Protestante pergunta: "por que a igreja católica batiza crianças se as mesmas não tem fé e livre decisão?"

O batismo dos Protestantes, sugundo sua doutrina, é semelhante ao de João Batista (antes do ministério público de Cristo), ou seja, era apenas de arrependimento (Atos 19,3-6), e não uma doutrina tão ampla e completa como é o entendimento do batismo na tradição e sagrado magistério Católico, ou seja, de adoção (conforme Efes 1,5; Rom 8,14-16),regeneração (1 Coríntios 6,11;Efésios 5, 26), e eleição gratuita e imerecida (conforme João 15,16-17). Segundo a doutrina de algumas correntes protestantes (não bíblica), pode-se rebatizar alguem várias vezes (onde se encontra na bíblia a DOUTRINA DO REBATISMO? Simplesmente não existe! Muito pelo contrário, lá se afirma categoricamente, que há um só batismo, conforme Efésios 4, 5) - O Batismo de adultos exige fé e arrependimento sim, porém, o batismo de crianças conforme lemos nas escrituras, famílias inteiras eram batizadas (que incluiam crianças conforme Atos 16,15.33; 1Cor 1,16), são os pais, padrinhos e a igreja, que suprem sua falta de fé; não há necessidade de arrependimento, pois a criança não tem culpa pessoal nenhuma ainda! A criança é batizada na fé dos pais que a confiam a Santa mãe Igreja! Ora, se a criança não tem culpa nem pecado pessoal, não há necessidade de arrependimento e confissão de culpa pessoal, aplicando-se portanto, o Batismo nesse momento para a adoção filial e  apagar por justiça divina, a mancha do pecado original (Atos 2,38-39) que todos nós já trazemos em nossa carne, pois diz as escrituras, sem execões, que "todos pecaram e carecem da glória de Deus"   (conforme Romanos 3, 23) - Quanto ao argumento de que isso fere a liberdade, não se sustenta, pois nenhum pai/mãe deixa de dar as vacinas que uma criança pecisa para crescer saudável, ora, o batismo é muito melhor que qualquer vacina, pois nos dá a adoção divina, não podemos negar esse bem a uma criança, seria irresponsabilidade! Se um pai sabe que há uma epidemia mortal de meningite, ele procura imediatamente vacinar seu bebê, sem pedir-lhe consentimento para isso! Estaria ele violando a liberdade de seu filhinho? Deveria esperar que ele crescesse e escolhesse "livremente" se quer ser vacinado, ou se prefere ficar com sequelas ou até morto? É evidente que o pai, querendo o bem de seu filho, irá vaciná-lo sem esperar que ele cresça para decidir por si mesmo! Simples assim!

Em que se fundamenta esse ato racional e bom do pai?

Primeiro porque ele conhece o que é bom realmente para seu filho; segundo, porque ele sabe que o filho, se pudesse conhecer a situação, quereria, é claro ser vacinado; terceiro, porque ele é dono do filho e pode decidir por ele, o que é melhor para ele. Tanto isso é certo que jamais, em lugar algum do mundo, alguém pensou em processar os pais por ter vacinado os filhos, alegando violação de sua liberdade (pelo contrário se é punido). Ora, o mesmo princípio vale para o batismo! 

Quem sabe o bem que é ser batizado (recebe o penhor do Espírito, tornando livre da mancha pecado original que trazemos desde o nascimento, filho de Deus, membro da Igreja, e herdeiro do céu), quer o quanto antes esses bens para seus filhos! 

Por isso, sendo os pais donos de seus filhos, podem decidir por eles que recebam o batismo o mais cedo possível. A atitude assumida pelos protestantes contrária ao batismo das crianças, exigiria também que eles fossem contrários à vacinação dos bebês contra a poliomielite, sarampo, etc. O que seria um absurdo! 

O batismo Católico como nas escrituras,é trinitário,  dar-se apenas uma vez na vida (conforme Efésios 4,5), tem caráter indelével, regenerador e de filiação divina (não é mera filiação Católica), e principalmente, de ELEIÇÃO IMERECIDA e GRATUITA   da parte de Deus: "Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi..." (Jo 15,16).É preciso entender que: a eficácia da imerecida Graça infundida no batizado se dá por Jesus Cristo e não pela consciência da pessoa que o recebe! Ou seja, independente do entendimento do batizando, a graça acontece de maneira eficaz e sobrenatural.

