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"Prefiro errar com o Papa, do que acertar sozinho” – Certo, ou errado ?

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 4 de outubro de 2019 | 21:37







A frase "Prefiro errar com o Papa, do que acertar sozinho" é muito citada. Especialmente por aqueles que, não tendo mais argumentos, se refugiam no argumento de autoridade. O tema é delicado, e, para evitar falsas interpretações, serei até repetitivo! A frase acima citada pretende demonstrar uma grande devoção ao Papa, e, ao mesmo tempo, insinua que o oponente está contra o Papa. Na verdade, ela é falsa e demonstra que quem a usa, de fato, não tem devoção ao Papa, e não tem também, boa doutrina.






Em tempos de crise religiosa e eclesiástica, principalmente quando ela atinge as mais altas autoridades da Igreja, é normal aparecerem duas tentações opostas:





1)- A primeira, e a mais grave, é a de revolta contra a autoridade do Papa, que pode levar ao cisma e à heresia.





2)- A segunda e mais sutil, é a de, por respeito à autoridade, aceitar em silêncio os erros, ou fechar os olhos para os pecados de escândalo em que a autoridade possa a vir a incorrer, e somente rezar sem exortar como o apóstolo Paulo fez com Pedro, ao mesmo tempo que Paulo pedia que se rezasse por todas as autoridades constituídas, ele nunca deixou de exortar estas mesmas autoridades, principalmente as religiosas de seu tempo.





Confundem matéria, acidente e essência. Apresentam dificuldades em distinguir o que é metáfora e gênero literário, ou analogia do ser!

 




Por conseguinte, julgam todo e qualquer pronunciamento do Papa como infalível e magisterial, não distinguindo de mera opinião pessoal do papa, buscando sempre interpretá-lo, é claro, em ruptura com o que a Igreja sempre ensinou. Típico da hermenêutica da ruptura condenada pelo Santo Padre emérito Bento XVI.Ora, todo Católico esclarecido, sabe que infalibilidade papal é exercida tão somente, quando o Papa, se pronuncia "ex- cathedra", isto é, oficialmente como sucessor de Pedro em sua cátedra, como Bispo de Roma e soberano da Igreja Católica. 













As condições para o exercício do carisma da infalibilidade, de acordo com o dogma estabelecido pelo Concílio Vaticano I, em 1870, são quatro:






1 - Que o Soberano Pontífice se pronuncie como sucessor de Pedro, usando os poderes das chaves, concedidas ao Apóstolo pelo próprio Cristo;



2 - Que se pronuncie sobre Fé e Moral (e não sobre Sociologia, Filosofia e Ciências biológicas, que compete aos cientistas).



3 - Que queira “DEFINITIVAMENTE” ensinar à Igreja inteira;



4 - Que defina uma questão, declarando o que é certo, e proibindo, com anátema, que se ensine a tese oposta.











Para exercer um ato infalivelmente, em qualquer documento ou forma de pronunciamento, seja numa encíclica ou num decreto especial, bula, constituição apostólica etc. o Papa precisa deixar claro que o faz nessas quatro condições acima citadas. Assim, por exemplo, um discurso como por exemplo de Paulo VI na ONU , no qual ele declara que lá se pronunciava como doutor em humanidades, não é infalível, porque ele não se pronunciou como Papa, bem como nas audiências, ou visitas do papa como a outros países. Na encíclica Fides et Ratio, João Paulo II diz que fará "considerações filosóficas" (não recordamos suas palavras exatas, mas o sentido era esse). Isso, a nosso ver e salvo melhor juízo, não torna o documento citado infalível, pois, de novo, ele só se pronuncia como mestre de filosofia!





Senão, vejamos:

 





A pessoa diz: "Prefiro errar com o Papa...", fingindo devotamento ao Papa e à doutrina de Pedro. Mas o que, de fato, ela está dizendo é que o Papa pode errar. Ora, o Papa não pode errar! O Papa é infalível, quando fala ex cathedra, ou quando, em seu Magistério Ordinário, ensina o que sempre os Papas ensinaram num problema universal, dando sempre a mesma solução, sempre ensinada pelos seus antecessores. Mas, quando um Papa dá uma sua simples opinião pessoal, ele pode errar. Dizendo que prefere errar com o Papa, no fundo, essa pessoa está negando a infalibilidade papal. O que é heresia. Depois a pessoa diz, provando sua “falsa modéstia" e acusando insidiosamente o oponente de orgulhoso e de pouca fidelidade ao papado: "do que acertar sozinho"... insinuando que este opositor pretende "acertar sozinho", acusando-o de soberba. Na realidade, quem usa desse sofisma e dessas insinuações revela um parco, ou até mesmo nenhum conhecimento da doutrina da infalibilidade papal.Como já foi dito acima, Papa só é infalível quando fala ex cathedra, isto é, quando ensina matéria de Fé ou de moral, a toda a Igreja, com o poder dado por Cristo a Pedro, e com intenção de definir, ensinando o que é certo, e condenando o que é errado. Estas são as condições da infalibilidade papal, segundo o Concílio Vaticano I, que proclamou o dogma da infalibilidade pontifícia de forma DEFINITIVA e irrevogável e para todo orbe Católico.Os ensinamentos dos Papas, ainda que pronunciados não de modo ex cathedra, isto é, em seu Magistério Ordinário, por exemplo nas encíclicas, podem ser infalíveis quando os Papas, continuamente, tratando de uma questão de importância universal, ensinam continuamente a mesma coisa. Por isso, a doutrina do Magistério Ordinário também, deve ser acatada como infalível, desde que ensinada desse modo. É o que faz com que os ensinamentos permanentes e constantes de algumas encíclicas devam ser aceitos como infalíveis.













