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#Leigo Consagrado na Igreja – O que é isso? Como isto é possível?

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 5 de fevereiro de 2022 | 20:07

 


 

 

Surgiu recentemente uma diga-se de passagem, “desnecessária polêmica por parte de pessoas que desconhecem o magistério da Igreja”, ao qual não se dão tempo nem ao menos para ler o Catecismo da Igreja Católica, e tudo isto após a publicação dos dados do Anuário Pontifício 2021 e do Annuarium Statisticum Ecclesiae 2019 pelo vaticannews.va em 25 de Março de 2021, que não incluem os membros das Novas Comunidades e os Leigos Consagrados. Estes(as) polemizadores de ocasião, acabaram criando e caindo em vexame ao debocharem dizendo: “Nos próximos dia dos consagrados, por favor vocês membros de novas comunidades não se misturem aos verdadeiros consagrados na igreja!” - Chegam até a propor (sem base magisterial alguma, mas apenas baseado em sua achologia revanchista), que não se use o termo Consagrado, mas "prometido"  - Lógico que este tipo de comentário geralmente parte de pessoas adeptas da polêmica pela polêmica e completamente alienadas ao magistério da Igreja, que nem mesmo sabem que seu batismo já os torna Consagrados(as), e que toda vivência Vocacional institucional é apenas para melhor viver a consagração primeira que é o nosso batismo - Propomos este aprofundamento na esperança de atingir a estas pessoas desinformadas, evitando que desvalorizem a doação de tantos irmãos e irmãs membros das Novas Comunidades, que são cientes desta novidade do Espírito na Igreja!Em 2015, a Igreja Católica celebrou o Ano da Vida Consagrada. O ano celebrativo foi aberto oficialmente no dia 30 de novembro de 2014, pelo Papa Francisco, e encerrou-se no dia 2 de fevereiro de 2016.Embora oficialmente a Igreja considere como vida consagrada apenas sacerdotes e religiosos celibatários, nos últimos anos tem crescido em todo o mundo a figura dos leigos consagrados. Eles não são religiosos nem sacerdotes, mas assumem um compromisso de serviço e seguimento de um carisma. Geralmente, esse compromisso é feito nas chamadas Novas Comunidades. Esse fenômeno é relativamente recente na Igreja. A mais antiga dessas novas comunidades no Brasil tem pouco mais de 30 anos. Quase nada, se comparado à história secular das ordens e congregações religiosas. Há leigos consagrados e já declarados Santos tanto na Opus Deis, como também no movimentos Focolares, fundado pela italiana Chiara Lubich. Santos leigos a história da Igreja os comprova desde os primeiros séculos, depois os leigos e leigas das Ordens Terceiras, e hoje este celeiro de leigos(as) que buscam uma vida santa nas Novas Comunidades.

 

 

 


Magistério da Igreja e Consagração dos leigos

 

 

 

CIC §901 "Os leigos, em virtude de sua consagração a Cristo e da unção do Espírito Santo, recebem a vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos sempre mais abundantes. Assim, todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano, descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo as provações da vida, pacientemente suportadas, se tornam 'hóstias espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo' (l Pd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia. É assim que os leigos consagram a Deus o próprio mundo, prestando a Ele, em toda parte, na santidade de sua vida, um culto de adoração."

 

 

 

Consagração e estado da vida Consagrada

 

 

 

CIC §916 O estado da vida consagrada aparece, portanto, como uma das maneiras de conhecer uma consagração "mais íntima", que se radica no Batismo e se dedica totalmente a Deus. Na vida consagrada, os fiéis de Cristo se propõem, sob a moção do Espírito Santo, seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro.

 

 

 

 

CIC §931 Entregue a Deus supremamente amado, aquele que pelo Batismo já estava consagrado a Ele, é assim consagrado mais intimamente ao serviço divino e dedicado ao bem da Igreja. Pelo estado de consagração a Deus, a Igreja manifesta Cristo e mostra corno o Espírito Santo age nela de maneira admirável. Os que professam os conselhos evangélicos têm, pois, por missão primeiramente viver sua consagração. Mas "enquanto dedicados, em virtude da própria consagração, ao serviço da Igreja têm obrigação de se entregar, de maneira especial, à ação missionária no modo próprio de seu instituto".

 

 

 

Consagração e missão

 

 

 

CIC §932 Na Igreja - ela é como sacramento, isto é, o sinal e o instrumento da vida de Deus -, a vida consagrada aparece como um sinal peculiar do mistério da redenção. Seguir e imitar a Cristo "mais de perto", manifestar "mais claramente" seu aniquilamento é estar "mais profundamente" presente a seus contemporâneos, no coração de Cristo. Pois os que estão nesta via "mais estreita" estimulam seus irmãos por seu exemplo, dão este testemunho brilhante de "que o mundo não pode ser transfigurado e oferecido a Deus sem o espírito das bem-aventuranças".

