Qual
farol que, em meio às trevas, irradia sua luz salvadora ao náufrago sem alento
na confusão de um mundo materialista, neopagão e secularizado, a Igreja
resplandece com maior brilho diante do homem atual.
Dentre os modos pelos quais ela
exerce esta missão salvadora, está a via da beleza, via pulchritudinis, que
parece ser, na atualidade, um dos métodos pastorais mais profícuos para o
anúncio do Evangelho, oferecendo as tábuas da esperança a uma humanidade
abandonada ao fragor das apreensões que rondam o mundo atual.
Esta
ação da Igreja se dirige de modo especial àquela porção de homens cuja atração
pelo divino se funda no senso da admiração, do maravilhoso e da transcendência.
A voz dos Papas
Neste sentido, a voz do
Magistério se tem feito ouvir reiteradamente, pois, conforme explicava o Papa
Paulo VI:
"o
mundo em que vivemos tem necessidade da beleza para não cair no desespero. A
beleza, como a verdade, traz o gozo ao coração dos homens e um fruto precioso que
resiste ao tempo, une as gerações e lhes faz comungar na admiração".1
João Paulo II propunha a via da
beleza a fim de que a humanidade pudesse voltar-se para Deus através do
maravilhamento, levando-a à experiência do Absoluto, pois "diante da
sacralidade da vida e do ser humano, diante das maravilhas do universo, o assombro
é a única atitude condigna. [...] Os homens de hoje e de amanhã têm necessidade
deste entusiasmo, para enfrentar e vencer os desafios cruciais que se
prefiguram no horizonte. Graças a ele, a humanidade poderá, depois de cada
extravio, levantarse de novo e retomar o seu caminho. Precisamente neste
sentido foi dito, com profunda intuição, que ‘a beleza salvará o mundo'2. A
beleza é chave do mistério e apelo ao transcendente".3
De modo semelhante, Bento XVI tem
recordado, em diversos momentos, a importância desta via, como, por exemplo,
aos artistas sacros, cuja "missão consiste precisamente em suscitar a
admiração e o desejo do belo, formar a sensibilidade das pessoas e alimentar a
paixão por tudo aquilo que é expressão autêntica do gênio humano e reflexo da
Beleza divina".4
A apologia da beleza transcendental na
obra teológica de Von Balthasar
Não são somente os últimos
sucessores de São Pedro que têm relembrado o papel do pulchrum na evangelização
ou na teologia. Neste sentido, merece destaque Hans Urs Von Balthasar
(1905-1988), cujo mérito - entre outros - está em ter recuperado a categoria do
belo e sua interpretação na mensagem teológica cristã do século XX.
Apesar
de Balthasar ser teólogo, sua obra se caracteriza por um especial enfoque
filosófico, pois desta forma visava responder à altura algumas objeções à
beleza transcendental, presentes em certas correntes de pensamento.
Salvaguardando o primado da
iniciativa divina sobre a humana, Balthasar opõe-se ao antropologismo
filosófico e teológico dominante na década de 60 e contesta o método
transcendental de Karl Rahner. Para o autor, não é o objeto (a Revelação) que
tem de adequar-se à modalidade de recepção do sujeito (o homem), mas o sujeito
ao objeto.
Também, ao contrário da proposta subjetivista da
moderna filosofia da consciência, a qual sustenta que o originário e
constitutivo do espírito consiste na autonomia de uma consciência fechada em si
mesma, Balhasar afirma a abertura ao ser através da contemplação das criaturas.
Esta consideração conduz a uma relação de admiração e contingência. Deste
enlevo, chega-se à relação com algo que supera os limites humanos, ou seja, num
comércio de dependência direcionada ao princípio
causal de todas as criaturas, ao próprio Deus5.
causal de todas as criaturas, ao próprio Deus5.
A via da beleza segundo Von Balthasar
Balthasar afronta a perplexidade
de se desenvolver a teologia cristã através da beleza, argumentando que a visão
do verum e do bonum são completadas mediante o aporte do pulchrum, pois a luz
dos transcendentais só poderá brilhar se permanecer íntegra.
De fato, o teólogo suíço explica
que todo homem, por amor ao absoluto, procura conhecer a verdade que o
transcende, percorrendo vários caminhos, embora nem todos passíveis de chegar
até Deus. A beleza seria uma destas vias, mas, lamentavelmente, "a
categoria do belo ocupa na filosofia e na teologia contemporânea um papel
insignificante"6, pois na época moderna, religião e a teologia
afastaram-se da beleza, impuseram-lhe enérgicas fronteiras, degenerando em
anacronismo para a filosofia, a ciência e a teologia7.