ATENÇÃO! O Concílio Vaticano I não declarou que tudo o que a pessoa que exerce o papado diz é infalível!





Noutras palavras, a infalibilidade está ligada à condição de Papa, e não é uma qualidade pessoal de quem está exercendo o papado. Há pois que distinguir entre o Papa, infalível pelo auxílio do Esp. Santo (espírito da verdade, que não erra), nas condições acima citadas, e a pessoa que é Papa, e que pode pessoalmente cair em erro, quando fala como simples pessoa particular, dando uma opinião puramente pessoal sobre algo de caráter temporal e circunstancial. Dizer, então: "Prefiro errar com o Papa..." é confundir o que a pessoa que está no Sumo Pontificado, diz como pessoa particular, quando pode pessoalmente errar em suas opiniões pessoais, com o que diz o Papa, enquanto Papa, que é sempre infalível quando fala ex cathedra, ou no Magistério Ordinário, na forma como foi dita também, acima.Essa distinção pode ser encontrada no próprio Evangelho. Logo depois de dar a Pedro o poder das chaves, esse mesmo Apóstolo, falando apenas como Simão, filho de Jonas, e não como Pedro, chefe do grupo dos dose, cometeu um erro dizendo a Jesus que devia afastar-se de Jerusalém. Cristo lhe respondeu chamando-o de satanás.







(Pedro após receber as chaves da Igreja, comete um erro com Jesus)





Deve-se seguir sempre a Pedro como Vigário de Cristo, o que não implica segui-lo quando Simão trai a Cristo três vezes. Sendo assim, perguntaríamos: Você preferiria errar com Simão, no pátio da casa de Caifás, negando a Cristo? Ou ficar  sozinho, junto à Cruz no Calvário ? "Ubi Petrus, ibi Ecclaesia". Essa é uma verdade na qual todo católico deve firmemente crer. Mas ela não pode ser substituída por outra, que diga erroneamente: "Ubi Simon (Karol Wojtyla,Joseph Ratzinger, Jorge Mario Bergoglio, etc) ibi Ecclesia". Não é a pessoa que tem o cargo que deve ser seguida, e sim o PAPA como vigário de Cristo. Deve-se sempre, absolutamente, acatar todo ensinamento ex cathedra, sob pena de deixar de ser católico, como se deve também respeitar o Magistério Ordinário. Não é lícito crer que se pode, à vontade, discordar do Papa naquilo que ele ordinariamente afirma, acreditando ser obrigatório acreditar, apenas, naquilo que ele afirma em caráter extraordinário. Como princípio, não se pode discordar do Papa, mesmo quando se pronuncia de modo falível, como se discorda de um jornalista, por exemplo. É preciso haver fortíssimas razões para isso. E essas fortíssimas razões são os ensinamentos de outros Papas, e não nossa opinião.














Como já está provado, não se deve querer errar com ninguém, nem mesmo com o Papa, que pode errar quando dá uma simples opinião pessoal. A autoridade do Papa não foi instituída por Cristo para que errássemos com ele, mas para acertarmos com ele, e ele só acerta infalivelmente, quando fala como Pedro, e não como Simão. Quando alguém portanto, usar essa frase equivocada, que acabamos de analisar, ele só quis fugir da discussão, porque já não tinha resposta. Fugiu, dizendo um chavão, e um chavão falso e malicioso, e muito provavelmente sem se dar conta da malícia oculta na frase, que ele repete simplesmente como papagaio de pirata, por tê-la ouvido, e nada mais.













CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 




Um dia, Cristo perguntou aos apóstolos: "Quem dizem os homens que eu sou ?" Os apóstolos responderam: "Uns dizem que és Elias, outros dizem que és João Batista que voltou ". E Cristo ainda: "E vós quem dizeis que eu sou ? ". Eles se calaram, não sabendo o que dizer...Não sabiam o que dizer, após terem visto tantos milagres. Não sabiam o que dizer, após terem ouvido tantas verdades. Até que S. Pedro falando como Pedro, e já não mais como Simão, proclamou infalivelmente: "Tu és o Cristo, filho de Deus vivo!"