 

 

 

CIC §933 Seja este testemunho público, como no estado religioso, ou mais discreto, ou até secreto, o advento de Cristo permanece para todos os consagrados a origem e a orientação de sua vida: Como o povo de Deus não possui aqui na terra morada permanente, o estado religioso manifesta já aqui neste mundo a todos os crentes a presença dos bens celestes, dá testemunho da vida nova e eterna adquirida pela redenção de Cristo, prenuncia a, ressurreição futura e a glória do Reino celeste.

 

 

 

 

Consagração e unção

 

 

 

CIC §1294 Todos esses significados da unção com óleo voltam a encontrar-se na vida sacramental. A unção, antes do Batismo, com o óleo dos catecúmenos significa purificação e fortalecimento; a unção dos enfermos exprime a cura e o reconforto. A unção com o santo crisma depois do Batismo, na Confirmação e na Ordenação, é o sinal de uma consagração. Pela Confirmação, os cristãos, isto é, os que são ungidos, participam mais intensamente da missão de Jesus e da plenitude do Espírito Santo, de que Jesus é cumulado, a fim de que toda a vida deles exale "o bom odor de Cristo"

 

 

 

 

Aprofundamento Teológico sobre a Consagração laical

 

 

 

 

Além das vocações originadas do sacramento da Ordem (Padres, Diáconos) e do sacramento do Matrimônio (Casamento Católico), existem outras formas de vocação na Igreja. As outras três formas de vocações mais comuns na Igreja são:

 

-O Leigo Consagrado

 

 

-A Vida Religiosa

 

 

-Os Catequistas

 

 

 

Para começar, precisamos entender que na Igreja existem dois grupos de fiéis: Os Clérigos (Papa, Bispos, Padres e Diáconos) e os Leigos (Casais, Solteiros, Religiosos, Leigo Consagrado, etc), como afirma o Código de Direito Canônico:

 

 

 

 

Cân. 207 — § l. Por instituição divina, entre os féis existem os ministros sagrados, que no direito se chamam também clérigos; os outros féis também se designam por leigos.

 

 

§ 2. De ambos estes grupos existem féis que, pela profissão dos conselhos evangélicos por meio dos votos ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e sancionados pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão salvífca da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e santidade.

 



 


 




 

A palavra “Leigo” vem do grego (laos) e significa “povo”. O leigo é um estado comum dos batizados que pertencem ao Povo de Deus, mas não são ordenados.

 

 

 

Voltando o nosso olhar para o vocação do leigo, podemos dizer que o leigo é aquele fiel que não pertence ao Clero, e  é chamado a viver no mundo, transformando as realidades diárias à luz do evangelho. Então todo povo de Deus que não faz parte do clero (bispo, padre ou diácono) é leigo.

 

 

 

 

Qual é a vocação dos fiéis leigos?

 

 

 

Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Realizando assim o chamado à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados.” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, Qt.188)”

 

 

 

 

 

Dentro da vocação leiga existe uma vocação especial que na Igreja podemos definir como “Leigo Consagrado”

 

 

 

Mas o que seria “Vida Consagrada”? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica:

 

 

 

“A Vida Consagrada é o estado de vida constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não pertença à estrutura hierárquica da Igreja, está, no entanto, incontestavelmente ligado à sua vida e santidade»” (Catecismo da Igreja Católica, §914.)

 

 

 

 

Na Igreja, a vida consagrada deve seguir os conselhos evangélicos, que são os principais ensinamentos do seguimento de Cristo (Pobreza, Obediência e Castidade). O Leigo que escolhe a vida consagrada a Deus, faz a opção, dentro do seu estado de vida de leigo (não pertencendo ao clero) de entregar a sua vida a Deus e fazer os votos de Pobreza, Obediência e Castidade:

 

 

 

“Os conselhos evangélicos são, na sua multiplicidade, propostos a todos os discípulos de Cristo. A perfeição da caridade, a que todos os fiéis são chamados, comporta, para aqueles que livremente assumem o chamamento à vida consagrada, a obrigação de praticar a castidade no celibato por amor do Reino, a pobreza e a obediência. É a profissão destes conselhos, num estado de vida estável reconhecido pela Igreja, que caracteriza a «vida consagrada» a Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, §915.)

 

 

 

 

As pessoas que não são chamadas a se casar, viver uma vida de serviço ministerial na Igreja (Padre ou diácono) ou viver uma vida religiosa através dos institutos de vida religiosa, pode seguir a vocação de leigo consagrado:

 

 

 

“A partir daí, o estado de vida consagrada aparece como uma das maneiras de viver uma consagração «mais íntima», radicada no Batismo e totalmente dedicada a Deus. Na vida consagrada, os fiéis propõem se, sob a moção do Espírito Santo, seguir Cristo mais de perto, entregar se a Deus amado acima de todas as coisas e, procurando a perfeição da caridade ao serviço do Reino, ser na Igreja sinal e anúncio da glória do mundo que há-de vir.” (Catecismo da Igreja Católica, §916.)

