com o seio de fora como quem acabou de amamentar, a qual segura um frágil galho). Mesmo com toda dramaticidade da cena, o homem salvador não prioriza os demais personagens e foca apenas em resgatar o idoso oferendo sua mão, firmemente apoiado na rocha para não sucumbir junto com o velho. Seis anos depois de ganhar o Prix de Rome, Joseph-Désiré Court pintou A Scene from the Diluge , uma tela que foi exibida no mesmo ano em Paris, na Bourbon Restoration France, sobre a qual Carlos X reinava desde 1824. A influência do rei é evidente durante o Salão de 1827 quando sabemos que a exposição abriu suas portas em 4 de novembro, Dia do Rei, que os membros do Júri (que tem controlo sobre as obras escolhidas) foram maioritariamente selecionados pelo Rei, mas também, que as recompensas foram apresentadas na sua presença, ilustrando assim a intenção do Estado de deixar a sua marca na arte de seu tempo.
Esta imagem possui um significado profundo (apesar de não encontrarmos um significado único e oficial deixado pelo autor, o que deixa aberta a vários significados)
-A mãe: Representa a vida: aquela que gerou e amamentou.
-O filho bebê: representa o futuro nascente e incerto.
-O velho se afogando: representa o passado e a segurança da experiência comprovada.
-O homem tentando salvar: representa o presente.
Na pintura, o homem que representa o presente, estende a mão para salvar seu pai que representa toda experiência acumulada do passado, em vez de salvar seu próprio filho que representa, ainda que incerto, o futuro, e sua esposa representa a geração e manutenção da vida. A obra é vista como uma alegoria, e cada um que a vê tem uma interpretação e pontos de vista diferentes. É preciso portanto, já que "não existe nenhuma interpretação oficial", respeitar a riqueza de interpretações, releituras, e atualizações. Para mim, a mais equivalente é o presente tentando resgatar o passado por primeiro, já que a mulher geradora da vida, está com um mínimo de segurança, o galho, e se encontra acima do nível da água, o filho já está alimentado e tem a segurança da mãe, a prioridade portanto, é salvar a sabedoria do passado que está completamente dependente do auxílio do presente. Não é necessário que ninguém morra, deve-se salvar todos. Assim é a vida, salvando nosso passado, conseguimos entender o presente e construir com mais segurança o futuro.
Rememoração
e redenção do passado para a construção do futuro
A experiência mais “antropológica” da rememoração analisada até agora é acompanhada pela mais especificamente teológica, ou seja, esta [a rememoração] pode tornar o inacabado em algo acabado. Isso é teologia; na rememoração, porém, fazemos uma experiência que nos proíbe de conceber a história como fundamentalmente ateológica, embora tampouco nos seja permitido tentar escrevê-la com conceitos imediatamente teológicos. (BENJAMIN, 2018, p. 781). Na lembrança e na rememoração experimentamos a teologia buscando o originário, incompleto e fragmentado. Mas isso não significa ser capaz de escrevê-lo nesses mesmos termos, mas apenas ser capaz de conjecturar sobre isso.Isso significa que, embora ao dar voz àquele eco, àquele lamento, àquele sopro de vento que permaneceu silencioso, experimentamos o que foi removido naquele passado e que ora pede justiça; ao mesmo tempo, porém, isso acontece em um plano histórico e profano que não pode ser “teologizado”. A rememoração e não o futuro dos adivinhos, como “essência” da concepção judaica da história, é o meio através do qual podemos antecipar a vinda do Messias porque “cada segundo era a porta estreita pela qual podia penetrar o Messias” (BENJAMIN, 1987, p. 232). É evidente que tal formulação de apreensão do passado reverte qualquer conceitualização historiográfica tradicional, mas isso não vale para o historiador materialista que tem a teologia a seu serviço, que de fato “pratica em sua maneira uma espécie de análise espectroscópica. Assim como o físico vê um raio ultravioleta no espectro solar, ele também vê uma força messiânica na história” (BENJAMIN, 1997, p. 101). É através da rememoração que os inacabados, os imperfeitos da história e aqueles que Hannah Arendt chamou de “párias” podem escapar de seu determinismo e através do historiador materialista e do revolucionário se vingar. A história fragmentada deles pode se tornar um todo coletivo, somente se essa também é uma história do que não aconteceu, mas do que permaneceu aberto o máximo possível e exige sua salvação. É na teologia que podemos experimentar a categoria metahistórica da justiça. É esse aspecto que fez Horkheimer falar em uma carta de 1937 de uma reivindicação “idealista” dessa concepção de história:A afirmação do não inacabamento é idealista, se nela não está contido o acabamento. A injustiça passada aconteceu e está consumada, acabada. As vítimas de assassinato foram assassinadas de fato! Quanto ao inacabamento, talvez exista uma diferença entre o positivo e o negativo, de forma que a injustiça, o terror, e as dores do passado são irreparáveis. (BENJAMIN, 2018, p. 781).
