As derrotas e vitórias de
Bolsonaro no Congresso em 2021 e um balanço de 2022
Por: * Juliana Castro e Juliana Matias –
JOTA
Cientistas
políticos avaliam que o ano de 2021 foi o ‘mais fácil’ do mandato do presidente
na relação com o Legislativo Este foi o ano mais
“fácil” do presidente na relação com o Legislativo, apesar de alguns tropeços
no meio do caminho nessa relação, como ocorreu quando os senadores resolveram
instalar a CPI da Covid-19 e ir para o enfrentamento contra o governo. Esta
é a avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo JOTA para avaliar a relação
do presidente Jair Bolsonaro (PL) com a Câmara e o Senado neste ano e apontar
quais foram as principais derrotas e vitórias do governo e as perspectivas para
2022.
O ano
mais “fácil” para o governo tem relação direta com a troca nos comandos da
Câmara, agora com Arthur Lira (PP-AL) no lugar de Rodrigo Maia (sem
partido-RJ), e do Senado, com Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em substituição a Davi
Alcolumbre (DEM-AP).
O Palácio do Planalto encerrou
2021 com duas grandes vitórias no Congresso:
-As
aprovações de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF)
-E da
PEC dos Precatórios, meio encontrado para abrir espaço fiscal para o Auxílio
Brasil.
É essa
a aposta bolsonarista para elevar os índices de popularidade do presidente no
ano eleitoral. “Lira, como presidente da Câmara, deu
essa tranquilidade a Jair Bolsonaro que Rodrigo Maia não dava”, afirma o
cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ. “A partir do comando de Lira
e Pacheco, não houve um domínio de Jair Bolsonaro sobre o Congresso,
entretanto, o Congresso cedeu ao presidente o que ele precisava, incluindo a
aprovação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal. O Congresso não
se submete totalmente à fala de Bolsonaro, mas ele também não se contrapôs ao
presidente. Foi uma legislatura ambígua essa de 2021”, completa.
Na campanha presidencial,
aliados de Bolsonaro torciam o nariz para o centrão!
Mas se
renderam a ele para buscar governabilidade. “Com Arthur
Lira no comando da Câmara, o centrão voltou a ter o protagonismo que tinha com
Eduardo Cunha. O centrão nadou de braçada em 2021, e isso vai ter
desdobramentos em 2022”, avalia Baía. No meio do caminho, apesar de toda
a crise institucional que se instalou com declarações de Bolsonaro que eram
vistas como ameaças à democracia, o Congresso não deu sinais de que poderia
entrar numa queda de braço com o presidente e, muito menos, avançar num
eventual processo para tirá-lo do poder. “A maior
vitória de Bolsonaro foi a Câmara e o Senado darem a tranquilidade para que ele
fizesse o governo a seu estilo, falasse o que falasse, sem ser ameaçado
constantemente por um processo de impeachment”, analisa o professor da UFRJ. É
consenso que o meio de o governo Bolsonaro buscar a governabilidade mudou neste
ano. De início, o presidente não tentou governar com o apoio de partidos, mas
optou por apostar nos votos em varejo, o que, claro, dificulta a
previsibilidade nas votações.“Como ele não compôs o
governo [com apoio dos partidos], não tem como esperar [o número de votos].
Então, cada coisa que Bolsonaro precisa [aprovar no Congresso], precisa construir
apoio, e isso fica muito difícil. Nos primeiros anos de mandato, ele não
conseguiu montar esse apoio. Nesse terceiro ano talvez tenha sido o momento em
que ele foi mais bem sucedido nessa construção”, avalia Graziella Testa,
professora da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV. Na Câmara,
sobretudo, Bolsonaro apostou na centralização de Lira, de quem recebeu apoio
para o encaminhamento dos projetos. As emendas do
relator – criadas por Bolsonaro e aplicadas a partir de 2020 – também ajudaram
e muito na governabilidade. Trata-se de um mecanismo criado pelo Orçamento
Impositivo que dá ao relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) o direito de
encaminhar emendas que precisam ser priorizadas pelo Executivo. Essas
despesas não são claramente discriminadas nos sistemas de controle da execução
orçamentária. Por isso, ganharam a alcunha de
“orçamento secreto”.
Em relação aos primeiros anos,
Bolsonaro realmente encontrou alguma forma de ver sua agenda aprovada!