 

 



ATENÇÃO! Existem instituições especiais na Igreja para acolher as pessoas que sentem o chamado de viver a sua vida como leigo de forma consagrada a Deus, são os chamado INSTITUTOS SECULARES:

 

 

 

“«Instituto secular é o instituto de vida consagrada, em que os fiéis, vivendo no mundo, se esforçam por atingir a perfeição da caridade e por contribuir, sobretudo a partir de dentro, para a santificação do mundo»” (Catecismo da Igreja Católica, §928.)

 

 



 


 

“Os membros destes institutos, mediante uma vida perfeita e inteiramente consagrada [a esta] santificação , tomam parte na tarefa de evangelização da Igreja, no mundo e a partir do mundo, onde a sua presença atua «à maneira de fermento. O seu testemunho de vida cristã visa ordenar segundo Deus as realidades temporais e impregnar o mundo com a força do Evangelho. Assumem, por vínculos sagrados, os conselhos evangélicos e mantêm entre si a comunhão e fraternidade próprias do seu teor de vida secular” (Catecismo da Igreja Católica, §929.)

 

 

 

Leigo: um conceito em evolução!

 

 



Por *Pe. Jean Poul Hansen

  

 

 

 

A palavra “leigo” (em grego laïkós, e em latim laicus) deriva da palavra grega laós, que quer dizer “povo”. No entanto, o termo teve sempre uma conotação negativa: “leigo” é aquele que não sabe, que não domina determinado conhecimento, que não tem o conhecimento ou a habilidade necessária para determinada arte ou ciência, que não possui conhecimento aprofundado sobre determinada área do saber. Pode ser tomado como sinônimo de ignorante. Foi usado assim, sobretudo na Idade Média, para diferenciar o povo, muitas vezes iletrado, sem acesso à cultura, de uma elite cultural e muitas vezes clerical. Na modernidade, o termo se estendeu ao nível geral, sendo usado em praticamente todas as áreas humanas com este sentido pejorativo.Foi o Concílio Vaticano II (1962-1965) – sem dúvida, o maior evento eclesial do século XX – que, entre outras tantas questões, superou essa compreensão negativa e estabeleceu um conceito positivo de “leigos”, designando-os da seguinte forma na Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium:

 

 

 

 

“Todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (LG 31).

 

 

 

 

O ponto de partida é ainda negativo, ou seja, a negação do estado clerical e religioso, mas logo em seguida aparecem o batismo e o povo de Deus, os dois grandes fundamentos da teologia conciliar e pós-conciliar do laicato.

 

 

 

 1.  Nas Sagradas Escrituras, a raiz

 

 

 

 

As Sagradas Escrituras, contudo, não conhecem essa palavra nem esse conceito, muito embora a sua raiz, laós (povo), esteja muito presente em toda a Bíblia, especialmente no Primeiro Testamento (cf. Ex 6,6-7; Dt 7,6-10; 29,12; 2Sm 14,13; Jr 7,23). Também no Segundo Testamento, em que normalmente pretenderíamos encontrar a palavra e o conceito de “leigo”, eles não aparecem. Durante os dois primeiros séculos, as comunidades cristãs viveram sua experiência de fé como um povo eleito, todo ele consagrado e santificado em Jesus Cristo (cf. 1Cor 11,1), dirigindo-se uns aos outros como “santos” (cf. At 9,13; Rm 1,7; 15,25.31; 2Cor 1,1; Ef 1,4; 1Ts 5,27), pois se sabiam todos “eleitos”, igualmente “herdeiros da promessa” (cf. Gl 3,19; At 20,32) e chamados a exercer um sacerdócio real, oferecendo a Deus um culto verdadeiro no Espírito (cf. 1Pd 2,9). Encontramos, nessa época, uma diferenciação de dons e carismas, a serviço do crescimento da comunidade e da missão. Há clara distinção de funções e de tarefas – apóstolos, colaboradores, líderes locais e membros da comunidade etc. –, sem que isso realize uma diferenciação hierárquica na comunidade (cf. FAIVRE, 2001, p. 25-27). As cartas autênticas de Paulo são disso um testemunho, pois nelas não aparece uma hierarquia definida, visto que, na sua redação, ainda não se tinha institucionalizado o carisma.

