"Eu
lhes falo da aurora de um novo tempo para minha igreja"
Em 1975, no congresso internacional da renovação carismática católica, em Roma, alguem tomou o microfone e proferiu essa profecia, que continua com sua eficácia profética até os nossos dias e se cumprindo. Essa palavra orientou os rumos da renovação naquele momento, e agora mais do que nunca ela se mostra atual.Veja bem a data: nós estávamos em 1975, havia oito anos apenas que deus começara á derramar seu espírito de maneira nova sobre a igreja católica. No Brasil a renovação estava mais ou menos no seu quinto ano. Era espantoso ver como em tão pouco tempo a renovação havia se alastrado pelo mundo inteiro. Tanto assim, que estávamos realizando um congresso internacional, reunindo pessoas de todos os continentes na cidade eterna de Roma. Era uma demonstração clara: "isso é obra do senhor! Um milagre aos seus olhos" (Salmos 118,23)
Eis, na íntegra, a palavra de profecia (mantendo o tom coloquial):
“Porque os amo, quero mostrar-lhes o que estou fazendo no mundo hoje. Quero prepará-los para o que estar para acontecer!
Dias de trevas virão para o mundo, dias de tribulação! Os apoios que existem para o mundo não mais existirão! Quero que estejam preparados povo meu, para conhecer somente a Mim, e para Me ter de modo mais profundo do que nunca! Levarei vocês ao deserto, tirarei tudo de que dependem agora, para que dependam somente de Mim!
Um tempo de trevas está vindo para o mundo, mas, um tempo de glória esta vindo para minha igreja, um tempo de glória esta vindo para o meu povo! Derramarei, sobre todos o Dom do Espírito! Prepararei vocês para um tempo de evangelização como o mundo nunca viu!
E quando não tiverem nada, á não ser Eu, terão tudo! Terão campos, lares, irmãos e irmãs, amor, alegria e paz, mais do que nunca!
Estejam prontos povo meu, quero prepará-los! Eu lhes falo da aurora de um novo tempo para minha igreja!
Eu lhes falo de um dia que nunca foi visto antes! Preparem-se para a ação que inicio agora, porque o que estão vendo em volta mudará!
O combate que começa agora é diferente! É novo! Vocês precisam da sabedoria que vem de Mim e que ainda não têm. Precisam do poder do meu Espírito de um modo que ainda não conhecem! Precisam de compreensão da minha palavra e do modo como opero que ainda não têm! Abram os olhos, abram os corações para se prepararem para Mim e para o dia que agora inicio. Minha igreja será diferente!
Dificuldades e tribulações virão sobre vocês! O conforto que conhecem agora estará longe, mas o conforto que terão será o conforto do meu Espírito Santo. Vão procurá-los para tirar-lhes a vida, mas Eu os defenderei! Venham á mim! Unam-se em torno de mim!
Preparem-se, pois Eu proclamo um novo dia, um dia de vitória e de
triunfo para o seu Deus! Vejam, já começou!”
Fonte: “A bíblia no meu dia á dia” - Mons.Jonas Abib - Editora: Canção Nova
Veja
no link abaixo Pe. Paulo Ricardo profetizar: “A Renovação Carismática
deverá escolher: ou ela salva a própria pele, preocupada com números, e trai o seu Senhor,e vai para o inferno, ou ela vai
para a cruz e abraça o seu Senhor!”
https://www.youtube.com/watch?v=gxbb3YYQf00
"Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai celeste dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem" (Lucas 11,13)
O Pentecostalismo, de longa data presente no Protestantismo, teve seu despertar com o surgimento de novos movimentos no início do século XX, nos Estados Unidos, difundindo-se pelo mundo. A partir de 1967 penetrou na Igreja Católica com o nome de Renovação Carismática Católica ou Renovação no Espírito. O movimento da Renovação Carismática Católica é um dos que mais crescem no Brasil (e no mundo) nos dias atuais, graças, principalmente, ao apoio que recebe por parte da grande mídia nacional.
O termo carismático deriva-se de carisma, tradução da palavra grega "charisma", que significa dom. Assim, quando se fala em carismáticos é uma referência aos que crêem nos dons espirituais dados à Igreja em seus primórdios e que estão disponíveis ou ao alcance da Igreja nos dias atuais (cf. 1 Coríntios 12,1-11). Esse termo em referência aos cristãos católicos serve para designar aqueles que dentro da Igreja Católica Apostólica Romana acreditam e buscam as manifestações dos dons do Espírito Santo. Portanto, a Renovação Carismática Católica (RCC), é um movimento católico-romano surgido nos Estados Unidos em meados de fevereiro de 1967 (durante o Concílio Vaticano II).
Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. O início deve-se a um grupo de professores e alunos da Universidade Católica da Pensylvannia e da Universidade Católica de Indiana.
A Renovação Carismática Católica surgiu em 1967, quando Steve Clark, da Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensylvannia - EUA, durante o Congresso Nacional de "Cursilhos de Cristandade", mencionou os livros "Eles Falam em Outras Línguas" do pastor protestante John Sherril e "A Cruz e o Punhal" sobre o trabalho do pastor David Wilkerson com os drogados de Nova York, dizendo que o inquietava e que todos deveriam lê-lo. Em 1966, católicos da Universidade de Duquesne reuniam-se para oração, adoração ao santissimo, e conversas sobre a fé.
No link abaixo um pouco da história do inicio da RCC relatado por uma das pioneiras, e participante desse marcante encontro,Patti Gallagher Mansfield:
https://www.youtube.com/watch?v=lBCkBcSB4aw
Eram católicos dedicados a atividades apostólicas, mas, ainda assim, insatisfeitos com a sua experiência religiosa!
Em razão disso, decidiram começar a orar para que o Espírito Santo se manifestasse neles. Querendo vivenciar a experiência com o Espírito Santo, foram ao encontro de William Lewis, sacerdote da Igreja Episcopal Anglicana, que por sua vez os levou até Betty de Shomaker, que fazia em sua casa uma reunião de oração pentecostal. Em 13 de janeiro de 1967, Ralph Keiner, sua esposa Pat, Patrick Bourgeois e Willian Storey vão à casa de Flo Dodge, paroquiana episcopal de William Lewis, para assistir a reunião.
Em 20 de janeiro assistem mais uma reunião e suplicam que se ore para que eles recebam o batismo no Espírito Santo. Ralph recebe o dom de línguas, fenômeno chamado no meio acadêmico de glossolalia. Na semana seguinte, a fevereiro de 1967, Ralph impõe as mãos para que os quatro recebam o "batismo no Espírito Santo". Após este evento, esses buscadores católicos da plenitude pentecostal organizaram um retiro espiritual, que ficou mundialmente conhecido como o Fim de Semana de Duquesne, foi realizado nos dias 17 a 19 de fevereiro de 1967, na Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensylvannia - EUA.