Hoje, Deus nos pergunta: “Que dizem os homens que é o Papa?...”





E alguns respondem que ele é um homem comum, outros o tratam como herege, outros o chamam de Comunista, outros de a besta fera, o anticristo, etc, ultrajam-no de todas as formas mais humilhantes e desrespeitosa possível.













E nós católicos? "Quem dizemos que é o Papa?"






Ele é Pedro redivivo! Ele é, de fato, plenamente, "o doce Cristo na terra", como dizia Santa Catarina de Siena. Repetimos essa afirmação tão doce ao nosso coração de católicos, tão cheia de verdade, dessa Verdade que, desde o batismo, é a luz de nossas almas e de nossas vidas. Sim, nós temos certeza! Nós, católicos, somos filhos da certeza. E com a certeza que nos dá a palavra de Cristo e o dogma da infalibilidade papal, firmes sobre a pedra, nós dizemos com toda força de nossas almas: O Papa é Pedro reinando em Roma. O Papa é o vigário de Cristo! E quando esse século maldito nos interroga com sua boca atéia ou com sua língua progressista; quando ele, sorrindo irônico, duvida de nossa fé; quando nos ameaça e nos interroga, dizendo: "E quem é o Papa ?" ,com ufania lhe respondemos que ele é nosso Pai na Fé. Depois de séculos de santidade gerada pela Igreja e por sua doutrina, infalivelmente repetida pelos papas de todos os tempos; após dois mil anos de milagres, como não saber responder a esta pergunta que o mundo, hoje, nos faz com insolência: "E quem é o Papa? " O Papa é a Rocha sobre a qual Nosso Senhor edificou a sua Igreja (Mateus 16,18).E quando esse século subjetivista e evolucionista, que de cada pseudo-cientista, ou quando de cada guru, fazem seus próprios  "papas infalíveis”, repele os Papas do passado porque pensa que tudo evolui, nós lhe respondemos que passarão os céus e a terra, mas as palavras do Papa, falando "ex-cathedra" jamais passarão (Mateus 24,35).





Disse um poeta, que "é fácil acreditar na luz, ao meio dia! Difícil é crer no sol, à meia noite..."














Era fácil acreditar e ter verdadeira devoção ao Papa, quando em Roma reinavam São Gregório VII, Pio IX ou São Pio X. Difícil foi manter a verdadeira fidelidade e a verdadeira devoção ao Papa, em Avignon, ou no tempo do Grande Cisma do Ocidente, ou na corte de Roma renascentista. Difícil ainda mais é manter fidelidade à Igreja e a verdadeira devoção ao Papa, nestes dias de trevas, em que a fumaça de satanás entrou na Igreja, como disse o papa Paulo VI.É pois em meios a estas trevas modernistas e sedevacantistas, onde o atual e seus mais recentes sucessores, são odiados e incompreendidos, pelos que erram tanto à esquerda, quanto à direita, que proclamamos com Fé:Nós cremos na Igreja Una, Católica Apostólica e Romana. Nós cremos no Papa! Viva o Papa ! Viva o Papa, doce, doce Cristo na terra! Rezemos por ele, a fim de que Nosso Senhor Jesus Cristo, lhe dê a graça de conduzir a barca de Pedro até o Porto seguro da nossa Salvação!





in Corde Jesu, semper,






Orlando Fedeli - Montfort  -  (
Adaptado pelo Apostolado Berakash)








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Anônimo
6 de dezembro de 2024 às 11:11

Era fácil acreditar e ter verdadeira devoção ao Papa, quando em Roma reinavam São Gregório VII, Pio IX ou São Pio X. Difícil foi manter a verdadeira fidelidade e a verdadeira devoção ao Papa, em Avignon, ou no tempo do Grande Cisma do Ocidente, ou na corte de Roma renascentista. Difícil ainda mais é manter fidelidade à Igreja e a verdadeira devoção ao Papa, nestes dias de trevas, em que a fumaça de satanás entrou na Igreja, como disse o papa Paulo VI.É pois em meios a estas trevas modernistas e sedevacantistas, onde o atual e seus mais recentes sucessores, são odiados e incompreendidos, pelos que erram tanto à esquerda, quanto à direita, que proclamamos com Fé:Nós cremos na Igreja Una, Católica Apostólica e Romana. Nós cremos no Papa! Viva o Papa ! Viva o Papa, doce, doce Cristo na terra! Rezemos por ele, a fim de que Nosso Senhor Jesus Cristo, lhe dê a graça de conduzir a barca de Pedro até o Porto seguro da nossa Salvação!

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