 

 

 

2.  Na Igreja primitiva, o primado da unidade!

 

 

 

 

O primeiro a usar a palavra “leigo” foi são Clemente de Roma (35-97 d.C.), por volta dos anos 90 d.C., não para distinguir nem para hierarquizar os ministérios no movimento cristão, mas simplesmente para designar as pessoas que não chegaram ao conhecimento espiritual, ou seja, à vida nova em Cristo, e pensam que sua salvação vem da observância dos preceitos e do culto da antiga aliança. São Clemente Romano fala de “homens leigos sujeitos a preceitos leigos”. Os fiéis em Cristo foram homens e mulheres que, compartilhando lado a lado as condições ordinárias da vida das pessoas do seu tempo, caminhavam como povo chamado à santidade, inseridos na vida social, na qual, conscientes de serem escolhidos por Deus para tornar realidade seu projeto de amor no meio do mundo, anunciavam e testemunhavam o evangelho, vivendo como discípulos no seguimento de Jesus Cristo e testemunhando sua centralidade na própria vida.A conversão não supunha para eles, regra geral, o abandono de suas famílias, de seu estado de vida, de suas ocupações profissionais etc. Sua vida no meio do mundo, isso sim, era paradoxal (cf. LÓPEZ, 2012, p. 54-70), como testemunha a Carta a Diogneto (V e VI):


 










“Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto, testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e em toda pátria são estrangeiros. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Põem a mesa em comum, mas não o leito; estão na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas com sua vida ultrapassam as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso, condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e enriquecem a muitos; carecem de tudo e têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a vida. Pelos judeus são combatidos como estrangeiros, pelos gregos são perseguidos, e aqueles que os odeiam não saberiam dizer o motivo do ódio.Em poucas palavras, assim como a alma está no corpo, assim estão os cristãos no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo, e os cristãos estão em todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível está contida num corpo visível; os cristãos são vistos no mundo, mas sua religião é invisível. A carne odeia e combate a alma, embora não tenha recebido nenhuma ofensa dela, porque esta a impede de gozar dos prazeres; embora não tenha recebido injustiça dos cristãos, o mundo os odeia, porque estes se opõem aos prazeres. A alma ama a carne e os membros que a odeiam; também os cristãos amam aqueles que os odeiam. A alma está contida no corpo, mas é ela que sustenta o corpo; também os cristãos estão no mundo como numa prisão, mas são eles que sustentam o mundo. A alma imortal habita em uma tenda mortal; também os cristãos habitam como estrangeiros em moradas que se corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus. Maltratada em comidas e bebidas, a alma torna-se melhor; também os cristãos, maltratados, a cada dia mais se multiplicam. Tal é o posto que Deus lhes determinou, e não lhes é lícito dele desertar”.

 

 

 

 

Os cristãos estiveram, portanto, inseridos em sua realidade, trabalhando, convivendo nos lugares públicos e habituais, mantendo quanto possível o mesmo jeito e modo de ganhar a vida, e evitando apenas os espetáculos do circo e as obscenidades do teatro (cf. Tertuliano, Apologética, 38,4).

 

 

 

A ambiguidade da história, a presença nela de realidades e estruturas de pecado, não foram ocasião de fuga para os primeiros cristãos, senão de fazer-se presentes no meio dela como sal e luz (cf. Mt 5,13-16). E foi essa inserção, ademais, o próprio método de evangelização.

 

 

 

3.  Na cristandade, cresce a diferenciação e se torna separação!

 

 

 

 

Se algo caracteriza a Igreja primitiva é a escassa diferenciação entre “leigos” e “clérigos”, o que fica patente quando constatamos que a presença dos leigos na organização institucional ocupa um papel relevante na comunidade eclesial e, depois do ano 313 d.C., nas próprias estruturas do Império. Leigos conscientes de que o ponto de partida é o batismo. Ele é o início do ser cristão, ou como afirmou são Jerônimo (347-420 d.C.), de maneira breve, mas eloquente:

 

 

“O batismo é o sacerdócio do leigo” (Dialogus contra luciferianos, n. 4).

 

 

 

Podemos dizer que a igualdade de todos os fiéis perante Deus é um dos princípios basilares da sociedade cristã. A diferenciação que lentamente ocorreu, durante os séculos I e II, com o aparecimento de estruturas organizativas na comunidade, respondia à necessidade de propor um intermediário visível entre Deus e as pessoas, donde surgiria uma classe particular e eleita, o clero. Isso só acontece claramente no século III. É só a partir de santo Ireneu (130-202 d.C.) que se pode falar de uma diferenciação hierárquica entre clero, no qual se agrupam os ministérios, e leigos (cf. LÓPEZ, 2012, p. 44-46). Não nos esqueçamos de que foi a partir do século IV que se estabeleceu o uso de lugares diferenciados na celebração litúrgica para o clero e o povo. Este detalhe foi testemunhado pelo Codex Theodosianus, um século mais tarde, ao determinar que os clérigos fossem postos na abside ou capela-mor e os fiéis, na nave da igreja, denominada “o lugar de oração do povo” (Codex Theodosianus, 9,45). Nessa época, clérigos e leigos se vestiam da mesma maneira e, ademais, levavam um mesmo estilo de vida, sendo também habitual ao clero o trabalho manual. Nem sequer a recomendação paulina da continência (cf. 1Cor 7,1-2.7-9.32-35) se havia transformado ainda na lei canônica do celibato.