Batizar as crianças está conforme a Bíblia!

a) O Batismo nos torna Filhos de Deus, herdeiros do céu:  “Quem não renasce da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino dos Céus” (João 3,5). As crianças também têm direito de tornar-se filhos de Deus! Quem pode tirar este direito às crianças?

b) As crianças recém-nascidas não tem nenhum pecado atual, por isso não é preciso nenhum arrependimento para serem batizadas! O arrependimento só é necessário para os adultos, capazes de pecar.

c) Jesus disse: Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19; Mc 16,16). Jesus diz: batizai todas as gentes! Será que para os protestantes criança não é gente?

d) As crianças são batizadas na fé dos pais! Os pais, padrinhos, a familia e comunidade Cristã, é que devem desenvolver a fé dos seus filhos que foram batizados, educando-os nessa fé!

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DO "BATISMO DE CRIANÇAS"

 

Em Atos dos Apóstolos se lê que estes batizavam famílias inteiras! Ora, nas famílias há sempre crianças!

a) “Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família” (At 16, 32-33) – As crianças também fazem parte da família.

 

b) Lídia, vendedora de púrpura, “foi batizada juntamente com toda sua família” (At 16, 14-15)

c) Batizei também a família de Estéfanas” (1 Cor, 16).

ATENÇÃO! Nessas três vezes acima,  em que os apóstolos batizaram, eles o fizeram por infusão e não por imersão, pois não havia nem rios nem riachos, estavam em casas simples, ou na prisão.

 

A Bíblia sugere o batismo de toda uma casa, o que inclui as crianças: At 2,38-39; 16,15.33; 1Cor 1,16.A circuncisão (normalmente feita em crianças) foi substituída pelo batismo: Cl 2,11-12. O batismo é necessário para a salvação: Jo 3,5.Todas trazem o PECADO ORIGINAL de Adão:Rom.3,23 - Salmo 51,7: Eu nasci na Culpa, minha mãe me concebeu pecador.

1º)-Romanos 3,23: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus.”

Ora Negar o batismo às crianças, é negar a glória de Deus a elas, porque , elas não têm pecado pessoal, mas, trazem a mancha do pecado original, pois diz a palavra que todos pecaram, e não se excetua as crianças, MAS " TODOS" foram manchados pelo PECADO ORIGINAL DE ADÃO E EVA.É preciso também entender que o batismo Cristão (DE GRAÇA SOBRENATURAL DE REGENERAÇÃO, E ADOÇÃO DIVINA) é totalmente diferente do batismo de João Batista (apenas de simbolismo visível de Conversão e adesão a Deus).Alguns protestantes (não todos, pois o mais Radical deles CALVINO defendia o batismo infantil nas suas " INSTITUTAS ") acham que para receber o batismo é necessário antes a fé e a conversão, isto é uma visão deturpada, herética e reduzida da grandeza do Batismo Cristão, que mostra sua EFICÁCIA independente de minha fé e conversão, pois é GRAÇA IMERECIDA da eleição de Deus, pois Ele nos diz: Não fostes vós que me escolhestes mas Eu que vos escolhi...(João 15,06).

2º)- Romanos 6,23: "Por que o salário de pecado é a morte"

A prova concreta de que a criança pagã (não batizada), traz a MANCHA DO PECADO original é que ela morre! pois o salário do pecado é a morte, se não tivesse o pecado o original em si, as crianças não morreriam!

3º)- Mateus 22, 11-13 : “...E o rei viu ali um homem que não trazia as vestes nupciais, e perguntou-lhe: Como entrastes sem as vestes nupciais ? 

O homem nada respondeu. Disse então o rei aos seus servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-os nas trevas exteriores, ali haverá choro e ranger de dentes...” Nesta passagem os primeiros Cristãos viam que as vestes referiam-se as vestes do batismo.

4º)- I Cor 6,11:Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus. 

Nesta passagem vemos que o batismo Cristão feito em nome da trindade, nos lava e justifica totalmente!

5º)-Gal 3,27: "porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo. Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo!"

