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O Brasil mais que uma Crise Social vive uma Crise Moral e de conflito entre os poderes

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 14 de dezembro de 2021 | 14:49

 


 

Quer dizer que a sociedade é um “ser” que possui "ética" e passa por "crise moral"? Sempre imaginamos que isto só aconteça com indivíduos, pessoas concretas, ou, para usar uma linguagem mais aristotélica, “substâncias”. Ou seja, um sujeito qualquer - um João, por exemplo - pode ser honesto, covarde, mentiroso, verdadeiro, justo, injusto, etc. Já a Sociedade por si só, não pode ter esses atributos. As pessoas que a compões sim, pois a "sociedade" é um aglomerado de pessoas que perdem e adquirem valores, virtudes, defeitos e crenças.

 

 

 

O que acontece quando se coloca pessoas normais para simular uma prisão, dividindo-os metade em prisioneiros, metade em guardas?

 

 

 


 

Em 1971, o psicólogo Philip Zimbardo tentou responder a essa questão realizando o que se tornaria um dos mais famosos experimentos de psicologia social do século passado: “o experimento de aprisionamento de Stanford”. Sua equipe contratou 18 estudantes, dividiu-os aleatoriamente entre prisioneiros e guardas, e criou uma prisão simulada para encarcerá-los. Pretendia-se que o experimento durasse por 20 dias. No entanto, não levou mais do que cinco dias para que o experimento tivesse de ser abortado por sair totalmente de controle. Rapidamente os guardas começaram a abusar da sua autoridade. Faziam contagens repetidas dos prisioneiros e obrigavam os que não cooperavam de acordo com o previsto a fazer flexões. Em resposta, os presos se rebelaram, mas foram logo dominados pelos guardas, que passaram a tratá-los ainda mais duramente, obrigando-os a evacuarem em baldes dentro de suas celas, a limparem vasos sanitários com as próprias mãos, e a ficarem nus enquanto tinham seus rostos cobertos. Próximo do final do experimento, os prisioneiros já não mais se rebelavam. Pelo contrário, tentavam dissuadir qualquer manifestação de descontentamento. Preferiam a tranquilidade da opressão previsível à incerteza da punição contra a rebeldia. A maioria da humanidade encara passivamente a violação dos seus direitos. Os momentos de exceção são aqueles em que, como vemos hoje, o poder político é desafiado e, com alguma sorte, derrotado.

 

 

 

 

Há muito tempo, um outro pensador já havia investigado como que a vontade de poder do homem corrompe a sociedade?

 

 

 

Santo Agostinho entendia a natural falibilidade do homem e entendia haver uma predisposição natural para abusarmos do nosso poder, a “libido dominandi”: nossa ânsia de impor nossas preferências sobre o resto do mundo. Agostinho acreditava na necessidade de haver um governo para restringir a libido dominandi. O que o experimento de Stanford mostra, entretanto, é que uma estrutura de poder monopolística e bem definida como uma prisão pode corromper ainda mais o homem, em vez de amenizar seu desejo de dominação.

 

 

 

 

Daí a importância de estruturas de poder externas ao estado, como famílias, igrejas, empresas, imprensa e associações civis.

 

 


 


Todas elas competem e limitam o poder do estado. Por isso, há a tendência de governos autoritários de destruí-las (comunismo) ou de absorvê-las (fascismo).Apesar de “ainda” (não sabemos por quanto tempo) não vivermos em uma sociedade de autoritarismo extremo, a tendência do estado de se aliar ou combater outras estruturas de poder continua real. Empresas aliadas do governo conseguem financiamento para seus projetos, veículos de mídia recebem patrocínio estatal, e a classe média é seduzida pelo corporativismo das ofertas de cargos públicos de forma mais organizada, mas não muito diferente das ofertas salariais que o ex-ditador egípcio Hosni Mubarak fez ao funcionalismo público antes da sua queda.

 

 

 

Quando acreditamos que mudaremos essencialmente o governo com a eleição de pessoas boas estamos apenas nos enganando!