 

 

 

 

A mudança das relações internas da comunidade, com a institucionalização da hierarquia sacerdotal e com a desigual participação na vida litúrgica, produziu variadas reações!

 

 

 

A mais ferrenha foi a do Montanismo, um grupo de cristãos que vivia separado da Igreja e se denominavam “pneumáticos” (inspirados pelo sopro do Espírito), em oposição aos demais cristãos, considerados “psíquicos” (ou racionalistas). A resistência que o Montanismo impunha à instituição eclesiástica tornava-o perturbador à hierarquia, uma vez que o movimento respondia às necessidades e anseios de largas camadas cristãs, desiludidas ante o retardamento da parúsia, razão de sua rápida expansão. Também Orígenes (185-253 d.C.) sentiu na pele essas mudanças, pois ele, que era leigo e professor de Teologia em Alexandria e sempre pregara nas eucaristias diante dos bispos que as presidiam, acabou sendo proibido de pregar. Larga controvérsia se estabeleceu, até que, no século V, são Leão Magno (400-461 d.C.) colocou um ponto final na questão, afirmando:

 

 

 

“Ninguém, seja monge ou leigo, atreva-se a atribuir-se o direito de ensinar e de pregar […]. Não se deve permitir que ninguém que não pertença à Ordem Sacerdotal se atribua a prerrogativa de pregar, sendo conveniente que, na Igreja de Deus, todas as coisas sejam ordenadas”. (LÓPEZ, 2012, p. 95).

 

 

 

 

Estava assim estabelecida a distinção e a distância entre clérigos e leigos, acentuada por um laicato medieval desprovido de acesso à cultura, o que provocou e reforçou a ausência dos leigos na tarefa da difusão da fé. Só o Concílio Vaticano II, no século XX, é que veio redimir e redimensionar, com sua eclesiologia de comunhão, o papel do leigo na Igreja, preconizado pelo aflorar da Ação Católica durante o pontificado de Pio XII (1939-1958) e pelos contemporâneos movimentos bíblico, litúrgico e ecumênico, os quais o Concílio retomou para fazer ressurgir uma imagem de Igreja menos hierárquica, descrita como Corpo Místico, comunhão de pessoas. Isso se expressará de maneira especial com a imagem bíblica da Igreja povo de Deus, termo que, em padres tão significativos como são João Crisóstomo (349-407 d.C.), é referido como laós.

 

 

 

Conclusão

 

 

 

O Concílio Vaticano II, na perspectiva de sua eclesiologia de comunhão e do resgate do conceito fundamental de povo de Deus, é o primeiro concílio, na bimilenar história da Igreja, a dedicar-se ao tema da atividade apostólica dos cristãos leigos e o faz com a publicação do decreto Apostolicam Actuositatem, na última sessão conciliar, em 18 de novembro de 1965. Como não podia ser diferente, subjaz ao decreto uma concepção do leigo como destinatário da ação da Igreja. Após o Sínodo de 1987, João Paulo II foi o primeiro papa da história da Igreja a publicar um documento pontifício sobre os leigos. Vinha a público, em 30 de dezembro de 1988, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christifideles Laici, sobre a vocação e missão do cristão leigo na Igreja e no mundo, uma tentativa de retomar, aprofundar e até mesmo redirecionar o caminho conciliar. Dez anos passados, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu uma Instrução acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes. O título já deixa notar o claro incômodo causado por algumas Igrejas locais que investiram no protagonismo laical, outrora solicitado e instigado.Foi então a vez de os bispos do Brasil entrarem em cena e indicarem, de modo claro, qual era o direcionamento para a “missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas na Igreja e no mundo”, título dado ao Documento 62 da CNBB, aprovado na sua 37ª Assembleia Geral, em abril de 1999. Aqui o conceito de leigo já não é de destinatário, mas surge como interlocutor da Igreja, ou seja, alguém que está em condições de dialogar. Passados 18 anos, os bispos do Brasil empenharam-se numa atualização daquele documento e publicaram, em 2017, o Documento 105, Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, sal da terra e luz do mundo, claro avanço no conceito em questão, pois agora nossos bispos chamam os cristãos leigos e leigas a serem sujeitos plenos da Igreja. Para tanto, convocou-se um Ano Nacional do Laicato, de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018, com o objetivo de investir na formação destes que são a incontável maioria do povo de Deus, os leigos e leigas, para que tenham clara sua identidade, vocação e missão, na Igreja e na sociedade. Esta configura o seu primeiro e prioritário âmbito de ação, naquela se realiza sua segunda tarefa, em colaboração com a missão dos pastores. Estamos diante de uma grande oportunidade para tomar consciência do enorme processo que passa por nós e continua no amadurecimento da compreensão do projeto de Deus, revelado em Jesus Cristo, projeto que vai tomando corpo em nós, pastores e fiéis, clero e laicato, quando juntos nos empenhamos na mesma tarefa de edificar o Reino de Deus em nosso mundo carente do fermento, do sal e da luz do evangelho.Se você como leigo, não sente o chamado para o casamento, para a vida religiosa (como freira, frei, monge, etc) ou para o sacerdócio, procure a Pastoral Vocacional e busque conhecer os institutos seculares da Igreja, bem como as Novas Comunidades com reconhecimento Pontifício, que propões uma vida consagrada para leigos solteiros e casados. Siga a sua vocação!