Por isso, insiste que o homem
moderno, colocado diante do Verbo e de suas criaturas, tem de reaprender a ver
aquilo que revela uma teofania, a partir da beleza transcendental. Nesta
perspectiva, tanto a vida do Redentor como as maravilhas da criação aparecem em
seu caráter, embora abismático, como algo sublime e majestoso, submerso no
gratuito mistério do amor de Deus.
Alguns teólogos passaram a
recriminar no autor seu interesse aparentemente exclusivista pela beleza, o que
de modo evidente não corresponde à intenção de Balthasar. O teólogo suíço, por
sua vez, convida a não se recusar aprioristicamente esta tentativa,
qualificando-a como mero esteticismo, mas, isto sim, a aceitar o itinerário
proposto, analisando com sensatez e humildade o caminho que se visa percorrer.
Esta posição exclui uma transcendência exclusiva da beleza, ainda que
considerada em relação com a Revelação cristã8.
Por outro lado, o Cardeal Joseph
Ratzinger observava que "foi a partir desta concepção que Hans Urs von
Balthasar arquitetou o seu opus magnum de estética teológica, da qual muitos
aspectos têm dado entrada no domínio da discussão teológica,embora o seu ponto
de partida, que constitui o verdadeiro elemento essencial do todo, quase nem
sequer tenha sido recebido. Por certo, em jogo não está somente um problema de
teologia; está também um problema da pastoral, que deveria voltar a
proporcionar ao homem o encontro com a beleza da fé".9
A bondade sem a beleza
Como outrora a beleza foi
recusada no mundo pagão, quando este se afastou do significado transcendental
da criação, recaindo, primeiro na hediondez moral (Rm 1,19ss), e posteriormente
na pior das barbáries, aquela que se diz civilizada, também hoje, a beleza
edificada ao longo dos séculos pelo cristianismo na civilização ocidental
parece novamente despedir-se do mundo, abandonando-o à sua pragmática avidez de
divertimento e lucro. Esta recusa à beleza transcendental, gerada pela falta de
amor a Deus em troca do afeto aos bens materiais, só pode conduzir os homens à
tristeza e à depressão. Esta frustração caracteriza a mentalidade materialista,
a qual contraria a procura do Absoluto inerente à natureza humana. Com a
exclusão da beleza no panorama dos homens, o bem moral perde sua força de
atração, obstruindo a evidência de seu dever e a razão última de seu
cumprimento. Assim, o homem, perdido diante da escolha entre um bem obnubilado
pelo mal, que se mostra cada vez mais excitante, busca no vício a felicidade
total que não encontrou na pobre manifestação da virtude.
Em sentido contrário, Von
Balthasar afirma que a autenticidade da vida cristã consiste na configuração do
cristão com a forma Christi. Esta é a plenitude da bondade na vida cristã. A
forma de Cristo está envolta no enobrecimento de todo o âmbito existencial,
consistente, em última análise, no progresso espiritual, que nada mais é que a
beleza moral da santidade, pois, a forma do cristão consiste na bondade da
integridade, a qual é a mais bela realização do quanto se pode dar no âmbito
humano10. Em consequência, o cristão só responde ao seu chamado pessoal à
santidade, e realiza a sua missão no mundo, quando se torna essa forma querida
por Cristo, na qual a beleza exterior expressa e corresponde à bondade
interior. Somente deste modo o testemunho de uma vida torna-se crível para o
mundo, digno de ser amado pela autenticidade da beleza moral.
O brilho da santidade arrebata,
pois consiste, em última análise, na participação da própria luz de Cristo infusa
pelo batismo e vivificada pela ação da graça. Este entusiasmo pela beleza
autêntica da forma Christi convida o homem a considerar com outros olhos a
Revelação, e o convoca a este admirabile comercium et connubium entre Deus e o
homem11.
A verdade sem a beleza
De modo semelhante ao que ocorre
com a bondade, quando a verdade não está associada ao belo, seus argumentos
demonstrativos perdem a força de atração, e, ainda mais grave, sua ponderação
lógica.
