"E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: ² Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um homem dos seus termos, e o constituir por seu atalaia; ³ E, vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; ⁴ Se aquele que ouvir o som da trombeta, não se der por avisado, e vier a espada, e o alcançar, o seu sangue será sobre a sua cabeça. ⁵ Ele ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado, o seu sangue será sobre ele; mas o que se dá por avisado salvará a sua vida. ⁶ Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia. ⁷ A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. ⁸ Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão. ⁹ Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu livraste a tua alma. (Ezequiel 33,1-9)
Poucos missionários tiveram tanta influência no Nordeste quanto o capuchinho Frei Damião de Bozzano (1898–1997). Conhecido por seu estilo duro e direto, ele pregava incansavelmente sobre moral sexual, fidelidade e a santidade do matrimônio.Um dos temas mais recorrentes em suas missões era a condenação das uniões irregulares — adultério, concubinato e o chamado “amancebamento”. Baseado nas escrituras e magistério da Igreja, Frei Damião, alertava e aconselhava a quem vivia nessas situações que “não poderia entrar no céu sem conversão”, correndo o risco da condenação eterna se não abandonasse o pecado.
1Coríntios 6,9-12: "Acaso, não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem fornicários, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbedos, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas."
O caso das duas
mulheres em cocumbinato com um homem no nordeste brasileiro
Relatos orais e memórias locais registram que, em algumas pregações, Frei Damião chegou a confrontar homens que viviam com duas mulheres. Nesses casos, o missionário ordenava que escolhessem uma para casar e deixassem a outra, advertindo que, sem essa decisão, não poderiam receber os sacramentos nem escapar do risco do inferno. Embora não haja um documento jornalístico da época relatando exatamente esse episódio, o conteúdo de suas missões deixa claro que tais admoestações eram parte de sua prática pastoral.
O que está
documentado?
Fontes acadêmicas e registros de memória popular confirmam que Frei Damião:
-Condenava concubinato e adultério, e exigia a regularização dos casamentos; muitos que viviam amancebados acabaram casando. (UFC, 1977.
-Usava imagens vívidas do inferno para advertir pecadores: labaredas que queimariam eternamente os adúlteros e amancebados. (Diário do Nordeste, 2006).
-Promovia casamentos coletivos durante as missões, como forma de corrigir uniões consideradas irregulares. (Cadernos do Nordeste – UFRN)
-Em registros locais, como em Custódia–PE e Timbaúba–PE, seus sermões chamavam publicamente “Amancebados! Adúlteros! Arrependei-vos!”, sempre acompanhados da ameaça do inferno.
Poligamia de fato
Mesmo sem usar a palavra “poligamia” (termo mais recente), Frei Damião aplicava a
mesma condenação a qualquer forma de união múltipla ou fora do sacramento. Na
prática, isso incluía homens que mantinham duas mulheres — obrigando-os a escolher
uma, liberar a outra (assumindo os filhos), e regularizar a situação pelo casamento com a que escolheu para ficar até que a morte os separe.
MAGISTÉRIOS DA IGREJA E POLIGAMIA (CIC)
Poligamia contrária à igual dignidade pessoal do homem e da mulher
§1645 "A unidade do Matrimônio é também claramente confirmada pelo Senhor mediante a igual dignidade do homem e da mulher como pessoas, a qual deve ser reconhecida no amor mútuo e perfeito." A poligamia é contrária a essa igual dignidade e ao amor conjugal, que é único e exclusivo.
Poligamia no contexto histórico e circunstancial da Antiga Lei
§1610 A consciência moral concernente à unidade e à indissolubilidade do Matrimônio desenvolveu-se sob a pedagogia da lei antiga. A poligamia dos patriarcas e dos reis ainda não fora explicitamente rejeitada. Entretanto, a lei dada a Moisés visava proteger a mulher contra o arbítrio é a dominação pelo homem, apesar de também trazer, segundo a palavra do Senhor, os traços da "dureza do coração" do homem, em razão da qual Moisés permitiu o repúdio da mulher.
Poligamia: ofensa à dignidade pessoal e ao Sacramento do Matrimônio
§2387 - É compreensível o drama de quem, desejoso de se converter ao Evangelho, se vê obrigado a repudiar uma ou várias mulheres com as quais viveu anos de vida conjugal. Contudo, a poligamia não se coaduna com a lei moral. "Opõe-se radicalmente à comunhão conjugal, pois nega diretamente o plano de Deus tal como nos foi revelado nas origens, porque contrária à igual dignidade pessoal entre o homem e a mulher, que no matrimônio se doam com um amor total e por isso mesmo único e exclusivo." O cristão que foi polígamo está gravemente obrigado por justiça a honrar as obrigações contraídas para com as suas antigas mulheres, bem como para com os filhos.
Conclusão
As fontes disponíveis mostram que Frei Damião foi implacável na defesa do matrimônio católico tradicional. Sua mensagem era clara: sem abandono do adultério e do concubinato, não havia salvação. O célebre episódio do homem com duas mulheres, ainda que não documentado em jornal da época, se encaixa plenamente no estilo e na pregação do missionário capuchinho que marcou a história religiosa do Nordeste.
👉Links de referência:
·
Diário do Nordeste – Frei Damião e
a evangelização do Nordeste
·
Artigo na revista Topoi (SciELO)
sobre a retórica de Frei Damião
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