 

 



*Pe. Jean Poul Hansen pertence ao clero da Diocese da Campanha (MG). Estudou Teologia no Instituto Teológico Interdiocesano São José, em Pouso Alegre (MG). É mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade de Salamanca, na Espanha, docente na Faculdade Católica de Pouso Alegre (Facapa), coordenador diocesano de pastoral e assessor da Pastoral Catequética na sua diocese. É também membro da equipe de redação da Revista ECOANDO e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Careaçu (MG). E-mail: hpj76@hotmail.com

 



Alguns aspectos de uma vida realmente consagrada:

 



 


 




O próprio Jesus conforme nos demonstrou com seu testemunho: uma vida consagrada é uma vida pura! Ou seja, sem misturas com o fermento do demônio. Embora Jesus tenha sido o único a levar uma vida sem pecados, aqueles que se achegam a Ele e tomam o Seu fardo sobre si têm direito a Sua graça, que os tornará semelhantes Ele, ou seja, Cristificados! Consagração comporta também, docilidade e obediência. A teimosia, a rebelião e a racionalização precisam ser abandonadas, sendo substituídas pela submissão, pelo desejo de ser corrigido e pela aceitação de tudo o que o Senhor Jesus nos exigir. Ao fazermos isso recebemos a promessa da presença constante do Santo Espírito, uma promessa que é relembrada e renovada cada vez que uma alma penitente toma o sacramento da Eucaristia (João 6,56). Uma vida consagrada é uma vida de trabalho árduo. Desde bem cedo em Sua vida, Jesus cuidou dos assuntos de Seu Pai (Lucas 2,48–49). O próprio Deus é glorificado por Sua obra de levar a efeito a imortalidade e vida eterna de Seus filhos. É natural que desejemos participar com Ele de Sua obra, e ao fazê-lo, devemos reconhecer que todo trabalho honesto é Opus Dei. Todo Trabalho verdadeiro é sagrado; em todo Trabalho verdadeiro, ainda que seja apenas um simples trabalho braçal, há algo de divino.Deus determinou que esta existência mortal exija um esforço quase constante (Filip 2,12-16). Por meio do trabalho sustentamos e enriquecemos a vida nossa e dos outros.Uma realização alcançada arduamente proporciona um sentimento de autoestima. O trabalho edifica e refina o caráter, cria beleza e é o instrumento de nosso serviço ao próximo e a Deus. Uma vida consagrada é cheia de trabalho, às vezes repetitivo, às vezes braçal, às vezes pouco reconhecido, mas sempre um trabalho que melhora, que organiza, que sustém, que eleva, que ministra e que aprimora. Depois de louvar o trabalho, tenho também de falar algo de bom sobre o lazer. Assim como o labor honesto torna o descanso agradável, a recreação sadia é a amiga e constante companheira do trabalho. A música, a literatura, as artes, a dança, o teatro, os esportes — tudo isso pode prover entretenimento para enriquecer a vida e consagrá-la corretamente ainda mais. Por outro lado, nem é preciso dizer que grande parte do que se considera entretenimento hoje em dia são coisas vulgares, degradantes, violentas, alienantes e que desperdiçam nosso tempo. Ironicamente, muitas vezes é preciso trabalho árduo para encontrar um lazer sadio. Quando o entretenimento passa da virtude ao vício, ele se torna um destruidor da vida consagrada (1 Cor 6,12).Uma vida consagrada respeita a incomparável dádiva do corpo físico, uma criação divina feita à própria imagem e semelhança de Deus em seu filho Jesus Cristo.  O propósito principal da vida mortal é o de que todo espírito receba um corpo assim, e aprenda a exercer o arbítrio moral em um tabernáculo de carne. O corpo físico também é essencial à exaltação, que somente é alcançada pela combinação perfeita do físico com o espiritual, como vimos em nosso Sr Jesus Cristo! Aqueles que acreditam que nosso corpo nada mais é do que o resultado de uma evolução aleatória não sentem que devem prestar contas a Deus, ou a qualquer outra pessoa, pelo que fazem com o próprio corpo. Nós, que temos um testemunho da realidade mais ampla da eternidade, precisamos reconhecer que temos um dever para com Deus em relação a essa sublime realização de Sua criação física. Nas palavras de Paulo:“ Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Coríntios 6,19–20), e ainda: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12,1).Jesus nosso mestre e Senhor, nos mostrou com seu exemplo, que uma vida consagrada é uma vida de serviço. Horas antes do início da agonia de Sua Expiação, o Senhor humildemente lavou os pés de Seus discípulos, dizendo-lhes:“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou (João 13,14–16). Aqueles que discreta e prestativamente fazem o bem são um verdadeiro testemunho de uma vida consagrada!