Em uma carta enviada dois meses após o retiro (29 de abril de 1967), a um professor, o Monsenhor Iacovantuno, Patti Gallagher Mansfield, uma das estudantes que participou do retiro, assim relatou o que aconteceu naqueles dias:
"Tivemos um fim de semana de estudos nos dias 17 a 19 de fevereiro. Preparamo-nos para este encontro, lemos os Atos dos Apóstolos e um livro intitulado "A Cruz e o Punhal" de autoria de David Wilkerson. Eu fiquei particularmente impressionada pelo conhecimento do poder do Espírito Santo e, pelo vigor e a coragem com que os Apóstolos foram capazes de espalhar a Boa Nova, após o Pentecostes. Eu supunha, naturalmente, que o fim de semana me seria proveitoso, mas devo admitir que nunca poderia supor que viria a transformar a minha vida! Durante os nossos grupos de discussão, um dos líderes do retiro colocou em tela o fato de que nós devemos confirmar constantemente os nossos votos de Batismo e de Crisma, assim como devemos ter a alma mais aberta para o Espírito de Deus. Pareceu-me curioso, mas um pouco difícil de acreditar quando me foi dito que os dons carismáticos concedidos aos Apóstolos são ainda dados as pessoas nos dias atuais – que ainda existem sinais do poder divino e milagres – e que Deus prometeu emanar o seu Espírito para que se fizesse presença a todos os seus filhos. Decidimos, então, efetuar a renovação dos votos de Batismo e de Crisma como parte do serviço da Missa de encerramento, no domingo à noite. Mas, no entanto, o Senhor tinha em mente outras coisas para nós... No sábado à noite, tínhamos programado uma festinha de aniversário para alguns dos colegas, mas as coisas foram simplesmente acontecendo sem alternativa. Fomos sendo conduzidos para a capela, um de cada vez, e recebendo a graça do "batismo no Espírito Santo", conforme relatado no Novo Testamento. Isto aconteceu de maneiras diversas para cada uma das pessoas. Eu fui atingida por uma forte certeza de que Deus é real e que nos ama. Orações que eu nunca tinha tido coragem de proferir em voz alta, saltavam dos meus lábios. Este não era, pois um simples bom fim de semana, mas, na realidade, uma experiência transformadora de vida que ainda está prosseguindo e se desenvolvendo em crescimento e expansão. Os dons do Espírito já são hoje manifestados – e isto eu posso testemunhar, porque tenho ouvido pessoas orando em línguas, outras praticam curas, discernimento de espíritos, falam com sabedoria e fé extraordinárias, profetizam e interpretam. Eu, agora, tenho certeza de que não há nada que tenhamos de suportar sozinhos, nenhuma oração que não seja atendida, nenhuma necessidade que Deus não possa cobrir em sua riqueza! E, no depender dele e louvá-lo com fidelidade, eu sinto uma tremenda sensação de liberdade. Podemos tentar viver como cristãos, morrendo para nós mesmos e para o pecado, mas esta será uma luta desanimadora se não contarmos com o poder do Espírito. Ainda existem tentações e problemas, mas agora tenho a certeza e a confiança em Deus, agora ele me dá segurança. Realmente, transforma-me a viver nele. É verdade que na Crisma, nós recebemos o Espírito Santo e que nós somos seus templos, mas nós não nos abrimos o suficiente para receber em nossas vidas os seus dons e o seu poder. É certo que o Espírito Santo é o nosso professor: Eu dele aprendi tanto e em tão pouco tempo! As Escrituras vivem! Amém! Eu estou segura de que jamais poderia ter acumulado por minha própria conta tanto conhecimento, apesar de todo o esforço desenvolvido, e com as melhores intenções que tivesse. Eu me vi, de repente, conversando com as pessoas sobre Cristo, e, vendo desde logo o resultado desse trabalho! Eu jamais teria ousado fazer essas coisas no passado, mas agora, é ao contrário: É impossível deixar de fazê-lo. É como disseram os apóstolos depois de Pentecostes: Como podemos deixar de falar sobre as coisas que vimos e ouvimos! Amor e orações, Patti".
Estas notícias se divulgaram rapidamente, causando um grande impacto no meio religioso universitário!
O Fim de Semana de Duquesne, tem sido geralmente aceito como o ponto de partida que deu origem à Renovação Carismática Católica, cuja abrangência estender-se-á, num curto período de tempo, por um grande número de países. A experiência inicial vivida nestas universidades, caracterizada por um avivamento espiritual por meio da oração, da vida nova no Espírito Santo, com a manifestação dos seus dons, tomou corpo, transpondo rapidamente o ambiente onde foi originada. Através das reuniões, seminários e encontros, em breve, apareceram grupos de oração noutras universidades, paróquias, mosteiros, conventos, etc. Os testemunhos multiplicaram-se, vindos dos mais variados grupos de pessoas: Operários, ex-presidiários, professores, religiosos das mais diversas ordens. Kevin e Dorothy Ranaghan ainda registram um aspecto pouco divulgado desta história inicial da Renovação Carismática Católica: Nossa suspeita de que essa experiência de Renovação, que agora estava espalhada, não era nova para os católicos americanos, foi confirmada, quando ouvimos notícias ou recebemos cartas de pessoas ou grupos de católicos ao redor do país. Da Flórida, Califórnia, Texas, Wisconsin, Massachusetts, tivemos notícias do trabalho calmo do Espírito Santo no decorrer dos anos.
Portanto, embora os primeiros momentos da Renovação tenham se dado em torno do retiro de Duquesne e apesar de estarem os americanos igualmente presentes no seu nascimento em diversos outros países, seria falso atribuir a expansão da Renovação Carismática Católica unicamente à sua influência. Como afirma Monique Hébrard:
"A Renovação Carismática Católica explodiu quase ao mesmo tempo em todos os cantos da terra e em todas as dioceses, sem que se saiba muito bem como é que o fogo se ateou".
Para o Cardeal Suenens isto também despertou uma curiosidade, ou seja:
"Sem nenhum contato entre si, parece que o Espírito Santo suscitou em vários lugares do mundo experiências que, se não são iguais, certamente são semelhantes!"
A Renovação Carismática Católica surgiu como uma graça inesperada, uma surpresa do Espírito não planejada e sem objetivos formulados!
"O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai..." (João 3,8)
Aqui é necessário um adendo doutrinário: "É possível receber o Espírito Santo sem o batismo sacramental"? A resposta para isso é Sim!
O
batismo sacramental é um mandamento irrevogável encontrado no Novo Testamento, mas as pessoas receberam
o Espírito Santo no Antigo Testamento e no Novo antes do batismo:
"Enquanto Pedro ainda falava estas
palavras, o Espírito Santo caiu sobre todos os que ouviam a palavra. E os da
circuncisão que creram ficaram admirados, todos os que tinham vindo com Pedro,
porque o dom do Espírito Santo tinha sido derramado também sobre os gentios.
Pois os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. Então Pedro respondeu:
"Pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que
receberam o Espírito Santo, assim como nós?" E ele ordenou que fossem
batizados em nome do Senhor. Então eles lhe pediram que ficasse alguns
dias" (Atos 10,44-48).
Cornélio e sua família, também, receberam o Espírito Santo antes do batismo sacramental! (conforme Atos 10,1-8)
Na verdade, isso contextualmente, foi porque Deus mostrou Sua aceitação dos gentios ao dar-lhes dons do Espírito Santo, que os judeus finalmente se convenceram de que os gentios poderiam ser salvos como eles, e o batismo sacramental foi posteriormente ministrado.
Agora, se a pergunta for: "receber o Espírito Santo prova que uma pessoa está salva?" A resposta aqui é um catedrático e enfático NÃO!
Ora, se receber o Espírito Santo indicasse a confirmação da salvação, então não haveria necessidade da casa de Cornélio ser batizada, já que o batismo é para o perdão dos pecados (Atos 2,38), lavar pecados (Atos 22,16) e para salvar (Marcos 16,16; I Pedro 3,21).
Sobre o "uso dos dons do Espírito não ser confirmação de salvação", o próprio Jesus Cristo revelou em Mateus 7,21-23:
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!"
Portanto, mesmo depois de receber o Espírito Santo, Pedro ordenou que Cornélio e sua casa fossem batizados!
Depois de tudo isso, Jesus ordena a Pedro que CONFIRME (sacramento da Confirmação) aqueles(as) que mesmo já tendo sido batizados e recebido os dons do Espírito (os apóstolos e discípulos) sejam "confirmados na fé" (conforme Lucas 22:32).