 

 

 


O que precisa mudar é a estrutura de poder — ou, sendo mais preciso, os incentivos gerados por essa estrutura. Em vão combatem os que se opõem à corrupção dos políticos por meio da indignação. Nunca verdadeiramente alteraremos o comportamento do topo da pirâmide política sem que haja modificações institucionais. Para nossa sorte, não vivemos em penitenciárias. Nem nas pequenas comunidades agrárias que viriam a tomar conta da Europa depois da morte de Agostinho. A história do poder no Ocidente levou a uma maior inclusão da participação popular nas decisões políticas. É sim possível influenciar as políticas públicas, e realizar reformas políticas e econômicas dissipadoras de poder.

 

 

 

 

Já virou um triste mas correto senso comum dizer que o Brasil atravessa desde há vários anos uma crise política!

 

 

 

Essa crise, como facilmente se percebe, não tão somente social, é também moral, no sentido de que a própria atividade política encontra-se profundamente desmoralizada. Essa desmoralização, por sua vez, também se deve a motivos de caráter moral, em particular a percepção, certa ou errada mas com certeza generalizada, de que os políticos profissionais costumeiramente não falam a verdade; de que eles não buscam o bem comum em suas atividades cotidianas; de que são corruptos e corruptores. Dessa forma, a percepção é que os políticos são mentirosos, mesquinhos e corruptos. Por extensão, os partidos políticos e as instituições republicanas (aí incluídos os membros do Poder Judiciário) são vistas não como a serviço dos cidadãos e do país, mas dos próprios políticos. Tudo isso conduz a uma forte crise de legitimidade, ou seja, da adesão subjetiva dos cidadãos à ordem política vigente.

 

 

 

 

Para o ser humano agir, a realidade sempre tem que ser idealizada!

 

 

 

Isso quer dizer que temos que ter noções gerais mais ou menos ideais guiando-nos em nossas condutas, indicando o que é certo e o que é errado, da mesma forma que o que pode e o que não pode ser feito, assim como quais os principais grupos sociais que atuam e porquê. Nesses termos, idealidade e realidade andam de mãos dadas, em que por um lado reconhece-se a legitimidade das negociações e da atividade própria aos políticos e, por outro lado, proclamam-se com clareza os princípios e os valores que estruturam, limitam e norteiam a ordem política. Como dizia o grande fundador da pátria brasileira, José Bonifácio: “a sã política é filha da moral e da razão”.

 

 

 

A sociedade passa por uma profunda crise ética e moral, isso porque a prática dos valores humanos foi esquecida!

 

 

 

Somos seres dotados de inteligência, isto que nos diferencia dos demais animais — não questionam o passado, e também não se preocupam com o futuro na medida em que são conduzidos mecanicamente por seu instinto de conservação — temos como atributo a capacidade de distinguir o certo do errado, através do livre-arbítrio. Mas como também estamos sujeitos a natureza, as apetites, paixões e inclinações também são fatores que contribuem para dirigir nossos atos. Usando mal nossa capacidade, o critério ao utilizar a razão deve encontrar a verdade sobre si mesmo. Esse formato será de grande valia no desenvolvimento das qualidades fundamentais na realização dos valores.

 

 

 

 

No mundo em que vivemos atualmente, temos dificuldade de acreditar e não entendemos como as pessoas podem agir de certas maneiras.

 

 

 

Os acontecimentos envolvendo a atitude dos seres humanos, as aflições e as crises que dela resultam, mostram no lado do indivíduo que tende somente para si, o individual. Falamos exatamente no binômio “ter” e “ser”, termos que fazem parte do cotidiano do homem em seu ambiente político. Você é o que você tem, o exterior domina o interior. Nossa incessante busca pelo consumo, para poder competir com os outros, cada vez mais nos torna escravos da desigualdade. Valores antes descritos por palavras como honra, dignidade, paixão, respeito são substituídos indiscriminadamente por lucro, roupa da moda, beleza física, e inúmeros outros que o dinheiro pode comprar.

 

 

 

A perda da legitimidade do sistema político é um problema de perda de confiança!