 

 

 

Uma vida consagrada é uma vida íntegra! Vemos isso no marido e na mulher “que honram os “votos matrimoniais” com total fidelidade”.

 

 

 

Vemos isso no pai e na mãe cuja prioridade é comprovadamente nutrir seu casamento e garantir o bem-estar físico e espiritual dos filhos. Vemos isso nos que procuram ser retos e honestos em todas as coisas.Quem vive uma vida consagrada não busca tirar vantagem dos outros, mas oferece a outra face e, se lhe exigirem que entregue a túnica, dá a capa também (ver Mateus 5,39–40). As mais severas reprimendas do Salvador foram para os hipócritas. A hipocrisia é terrivelmente destrutiva, não apenas para quem é hipócrita, mas também para todos os que observam ou conhecem sua conduta, especialmente os filhos. Ela destrói a fé, ao passo que a honra é o rico solo no qual a semente da fé viceja.Enfim, uma vida consagrada é uma vida bela! Porque é harmoniosa. Sua força e serenidade são como dizem o salmista: “como uma árvore muito frutífera, plantada em terra fértil junto a um riacho de água pura, que produz muitos frutos preciosos” (Salmo 1,2-3). É de especial importância a influência que um homem [ou mulher] consagrado tem sobre as pessoas, particularmente as mais próximas. A consagração de muitos que nos antecederam, assim como a de outros que vivem entre nós, ajudou a estabelecer o alicerce de nossa felicidade. De igual maneira, as gerações futuras serão encorajadas por nossa vida consagrada, reconhecendo a dívida que têm para conosco pela posse de tudo o que realmente importa. Que tenhamos uma vida de verdadeiros consagrados, fieis a nossa consagração batismal, como filhos e filhas de Deus, para que “quando Ele se manifestar, sejamos como Ele, porque o veremos como Ele é, e seremos semelhantes a Ele” (1 João 3,2) - Que tenhamos esta esperança!




LEIGos(as) BRASILEIRos(as) A CAMINHO DOS ALTARES COMO EXEMPLOS NO SEGUIMENTO A JESUS CRISTO

 

 


 

1)-Beata leiga Nhá Chica (1808-1895)

 






 

Filha de uma escrava, Francisca de Paula De Jesus, mais conhecida como Nhá Chica, nasceu em 1808 em uma vila de São João Del Rey (MG). Ainda pequena se mudou com a mãe e um irmão para Baependi (MG) e aos 10 anos ficou órfã. Desde então, viveu sozinha dedicando seus dias à oração e ao cuidado dos mais necessitados. Quem se aproximava dela recebia orações, comida, consolo e conforto. Após a libertação dos escravos, em 1888, Nhá Chica decide não se casar e organiza reuniões diárias de oração em sua casa, que se transformou em local de peregrinação de pobres e ricos vindos de várias partes do Brasil que procuravam conforto espiritual. Recebeu como herança uma fortuna deixada por seu irmão, mas doou tudo aos necessitados. Guardou dinheiro apenas para construir uma capela dedicada à Imaculada Conceição. Morreu em 1895 e foi enterrada na capela que construiu. Foi beatificada em 4 de maio de 2013 pelo papa Francisco.

 

 



2)- Beata leiga Benigna Cardoso da Silva (1928-1941)

 



 


 




Conhecida como Jovem Benigna, nasceu em 1928 em Santana do Cariri (CE). Ficou órfã ainda menina e foi adotada com seus irmãos. Muito religiosa e temente a Deus, fez a primeira comunhão e seguia os mandamentos divinos. Aos 12 anos começou a ser assediada por rapaz, mas rejeitou os pedidos de namoro. Um ano depois, já em 1941, após uma tentativa frustrada de estupro, o rapaz usou um facão para cortar os dedos, a testa, as costas e o pescoço de Benigna, que morreu. O assassino foi preso e condenado. Arrependido, voltou ao local do crime 50 anos depois e pediu perdão a Benigna. O túmulo da jovem se tornou local de peregrinação. O decreto de beatificação foi promulgado em 4 de outubro de 2019. 