Portanto, receber os dons do Espírito por uma graça da efusão gratuita e imerecida, ainda que antes do sacramento do batismo e confirmação, não é justificativa em hipótese alguma (sob sujeição de cometer grave hereia sujeita a excomunhão), para negligenciar, recusar, ou ficar indiferente ao recebimento destes dois sacramentos (Batismo e Crisma), sob pena de condenação eterna, pois disse jesus:
“Quem
crer e for batizado será salvo, do contrário, será condenado” ( Marcos 16,16)
A Renovação Carismática Católica, realmente,não tem um fundador identificável, apesar de muitas comunidades que surgiram dentro dela terem seus fundadores ou fundadoras (Ex. Canção Nova e Comunidade Católica Shalom).
Os relatos oriundos das origens da RCC, mostram que os católicos foram "batizados no Espírito" (não de forma sacramental, mas experiencial), como lemos em em muitos contextos diferentes e de diversas maneiras! Alguns, obtiveram a graça dessa mesma efusão de Duquesne quando outras pessoas já "batizadas no Espírito" oraram por eles; outros receberam esta graça durante sua oração pessoal; alguns receberam em grupos de estudos bíblicos, estudando a Sagrada Escritura e orando com ela;outros(as) participando de retiros Cristãos, outros ao lerem ou ouvirem testemunhos de conversão dos santos e de vida pregressa de pessoa comuns. Não podemos engessar e padronizar a ação livre e soberana do Espírito Santo de Deus, nem impedir sua ação!
1 Tessalonicenses 5,19: “Não extingais o Espírito. Não desprezem as profecias, mas ponham à prova tudo que é dito e fiquem apenas com o que é bom!”
Por ter surgido como uma graça inesperada, a Renovação Carismática não tem membros da mesma forma que movimentos organizados e comunidades tradicionais costumam ter. As pessoas fazem parte da Renovação, primeiro porque foram "batizadas no Espírito" (não sacramentalmente) e, posteriormente, porque confirmam essa graça com suas próprias vidas, e procuram ser fiéis a ela, servindo a Deus em sua vinha, dentro da Igreja, com suas vidas, sejam como leigos (solteiros, casados e celibatários), sacerdotes e religiosos.
A organização do Movimento se deu posteriormene, após seu surgimento, e não antes!
As primeiras estruturas formadas dentro da Renovação, foram chamadas de "comissões de serviço" e não alegavam qualquer autoridade sobre as comunidades e grupos emergentes.
Cursos para preparar as pessoas para serem "batizadas no Espírito" como, por exemplo, o Seminário de Vida no Espírito, foram criados muito posteriormente para auxiliar a recepção frutífera dessa graça. As características do batismo no Espírito foram bem resumidas por um dos participantes no fim de semana de Duquesne em 1967:
"Nossa fé ganhou vida, nossa crença tornou-se um tipo de conhecimento. De repente, o mundo do sobrenatural tornou-se mais real do que o natural. Em resumo, Jesus Cristo é uma pessoa real para nós, uma pessoa real que é o nosso Senhor e está presente nas nossas vidas. Nós lemos agora o Novo Testamento, como sendo realmente verdadeiro, em cada palavra, cada linha. A oração e os sacramentos tornaram-se verdadeiramente nosso pão de cada dia, em vez de práticas que reconhecemos como apenas boas para nós. Um amor pela Sagrada Escritura, um amor pela Igreja e suas autoridades, que nunca pensei ser possível, uma transformação das nossas relações com os outros, uma necessidade e um poder de testemunho além das expectativas de todos; tudo isso se tornou parte das nossas vidas. A experiência inicial do batismo no Espírito não foi absolutamente emocional, mas a vida tornou-se repleta de calma, confiança, alegria e paz - Cantávamos o Veni Creator Spiritus antes de cada conferência e o entoávamos com convicção. Não ficamos desapontados. Nós também fomos inundados com charismata. Isso nos coloca também, em uma atmosfera ecumênica" (Patti Gallagher Mansfield, no livro: "Como um Novo Pentecostes").
Confiantes nesta graça pentecostal, alegremo-nos e louvemos a Deus por suscitar a Renovação Carismática Católica na Igreja. E unidos, como grande família carismática, continuemos juntos, com militância apostólica e combatividade profética, semeando a vida no Espírito.
Precisamos refletir sempre mais sobre a nossa identidade e nos aprofundar nela continuamente. Afinal, é a identidade que nos distingue, é ela que diz quem somos, é o que mostra até mesmo a razão de ser do nosso Movimento. Aqui cabe uma observação importante: É preciso distinguir a Renovação Carismática dentro da Igreja Católica e a Renovação Carismática Protestante! São bem distintas!
A renovação Protestante professa os princípios doutrinários do protestantismo: aversão a Maria Santíssima, aos Santos, ao papa e primado de Pedro, rejeição do sacramento da Eucaristia com a presença Real, a Santa Missa, entre outros!
De modo que a confusão entre o movimento renovador católico e o protestante gera polêmicas e ansiedades desnecessárias entre católicos(as) pouco esclarecidos (as)!
Infelizmente, se constatou que algumas pessoas e até grupos ditos católicos, também, se deixaram influenciar pelo Pentecostalismo doutrinal protestante, entregando-se a exageros sentimentalistas, uso abusivo e mecãnico dos dons extraordinários, e até mesmo, desvios doutrinários (rotulados(as) de "Católicos Protestantes")!
Por outra parte, a princípio, principalmente no Brasil e América Latina, por falta de experiência, e orientação segura, "crentes pentecostais" foram aceitos e infiltrados em grupos católicos de oração, e acabaram por levarem suas "convicções protestantes" para estes grupos com interpretações particulares da Bíblia não condizentes com o ensino oficial da Santa Igreja Católica, o que levou a sérios atritos com as autoridades da Igreja: párocos e bispos (verdadeiros e autênticos pastores do rebanho católico, e não os simples "dirigentes de grupos de oração").
ATENÇÃO! O movimento surgiu nos Estados Unidos, em meados da década de 1960, pela influência dos movimentos pentecostais protestantes, mas, mantendo os dogmas do catolicismo! "Rcc não se confunde com REFORMA!" Esse movimento do Espírito não tinha como intenção reformar a igreja, mas apenas renovar, dar novo ânimo ao que já está esbelecido, sem propor mudanças doutrinárias e litúrgicas!
A prática da RCC baseia-se na "experiência pessoal com Deus" (o que foi reconhecido posteriormente por vários documentos da igreja incluindo o DOCUMENTO DE APARECIDA), a partir dos dons do Espírito Santo, procurando oferecer uma abordagem inovadora às formas mais tradicionais do catolicismo, dano um novo ânimo apaixonado ao culto litúrgico na Igreja, sem mudanças!
De acordo com os estudos dos teólogos, atualmente existem cerca de 150 milhões de católicos carismáticos em todo o mundo, estando presentes em todos os continentes.
É útil recordar aqui que o Conselho Permanente publicou orientações, ressaltando tanto os pontos positivos, como negativos, chamando a atenção para alguns pontos considerados essenciais. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em seu documento de número 53, oferece recomendações disciplinando certas práticas místicas no contexto da RCC. Por exemplo, que se evite a prática do repouso no Espírito (na qual as pessoas parecem desmaiar durante os momentos de oração, mas permanecem conscientes do que ocorre em sua volta).
Outras preocupações justas e pertinentes da CNBB em relação a RCC são:
-Preocupações exageradas com o demônio (culpando o demônio por tudo, retirando a culpabilidade pessoal e estruturas sociais que favorecem a escravidão do pecado).