Constata Von Balthasar que, ao
longo da História, o desejo do verum pelo verum havia destruído a comunhão
entre os transcendentais, gerando uma hiperatividade especulativa em detrimento
de um abandono da beleza, então considerada supérflua. Em resposta, propõe a
elevação da teologia à sua causa originária, de maneira que sua compreensão se
torne universal, e não apenas baseada em alguma verdade parcial. Este método
evita que as proposições se afastem dos princípios originários baseados na
verdade absoluta, tornando-se joguetes de verdades minores passíveis às
manobras da dialética.
Neste sentido, explicava o
cardeal Joseph Ratzinger que "os argumentos, muitas vezes caem no vazio,
uma vez que no nosso mundo não faltam argumentações a concorrerem e a se
contraporem entre si, de tal maneira que acaba por se impor espontaneamente
aquela máxima que os teólogos medievais resumiram da seguinte forma: ‘a razão
tem nariz de cera' (ou seja, se o homem for suficientemente adestrado, é
possível dobrá-la nas mais diversas direções). É tudo tão atinado e tão
óbvio... contudo, em quem é que havemos de confiar?
Diante desta dificuldade,
Balthasar recorda que a beleza se define como "a última palavra até onde
pode chegar o intelecto reflexivo, já que é uma auréola de resplendor indelével
que rodeia a estrela da verdade e do bem, que são indissociáveis"12. A luz
salvadora da via da beleza é a guia do náufrago nas instáveis águas da razão,
pois como observa o Cardeal Ratzinger, "o encontro com a beleza pode ser
visto como esse embate da seta que fere a alma para, assim, lhe abrir os olhos,
de modo que ela possa, doravante, e a partir dessa sua experiência, ter
critérios de juízo e ter a capacidade de ajuizar com retidão de
argumentos".13
O ser sem a beleza
Se isto ocorre com os
transcendentais, apenas porque um deles foi descuidado, Balthasar questiona o
que acontecerá em relação ao próprio ser.
São Tomás considerava o ser à
semelhança de certa luz do ente. Ora, a luz do ser só é autenticamente bela
quando a complacência que produz se funda na verdade e na bondade do próprio
ser (splendor boni e splendor veri). Fora deste núcleo constitutivo não se dá o
belo, seja de que maneira for.
Por esta razão, quando se deseja
transmitir uma verdade objetiva sobre os seres, não se poderá realizá-lo sem o
aporte da beleza, pois esta ilumina o intelecto na distinção e no conhecimento
dos seres. Von Balthasar observa que se esta luz do ser, que é o belo, não
estiver presente na linguagem do transmissor, o mistério do ser não se expressa
de modo perfeito. Em outras palavras, sem o belo, o ser permaneceria obscuro e
incompreensível para o destinatário da mensagem, pois a comunicação da verdade
e da bondade sobre determinado ser não seria íntegra, mas apenas parcial14.
Em suma, enquanto último dos
transcendentais, o belo completa e sela a bondade e a verdade em seu verdadeiro
eixo, de modo a conceder ao bem toda sua força de atração; ao verdadeiro sua
integridade. Desta forma, comunica ao ser a autêntica expressão de si
mesmo. Corresponde, pois, à teologia desenvolver a proposta balthasariana da
beleza em seu sentido mais autêntico, a fim de que, dessa maneira, a via
pulchritudinis seja o raio de luz salvador aos homens de hoje.
Qual é a beleza que salva?
O Cardeal Ratzinger desvenda o
verdadeiro sentido da salvação através da beleza, da via pulchritudinis:
"Quem não conhece a frase tantas vezes citada de Dostoyevsky: ‘A beleza é
que nos há de salvar'? No entanto, quase sempre é esquecido recordar que, com
esta beleza salvadora, Dostoievski está a pensar em Cristo. A Ele é que
precisamos aprender a ver. Quando não O conhecemos apenas por palavras, mas
somos atingidos pela seta da Sua beleza paradoxal, então é que O conhecemos
verdadeiramente e ficamos a saber sobre Ele, sem ser apenas em segunda mão.
Então, teremos encontrado a beleza da verdade, da verdade redentora. Nada há
que melhor nos possa pôr em contato com a beleza do próprio Cristo do que o
mundo do Belo criado pela fé, bem como a luz resplandecente no rosto dos
santos, através da qual se torna visível a Sua própria luz.15
A beleza que salva é, portanto,
Jesus Cristo, que, segundo a feliz expressão de São Boaventura, é a
manifestação por excelência, pulchritudo omnium pulchritudinum16. O cristão
somente alcançará essa plenitude na medida em que seu desejo de perfeição busque
amorosamente o Bom Pastor.