 

 

 

É antes de tudo uma questão moral, mas, bem vistas as coisas, a “moral” implicada nele é bastante rasteira, na medida em que os sentimentos e as ideias não estão em jogo: os sentimentos e as ideias de fundo permanecem, o que se perde é a crença de que o sistema pode, de alguma forma, corresponder aos sentimentos e às ideias, bem como os satisfazer.O problema vivido atualmente no Brasil consiste no aprofundamento radical dessa crise de legitimidade; os sentimentos e as ideias de fundo anteriores perderam-se ou corromperam-se, sendo cada vez mais substituídas por outras coisas muito ruins e muito piores: em vez de termos amor, temos ódio; em vez de termos altruísmo, temos egoísmo; em vez de termos bondade, temos mesquinhez. As interpretações racionais e racionalizadoras seguem de maneira quase automática tais sentimentos duros, agressivos e destrutivos.

 

 

 

Como dizia Augusto Comte, “a natureza do problema indica a natureza da sua solução”

 

 

 

O problema vivido atualmente no Brasil é político e moral; assim, são necessárias medidas políticas e morais. Essas medidas devem ser tanto diretivas (educativas) quanto repressivas (jurídico-policiais) e devem ser aplicadas com urgência cada vez maior. As medidas políticas são as mais diretas e as mais fáceis de serem implementadas; o ordenamento político brasileiro orienta-se claramente em prol das liberdades, do respeito à vida, da tolerância etc. As autoridades, portanto, devem fazer cumprir as leis e coibir o máximo possível, mas sempre dentro dos limites da lei, todos os comportamentos violentos e de ódio.

 

 

 

A ação pedagógica depende de ligas religiosas e políticas!

 

 

 

Os conservadores, que tradicionalmente afirmam a importância dos valores familiares, religiosos e morais, devem reafirmar essa importância, mas devem assumir que no Brasil as liberdades, o respeito mútuo e a tolerância, são efetivamente tradicionais, portanto, devem ser valorizadas e respeitadas. As diversas religiões existentes no Brasil – fetichistas, politeístas, monoteístas, metafísicas e positiva – devem igualmente afirmar, isoladas ou em grupos, que só o verdadeiro amor constrói, que o altruísmo deve prevalecer sobre o egoísmo, que o ódio não pode, nunca, ser considerado o pilar de nenhuma política nem de nenhuma organização social.

 

 

 

 

Em termos políticos, é necessário que os vários partidos e grupos sociais unam-se em favor das liberdades individuais e coletivas!

 

 


 

Essa união não precisa ser explícita: basta que tacitamente os grupos deixem de ferir-se uns aos outros e passem a envidar esforços sinérgicos, ou seja, na mesma direção, com o mesmo objetivo. Da mesma forma, os líderes políticos devem agir no sentido de preservar e fortalecer as instituições republicanas, além de adotarem os remédios republicanos para nossos correntes males políticos.

 

 

A chamada sociedade civil pode e deve apoiar os esforços tanto da liga religiosa quanto da liga política.

 

 

 

Os chamados “intelectuais”, por fim, têm que se pôr ao lado da sociedade civil e da liga religiosa, de modo a atuar como formadores de opinião; assim, devem abandonar os sempre existentes desejos de assumirem o poder (no lugar dos grupos políticos que a cada momento governam, geralmente na forma de oportunistas propostas parlamentaristas). No quadro atual, os intelectuais não podem furtar-se à obrigação de manifestarem-se publicamente, atuando como formadores de opinião. Os intelectuais devem indicar as possibilidades de ação para os políticos e os efeitos sociais de políticas tanto de extrema esquerda (Comunismo), como de extrema direita (liberalismo radical e o capitalismo selvagem), pois em ambas os FINS JUSTIFICAM OS MEIOS. Mas, devem fazer isto apenas como formadores de opinião, devem apenas secundar os esforços da liga religiosa, cujo papel é o de reverter a putrefação moral que se estende pelo país e no mundo.




São abundantes os relatos na “mídia mainstream” e nas redes sociais sobre atritos entre os três poderes no Brasil

 

 


 