-A indução (forçada e apelativa) de dirigentes de grupo, a oração em línguas (não deixando a expotaneidade do Espírito para o fenômeno, mas induzindo), pode gerar a impressão de constituir esse modo de oração o ponto mais alto e importante da espiritualidade Católica, menosprezando a riqueza da oração Cristã contida na terceira parte do Catecismo, que tem como base os sete pedidos no Pai Nosso, e não a oração em línguas.
-O dom da cura descambar para "curandeirismo espetacular e midiático", sem valorizar suficientemente o mistério da cruz e o valor salvífico do sofrimento, assemelhando-se ao protestantismo.
-Evitar o que se chama de "histeria coletiva, levando pessoas fracas e influenciáveis, à debilidades psíquicas", com induções durante grupos de oração e retiros espirituais, o ainda, o não confirmado magisterialmente, suposto repouso no Espírito (que só ocorreu uma vez nas escrituras, e não faz parte da Sagrada Tradição Patrística da igreja), sem ainda um fundamento doutrinal seguro e claro, sobre sua finalidade.
-O apelo indiscriminado, mecânico, e abusivo dos carismas extraordinários, ocasionar confusões e fanatismos fundamentalistas. Sem distinguir o autêntico dom do Espírito, o chamado "batismo no Espírito" pode criar confusão em relação às dimensões do sacramento do Batismo e Confirmação com pessoas que não tiveram uma boa catequese.
-Não levar à superstições, culto à personalidade, e à idolatria de pessoas supostamente dotadas de dons espirituias, bem como, líderes carismáticos de comunidades e artistas midiáticos.
-Por fim, a fácil credibilidade em "profecias e visões particulares", podem levar as pessoas a se tornarem joguete do vento de qualquer doutrina (conforme Efésios 4,14-15), a CHUTOMETRIAS DO ESPÍRITO, comprometendo a INTEGRALIDADE da fé católica, e ao fechamento na própria espiritualidade, como se fosse a única e autenticamente reconhecida, causando tensões e divisões proselitistas na própria Igreja.
Veja agora os pontos positivos da RCC reconhecidos pelo mesmo documento da CNBB:
-A busca da oração individual e comunitária.
-O amor à palavra de Deus, as autoridades, e hierarquia da igreja.
-A disponibilidade concreta à vontade de Deus (pastorais e ministérios)
-A manifestação dos carismas (infusos e efusos).
-A maior busca de conversão e união familiar.
-Experimentar o verdadeiro sentido de louvor.
-A valorização do Espírito Santo.
-A redescoberta do papel de Maria no plano de Salvação.
-A freqüência aos sacramentos (principalmente confissão e eucaristia).
-O surgimento de boas vocações sacerdotais, religiosas, leigas consagradas, e matrimônios equilibrados.
Os pontos acima tanto positivos como negativos, são justos, pertinentes e reais! Se não houver séria e sólida formação para lideranças e membros da RCC, deixando a coordenação da RCC nas mão de pessoas fanáticas,insubmissas, e desequilibradas, e sem uma sadia formação doutrinal, os rumos da RCC estarão comprometidos, retirando da condução do Espírito Santo, submissa ao sagrado magistério, para a condução meramente humana, fadada ao fracasso de achologias ditas inspiradas pelo "espírito".
CONCLUSÃO:
Desde o princípio, os integrantes da Renovação, para melhor promover suas atividades, sentiram a necessidade de organizarem-se, contando para isto com equipes de âmbito local, regional, nacional e internacional. Essas equipes têm como função promover uma articulação entre suas coordenações e garantir sua unidade.
O Grupo de Oração é a base da estrutura da Renovação Carismática Católica. Organizados geralmente nas paróquias e liderados por leigos, eles são formados por um número variado de pessoas, em reuniões que acontecem semanalmente.
Muitos dos grupos de oração deram origem às comunidades carismáticas com reconhecimento pontifício (Comunidade Católica Shalom e Canção Nova, respectivamente), onde os laços de vida entre seus integrantes são mais estreitos. Estas comunidades têm várias estruturas de serviço ministerial, vocações, estados de vida, formas, e graus de dedicação na Vinha do Senhor. Algumas delas foram muito importantes para o desenvolvimento e propagação da Renovação.
Além de encontros nos grupos de oração, os membros da Renovação Carismática Católica se reúnem com alguma freqüência em encontros regionais de oração, que ocorrem nos fins de semana, na forma de retiros visando aprofundar o conhecimento de Renovação e preparar novos líderes. Podem ser organizados em âmbito paroquial, diocesano, etc.
Igualmente, em média uma vez por ano, ocorrem em cada Estado ou Diocese os Cenáculos que são grandes encontros que reúnem milhares de pessoas em estádios de futebol, ou ginásios esportivos, onde realizam-se dias de oração semelhantes aos que ocorrem nos grupos de oração. Assim, a Renovação criou uma organização interna que lhe dá um elevado grau de maleabilidade: por um lado, cada grupo de oração goza de grande autonomia, podendo realizar suas reuniões conforme as necessidades específicas de seus membros; por outro, as equipes de coordenação, atuando por meio das atividades auxiliares, garantem à Renovação Carismática uma linha comum.
Em Roma, a RCC conta com um Escritório Internacional, que teve origem num centro de comunicação que surgiu em Ann Arbor, Michigan (EUA)
Esta cidade, tornou-se um centro de referência no início da Renovação Carismática nos EUA e como relata Ralph Martin:
Logo começamos a receber correspondência e visitantes do mundo inteiro. Um centro de comunicação internacional informal cresceu e acabou sendo formalizado no início da década de 70, sendo chamado de Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (ICRSS, por suas siglas em inglês). Em 1976, o Cardeal Suenens convidou Ralph Martin para mudar-se para Bruxelas na Bélgica. Indo para lá levou também o ICRSS, tornando-se o seu primeiro presidente. Em 1978, o escritório passou a ser formado por nove integrantes, que representavam os cinco continentes. Ao final deste ano Pe. Tom Forrest passa ser seu novo presidente e em 1981 o ICRSS foi transferido para Roma, tendo em sua presidência o Pe. Fio Mascarenhas da Índia (1981-1987), que foi sucedido pelo Fr. Ken Metz dos Estados Unidos (1987-1994).
Através do ICCRS a Renovação sentiu a necessidade de solicitar à Santa Sé um reconhecimento oficial.
Após um lento e rigoroso trabalho, realizado pelos membros do ICCRS e com o apoio de alguns bispos e cardeais, foram apresentados os “Estatutos do ICCRS”, que depois de analisados por teólogos e canonistas do Vaticano, passaram por alguns ajustes e foram aprovados em 8 de julho de 1993 com o titulo de “Estatutos do ICCRS” (“International Catholic Charismatic Renewal Service”), onde são detalhados sua n.atureza, objetivos e estrutura.
Em 14 de setembro de 1993, através do Pontifício Conselho para os Leigos foi expedido o decreto de reconhecimento do ICCRS
Do ano de 1994 até 2000, o ICCRS foi presidido por Charles Whitehead (Inglaterra) e a partir de 2000 tem à sua frente Allan Panozza (Austrália). O ICCRS reúne seus membros com freqüência para discutir e planejar a Renovação em âmbito mundial. Realiza retiros e encontros internacionais, mantém um site na internet e publica o "Boletim do ICCRS", com notícias e material de formação em inglês, francês, italiano, espanhol e português.
Outra organização internacional importante é a CFCCCF ("Catholic Fraternity of Charismatic Covenant Communities and Fellowships": Fraternidade Católica das Comunidades de Aliança e Vida).
Composta por mais de 50 comunidades espalhadas pelo mundo, teve em novembro de 1990, seus Estatutos reconhecidos pelo Pontifício Conselho para os Leigos.