Venerada como um mártir da pureza e da castidade, ela foi brutalmente assassinada em uma tentativa de estupro em 1941.A cerimônia de beatificação ocorreu no Crato (24/10/2022) no Crato, no sertão do Ceará, pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que representa o papa Francisco.

 

 



3)-Beata leiga Albertina Berkenbrock (1919-1931)


 



 


 




Albertina nasceu em 1919 em Imaruí (SC). Ainda pequena aprendeu a orar com grande devoção na fé católica. Na escola era exemplo para seus colegas e professores. Ela brincava com crianças pobres e dividia o seu pão com eles. Foi assassinada por um funcionário da fazenda de seu pai, que cortou seu pescoço após uma tentativa de estupro frustrada. Inicialmente o funcionário negou o crime, mas pessoas notaram que o corte no pescoço da menina sangrava toda vez que ele se aproximava. O funcionário tentou fugir, mas foi capturado e condenado. Na prisão, confessou o crime. Morreu em 1931 e foi proclamada como mártir pelos moradores da região. Albertina foi beatificada em 20 de outubro de 2007 pelo papa Bento XVI.




 4)- Marcelo Henrique Câmara



 

 


 



Na Festa de Cristo Rei (25/11), Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de Florianópolis, declarou a abertura do processo de beatificação do jovem promotor de justiça Marcelo Henrique Câmara, conhecido como Marcelinho. Ele fazia parte do movimento Opus Dei e nas palavras do arcebispo Marcelo, encontrou o Reino instaurado por Jesus: “Um dia ele também descobriu este Cristo do Evangelho e o testemunho na universidade, em todo ambiente da Justiça, com alegria entre os jovens da Arquidiocese. Na vida de um santo, o que importa é que ele manifeste a presença e a ação de Deus”. Marcelo foi um filho e irmão extremamente dedicado à sua família. Amadureceu muito cedo com a separação dos pais e aos 10 anos de idade, assumiu atitude de responsabilidade pela mãe e pelo irmão mais novo. No início do curso universitário participou do retiro espiritual do Movimento de Emaús, quando obteve a graça de profunda conversão a Cristo e Seu Evangelho. Tornou-se ministro da eucaristia e assíduo no apostolado junto aos jovens. Na profissão foi mestre em Direito, atuando como professor substituto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e como Promotor de Justiça do Estado. O caminho é a Santidade Foi surpreendido pela descoberta de um linfoma, que posteriormente evoluiu para leucemia. Enfrentou com extraordinária serenidade o longo processo de luta pela vida, transformando o sofrimento em fonte de esperança e fé para as pessoas que o procuravam. Faleceu numa Quinta-feira Santa no dia 20 de março 2008. A partir daí sua fama de santidade começou a se espalhar e muitas graças atribuídas à sua intercessão. Louvemos a Deus por presentear a nossa terra de Santa Cruz com estes belos frutos de santidade.

 

 

 

 

FONTES BIBLIOGRÁFICAS DE CONSULTAS

 

 

 

-Catecismo da Igreja Católica – Edição Vaticana

 

 

-FAIVRE, Alexandre. Los primeros laicos: cuando la Iglesia nascía al mondo. Burgos: Monte Carmelo, 2001.

 

 

-GONZÁLEZ, Miguel Anxo Pena. La edad patrística y la configuración de una espiritualidad laical. In: LÓPEZ, Elisa Estévez (org.). Hombres y mujeres de espíritu en el siglo XXI. Salamanca: Universidad Pontificia, 2012.

 

 

-LÓPEZ, Elisa Estévez. Los primeros cristianos como modelo de espiritualidad laical. In: Hombres y mujeres de espíritu en el siglo XXI. Salamanca: Universidad Pontificia, 2012.

 

 

-https://www.a12.com/jornalsantuario/noticias/membros-de-novas-comunidades-falam-o-que-e-ser-leigo-consagrado

 

 

-https://santaluziagardenia.org.br/artigos/mes-vocacional-vocacao-do-leigo-consagrado

 

 

-https://www.vidapastoral.com.br/edicao/leigo-um-conceito-em-evolucao/

 

 

-https://clube.cancaonova.com/outras-materias/uma-vez-batizados-somos-consagrados-de-deus/

 

 

-https://sites.google.com/site/anadirdagostin/consagrados-a-deus-pelo-batismo

 

 

-https://www.franciscanos-rs.org.br/post/vida-religiosa-consagrada

 

 

-https://comshalom.org/frei-patricio-devemos-assumir-o-nosso-batismo-como-o-cristo/



-https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-03/anuario-pontificio-2021-dados-igreja-catolica.html

 

 

 

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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