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Como o Batismo de Desejo Já Salvou Muitos e Continua Atuando na Misericórdia Divina

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 10 de setembro de 2024 | 11:48


(o primeiro Santo que entrou no céu com Jesus não era batizado)

 por *Francisco José Barros de Araújo 




O "batismo de desejo" já salvou a muitos no passado e continuará salvando!


O conceito de “batismo de desejo” ocupa um papel relevante na teologia católica, especialmente na reflexão sobre a salvação daqueles que, por circunstâncias diversas, não receberam o batismo sacramental, mas desejaram sinceramente fazê-lo ou viver segundo a vontade de Deus. Historicamente, a Igreja reconheceu que, em casos de impossibilidade material de receber o sacramento, a intenção de cumprir a vontade divina pode conferir os frutos da graça batismal. Essa doutrina oferece não apenas consolo pastoral, mas também clareza teológica, reafirmando a misericórdia divina e a ação de Deus na história da salvação. Ao longo dos séculos, inúmeros exemplos de fé demonstram que o batismo de desejo já foi instrumento de salvação para muitos, e permanece como um ensinamento vivo que continua a orientar a prática e a compreensão da fé cristã.



A base bíblica são quatro passagens irrefutáveis:




1ª)-A passagem do ladrão contrito pregado na cruz junto ao calvário com Cristo que não era batizado e foi assegurada sua entrada no paraíso (Lucas 23,42-43)



2ª)- 1 pedro 3, 18-20: Jesus desce a mansão dos mortos e anuncia o evangelho a espíritos de pessoas falecidas, contemporâneos de Noé, e que também, não eram batizados.



3ª)- Atos 10,34-35: E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.



4ª)- Romanos 2,12-16: Assim, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que pecaram sob a lei serão julgados pela lei. Porque justos diante de Deus não são aqueles que somente ouvem a lei, mas os que praticam a lei é que serão justificados. Quando, pois, os gentios, que não têm a lei, fazem, por natureza, o que a lei ordena, eles se tornam lei para si mesmos, embora não tenham a lei. Estes mostram a obra da lei gravada no seu coração, o que é confirmado pela consciência deles e pelos seus pensamentos conflitantes, que às vezes os acusam e às vezes os defendem, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos das pessoas, de acordo com o meu evangelho.


 


 



Batismo de Desejo como meio de Salvação

 



Por Marcelo Andrade - Associação Montfort




 

Em artigo anterior ("Fora da Igreja não há salvação"), provamos que a afirmação "fora da Igreja não há salvação" é um dogma da Igreja Católica. Entretanto, significaria isso que uma pessoa que não tivesse tido a possibilidade material de conhecer a existência da Igreja.

 

 

Por exemplo, um índio da América, antes da chegada dos europeus -- não tinha possibilidade alguma de salvar-se? É claro que afirmar a impossibilidade de salvação desse índio seria atribuir a Deus uma injustiça.Esse índio, como todos os que não tivessem nenhuma possibilidade material de conhecer a Igreja, poderiam, sim, salvar-se, pois estavam em situação de ignorância invencível. Por ignorância invencível entende-se, como se depreende desses mesmos termos, uma condição em que a pessoa não tenha absolutamente nenhuma possibilidade de fazer qualquer coisa para conhecer algo, no caso, a existência da Igreja Católica.

 

 

 

Uma pessoa em situação de "ignorância invencível" com respeito à Igreja Católica pode salvar-se se respeitar a lei natural, que Deus inscreveu no coração de todo homem!




Essa obediência à lei de Deus colocada na natureza possibilita a salvação dessa pessoa. Se ela não pertence ao corpo visível da Igreja, ela pertence, porém, à alma da Igreja, por um desejo, pelo menos implícito, de receber o batismo. Ela tem o chamado "Batismo de desejo!"

 

 

 

Foi o Concílio de Trento que ensinou sobre o Batismo de Desejo!

 



 

"Depois da promulgação do Evangelho, não pode dar-se [a justificação do ímpio] sem o lavatório da regeneração [Cânon 5, sobre o Batismo] ou por seu desejo, conforme está escrito: "Se alguém não tiver renascido pela água e pelo Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus"( Jo. VIII, 5) ( Denzinger, 796).

 



 

Portanto, o Concílio de Trento ensinou infalivelmente que existe o batismo de desejo!