Na América Latina, sediado atualmente na cidade do México, há o CONCCLAT (Conselho Carismático Católico Latino Americano), um organismo continental criado em 1972 que tem como objetivo promover o intercâmbio e refletir sobre a experiência da Renovação Carismática nos ambientes culturais católicos latino-americanos.
Através do CONCCLAT acontece a cada dois anos o ECCLA (Encontro Carismático Católico Latino Americano). Ao mesmo tempo em que se estruturava no plano internacional, a Renovação também se organizava em âmbito nacional. Uma vez que a Renovação Carismática Católica goza de legalidade para a Igreja Católica Apostólica Romana, pode-se presumir que seus postulados foram previamente analisados pelos dicastérios da Santa Sé Apostólica, tendo sido aprovados. Logo, para Roma, não há mal intrínseco neles.
Não devemos e não podemos chamar de seita um movimento aprovado e reconhecido pela Santa Igreja, ainda mais quando teve seus estatutos recentemente reconhecidos pelo Vaticano!
A Renovação Carismática Católica, através do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (ICCRS), tem seus estatutos de serviço reconhecidos pela Igreja, por meio do decreto nº 1.565/93 AIC-73 “Oficium Consilium Pro Laicis“, conforme o Cânon § 116, do Código de Direito Canônico.
VEJA NO VÍDO ABAIXO O TESTEMUNHO DO BISPO dom Adair José Guimarães, de Formosa (GO) SOBRE A RCC: "EU SAI FORMADO NO SEMINÁRIO PARA DESTRUIR A RCC - A RCC MUDOU MEU MINISTÉRIO"!
Portanto, rotular a Renovação Carismática Católica, e algumas Comunidades Novas (Canção Nova,Comunidade Católica Shalom, entre outras, com reconhecimento pontifício), de movimento herético ou de seita, é se comportar como um protestante, uma injusta calunia a esse sopro do Espírito, e um tremendo contra-senso às autoridades da Igreja que a reconhecem formalmente, por via estatutária, a nível pontifício, justamente por encontrarem na RCC e Novas Comunidades, sinais da sua eclesialidade: amor e submissão à hirarquia (papa, bispos, párocos, e lideranças por eles delegadas), bem como a adesão INTEGRAL ao Sagrado Magistério, que vai de Nicéia ao Vaticano II e a todos os documentos papais posteriores ao último Concílio. Porém, caso você encontre grupos SEM RECONHECIMENTO PONTIFÍCIO, e que se colocam contra essa eclesialidade, coloque em suspeita sua adesão ou apoio, denuncie às autoridades locais, e não os recomende.
Fonte - Ministerio de Pregação - RCC
E QUANDO ALGUEM DIZ QUE "NÃO SE SENTE REPRESENTADO PELA CNBB"? O QUE DIZER E FAZER?
por IMPRENSA CNBB - 19 DE ABRIL DE 2024
Natureza da CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja
Católica Apostólica Romana no Brasil, na qual exercem conjuntamente algumas
funções pastorais em favor dos fiéis (cf. cân. 381, § 2). Nela, a exemplo dos
Apóstolos, os Bispos procuram dinamizar a própria missão evangelizadora para
melhor promover a vida eclesial e responder de modo mais eficaz aos desafios
contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias (cf. cân.
447), realizando evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma
sociedade justa e fraterna, sendo “espaço de discernimento solidário” (cf.
Apostolorum Successores, n. 28; Documento de Aparecida, n. 181), a caminho do
Reino definitivo.
Fins da CNBB
Respeitadas a competência e
responsabilidade de cada membro, quanto à Igreja Universal e à própria Igreja
Particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial:
•Fomentar a comunhão entre os membros e promover a maior participação deles na Conferência.
•Ajudar
os Bispos no seu ministério para o benefício de "TODO" o povo de Deus.
•Concretizar o afeto colegial (cf. Apostolos Suos, n. 14) e facilitar o relacionamento de seus membros, sendo espaço de diálogo, ajuda fraterna e de encorajamento recíproco.
•Promover a permanente formação e atualização dos seus membros, para melhor cumprirem o múnus pastoral.
•Estudar assuntos de interesse comum, estimulando a ação concorde e a solidariedade entre os Pastores e entre suas Igrejas.
•Promover a ação evangelizadora, pelo planejamento e pela pastoral orgânica, em âmbito nacional e regional, e oferecer diretrizes e subsídios às Igrejas Particulares.
•Exercer o magistério doutrinal e a atividade legislativa, segundo as normas do direito.
•Favorecer a comunhão e participação na vida e atividades eclesiais, das diversas categorias do povo de Deus: ministros ordenados, membros de institutos de vida consagrada e leigos, discernindo e valorizando seus carismas e ministérios.
•Representar
o Episcopado brasileiro junto a outras instâncias, inclusive a civil.
Missão da CNBB no âmbito de suas finalidades e competências:
•Manifesta solicitude para com a Igreja e sua missão universal, por meio da comunhão e colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missionária, principalmente “ad gentes”.
•Favorece, com um serviço sempre maior, a responsabilidade inalienável de cada um dos Bispos para com a Igreja Universal e a sua Igreja Particular (cf. Apostolos Suos, n. 24).
•Relaciona-se
com as outras Conferências Episcopais, particularmente as da América, com o
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e com a Conferência Eclesial da
Amazônia (CEAMA).
Relacionamento da CNBB
– Com os diversos segmentos da realidade econômica, social e política do Brasil: A CNBB colabora para a promoção do desenvolvimento humano integral do povo brasileiro e, quando nisto solicitada, auxilia os Conselhos Episcopais Regionais e os Pastores das Igrejas Particulares.
– Com as autoridades civis e públicas:Em oportuno entendimento com a Nunciatura Apostólica, a CNBB trata das questões que interessam ao bem comum e à missão da Igreja, bem como os assuntos relativos ao Acordo entre o Brasil e a Santa Sé, à sua implementação e aplicação prática.
– Com as instituições que representam os fiéis leigos, com os Institutos Vida Consagrada, as Sociedades de Vida Apostólica e os ministros ordenados, em âmbito nacional: A CNBB mantém um relacionamento constante para fomentar a comunhão, a solidariedade e a colaboração pastoral.
– Com as Igrejas e comunidades eclesiais ainda não em plena comunhão com a Igreja Católica, presentes no País: A CNBB mantém diálogo fraterno, na busca da unidade desejada por Cristo Jesus; procura também o diálogo respeitoso com as religiões não cristãs e com aqueles que aspiram sinceramente à verdade e ao bem; colabora com todos para a promoção e defesa da vida e da dignidade humana, o estabelecimento da justiça e da paz, num mundo de liberdade e solidariedade.
São membros da CNBB, a partir da posse no
ofício e enquanto o ocupam:
•Os Bispos diocesanos, os que a eles se equiparam no direito.
•Os Bispos coadjutores.
•Os Bispos auxiliares.
•Os Bispos titulares que exerçam no Brasil um encargo especial confiado pela Sé Apostólica ou pela CNBB.
•Os
Hierarcas das Igrejas Orientais Católicas com ofícios correspondentes aos de
bispos diocesanos (ou os que a eles se equiparam no direito), coadjutores ou
auxiliares.
Fonte - https://www.cnbb.org.br/cnbb/
A
CNBB: ESCLARECIMENTOS (o que é e não é a cnbb)
por Dom Fernando Arêas Rifan - 04/05/2018 - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
“O Espírito Santo instituiu os Bispos para governar a Igreja de Deus” (Atos 20,28)
A
respeito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), têm surgido
ultimamente entre os católicos muitos questionamentos, alguns, justificados
pela retidão e merecedores de explicação, outros, agressivos, carentes de
espírito católico e respeito, que perdem assim toda a credibilidade. Reunida
recentemente em sua 56ª Assembleia Geral (56ª AG), a própria CNBB fez diversos
pronunciamentos, que cito entre aspas, procurando elucidar algumas dúvidas, às
quais acrescento algumas elucidações, dirigidas aos católicos de boa vontade.