Incontáveis querelas ocupam o centro dos acontecimentos em nossa vida política. Formaram-se correntes de opinião, facções e, em alguns casos, exaltadas torcidas. O risco de ruptura da democracia, nesse quadro, já não é mera ficção, considerando-se as ameaças que se formulam por parte dos três poderes.  Superar tal estado de coisas exige, em nosso entendimento, a adequada compreensão da natureza da crise que vivenciamos. Trata-se, em essência, de amplo desajuste institucional. Os princípios constitucionais "sensíveis" que a União deverá assegurar a sua observância é a "forma republicana, o sistema representativo e o regime democrático", previstos na alínea "a" do inciso VII do artigo 34 da Carta Magna, em consonância com o seu artigo 1º, caput, que prevê a "República Federativa, constituindo o Estado democrático de Direito", cujos elementos formadores são a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, todos eles garantidos ao povo, pela representação política exercida pelo voto (vontade da maioria) e pela Constituição Federal (razão), que defende sobretudo a satisfação dos direitos fundamentais e, no bojo, a minoria.Tais princípios sensíveis asseguram a manutenção permanente e segura da democracia, cujos pilares são alicerçados pelos poderes públicos e a sua respectiva representatividade política (Poderes Executivo e Legislativo) e garantidos pelo terceiro poder (Judiciário), que exerce o controle da legalidade e da constitucionalidade de todos os atos daqueles poderes e suas respectivas instituições.

 

 

 

Nessa direção, o debate que predomina na atual conjuntura macropolítica é a busca do equilíbrio entre aqueles poderes públicos como a forma ideal de governança e desenvolvimento de um Estado democrático de Direito.

 

 

 

Montesquieu, ao defender a separação dos poderes, tinha como principal finalidade a preservação da liberdade dos cidadãos que seria garantida pela divisão das funções de administrar, legislar e julgar, evitando, assim, o despotismo da monarquia da época, assim como os privilégios destinados aos nobres relativamente aos plebeus, os quais seriam eliminados pela garantia da igualdade de todos perante a lei. A tripartição de poderes é inerente à forma republicana, impedindo tentativas de abuso de poder no que diz respeito à governança, por meio do controle externo que cada poder exerce sobre o outro, com o objetivo de evitar a sua usurpação: o chamado "sistema de freios e contrapesos". O princípio da separação de poderes, em sua concepção, estimula certos atritos entre legislativo, judiciário e executivo. Não fosse assim, não existiriam nem fiscalização recíproca nem controle efetivo do poder, sempre propício a excessos. Interferências de um poder na esfera de ação de outro poder, como sustentou “O Federalista”, são tanto permitidas como desejáveis, pois concretizam um importante desígnio do constitucionalismo de primeira geração (constitucionalismo liberal): a limitação do poder.

 

 

 

O que é inaceitável, ensina ainda “O Federalista”, é o fato de um poder tomar o lugar do outro!

 


 


Vale dizer:  a um poder não é permitido assenhorar-se completamente das funções ou atividades de outro. Se um poder sobrepõe-se a outro, restam configuradas tendências autocráticas. Na lição do Professor Dalmo Dallari: “o sistema de separação dos poderes, consagrado nas Constituições de quase todo o mundo, foi associado à ideia de Estado Democrático...”

 

 

 

As dificuldades surgem, exatamente, na hora de diferenciar interferências parciais (concebíveis) de usurpações (execráveis)!

 

 

 

A separação de poderes nasceu em um momento histórico específico em que se pretendia reduzir a atuação do Estado; hodiernamente, as funções do Estado são cada vez mais amplas, exigindo-se colaboração entre os poderes. O dogma da supremacia do poder legislativo não resistiu ao fortalecimento do poder executivo e de suas políticas sociais. Registre-se, ademais, a ampliação da função jurisdicional (típica do Judiciário), cujo ativismo, concreto ou potencial, abalaria o próprio Montesquieu.

 

 

 

Vivemos a era dos direitos humanos e fundamentais, o que o Estado moderno não pode ignorar!

 

 

 

Multiplicam-se os poderes: Tribunal Constitucional, Chefia de Estado, Ministério Público e Administração Pública passam a integrar o esquema da separação, fazendo da tripartição uma ideia obsoleta. A demanda por participação política dos diversos atores democráticos cresce e, em muitas oportunidades, põe em xeque a democracia indireta ou representativa. Desenha-se, assim, o retrato perfeito da crise, uma vez que continuamos a pensar os conflitos entre os poderes na moldura ultrapassada do Estado Liberal Clássico. No Brasil, especialmente, minimiza-se a dimensão institucional da crise entre os poderes. Muitas análises limitam-se aos desdobramentos morais dos conflitos. Parece ser mais importante, nesse infeliz viés comportamental, a psicologia dos diversos atores: tendências autoritárias, exageros ativistas ou corrupção do caráter.