De fato, Cristo Pastor Belo (Jo
10,11) é para a fé cristã a própria Revelação da beleza incriada vista sob dois
aspectos sublimes: primeiro, a beleza harmoniosa do mais formoso entre os
filhos dos homens (Sl 45,3), e, segundo, a misteriosa beleza do varão de dores
ante quem se volta o rosto (Is 53,2)17. Em sua natureza humana unida à divina,
Jesus é a matriz de todas as belezas estéticas; em sua paixão e morte de Cruz é
a fonte causal e inspiradora de toda beleza moral.
Coerente com este duplo aspecto da beleza de
Cristo, o cristão só realiza sua missão quando alcança a plenitude dessa forma
Christi. Na luz da santidade e na beleza do sofrimento bem aceito, a luz de
Cristo resplandece no exterior do cristão, servindo de salvação para os não
cristãos. Por isso, em Cristo - e só nele - nossa via crucis, se transforma em
via lucis. Esta é a plenitude da via pulchritudinis18.
Notas:
1 PAULO VI. Mensagem aos artistas. 08 Dez. 1965.
2 DOSTOYEVSKY, Fyodor. L'Idiota, parte III, cap. V (Milano 1998), p. 645.
3 JOÃO PAULO II. Carta aos artistas. 04 abr. 1999.
4 BENEDICTO XVI, Mensagem por ocasião da XIII sessão das Academias Pontificias. 24 nov. 2008.
5 J. VILLAGRASA, Hans Urs Von Balthasar filósofo, Apha Omega VIII 3, 2005, p. 484-485.
6 J. RATZINGER, Prefacio, in: Dio e il bello in sant'Agostino a cura di J. Tscholl, Milano 1996.
7 Cf. H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 22.
8 Cf. H.U. v. BALTHASAR, Verbum Caro, Madrid 2001, p. 116.
9 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho de
Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 41.
10 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 30-31.
11 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 116-117.
12 H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 22-35.
13 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho
de Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 41.
14 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 32-35.
15 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho
de Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 45.
16 Cfr G. MARCHESI, La via della bellezza nell'estetica teologica di Hans Urs von Balthasar,
PATH 4 (2005), p. 395-412.
17 FORTE, Bruno. La vía della Bellezza. Un aproccio al mistero di Dio, Brescia 2007, p. 33.
18 Cf. PONTIFICIO CONSEJO DE LA CULTURA, Via Pulchritudinis, camino de
evangelización y de diálogo, Madrid 2008, p. 79-80.
2 DOSTOYEVSKY, Fyodor. L'Idiota, parte III, cap. V (Milano 1998), p. 645.
3 JOÃO PAULO II. Carta aos artistas. 04 abr. 1999.
4 BENEDICTO XVI, Mensagem por ocasião da XIII sessão das Academias Pontificias. 24 nov. 2008.
5 J. VILLAGRASA, Hans Urs Von Balthasar filósofo, Apha Omega VIII 3, 2005, p. 484-485.
6 J. RATZINGER, Prefacio, in: Dio e il bello in sant'Agostino a cura di J. Tscholl, Milano 1996.
7 Cf. H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 22.
8 Cf. H.U. v. BALTHASAR, Verbum Caro, Madrid 2001, p. 116.
9 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho de
Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 41.
10 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 30-31.
11 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 116-117.
12 H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 22-35.
13 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho
de Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 41.
14 Cfr H.U. v. BALTHASAR, Gloria I, p. 32-35.
15 Discurso enviado ao Meeting de Rímini em Agosto 2002. In: J. RATZINGER, A Caminho
de Jesus Cristo, Coimbra: Tenacitas, 2006, p. 45.
16 Cfr G. MARCHESI, La via della bellezza nell'estetica teologica di Hans Urs von Balthasar,
PATH 4 (2005), p. 395-412.
17 FORTE, Bruno. La vía della Bellezza. Un aproccio al mistero di Dio, Brescia 2007, p. 33.
18 Cf. PONTIFICIO CONSEJO DE LA CULTURA, Via Pulchritudinis, camino de
evangelización y de diálogo, Madrid 2008, p. 79-80.
(Retrospectiva 2010 / Instituto Teológico São Tomás
de Aquino e Instituo Filosófico Aristotélico-Tomista)
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Desculpe não estar relacionado ao artigo, mas entendi ser de relevância.