O QUE NÃO É A CNBB?
Uma Conferência Episcopal, como a CNBB, não faz parte da hierarquia da Igreja como tal, que é formada pelo Papa e pelos Bispos em comunhão com ele. A Conferência, instituição eclesiástica, não existe para anular o poder dos Bispos, instituição divina. Não confundir Conferência Episcopal com o Episcopado ou Colégio dos Bispos, sucessor do Colégio Apostólico, de instituição divina.A Conferência Episcopal não tem poder hierárquico sobre os Bispos. Quem tem poder sobre eles é o Papa, que se comunica com eles através da Nunciatura Apostólica.
O Papa emérito Bento XVI, quando Cardeal, falou sobre um dos “efeitos paradoxais do pós-concílio”:
-“A decidida retomada (no Concílio) do papel do Bispo, na
realidade, enfraqueceu-se um pouco, ou corre até mesmo o risco de ser sufocada
pela inserção dos prelados em conferências episcopais sempre mais organizadas,
com estruturas burocráticas frequentemente pesadas. No entanto, não devemos
esquecer que as conferências episcopais não fazem parte da estrutura
indispensável da Igreja, assim como querida por Cristo: têm somente uma função
prática, concreta”. É, aliás, continua, o que confirma o Direito Canônico, que
fixa os âmbitos de autoridade das Conferências, que “não podem agir validamente
em nome de todos os bispos, a menos que todos e cada um dos bispos tenham dado
o seu consentimento”, e quando não se trate de “matérias sobre as quais haja
disposto o direito universal ou o estabeleça um especial mandato da Sé
Apostólica”. E recorda o Código e o Concílio: “o Bispo é o autêntico doutor e
mestre da Fé para os fiéis confiados aos seus cuidados”. “Nenhuma Conferência
Episcopal tem, enquanto tal, uma missão de ensino: seus documentos não têm
valor específico, mas o valor do consenso que lhes é atribuído pelos bispos
individualmente”.
-“O
grupo dos bispos unidos nas Conferências depende, na prática, para as decisões,
de outros grupos, de comissões específicas, que elaboram roteiros
preparatórios. Acontece, além disso, que a busca de um ponto comum entre as
várias tendências e o esforço de mediação dão lugar, muitas vezes, a documentos
nivelados por baixo, em que as posições precisas são atenuadas”. E ele recorda
que, em seu país, existia uma Conferência Episcopal já nos anos 30: “Pois bem,
os textos realmente vigorosos contra o nazismo foram os que vieram individualmente
de prelados corajosos. Os da Conferência, no entanto, pareciam um tanto
abrandados, fracos demais com relação ao que a tragédia exigia” (Ratzinger, A
Fé em crise, IV).
Portanto, não se pode nem se deve atribuir à CNBB responsabilidade e poderes que ela não tem! ENTÃO, O QUE É A CNBB? QUE IDEIA DEVEMOS FAZER DELA?
-“A
Conferência dos Bispos, organismo permanente, é a reunião dos Bispos de uma
nação, que exercem conjuntamente certas funções pastorais em favor dos fiéis
do seu território, a fim de promover o maior bem que a Igreja proporciona aos
homens, principalmente em formas e modalidades de apostolado devidamente
adaptadas às circunstâncias de tempo e lugar, de acordo com o Direito” (C.D.C.
cânon 447). Por isso, por ser uma obra da Igreja, merece o nosso especial
respeito e consideração.
-“A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que
congrega os Bispos da Igreja Católica no País; nela, conjuntamente, eles
exercem funções pastorais e dinamizam a missão evangelizadora. Respeitadas a
competência e responsabilidade de cada membro, quanto à Igreja universal e à
própria Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto
colegial, fomentar a comunhão entre os membros, ajudar os Bispos no seu ministério
para o benefício de todo o povo de Deus, concretizar o afeto colegial e
facilitar o relacionamento de seus membros, sendo espaço de diálogo, ajuda
fraterna e de encorajamento recíproco, estudar assuntos de interesse comum,
promover a ação evangelizadora, exercer o magistério doutrinal e a atividade
legislativa, segundo as normas do direito, representar o Episcopado brasileiro
junto a outras instâncias, inclusive a civil” (Estatutos art. 1º e 2º).
A natureza das conferências episcopais foi exposta na Carta Apostólica Apostolos suos, de S. João Paulo II, onde cita o decreto Christus Dominus do Concílio Vaticano II, que considera:
-“Muito conveniente que, em todo o mundo, os Bispos
da mesma nação ou região se reúnam periodicamente em assembleia, para que, da
comunicação de pareceres e experiências, e da troca de opiniões, resulte uma
santa colaboração de esforços para bem comum das Igrejas”. Ensina ele que “a
união colegial do Episcopado manifesta a natureza da Igreja. Assim como a
Igreja é una e universal, assim também o Episcopado é uno e indiviso, sendo tão
extenso como a comunidade visível da Igreja e constituindo a expressão da sua
rica variedade. Princípio e fundamento visível dessa unidade é o Romano
Pontífice, cabeça do corpo episcopal”.
-“Nós,
Bispos da Igreja Católica, sucessores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós
por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso
nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso
afeto colegial se concretiza também nas Conferências Episcopais, expressão da
catolicidade e unidade da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23,
atribui o surgimento das Conferências à Divina Providência e, no decreto
Christus Dominus, 37, determina que sejam estabelecidas em todos os países em
que está presente a Igreja” (56ª AG – Mensagem ao Povo de Deus).
O respeito devido aos Bispos, sucessores dos Apóstolos, se estende também, de certa maneira, à Conferência dos Bispos. No dia da ordenação dos Bispos, foi dirigida ao povo de Deus essa exortação: “Deveis honrá-lo como ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus… Lembrai-vos das palavras de Cristo aos Apóstolos: “quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou”.
A
CNBB É UM GRUPO IDEOLÓGICO, UMA ONG, FAVORÁVEL A ALGUM PARTIDO POLÍTICO?
-Não! “A CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político! As
ideologias levam a dois erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo
numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo;
por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos
outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n.
100-101)”
“A
Igreja fundada por Cristo é mistério de comunhão: “povo reunido na unidade do
Pai e do Filho e do Espírito Santo” (São Cipriano). Como Cristo amou a Igreja e
se entregou por ela (cf. Ef 5,25), assim devemos amá-la e por ela nos doar. Por
isso, não é possível compreender a Igreja simplesmente a partir de categorias
sociológicas, políticas e ideológicas, pois ela é, na história, o povo de Deus,
o corpo de Cristo, e o templo do Espírito Santo” (56ª AG – Mensagem ao Povo de
Deus).
POR
QUE A CNBB TEM MENSAGENS POLÍTICAS E SOCIAIS?
-“A
Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política, não
pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar
à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação
racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça não
poderá firmar-se nem prosperar” (Papa Bento XVI, Deus caritas est, n. 28).
-“Em
sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando
sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina
Social da Igreja. “A fé age pela caridade” (Gl 5,6); por isso, a Igreja, a
partir de Jesus Cristo, que revela o mistério do homem, promove o humanismo
integral e solidário em defesa da vida, desde a concepção até o fim natural.