 

 

 

Para superar tal panorama (falta de imaginação institucional), a única alternativa é reformar as instituições!

 

 

 

Assiste razão ao jurista Maurizio Fioravanti ao afirmar que “uma constituição não é democrática somente por seu fundamento popular ou sua derivação de uma assembleia constituinte, mas em razão da mediação pacífica dos conflitos, capaz de tutelar a estrutura plural de um país”. A nova supremacia da Constituição, por conseguinte, tem por causa, a necessidade de definir limites seguros às pretensões das maiorias.

 

 

 

Nossa engenharia institucional exige novas linhas organizativas!

 

 

 

 

A distinção entre chefia de estado e chefia de governo, no contexto de um novo sistema de governo (o parlamentarismo), revelar-se-ia fundamental para a resolução de conflitos, uma vez que permite o exercício de função arbitral pelo Presidente da República. De igual modo, a redução do número de partidos políticos, propiciada por um sistema eleitoral mais racional, melhoraria as relações entre executivo e legislativo. O sistema eleitoral majoritário (puro ou misto) confere estabilidade ao governo (um número menor de partidos compõe a maioria parlamentar) e permite aos eleitores o controle efetivo sobre os representantes, além de reduzir os custos da campanha eleitoral, de modo a represar a corrupção. A criação de um Tribunal Constitucional, por fim, com a adequada separação entre a jurisdição constitucional e a jurisdição comum, racionaliza a administração da justiça. Reza o relato medieval que Santo Antônio, ao ser hostilizado pelos homens na hora de sua pregação, desceu de seu púlpito e, na beira d’água, passou a pregar aos peixes. Esses animais, por ordem de tamanho, teriam posto a cabeça para fora, com o objetivo de ouvir as palavras do franciscano. Na política do Brasil de hoje, não podemos realizar grandes milagres nem mudar os destinatários da Constituição. Para enfrentar os inúmeros conflitos, logo, importa o pequeno milagre de repensar as instituições.

 

 

 

“É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (Atos 5,29)

 

 

 


 

Em Atos dos Apóstolos 5,29 encontramos a famosa expressão de Pedro e dos demais Apóstolos “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” - Mas preciso dizer que esta frase é perigosa quando usada fora de contexto, de forma isolada. E isto vale para toda a Escritura que, com exceção de alguns provérbios, não foi escrita em versos (versículos), mas como narrativa de fatos e ideias. Quando lida de forma “nua e crua”, esta frase pode passar uma ideia de anarquia, rebeldia e outras atitudes avessas ao convívio humano e contrárias ao ensino da própria Escritura ao falar sobre obediência às leis, submissão às autoridades etc. Então, antes de usá-la para justificar atitudes pessoais, precisamos olhar para as circunstâncias em que esta frase foi pronunciada. Vivemos em um país que estampa em sua bandeira duas palavras muito bonitas: “ordem” e “progresso”. Se levarmos essa orientação a fundo, viveremos a verdadeira harmonia apresentada a nós pelo Senhor.

 

 


Quem escolhe o caminho da desobediência desajuizada, está querendo moldar tudo ao seu modo!

 

 

 

 

Se é para viver a fé da forma que achamos e não como a Igreja através da bíblia e o sagrado magistério nos ensina, então já não podemos mais nos considerar Cristãos, ou seja, aquele que segue os ensinos de Jesus Cristo, que foi obediente até a morte e morte de Cruz. Quando uma casa tem seu alicerce, ou estruturas abaladas, é questão de tempo para que ela venha abaixo. O milenar Sagrado magistério nos lembra que é preciso sempre fazer este juízo comparativo sobre nossa conduta com o ensino da Igreja para não nos perdermos com nossa achologia. Não podemos ceder às pressões, precisamos dizer ao mundo que, em primeiro lugar, obedecemos a Deus e depois aos homens! Voltemos ao tempo da catequese, e aprendamos o fundamental e o essencial da nossa fé, pois é ela que nos fundamenta a fazer a coisa certa!

 

 

 

 

Importa sempre obedecer a Deus do que a homens, principalmente aqueles que estão no poder, quando criam leis que vão contra os princípios Cristãos!