 

 

 

Esse batismo de desejo, que, como dissemos, é o de uma pessoa que pratica a lei de Deus como está inscrita na natureza, não tem necessidade de ser explícito. Aliás, não poderia ser de outro modo, naturalmente, pois a pessoa em estado de ignorância invencível não pode conhecer que existe o sacramento do Batismo. Conclui-se, pois, que uma pessoa em estado de ignorância invencível pode possuir o batismo de desejo, ainda que simplesmente implícito, e, por esse batismo de desejo, ela pertence à alma da Igreja, embora não a seu corpo visível, e pode se salvar. Deste modo, o dogma que ensina que "fora da Igreja não há salvação" continua firme e válido, pois a pessoa em ignorância invencível, e que obedece à lei natural, pertence, de fato, à alma da Igreja Católica.Por isso, o Papa Pio IX, depois de reafirmar o dogma de que "fora da Igreja não há salvação", ressalvou na Alocução Singulari Quadam, de 1854, que deve ser entendido que não têm salvação os que estão fora da Igreja por alguma culpa própria.

 

 

 

Ensinou Pio IX:

 

 


 

"Com efeito, pela fé há de sustentar-se que fora da Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se; que esta é a única arca da salvação, que quem nela não tiver entrado, perecerá no dilúvio. Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância da verdadeira religião, se aquela [ignorância] é invencível, não são eles ante os olhos do Senhor réus por isso de culpa alguma. Ora pois, quem será tão arrogante que seja capaz de assinalar os limites desta ignorância, conforme a razão e a variedade de povos, regiões, caracteres e de tantas outras e tão numerosas circunstâncias?" (Pio IX, Alocução Singulari Quadam, 1854, Denzinger, 1647). 




Pio IX confirmou a mesma doutrina na Encíclica Quanto Confficiamur Moerore de 10-VIII-1863, condenado que o liberalismo, defensor da tese de que há salvação fora da Igreja, quanto o rigorismo jansenista, que não admitia que Deus concedesse qualquer graça capaz de salvar fora da Igreja, ou que recusava o batismo de desejo.






Ensinou Pio IX de novo:




 

 

"E aqui, queridos Filhos e Veneráveis Irmãos, é preciso recordar e repreender novamente o gravíssimo erro em que se acham miseravelmente alguns católicos, ao opinar que homens que vivem no erro e alheios à verdadeira fé e à unidade da católica possam chegar à eterna salvação. O que certamente se opõe em sumo grau à doutrina católica. Coisa notória é para Nós e para Vós que aqueles que sofrem de ignorância invencível acerca de nossa santíssima religião, que cuidadosamente guardam a lei natural e seus preceitos, esculpidos por Deus nos corações de todos e que estão dispostos a obedecer a Deus e levam vida honesta e reta, podem conseguir a vida eterna, pela operação da virtude da luz divina e da graça; pois Deus, que manifestamente vê, esquadrinha e sabe a mente, ânimo, pensamentos e costumes de todos, não consente, de modo algum, conforme sua suma bondade e clemência, que ninguém seja castigado com eternos suplícios, se não é réu de culpa voluntária. Porém, bem conhecido é também o dogma católico, a saber, que ninguém pode salvar-se fora da Igreja Católica, e que os contumazes contra a autoridade e definições da mesma Igreja, e os pertinazmente divididos da unidade da mesma Igreja e do Romano Pontífice, sucessor de Pedro, 'a quem foi encomendada pelo Salvador a guarda da vinha', não podem alcançar a eterna salvação" (Pio IX, Quanto Confficiamur Moerore, Denzinger, 1677).

 



Ainda no século XX, durante o pontificado de Pio XII, o Santo Ofício, ao ter que condenar os erros do Padre Leonard Feeney - negador da existência do batismo de desejo - reafirmou em carta ao Arcebispo de Boston, tanto o dogma de que "fora da Igreja não há salvação", como a legitimidade do chamado "batismo de desejo".




Ensinou o Santo Ofício, em 1949, nessa carta contra o Padre Feeney:




"Entre as coisas que a Igreja sempre pregou e nunca deixa de pregar, está contida aquela sentença infalível que nos ensina que "fora da Igreja não há salvação". Este dogma, entretanto, deve ser entendido no sentido em que a própria Igreja o entende. Nosso Senhor, de fato, não confiou a explicação das coisas contidas no depósito da fé aos julgamentos privados, mas sim ao magistério eclesiástico."