Olhar
para o passado, redimindo-o, sem neutraliza-lo, mas na incômoda verdade, é vislumbrar um melhor futuro!
Estudar o passado tem tudo a ver com a nossa vida. Não é possível entender “de onde viemos” se não olharmos para trás. São os eventos do passado que determinam o que somos hoje. A cada mistério revelado, afastamos um pouco a névoa do nosso caminho e assim podemos enxergar direito os nossos objetivos. Olhar para o passado de forma coerente e positiva, sem suprimir sua realidade negativa, é acender uma lanterna no escuro: é ouvir a voz da sabedoria. Estudar o passado é importante tanto para a vida individual quanto para a vida social. Dessa forma é possível entender como o passado influencia o presente, o porquê das coisas serem como são, e quais são os melhores modelos de vida social já testados e aprovados na história humana e da sociedade (republicano com as liberdades democráticas, e o livre mercado) bem como aqueles que nunca deram certo (ditaduras, totalitarismos Comunistas, censuras e interrupções das liberdades democráticas), além de muitas outras realidades de caráter moral que trouxeram benéficos (a milenar cultura judaico-cristã) e malefícios (o paganismo inescrupuloso, o politeísmo, o hedonismo, a superstição, o ateísmo materialista onde os fins justificam os meios, etc). Precisamos conhecer o passado para compreender melhor o presente e planejar o futuro, evitando erros já cometidos de outrora. Se a humanidade deu grandes passos e viu mais longe, é por que estava no ombro de gigantes do passado!
-GAGNEBIN, J. M, Walter Benjamin – Esquecer
o passado? In: Walter Benjamin. Experiência histórica e imagens dialéticas. São
Paulo: UNESP, 2015.
-SZONDI, P. Speranza nel passato. Su Walter
Benjamin. In: Aut Aut, n. 189-190 - 1982.
- BENJAMIN, W. Sobre o conceito de
história. In: Magia e técnica, arte e política – Obras escolhidas; v. 1. São
Paulo: Brasiliense, 1987.
- BONOLA, G. Redenzione del passato. Su
origine e senso delle metafore di salvezza nelle tesi «Sul concetto di storia»
di W. Benjamin. In: Discipline filosofiche, v. 4 n. 1994.
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Perfeito!!! "Estudar o passado tem tudo a ver com a nossa vida. Não é possível entender “de onde viemos” se não olharmos para trás. São os eventos do passado que determinam o que somos hoje. A cada mistério revelado, afastamos um pouco a névoa do nosso caminho e assim podemos enxergar direito os nossos objetivos. Olhar para o passado de forma coerente e positiva, sem suprimir sua realidade negativa, é acender uma lanterna no escuro: é ouvir a voz da sabedoria. Estudar o passado é importante tanto para a vida individual quanto para a vida social. Dessa forma é possível entender como o passado influencia o presente, o porquê das coisas serem como são, e quais são os melhores modelos de vida social já testados e aprovados na história humana e da sociedade (republicano com as liberdades democráticas, e o livre mercado) bem como aqueles que nunca deram certo (ditaduras, totalitarismos Comunistas, censuras e interrupções das liberdades democráticas), além de muitas outras realidades de caráter moral que trouxeram benéficos (a milenar cultura judaico-cristã) e malefícios (o paganismo inescrupuloso, o politeísmo, o hedonismo, a superstição, o ateísmo materialista onde os fins justificam os meios, etc). Precisamos conhecer o passado para compreender melhor o presente e planejar o futuro, evitando erros já cometidos de outrora. Se a humanidade deu grandes passos e viu mais longe, é por que estava no ombro de gigantes do passado!"
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