Nesta passagem vemos que o batismo nos reveste de Cristo. Portanto, o batismo Cristão é de Regeneração e remissão da mancha do pecado original em Adão, ao contrário do batismo de João Batista que era de mero arrependimento, e não tinha o mesmo valor do batismo Cristão: adoção, justificação, e regeneração.

6º)-Lucas 2,22-24: Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2); e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.

Nesta passagem vemos que a apresentação das crianças era apenas para primogênitos masculinos, portanto as apresentações feitas por algumas denominações protestantes de filhos(as) que não são primogênitos não têm valor, principalmente se for mulher, conforme a lei mosaica para justificar esta apresentação para consagração apenas de primogênitos homens.

7º)-Lucas 18,15-16: "Deixai vir a mim as criancinhas, NÃO AS IMPEÇAIS!"

A aliança que Deus faz com os pais inclui as crianças Gn.12,1-3; 17,9-13; Atos 2,38,39; Dt.29,9 - No V.T. o selo de participação na Igreja era a circuncisão, e a circuncisão era feita na criança aos 8 dias de idade. Gn.17:10-12. Se a criança podia ser selada como membro da comunidade judaica no V.T. por que não seria no N.T.?

A Bíblia fala de crianças cheias do Espírito e regeneradas ainda no ventre Lc.1,15; I Sm.1,11-28; Jr.1,15 

Não podemos deixar nossos filhos crescerem para eles mesmos decidirem, porque a Bíblia determina que os pais devem instruir os filhos no caminho do Senhor Dt.6,3-7;Pv.22,6. 

Não podemos deixar de batizar nossos filhos sob a alegação de que quando crescerem poderão desviar e banalizar o sacramento! 

Ora, adultos batizados também se desviam! Pedro em Atos 2,38,39 afirma que a promessa do Espírito é para os pais e seus filhos - Se os filhos estão incluídos na promessa, como negar-lhes o selo visível da promessa? 

Paulo declara em I Cor 7,14 que os “filhos são santos”. “Santo” é a palavra para designar membros da aliança - I Cor 1,2; Rm.1,7; Ef. 1,1; Fp.1,1. 

O uso do "texto fora do contexto para servir de pretexto", de  Mc.16,16 para não batizar crianças é indevido, e completamente mal interpretado: 

"10 E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com Ele, os quais estavam tristes, e chorando. 11 E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não creram. 12 E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. 13 E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. 14 Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. 15 E disse-lhes: Ide por todo omundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado." (Mc 16,10-16)

Se atentarmos com sinceridade para o contexto do versículo, percebemos que o contexto dessa catequese do evangelista Marcos é para pessoas que receberam o anúncio da boa nova da ressurreição, estão concientes da verdade, mas por orgulho se recusam a crer e se deixar serem batizados(as), não se aplica a crianças, mas sim a adultos que receberam o anúncio,  simples assim! 

O N.T. registra o batismo de cinco famílias inteiras (Atos 10,24.47-48; 16,15.33; 18,8). 

Será que não havia crianças? Se havia crianças e se elas não foram batizadas, seria natural algum comentário do escritor visto que no V.T. as crianças participavam da circuncisão já aos 8 anos de idade. 

Sobre At.16,15 - a casa de Lídia - a versão Bíblia Siríaca “Pashito Siríaca” (traduzida por volta do ano 150 d.C.) entendendo também, que "casa" se incluem crianças, assim traduziu o versículo 15: “Depois de terem sido batizados ela e suas crianças, fez-nos este pedido...”

SOBRE O BATISMO CRISTÃO:

Abrange todo gênero humano: Mt 28,19; Mc 16,15-16; Lc 24,47; At 2,38.

Administrado em nome da Santíssima Trindade: Mt 28,19.

Administrado em nome de Jesus: At 2,38; 8,16; 10,48; 19,5; Ap 14,1; 22,4.

Batizado em Cristo: 1Cor 12,13; Gl 3,27.

Batizado na morte de Cristo: Rm 6,3.

Batizado para uma nova vida: Rm 6,4; Tt 3,5.

Com água e o Espírito Santo: Jo 3,5; Ef 5,26; Tt 3,5.