"E em primeiro lugar, a Igreja ensina que neste caso se trata de um rigorosíssimo preceito de Jesus Cristo. De fato, Ele mesmo disse explicitamente aos seus discípulos que ensinassem todos os povos a observar o que Ele havia ordenado. (cfr. Mt 28, 19-20). Entre os mandamentos de Cristo, não tem menos valor aquele que nos ordena que os incorporemos, com o batismo, ao Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, e a aderirmos a Cristo e ao seu Vigário, por meio de quem Ele mesmo governa na terra de modo visível a Igreja. Por isso, não se salvará aquele que, sabendo que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo (Mateus 16,18), não aceitar, mesmo assim, de submeter-se à Igreja ou recusar a obediência ao Pontífice Romano, Vigário de Cristo na terra.




"O Salvador, então, não só predispôs em um preceito que todos os povos deveriam aderir à Igreja, como chegou a estabelecer que a Igreja era o meio de salvação sem o qual ninguém poderia entrar no Reino da glória celeste."




"Daqueles meios para a salvação que só por instituição divina, e não por necessidade intrínseca, estão dirigidos para o fim último, Deus, na sua infinita misericórdia, quis que, em certas circunstâncias, seus efeitos, necessários para a salvação, pudessem ser obtidos também quando estes meios sejam ativados apenas pelo anseio ou pelo desejo. Isso vemos claramente enunciado no sagrado Concílio de Trento, quer em relação ao sacramento da regeneração, quer a respeito do sacramento da penitência."




"Nas devidas proporções, o mesmo deve ser dito com relação à Igreja, já que esta é um meio geral de salvação. Pois, para se obter a salvação, não se exige a incorporação real (reapse), como membro, à Igreja, mas é exigido, pelo menos, a adesão a esta pelo voto e o desejo (voto et desiderio). Não é necessário que este voto seja sempre explícito, como se exige dos catecúmenos. Se o homem sofre de ignorância invencível, Deus aceita um voto implícito, assim chamado porque contido naquela boa disposição da alma com a qual o homem quer a sua vontade conforme à vontade de Deus."




"Estas coisas são claramente ensinadas na [encíclica de Pio XII Mystici Corporis Christi] em relação ao Corpo Místico de Jesus Cristo - Quase no final desta encíclica - convidando à unidade, com o espírito cheio de amor, aqueles que não pertencem à estrutura da Igreja Católica [o Sumo Pontífice] recorda aqueles que, "por anseio ou desejo inconsciente, estão ordenados para o Corpo Místico do Redentor"; não os exclui absolutamente da salvação eterna, mas, por outro lado, afirma que eles se encontram em um estado no qual "nada pode assegurar-lhes a salvação - pois que são privados de muitos e grandes socorros e favores celestes que só podem ser desfrutados na Igreja católica."




 

"Com estas prudentes palavras, desaprova tanto aqueles que excluem da salvação eterna todos os que aderem à Igreja apenas com um voto implícito, como aqueles que defendem falsamente que os homens podem ser igualmente salvos em qualquer religião."




"E não se deve nem mesmo pensar que seja suficiente um desejo qualquer de aderir à Igreja para que o homem seja salvo. Exige-se, realmente, que o desejo mediante o qual alguém é ordenado à Igreja seja moldado pela perfeita caridade; e o voto implícito não poderá ter efeito se o homem não tiver a fé sobrenatural" (Carta do Santo Ofício ao Arcebispo de Boston, 1949. Denzinger, 3866 -3872).




Nesses vários documentos do Magistério Extraordinário e Ordinário da Igreja, fica patente a extrema Sabedoria - infalivelmente divina -- com que os Papas ensinam os fiéis da Santa Igreja, evitando todos os excessos e erros, quer por laxismo liberal, quer por um rigorismo sem misericórdia, típico do jansenismo.Sempre absolutamente submissos à Cátedra de Pedro, fazemos questão de completar nosso artigo anterior com estas citações do Magistério Papal para que nossos leitores possam conhecer plena e perfeitamente a doutrina da Igreja Católica.




Marcelo de Andrade - Montfort

 





DÚVIDAS DE INTERNAUTA PELO E-MAL:





-"Uma pessoa batizada e crismada na igreja católica, que depois a abandona, e vai para outra religião, comete pecado grave e está sujeita a condenação?"




Resposta: O julgamento pertence unicamente a Deus que conhece realmente o nosso interior (conforme 1 Samuel 16,7), O Qual, quer a salvação de todos, e não a condenação (1 Timóteo 2,4).E fará todos os meios possíveis para nos salvar!