 

 

 

O que vale mais: as leis que homem com poder político em um estado ou país cria, ou a lei eterna e imutável em vista de nossa Salvação nos dada por Deus? A obediência às autoridades é um mandamento claro da Palavra de Deus: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Romanos 13, 1). As autoridades que nos regem são instituídas por Deus, e por isso devemos respeitá-las e obedecer-lhes.

 

 

 

Mas como nem todas as autoridades são tementes a Deus, surge a questão: como proceder se elas legislarem de forma contrária aos mandamentos expressos na Sua palavra?

 

 

 

O que fazer se nos proibirem de O adorar, se nos mandarem negá-Lo, se nos impedirem de divulgar a nossa fé ou os mandamentos deixados na Sua Palavra? Para nos ajudar a responder a estas questões, vamos nos basear nos exemplos bíblicos (Atos 3, 22-23) – Ali Pedro apelou ao seu arrependimento e conversão, para que os seus pecados fossem cancelados. E quando lhes falava acerca da ressurreição de Jesus, vieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus.Diz a Palavra de Deus que estes estavam “ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos...” (Atos 4,2). O que Pedro e João estavam a fazer era uma afronta à autoridade destes líderes Judeus. Eles que tinham executado Jesus com uma acusação de blasfémia, agora viam Jesus ser anunciado como o Cristo ressuscitado. E que no Seu nome e poder eram feitas curas? Por essa razão, prenderam Pedro e João e recolheram-nos no cárcere (Atos 4,3). Pedro e João não foram presos por um crime, ou por desobediência à lei civil. Eles foram presos por anunciar Jesus e a Sua mensagem. E isto era contrário aos interesses das autoridades religiosas desse tempo, que depois de matarem Jesus, queriam silenciar também os Seus discípulos.Como já era tarde nesse dia, o seu julgamento teve que esperar para o dia seguinte.Nessa altura então, “reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote;” (Atos 4, 5-6)Mandaram chamar Pedro e João e perguntaram: “Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?” (Atos 4, 7)

 

 

 

Será que a obediência devida às autoridades terrenas se deve sobrepor aos mandamentos de Deus?

 

 

 

As autoridades que tinham o poder de prender Pedro e João, de os punir, de os mandar calar-se e não anunciar nem ensinar em nome de Jesus, deviam ser superiores ao próprio Cristo? Ou Cristo é superior porque as constituiu? (João 19, 11; Romanos 13,1) Vejamos a resposta dos apóstolos às autoridades: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (Atos 4, 19-20). Os apóstolos disseram que a obediência a Deus tinha que vir primeiro do que a obediência às autoridades, e que não podiam deixar de falar das coisas de que tinham sido testemunhas. O mesmo ainda é válido para nós hoje. Devemos obediência às autoridades porque assim Deus o ordena, mas apenas quando elas não estão em oposição a Deus e à Sua Palavra! A Bíblia mostra-nos vários exemplos disso, tal como este dos Seus apóstolos. Que Ele nos dê força para Lhe sermos fiéis, e imitarmos o exemplo de irmãos fiéis do passado, que mesmo em perigo de vida, escolheram obedecer a Deus em vez de obedecer a homens sedentos e seduzidos pelo poder.

 


 

BIBLIOGRAFIA:

 

 

 

 

-ARISTÓTELES. A ética. Bauru/SP: Edipro, 1995 (Série Clássicos).

 

 

-BARBOSA, Lívia. Igualdade e meritocracia: a Ética do desempenho nas sociedades modernas. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

 

 

-COMTE-SPONVILLE, André. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

 

 

-FRANKENA, William K. Ética. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

 

 

 

-INHAUSER, Roberto Marcos. Fundamentos da ciência ética. Ribeirão Preto/SP: s/ed, 2002. Postilado.

 

 

-VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 4.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

 

 

-CORTINA, A. Ética Mínima: introdução à filosofia prática. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

 

 

-WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

 

 

-TOGNETTA, L. R. P.; VINHA, T. Valores em crise: o que nos causa indignação? In: TAILLE, Y. L.; MENIN, M. S. S. (Org.). Crise de valores ou valores em crise? São Paulo: Penso Editora, 2009.

 

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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