Detalhes sobre o pedido de Putin para que a Rússia fosse consagrada ao Sagrado Coração de Maria, e muito mais...
Pe. Kramer
https://www.youtube.com/watch?v=WehqTwn600Q
E o Papa silencia e até diz que não quer mais tocar no assunto.
A Igreja que aí está, há décadas é a igreja da apostasia.
Bem disse o Pe. Marcel Lefebvre.
Prezado Nicai,
Lista das consagrações papais ao Imaculado Coração
Já houveram pelo menos 7 consagrações pelos Papas ao Imaculado Coração:
1) A 31 de Outubro de 1942, o Papa Pio XII fez uma Consagração ao Imaculado Coração de Maria do mundo inteiro.
2) A 7 de Julho de 1952, o Papa Pio XII consagrou os povos da Rússia ao Imaculado Coração de Maria pela sua carta apostólica Sacro Vergente Anno. Pio XII disse:
"Tal como há alguns anos Nós consagrámos a raça humana inteira ao Imaculado Coração da Virgem Maria, Mãe de Deus, também hoje Nós a consagramos e de uma forma especial Nós confiamos todos os povos da Rússia a este Imaculado Coração."
3) A 21 de Novembro de 1964, o Papa Paulo VI renova, na presença dos Padres do Concílio Vaticano, mas sem a sua participação, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração.
4) A 13 de Maio de 1982 o Papa João Paulo II convida os bispos do mundo a unirem-se a si a consagrar o mundo e, com ele, a Rússia ao Imaculado Coração. Muitos não receberam o convite a tempo da viagem do Papa a Fátima, onde ele fez a consagração. A Irmã Lúcia diz mais tarde que não foram cumpridas as condições.
5) Em Outubro de 1983 o Papa João Paulo II, no Sínodo dos Bispos, renova a consagração de 1982.
6) A 25 de Março de 1984 o Papa João Paulo II, "unido com todos os pastores da Igreja numa ligação especial sob a qual constituem um corpo e um colégio", consagra "o mundo inteiro, especialmente as pessoas pelas quais, por virtude da sua situação, vós tendes um amor e solicitude particular."
A 29 de Agosto de 1989, a Irmã Lúcia afirma na sua correspondência que a consagração da Rússia "foi feita" e que "Deus manterá a Sua palavra."
Eventos seguintes:
9 de Novembro de 1989, Queda do Muro de Berlim
25 de Dezembro de 1991, Dissolução da União Soviética
26 de Julho de 2000, revelação do Terceiro Segredo de Fátima pelos Cardeais Bertone e Ratzinger
7) A 13 de Outubro de 2013 o Papa Francisco consagra o mundo ao Imaculado Coração.
A Rússia foi mesmo consagrada?
Apesar das consagrações distintas do mundo pelos Papas (uma mencionava a Rússia), as pessoas ainda debatem sobre se a Rússia foi especificamente consagrada como as instruções da Santíssima Virgem Maria em Fátima.
Eis os dois lados do debate.
Aqueles que dizem que a Rússia não foi bem consagrada apontam dois problemas:
1) Os Papas não consagraram especificamente a "Rússia" em união com os bispos. É certo que o mundo foi consagrado e que a Rússia pertence ao mundo. A Rússia foi consagrada como parte de um grupo de nações, mas não especificamente. É a diferença entre um sacerdote abençoar a congregação em que vocês estão presentes e abençoar-vos a vocês especificamente por nome.
2) A Rússia está longe de se "converter" como Maria prometeu que ia acontecer se a consagração fosse feita. Se a Rússia estivesse mesmo consagrada, não se devia converter e não estaríamos a viver um "período de paz concedido ao mundo" tal como prometido por Maria? Como a Rússia não se converteu e como não estamos num período de paz, a consagração da Rússia, dizem eles, não aconteceu.
Aqueles que dizem que a Rússia foi consagrada apresentam duas provas:
1) A Irmã Lúcia disse que a consagração da Rússia foi feita pela acção do Papa João Paulo II a 25 de Março de 1984. Se alguém o sabia era a Irmã Lúcia, ela é que recebeu a mensagem de Maria.
A Irmã Lúcia com o Beato João Paulo II
2) A Santa Sé, na revelação do Terceiro Segredo a 26 de Junho de 2000, indicou que a consagração foi feita. A Irmã Lúcia, segundo parece, mostrou que concordava.
Lefebreve é uma pessoa non grata.
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