A culpabilidade, agravamento, e ou atenuação do pecado, se dar de duas formas: por "ignorância" (simples/invencível), e por "orgulho"!




O primeiro (pecado por ignorância simples, e ou, invencível), é passível de salvação, em virtude de que a sinceridade, não é o critério da verdade, pois uma pessoa pode estar sinceramente enganada em suas convicções, e só Deus pode saber. Além de que, as escrituras revelam que "onde não existe conhecimento (ciência) da lei divinamente revelada, e da igreja, não existe pecado" (confr. Rm 5,13-14). 



Já o pecado por orgulho, esse foi o pecado de satanás e seus asseclas! (confr. Apoc 12,7-9). Este sim, é um pecado passível de condenação eterna, porque existe conhecimento e plena ciência dos decretos divinos e da igreja (confr. Mateus 18,18; Lucas 10,16; Rom 1,19-22.25), aos quais os répobros não se submetem por puro capricho e orgulho, mas, só Deus pode fazer esse julgamento, pois Ele é livre e soberano em suas decisões, e pode usar de misericórdia com quem Ele bem quiser (confr.Romanos 9,15-18). Sabemos pelas escrituras, que sua misericórdia é superior a sua justiça (confr. Tiago 2,13) mas, não sabemos com quem Deus vai se utilizar dessa sua livre prerrogativa divina! Se com alguns de sua predileção (confr.Romanos 9,13-14), ou com todos!








A igreja prega apenas aquilo que a revelação e a sagrada tradição sedimentou ao longo dos séculos, e assim diz o sagrado magistério sobre esse tema:


 

§1259 Para os catecúmenos que morrem antes de seu Batismo, seu desejo explícito de recebê-lo, juntamente com o arrependimento de seus pecados e a caridade, garante-lhes a salvação que não puderam receber pelo sacramento.

 






 


§1261 Quanto as crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, "que quer que todos os homens se salvem" (1Tm 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que o levou a dizer: "Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais" (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo. Eis por que é tão premente o apelo da Igreja de não impedir as crianças de virem a Cristo pelo dom do santo Batismo.

 

 

Fora da Igreja não há salvação! "Como se deve entender esta afirmação, tantas vezes repetida pelos Padres da Igreja?", pergunta o Catecismo da Igreja Católica (CIC 846), explicando que "formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo" - “O santo Concílio «ensina, apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, que esta Igreja, peregrina na terra, é necessária à salvação. De fato, só Cristo é mediador e caminho de salvação. Ora, Ele torna-Se-nos presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ao afirmar-nos expressamente a necessidade da fé e do Baptismo, Cristo confirma-nos, ao mesmo tempo, a necessidade da própria Igreja, na qual os homens entram pela porta do Baptismo. É por isso que não se podem salvar aqueles que, não ignorando (portanto, livre e concientemente) que Deus, por Jesus Cristo, fundou a Igreja Católica como necessária, se recusam a entrar nela ou a nela perseverar».”( assim como na época do dilúvio esxistia apenas uma arca, figura da igreja, que não entrou nela, pereceu). Esta afirmação não visa aqueles que, sem culpa da sua parte, ignoram Cristo e a sua igreja (CIC 847):




“Com efeito, também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a sua vontade conhecida através do que a consciência lhes dita.” 


Conclusão  




Alguns podem contra-argumentar que ninguém sabe se o bom ladrão era ou não batizado, e que os anteriores a Cristo eram circuncidados; mas e quanto aos não circuncidados de Adão até Abraão? Enoc, por exemplo, não era circuncidado e foi arrebatado por Deus por lhe agradar (Hebreus 11,5). Além disso, a Escritura afirma que “em qualquer nação, quem pratica a justiça lhe é agradável” (Atos 10,35), evidenciando que a graça de Deus pode alcançar todos aqueles que buscam sinceramente viver segundo Sua vontade, mesmo fora da fé e revelação Judaico-Cristã. Também não se pode interpretar de forma fundamentalista a passagem: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Marcos 16,16). Essa afirmação deve ser compreendida à luz da pedagogia divina e da totalidade da Revelação, reconhecendo que Deus pode operar fora das limitações humanas, conferindo a salvação a quem sem culpa, não teve oportunidade de receber o sacramento do batismo, mas desejou sinceramente viver de acordo com a justiça e a verdade instalada em seu coração (conforme Romanos 2,12-16). A análise do batismo de desejo evidencia a profundidade da doutrina católica no reconhecimento da ação da graça além das circunstâncias humanas imediatas. O entendimento de que a intenção sincera de viver conforme a vontade de Deus pode gerar os efeitos salvíficos do sacramento reforça a universalidade da misericórdia divina. Assim, o batismo de desejo não apenas salvou inúmeros fiéis no passado, mas continuará sendo um instrumento da salvação, demonstrando que a fidelidade ao chamado divino e a abertura ao amor de Deus transcendem limitações. Todos que viveram antes de Cristo e não receberam o batismo sacramental, incluindo o bom ladrão, foram incorporados a esta realidade pelo batismo de desejo, mostrando que a graça divina alcança aqueles que eram justos, sinceramente buscavam a verdade, reconheciam-se pecadores e se arrependeram de seus pecados antes de morrer. Muitos não pertencem formalmente ao Corpo de Cristo, mas fazem parte da alma da Igreja, que é o Espírito Santo, participando da vida e da graça da Igreja de maneira espiritual e misteriosa. Esta compreensão fortalece a esperança, a fé e o compromisso dos cristãos em viver de acordo com os princípios do Evangelho, confiando na providência e na bondade do Senhor.