Ainda que não seja absoluta. O presidente passou boa parte do ano sem partido político e com uma perspectiva eleitoral em 2022 e isso o tornou cobiçado pelos partidos. Facilitou um pouco essa governabilidade”, opina Graziella. “É esperado que 2022 seja um ano conflituoso, mas não acho que será pior do que foram os dois primeiros anos do mandato do presidente”, completa.
Fora a própria relação de Bolsonaro com o Congresso, Graziella alerta
para pautas que estão sendo articuladas pelos parlamentares para o próximo ano.
Uma delas é sobre o grupo de trabalho que está avaliando a reforma do regimento
interno na Câmara. “Isso pode ter impactos muito importantes
e é preocupante porque boa parte do que está sendo discutido no grupo, e foi
colocado como sendo o objetivo de deliberações, são ações que Arthur Lira
poderia tomar sozinho. Ele não precisaria colocar um grupo de trabalho para
discutir”, diz a professora da FGV, explicando que mudanças assim aumentam a
centralização em torno do presidente da Casa e reduzem a participação da
sociedade civil nas discussões. Para
Maria Teresa Kerbauy, professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e de Ciência Política da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o governo Bolsonaro se alinhou com
o Congresso em 2021 na tentativa de evitar o impeachment. Porém, medidas como
as reformas administrativa e tributária, que atenderiam a uma agenda liberal do
ministro da Economia, não avançaram. Com relação às
eleições de 2022, segundo Kerbauy, a distribuição do orçamento secreto será
muito importante para a definição dos candidatos à Câmara. Até o momento, ainda
não é possível fazer previsões das votações para essa Casa. A cientista
política explica que, na literatura da ciência política brasileira, havia um
consenso de que as eleições municipais não tinham influência nas eleições
presidenciais e estaduais. Porém, Kerbauy observa uma alteração desse olhar
para as próximas eleições devido à discussão sobre os arranjos federativos e ao
fim das coligações.
Eleições de 2022
Na
avaliação de Maria do Socorro Braga, coordenadora do programa de Pós-Graduação
em Ciência Política da UFSCar e do Núcleo de Pesquisa dos Partidos Latino
Americanos (Nepla), os líderes do Congresso apoiaram o governo em 2021. O presidente da Câmara se mostrou mais atrelado ao Executivo,
enquanto Rodrigo Pacheco se manteve mais afastado.Mas, em 2022, especialmente
na campanha eleitoral, essa relação dependerá da capacidade de Bolsonaro em
manter ou ampliar sua base eleitoral atual, que gira em torno de 25%. Caso o
presidente não a mantenha, espera-se que Lira e outros partidos do centrão
apoiem candidaturas com maior poder de vitória. Já
Pacheco se encontra em um partido dividido, com alas que apoiam o atual
presidente e outras que querem independência para lançar candidaturas
próprias. Braga aponta que o presidente tentará usar a máquina estatal a seu
favor para diminuir os efeitos da crise na economia e manter seu eleitorado. A agenda moral é outro ponto de destaque para Bolsonaro. Com
a nomeação de André Mendonça para o STF, ele obteve um trunfo junto ao segmento
evangélico. “É um eleitorado super importante para qualquer candidato, mas, com
certeza, Bolsonaro tem vantagens para ampliar essa base”, afirma. Além
dos evangélicos, Bolsonaro também terá de entrar novamente em acordo com os
militares. Em 2018, eles foram relevantes para a campanha bolsonarista, tendo
indicado inclusive o vice da chapa, Hamilton Mourão (PRTB). Mas, para Braga, o
presidente e seus comportamentos políticos se chocam com uma ala dos militares
que esperam outra atitude. Esse conflito tem levado à saída de vários fardados
do governo. Esse ponto, no entanto, é delicado e ainda
pode se alterar, já que um dos objetivos do apoio dos militares a Bolsonaro
foi, segundo a professora, não deixar ao PT nenhuma possibilidade de retorno. “Quanto
maior a tendência do Bolsonaro se manter enquanto único candidato que
derrotaria Lula, maior a tendência de eles manterem o apoio.”
*Juliana Castro – Editora-assistente no Rio de Janeiro. Responsável pela edição de reportagens publicadas no JOTA Info. Foi repórter no jornal O Globo e nas revistas Época e Veja.
*Juliana Matias – Repórter em São Paulo. Estudante de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP). Foi diretora e repórter na Jornalismo Júnior, empresa júnior formada por alunos de jornalismo da USP.