É administrado pelos discípulos de Cristo: Jo 4,2.

É necessário: Mc 16,16; Jo 3,5.

É nossa garantia de ressurreição: Rm 6,3-5; 1Cor 15,29.

É para nossa justificação: 1Cor 6,11.

É para nossa redenção: 1Jo 5,6.

É para nossa santificação: 1Cor 6,11; Ef 5,26.

É um presente gratuito de Deus: Tt 3,5.

Há um só batismo: Ef 4,5.

Perdoa o pecado: At 2,38; 22,16; 1Pd 3,21.

Prefigurado no AT: Ez 36,25; 1Pd 3,20-21.

O maior defensor do batismo de Crianças foi o protestante Calvino, e vemos esta defesa nas suas “Institutas”!

POR QUE BATIZAR AS CRIANÇAS?

 

 

 

por Dom Leomar Antônio Brustolin - Arcebispo de Santa Maria (RS)

 

O Batismo é o primeiro sacramento que recebemos. Ele é a porta de entrada para a Igreja e para toda a vida sacramental. A palavra batismo vem do grego baptisma e significa imersão, banho, mergulho. Batizar é lavar, purificar, mergulhar na água. O Batismo cristão tem sua origem no próprio Jesus Cristo que enviou seus discípulos para evangelizar os povos e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Trata-se de uma purificação feita com água que lava o pecado original, dando ao batizado uma nova condição de existência. Confere uma vida nova. O Batismo é um ato que confirma a conversão (nos adultos) e insere o ser humano, criatura nova (crianças e adultos) em Cristo Jesus!  

A matéria do sacramento é a água, e a forma são as palavras: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”  Fórmula que vem do mandato de Jesus aos seus discípulos: “Batizai-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. (Mt 28,19). 

O santo e sagrado costume de batizar as crianças vem do Cristianismo da idade antiga, quando os adultos, abraçando a fé, queriam que também seus filhos participassem da comunidade e aprendessem, desde cedo, a conhecer e a amar Jesus Cristo. 

Mais tarde, a prática de batizar crianças se tornou geral. Ao contrário do que se diz, a criança não recebe o Batismo sem fé, porque ela é batizada na fé da Igreja, encarregada de educá-la no Cristianismo por meio de seus pais, padrinhos. familiares e a comunidade a qual ela está inserida. 

O Batismo de crianças não é um atentado à liberdade, porque a liberdade humana está sempre condicionada, e a criança, como nos demais níveis de vida, depende de seus pais a respeito da fé e do Batismo. O Batismo de crianças, enfim, exemplifica melhor a gratuidade da salvação e o amor de Deus para com todos. Ao crescer, a mesma criança terá o momento oportuno para fazer a confirmação da fé por ocasião da Crisma.

No Batismo de crianças se reconhece que, desde cedo, a pessoa já faz parte da família de Deus e, pelo Batismo, é acolhida na comunidade dos seguidores de Jesus Cristo. Nessa comunidade, ela vai aprender a amar e a conhecer Jesus. Os pais e padrinhos, junto com a comunidade, estão comprometidos com a missão de alimentar e sustentar a fé da criança.

Um texto de Orígenes, no Cristianismo dos primeiros séculos, afirma: 

“A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de administrar o Batismo também às crianças.” 

Assim, se tem a confirmação de que, no início da Igreja, desde o século II, havia o Batismo de crianças, ainda que fosse em raras ocasiões. No tempo da pregação apostólica, casas inteiras eram batizadas, o que nos leva a pensar que também as crianças recebiam esse sacramento diante de um lar cristão.

Uma vez que as crianças nascem já com a natureza humana marcada pelo pecado original, é necessário que recebam o Batismo!

Os pais cristãos não esperam que elas cresçam para receber as graças que o Batismo confere. A Igreja e os pais impediriam as crianças de receber a graça de serem filhas de Deus, se não administrassem a elas o Batismo pouco depois do nascimento; assim, se entende a necessidade de batizar as crianças o quanto antes! 

(foto reprodução meramente ilustrativa)

 

Evidentemente, o Batismo realizado em crianças supõe uma catequese pós-batismal, para que a pessoa entenda a graça recebida e cresça em sua vida espiritual. 