Igualmente, a opção preferencial pelos pobres é uma marca distintiva da
história desta Conferência. O Papa Bento XVI afirmou que “a opção preferencial
pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre
por nós, para enriquecer-nos com a sua pobreza”. É a partir de Jesus Cristo que
a Igreja se dedica aos pobres e marginalizados, pois neles ela toca a própria
carne sofredora de Cristo, como exorta o Papa Francisco”.
-“Ao
assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas,
a CNBB o faz por exigência do Evangelho. A Igreja reivindica sempre a
liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das
realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum
ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Isso nos compromete
profeticamente. Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos
desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada. Se, por este
motivo, formos perseguidos, nos configuraremos a Jesus Cristo, vivendo a
bem-aventurança da perseguição (Mt 5,11)” (56ª AG – Mensagem ao Povo de Deus).
MAS
BISPOS DA CNBB TOMAM ÀS VEZES POSIÇÕES E ATITUDES NÃO CONDIZENTES COM A DOUTRINA
SOCIAL DA IGREJA!
-“A
Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser
responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com
a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por
eclesiásticos” (56ª AG – Mensagem ao Povo de Deus).
-O
mesmo se diga dos organismos ou instituições não episcopais, vinculadas à CNBB
para lhe prestar colaboração específica: essas instituições “podem
pronunciar-se ou agir tão somente em nome próprio, não em nome da CNBB, sempre
em consonância com eventuais pronunciamentos da CNBB” (Estatutos art. 12 §2º).
E
O QUE DIZ A CNBB SOBRE OS ABUSOS LITÚRGICOS QUE ACONTECEM EM VÁRIAS IGREJAS DO
BRASIL?
Dom Armando Bucciol, presidente da Comissão Episcopal Pastoral de Liturgia da CNBB, falando em nome da Conferência, explicou: “Antes de tudo, o que mais precisa a respeito da liturgia é entender seu sentido teológico e espiritual para torna-la momento forte, marcante e transformador na vida do cristão”, reforçando que:
"Quem viver a liturgia iluminado pela presença e força do
Espírito Santo não precisa procurar expressões do que ele chamou de criatividade selvagem. Ninguém é dono da liturgia, mas seu servidor. Bastar viver com intensidade e autenticidade a nobre beleza do rito na liturgia
latina que nós celebramos”.
No
pronunciamento oficial da Comissão para a Liturgia – “Reflexões e orientações
sobre Liturgia e Evangelização, com o objetivo de tornar as nossas celebrações
litúrgicas ‘simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e
a fonte de onde promana toda a sua força’ (SC 10) e verdadeiros momentos de
evangelização e autênticas experiências de encontro com Jesus Cristo” –
declarou:
“A
Evangelização consiste em propor caminhos para que as pessoas se encontrem com
Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e participem do evento da Páscoa do Senhor.
Ser Igreja e estar na Igreja é possível somente por Ele e para Ele - A expressão
consagrada na SC 9, ‘liturgia ápice e fonte da vida cristã’, não é retórica nem
modismo, mas afirmação basilar que não permite que a liturgia seja
instrumentalizada ou banalizada. Liturgia não é ‘mídia’, não está a serviço de
outra realidade que não seja o Mistério Pascal que fundamenta a nossa fé… A
sagrada liturgia não esgota toda a ação da Igreja, porque os homens, antes de
poderem participar na liturgia, precisam ouvir o apelo à fé e à conversão” (SC
9).
“Um
dos sinais mais eloquentes da manifestação do sagrado serão as comunidades
reunidas em oração, para celebrar a Liturgia e para louvar e agradecer ao
Senhor. O Papa Bento XVI reconheceu que ‘a melhor catequese sobre a Eucaristia
é a própria Eucaristia bem celebrada. Por sua natureza, a liturgia possui uma
eficácia pedagógica própria para introduzir os fiéis no conhecimento do mistério
celebrado’ (Sacramentum Caritatis, 64)”.
“Nas
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, escreve-se que
vivemos envolvidos num ‘mundanismo sob vestes espirituais e pastorais’, com
‘celebrações litúrgicas que tentem mais à exaltação da subjetividade do que à
comunhão com o Mistério - Por isso, nós
pastores, devemos avaliar, com sabedoria e competência, e discernir se os ritos
que se celebram em nossas comunidades – e o modo como são celebrados – facilitam
ou dificultam a Evangelização. Não podemos supor que o povo seja ainda
profundamente cristão (se é que tenha sido no passado). Porém, recusamos
acreditar que o ‘remédio’ consista em enfeitar – para não dizer mascarar – as celebrações litúrgicas para torna-las mais
charmosas e chamativas…”
“O
caminho mais seguro é tornar as nossas celebrações dignas, bonitas, coerentes
e fiéis ao espírito da liturgia” (Comissão Episcopal Pastoral para a
Liturgia – pronunciamento na 56ª AG
2018).
E
A ACUSAÇÃO DE QUE A CNBB ESTARIA FAVORECENDO O ABORTO?
A
posição da CNBB quanto ao aborto é claríssima, a mesma do Magistério da Igreja,
já manifestada em diversas e numerosas ocasiões. Por exemplo:
NOTA
DA CNBB PELA VIDA CONTRA O ABORTO – “Não matarás, mediante o aborto, o fruto do
seu seio” (Didaquê, século I). “A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil-CNBB, através da sua Presidência, reitera sua posição em defesa da
integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção
até a morte natural. Condena, assim, todas e quaisquer iniciativas que
pretendam legalizar o aborto no Brasil”.
“O
direito à vida é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer
etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana. O direito à vida
permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase
terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e
também para aquela que ainda não nasceu….”
“A
defesa incondicional da vida, fundamentada na razão e na natureza da pessoa
humana, encontra o seu sentido mais profundo e a sua comprovação à luz da fé…”
“Neste
tempo de grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na defesa
dos mais vulneráveis da sociedade, particularmente dos empobrecidos. A vida do
nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo
ímpeto e compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que,
atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função
que não lhe cabe, que é legislar”.
“O
direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que
qualquer outro, deve ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição
humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da República têm obrigação de
garanti-lo e defendê-lo. O Projeto de Lei 478/2007 – “Estatuto do Nascituro”,
em tramitação no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a
concepção, deve ser urgentemente apreciado, aprovado e aplicado. Não compete a
nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida,
assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e
excludente; ‘causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais
ver a luz, vítimas do aborto’. São imorais leis que imponham aos profissionais
da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou
indiretamente, na prática do aborto” (11 de abril de 2017).
Não
cabe, pois, a menor dúvida sobre a posição doutrinária da CNBB com relação ao aborto.
E
A ACUSAÇÃO DE QUE, COM A CAMPANHA DA FRATERNIDADE, A CNBB TERIA AJUDADO UMA ONG
ABORTISTA?
A Campanha da Fraternidade, que acontece na Quaresma, tem como finalidade unir as exigências da conversão, da oração e da penitência com algum projeto social, na intenção de renovar a vida da Igreja e ajudar a transformar a sociedade, a partir de temas específicos, tratados sob a visão cristã, convocando os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo, vendo-o na pessoa do próximo, especialmente dos mais necessitados da nossa ajuda. Da coleta para a Campanha da Fraternidade, feita no Domingo de Ramos, 60% fica nas Dioceses, para as suas próprias obras sociais (Fundo Diocesano de Solidariedade). 40% desta coleta ajuda a formar o Fundo Nacional de Solidariedade, criado para prestar um serviço à caridade, financiando projetos beneficentes, que lhe são apresentados, com a recomendação de um Bispo, e examinados pelo Conselho Gestor.