*Francisco José Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17 - Perfil curricular no sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.




BIBLIOGRAFIA



-Catecismo da Igreja Católica. (1993). Edição oficial brasileira. São Paulo: Loyola.


-Concílio de Trento. (1547). Decreto sobre o sacramento do batismo.


-Pohle, J., & Preuss, H. (1955). The Sacraments: Their Institution and Purpose. London: Burns & Oates.


-Rahner, K. (1983). Sacramentum Mysterium: An Introduction to the Theology of the Sacraments. New York: Crossroad.


-Ott, L. (1960). Fundamentals of Catholic Dogma. Rockford: TAN Books.


-Denzinger, H., & Schönmetzer, P. (2012). Enchiridion Symbolorum: Compendium of Creeds, Definitions, and Declarations of the Catholic Church. San Francisco: Ignatius Press.


-John Paul II. (1992). Catechesi Tradendae: On Catechesis in Our Time. Vatican City: Libreria Editrice Vaticana.


 



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Anônimo
1 de outubro de 2025 às 17:26

Perfeito!

Alguns podem contra-argumentar que ninguém sabe se o bom ladrão era ou não batizado, e que os anteriores a Cristo eram circuncidados; mas e quanto aos não circuncidados de Adão até Abraão? Enoc, por exemplo, não era circuncidado e foi arrebatado por Deus por lhe agradar (Hebreus 11,5). Além disso, a Escritura afirma que “em qualquer nação, quem pratica a justiça lhe é agradável” (Atos 10,35), evidenciando que a graça de Deus pode alcançar todos aqueles que buscam sinceramente viver segundo Sua vontade, mesmo fora da fé Judaic0-Cristã. Também não se pode interpretar de forma fundamentalista a passagem: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Marcos 16,16). Essa afirmação deve ser compreendida à luz da pedagogia divina e da totalidade da Revelação, reconhecendo que Deus pode operar fora das limitações humanas, conferindo a salvação a quem sem culpa, não teve oportunidade do sacramento, mas desejou sinceramente viver de acordo com Sua vontade. A análise do batismo de desejo evidencia a profundidade da doutrina católica no reconhecimento da ação da graça além das circunstâncias humanas imediatas. O entendimento de que a intenção sincera de viver conforme a vontade de Deus pode gerar os efeitos salvíficos do sacramento reforça a universalidade da misericórdia divina. Assim, o batismo de desejo não apenas salvou inúmeros fiéis no passado, mas continuará sendo um instrumento da salvação, demonstrando que a fidelidade ao chamado divino e a abertura ao amor de Deus transcendem limitações. Todos que viveram antes de Cristo e não receberam o batismo sacramental, incluindo o bom ladrão, foram incorporados a esta realidade pelo batismo de desejo, mostrando que a graça divina alcança aqueles que eram justos, sinceramente buscavam a verdade, reconheciam-se pecadores e se arrependeram de seus pecados antes de morrer. Muitos não pertencem formalmente ao Corpo de Cristo, mas fazem parte da alma da Igreja, que é o Espírito Santo, participando da vida e da graça da Igreja de maneira espiritual e misteriosa. Esta compreensão fortalece a esperança, a fé e o compromisso dos cristãos em viver de acordo com os princípios do Evangelho, confiando na providência e na bondade do Senhor.

Edmar Evangelista

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