-https://www.gov.br/economia/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/principais-acoes-na-area-economica/acoes-2022
-https://www.jota.info/legislativo/bolsonaro-congresso-2021-perspectivas-2022-30122021
-https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/02/excluidos-do-pt-incluem-eleitores-de-bolsonaro-e-vice-da-camara-que-hoje-produz-pitaia.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2307200516.htm
-https://www.insper.edu.br/noticias/petistas-em-fuga/
-https://www.insper.edu.br/noticias/com-impeachment-pt-vive-onda-de-desercoes-e-perde-1-de-cada-5-prefeitos/
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Entregas oficiais do Governo Bolsonaro:
1) Reforma da Previdência
2) PEC Emergencial
3) Marco do Gás
4) Nova Lei de Falências
5) Marco Legal do Saneamento
6) Independência do Banco Central
7) Privatização da Eletrobrás
8) Lei da Liberdade Econômica
9) Lei Combate à fraude Previdenciária
10) Marco Startups
11) Marco Telecom e Agencias de Regulação
12) Privatização da BR Distribuidora
13) Início da Privatização dos Correios
14) Privatização TAG (Petrobras)
15) Privatização da Companhia Energética Manauara
16) Digitalização de Serviços
17) CNH 10 Anos
19) Open Banking
20) Venda Imóveis da União
21) Privatização da Termoelétrica Potiguar
22) Privatização da Gaspetro
23) 80 Leilões - Minfra
24) Marco das Ferrovias
25) Marco do câmbio
26) Leilão 5G
27) Criação do PIX
28) Lei das Assinaturas Eletrônicas.
29) +5 mil Obras Entregues
30) +231 mil moradias no Nordeste
31) Entrega Transposição S. Francisco
32) CNH 40 pontos
33) FMI - Realocação Inteligente de Recursos Pandemia
34) Endividamento Patamar Pré-Pandemia
35) LC 176/20: Resolução do Passivo Lei Kandir
36) Marco da Cabotagem (BR do Mar)
37) DTe Caminhoneiros
38) Marco das Garantias
39) Convite OCDE
40) Cadastro Positivo
41) Nova Lei de Licitações
42) Novo FGTS
43) +1000 Obras de Infra Turísticas Concluídas
44) Auxílio Brasil (R$ 400,00)
45) Disque Direitos Humanos (Disque 100)
46) Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180)
47) Programa Viver - Envelhecimento Ativo e Saudável
48) Nova Lei Rouneat
49) Programa Lixão Zero
50) +230 mil Títulos de Propriedades Rurais
51) Programa Wi-Fi Brasil (14,5 mil pontos)
52) 130 Escolas Cívico-Militares
53) +2.500 Obras Escolares
54) Revogaço (23 mil atos revogados)
55) Extinção de 27 mil Cargos Públicos
56) Lei Superendividamento CPF
57) Operação Guardiões do Bioma
58) De 124ª para 65ª no Ranking Doing Business do Banco Mundial
59) Privatização CODESA (Portos)
60) Projeto de Desestatização de Portos
61) PL Regulamentação do Lobby
62) TranformaGov - Moderniza a Gestão da Administração Pública
63) Auxílio-Emergencial (R$ 600,00)
64) Venda/Transferência de Veículos por meio Digital
65) Programa Pró-Trilhos
66) Programa de Apoio à Elaboração de Planos de Mobilidade Urbana Municipais
67) Programa Brasil M.A.I.S - Apoio de perícias, investigações e operações
68) +600 milhões de doses de Vacina COVID-19 Adquiridas
69) 78 Pedidos de Autorização Ferroviária
70) 30 Contratos de Novas Ferrovias
71) 10.000/km de Malha Ferroviária
72) Inova Simples – Startups
73) 34 Aeroportos Privatizados
74) + 90 Ativos da União Vendidos
75) Escritório de Representação do Ministério da Economia em Washington (EUA)
76) Antecipação da Neutralidade Climática de 2060 para 2050
77) Programa Caminho da Escola – 5,9 mil Ônibus fabricados
78) 1º Escritório Regional da OMT (Organização Mundial do Turismo) nas Américas
79) Super Renegociação do FIES
80) FI-AGRO / CPR Verde
81) RG Único (Centralização do CPF)
83) Novo Inmetro – Modelo Regulatório Pró-Mercado
84) Redução de 25% do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados)
85) Zerar IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) gradualmente até 2029
86) Sistema Balcão Único – abrir empresas em poucas horas
Fontes: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/orgaos/spe/estudos-economicos | https://www.gov.br/secom/pt-br
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