“O
Fundo Nacional de Solidariedade é fruto da Campanha da Fraternidade, iniciativa
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que, desde 1964, convida os
católicos, no período quaresmal, a refletir e agir sobre a situação dos mais
pobres e vulneráveis, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja…
O gesto de colaborar com a Coleta no Domingo de Ramos foi uma expressão de sua
espiritualidade quaresmal. Assim, sua vivência dos valores do Evangelho se
materializou em recursos para o financiamento de projetos sociais em nosso
país. Queremos, pois, em nome de todos os que serão beneficiados por essa
coleta, expressar-lhes nossa gratidão, ao mesmo tempo em que nos dispomos a
lhes prestar alguns esclarecimentos” (Conselho Gestor do Fundo Nacional de
Solidariedade (FNS) Declaração feita na 56ª AG da CNBB).
“Anualmente, é publicado um edital, com as exigências que devem ser observadas por aqueles que apresentam projetos. O edital dos anos anteriores está disponível no site. (fns.cnbb.org.br). Os projetos para o FNS podem ser apresentados por Regionais da CNBB, por Dioceses, Paróquias, Grupos organizados, Associações, Pastorais, Entidades Sociais sem fins lucrativos etc” (Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) Declaração feita na 56ª AG da CNBB). Neste ano, por exemplo, a 56ª Assembleia Geral da CNBB aprovou a proposta de destinar a Diocese de Roraima 40% dos recursos do FNS, para os trabalhos que envolvem a acolhida dos refugiados venezuelanos.
Sobre o projeto aprovado para a ABONG:
“Dentre os 237 projetos aprovados com os
recursos da Campanha da Fraternidade de 2017, um deles foi apresentado pela
Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – ABONG. Essa entidade
reúne organizações da Sociedade Civil, sem fins lucrativos, para o
fortalecimento da base associativa. Em nome de cerca de cem organizações –
dentre as quais, várias ligadas à Igreja -, a ABONG pediu recursos para a
realização do V Encontro dessas entidades, em São Paulo. Esse Encontro tinha
como finalidade única e exclusiva discutir o Marco Regulatório das Organizações
da Sociedade Civil, que é uma agenda política ampla, que tem o objetivo de
aperfeiçoar o ambiente jurídico e institucional relacionado às Organizações da
Sociedade Civil e suas relações de parceria com o Estado. Assim, a ajuda dada
não se destinou a apoiar projetos movidos por ideais divergentes dos valores da
fé cristã católica, como por exemplo o aborto. Temos no arquivo do FNS a
prestação de contas do evento em questão, bem como todas as notas fiscais,
fotografias e a lista de presença do evento” (Conselho Gestor do Fundo Nacional
de Solidariedade (FNS) (Declaração feita na 56ª AG da CNBB).
Como qualquer um pode ser enganado ao dar esmolas, o FNS reconhece que realmente pode não ter sido boa coisa ajudar essa associação, que congrega entidades que, fora da nossa intenção, podem usar essa ajuda para coisas más, como, no caso, o aborto. Mas a ajuda não foi dada para isso, mas apenas para o Encontro que visou discutir a situação jurídica das entidades afiliadas. Por isso o FNS declara:
“Comprometemo-nos a analisar mais atentamente os projetos que forem
apresentados, bem como a prestar maior atenção aos objetivos das entidades
proponentes. O Regulamento do FNS está sendo revisto e aprimorado para ser
apresentado ao Conselho Permanente da CNBB. Reafirmamos nosso compromisso com
Jesus Cristo e sua Igreja. Daí nossa disposição de continuar trabalhando de
acordo com a Moral Católica e a Doutrina Social da Igreja, para que ‘todos os
povos tenham vida’ (Jo 10,10). Renovamos nossos agradecimentos a todos os que
colaboraram com a CF-2018. Cresça, cada vez mais, nosso compromisso com os mais
necessitados, segundo o critério apontado por Jesus. A Virgem Maria, Mãe da
Caridade, nos ensine a seguir os passos de Jesus no serviço ao próximo”
(Conselho Gestor do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) Declaração feita na
56ª AG da CNBB).
E
SOBRE A cnbb e a "IDEOLOGIA DE GÊNERO"?
A CNBB protesta sempre seguir a doutrina católica e o ensinamento pontifício a esse respeito. Além dos dados da ciência e da lei natural, a doutrina católica ensina sobre o nosso dever em relação à própria identidade sexual:
“Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade pessoal e inscreveu nele a vocação do amor e da comunhão. Cabe a cada um aceitar a própria identidade sexual, reconhecendo sua importância para a pessoa toda, a especificidade e a complementaridade” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 487).
Com a ideologia de gênero, “deixou de ser válido aquilo que se lê na narração da criação:
‘Ele os criou homem e mulher’ (Gn 1, 27)… O homem contesta a sua
própria natureza… E torna-se evidente que, onde Deus é negado, dissolve-se
também a dignidade do homem” (Bento XVI, discurso à Cúria Romana, 21/12/2012).
O Papa Francisco tem falado da “beleza do matrimônio”, com a “complementaridade
homem-mulher, coroação da criação de Deus que é desafiada pela ideologia do
gênero” (Disc. aos Bispos porto-riquenhos, 8/6/2015).
Quaisquer
expressões que possam soar ambíguas sobre esse ponto devem ser interpretadas
segundo a doutrina católica acima mencionada.
QUAL
A MENSAGEM DA CNBB AOS FIÉIS LEIGOS, SOBRE A ATITUDE QUE DEVEM TOMAR?
“Neste
Ano Nacional do Laicato, conclamamos todos os fiéis a viverem a integralidade
da fé, na comunhão eclesial, construindo uma sociedade impregnada dos valores
do Reino de Deus. Para isso, a liberdade de expressão e o diálogo responsável
são indispensáveis. Devem, porém, ser pautados pela verdade, fortaleza,
prudência, reverência e amor “para com aqueles que, em razão do seu cargo,
representam a pessoa de Cristo (LG 37). Para discernir a verdade, é preciso
examinar aquilo que favorece a comunhão e promove o bem e aquilo que, ao invés,
tende a isolar, dividir e contrapor” (Papa Francisco, Mensagem para o 52º dia Mundial
das Comunicações de 2018)”
“Vivemos
um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais
e atingem a CNBB. Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça
crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos
experimentar a alegria de ser discípulos missionários” (56ª AG – Mensagem ao
Povo de Deus).
CONCLUSÃO:
“Enquanto Cristo ‘santo, inocente, imaculado’, não conheceu o pecado, e veio
expiar unicamente os pecados do povo, a Igreja, que reúne em seu seio os
pecadores, é ao mesmo tempo santa, e sempre necessitada de purificação, sem
descanso dedica-se à penitência e à renovação. A Igreja continua o seu
peregrinar entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus, anunciando
a paixão e a morte do Senhor, até que ele venha. No poder do Senhor
ressuscitado encontra a força para vencer, na paciência e na caridade, as
próprias aflições e dificuldades, internas e exteriores, e para revelar ao
mundo, com fidelidade, embora entre sombras, o mistério de Cristo, até que no
fim dos tempos ele se manifeste na plenitude de sua luz” (Lumen Gentium, 8).
Fonte:
https://www.cnbb.org.br/a-cnbb-esclarecimentos/
adendo SOBRE O "SENTIR-SE REPRESENTADO, OU NÃO, PELA CNBB"
-“A Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos” (56ª AG – Mensagem ao Povo de Deus).
-O mesmo se diga dos organismos ou instituições não episcopais, vinculadas à CNBB para lhe prestar colaboração específica: essas instituições “podem pronunciar-se ou agir tão somente em nome próprio, não em nome da CNBB, sempre em consonância com eventuais pronunciamentos da CNBB” (Estatutos art. 12 §2º).
Dito isso, oremos por nossos pastores e dignos ministros.
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Shalom!
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