 

 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/por-que-batizar-as-criancas/

 

 

 

CONCLUSÃO

O batismo infantil imprime pela obra da graça e eleição gratuita o Santo e salutar temor de Deus na criança e a marca com um sinal indelével. Batismo infantil (ou pedobatismo) é a aplicação do sacramento cristão do batismo às crianças. Nem todas as denominações cristãs praticam este rito.O Batismo de crianças é realizado pela Igreja Católica Romana, pela Igreja Ortodoxa e também por ramos do Protestantismo, tais como os luteranos, anglicanos, presbiterianos e metodistas, sendo considerado válido e necessário para a salvação, pois na concepção de Sacramento, nestas Igrejas, a eficácia da Graça infundida no batizado se dá por Jesus Cristo e não pela consciência da pessoa.Ele realmente estabelece de uma forma pública e visível um relacionamento pactual. Um relacionamento de amor, envolvendo promessas e responsabilidades, bênçãos e maldições, é iniciado por um Deus gracioso, que sempre tem de começar um relacionamento pactual com o seu povo. Mas as responsabilidades, promessas e ameaças não estão vinculadas unicamente ao indivíduo. Elas são responsabilidades, promessas corporativas. O batismo é batismo em Cristo, por Cristo e em Cristo, e tudo isso significa que fomos batizados em seu corpo, formando um só corpo, por isto a criança é batizada no corpo de Cristo pela fé dos pais, ou de seus responsáveis.O batismo é portando uma cerimônia de adoção e inserção no Corpo de Cristo, por meio da qual a criança batizada é publicamente trazida para dentro do reino de Deus e sua família. A ideia de criar os filhos de Deus é, de fato, séria e de tremenda responsabilidade.O batismo não é um sinal da fé do meu filho. Antes, batismo é um sinal para o qual ele deve olhar e receber pela fé até a morte. A circuncisão não era um sinal de fé, mas um sinal daquilo que a fé abraçava ou para o qual olhava (cf. Rm 4.11). O batismo representa Cristo (Gl 3.27), em quem a nossa fé deve descansar. No batismo, Deus toma a iniciativa da eleição gratuita de Deus para com os nossos filhos. (Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi....João 15,15).De forma crucial quando as águas do batismo são despejadas sobre a cabeça do meu filho, sou confrontando com a séria — porém gloriosa realidade e responsabilidade de que estou criando os filhos de Deus para a sua glória. Sim, nós temos a promessa (At 2.39), mas o batismo é, também, uma lembrança solene para aqueles que não respondem em fé, esperança e amor ao Deus que pôs o seu selo sobre eles. O selo do batismo é mais permanente do que uma tatuagem, pois tem consequências eternas,seja para o bem, ou para o mal.O batismo é um alerta aos pais de que eles não podem “pegar leve” ou presumir sobre a graça de Deus. Eles são, afinal, investidos com a responsabilidade de criar os filhos de Deus. E por isso os pais devem ser, como os pioneiros da nossa fé (Hb 12,2) e exemplos para os seus filhos do que significa viver pela fé.Eis a razão de um batismo público ser tão importante: pais fazem votos em público perante Deus e a igreja de educa-los na fé em Cristo. Ora, se a realidade de que você está criando os filhos de Deus o induz a ser negligente em sua abordagem da celebração eucarística, da adoração pessoal e comunitária, da educação, admoestação, ensino, disciplina, etc., em relação aos seus filhos, então você está sendo relapso e irresponsável nas suas promessas. Assim, o batismo infantil é Deus tomando a iniciativa gratuita de infundir o Espírito Santo,chamando o filho a arrepender-se, crer, e viver, para o resto de sua vida, para a glória do único em cujo nome ele é incorporado, ou encarar a terrível realidade de que os violadores do pacto haverão de enfrentar um julgamento mais severo do que aqueles que nunca receberam tais bênçãos. Os pais não deveriam ser ignorantes dessas coisas. Pois a quem muito é dado, muito é esperado.Lutero manteve-se contra os teólogos católicos, que afirmavam a necessidade absoluta do batismo. Conclui-se dai que "não é a falta, mas o desprezo pelo batismo que condena". (Contemptus sacramenti damanat, non privatio.).

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