Deus está em todo
lugar(Onipresença), sabe de tudo (Oniciente) e tem todo poder (Onipotente),
pois é Deus. E Maria e os Santos, para atender todos os pedidos, teriam de ser
igual a Deus? Os santos atuam no céu em
Deus, ou seja, eles fazem parte da Igreja celeste, triunfante na glória do céu: ''...da
assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz
universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição (Hebreus 12, 23)
Na glória do céu eles não estão ociosos e
indiferentes!
Eles aplicam todo seu ser,
toda sua vontade para realizar coisas boas, e aqui o que eles podem fazer é
interceder por nós. Se nós rezamos aqui na terra, porque Deus quer que nós
colaboremos na realização de sua vontade, então os anjos e os santos no céu
podem também orar, interceder por nós e o fazem, porque Deus assim quer, pois
Deus poderia fazer tudo independente de nós, mas na sua graça e na sua glória,
ele quer fazer as coisas através também da nossa ação, nós somos cooperadores
da graça de Deus e essa cooperação não acaba depois que a pessoa morre (se a
alma do indivíduo for para o céu), pois nem a morte nos separa do amor de
Cristo (Romanos 8, 38-39)Jesus quis realizar seu
primeiro milagre por meio de Maria, ao pedido de Maria, nas bodas de Caná (Jo.
2, 3-5).Cristo é o nosso único Redentor,
porque, sendo Deus, Ele teve méritos inifinitos, e sendo homem, assumiu nossas
culpas e morreu por nós, apagando a culpa original.
Os protestantes se esquecem que, mesmo
sendo Deus e único Redentor - Ele quis estabelecer intermediários entre Ele e
nós. Por exemplo, os Apóstolos, dizendo a eles:
“Quem
vos ouve, a Mim ouve!”
E
disse aos Apóstolos:
“A
quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados, aqueles a quem retiverdes os
pecados, ser-lhes-ão retidos” ( João 20 , 23).
Quando, a mulher da Fenícia
pedia diretamente a Jesus que lhe curasse a filha, Jesus não a atendia. Quando
os Apóstolos pediram por ela, Ele os atendeu, e, depois, atendeu a mulher
fenícia. Jesus é nosso único Redentor
e é pois a escada que une a terra ao céu. Só que a escada tem muitos degraus. O
protestante quer subir ao céu por escada de um só degrau. Deus gosta e quer que se o invoque
por meio de outros mais santos do que nós! Já no Antigo Testamento se lê que Coré,
Datan e Abiron quiseram tratar diretamente com Deus recusando a intercessão de
Moisés. Eles foram punidos por Deus por causa disso. Coré foi devorado
por fogo que caiu do céu e Datan e Abiron foram engolidos pela terra como todos
os seus familiares e bens.
Também, Deus disse aos amigos de Jó:
“Ide
a meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por
vós, e admitirei propício a sua intercessão” (Jó 42, 8).
Desde os tempos apostólicos
a Igreja ensina que os que morreram na amizade do Senhor, não só podem como
estão orando pela salvação daqueles que ainda se encontram na terra. Tal
conceito é conhecido como a intercessão dos santos.
Sobre a doutrina da intercessão dos santos, o Catecismo da Igreja Católica ensina:
"Pelo
fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais
firmemente a toda a Igreja na santidade... Não deixam de interceder por nós
ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra... Sua solicitude fraterna
ajuda, pois, muito a nossa debilidade." (CIC 956).
Portanto, para a Igreja
Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não pelos seus méritos,
mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador entre Deus e os
homens.
Respostas às objeções
protestantes:
Os adeptos do
fundamentalismo bíblico normalmente apresentam uma série de objeções à doutrina
da intercessão dos santos. Neste artigo iremos confrontar as principais:
1a. objeção:
Cristo é o único mediador entre Deus e os homens!
Esta é a principal objeção à
doutrina da intercessão dos Santos usada pelos protestantes! Os adeptos desta objeção fundamentam
sua posição em 1 Tim 2,5 onde lemos: "Pois há um só Deus, e um só mediador
entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus". Para eles, a
Sagrada Escritura não deixa dúvidas de que só Jesus pode interceder pelos
homens junto a Deus. Se isto é verdade, por que
São Paulo ensinaria que nós Cristãos devemos dirigir orações a Deus em favor de
outras pessoas? Vejam: 1Tim 2,1: "Acima de tudo, recomendo que se
façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por todos os homens,
pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que
possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e
honestidade." No em referência, acima não está
São Paulo nos pedindo para que sejamos intercessores (mediadores) junto a Deus
por todas as pessoas da terra? Estaria então o Santo apóstolo se contradizendo?
É claro que não! A questão é que a natureza da mediação
tratada no versículo 1 é diferente da do versículo 5. A
mediação tratada em 1Tm 2,5 refere-se à Nova e Eterna Aliança! No AT a mediação entre Deus
e os homens se dava através da prática da Lei. No NT, é Cristo que nos
reconcilia com Deus, através de seu sacrifício na cruz. É neste sentido que Ele é nosso
único mediador, pois foi somente através Dele que recuperamos para sempre a
amizade com Deus, como bem foi exposto por São Paulo: "Assim como pela
desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela
obediência de um só todos se tornarão justos."(Rom 5,19). Por tanto, a exclusividade
da medição de Cristo refere-se à justificação dos homens. A
mediação da intercessão dos santos é de outra natureza, referindo-se à
providência de Deus em favor do nosso semelhante. Desta forma, o texto de 1Tm
2,5 dentro de seu contexto não oferece qualquer obstáculo à doutrina da
intercessão dos santos.
2a. objeção: os
santos não podem interceder por que após a morte não há consciência!
Os
defensores desta objeção usam como fundamento as palavras do Eclesiastes: "Com efeito, os vivos
sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há
mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida" (Ecl. 9,5).E ainda: "Tudo que tua mão encontra
para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos,
para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem
sabedoria" (Ecl. 9,10).Já que a Bíblia é um
conjunto coeso de livros, não podemos aceitar a doutrina da dormição ou inconsciência
dos mortos simplesmente pelo fato de que há versículos claros na Sagrada
Escritura que mostram que os mortos não estão nem "dormindo" e nem
"inconscientes" (cf. Is 14, 9-10; 1Pd 3,19; Mt 17,3; Ap 5,8; Ap 7,10;
Ap 6,10); o que faria alguém pensar que há contradições na Bíblia.A questão é que os
versículos citados do Eclesiastes não fazem referência a um estado mental dos
mortos, mas sim ao infortúnio espiritual em que se encontram por causa do lugar
onde estão. Os mortos os quais os textos se referem são aqueles que morreram na
inimizade de Deus, e não a qualquer pessoa que morreu. Vejamos os versículos
abaixo:
"Ignora ele que ali há
sombras e que os convidados [da senhora Loucura] jazem nas profundezas da
região dos mortos" (Prov 9,18)
"O sábio escala o
caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos" (Prov 15,24)
Os versículos acima mostram
que a região dos mortos é um lugar de desgraça, onde são encaminhados os
inimigos de Deus. Isto é ainda mais evidente em Prov 15,24: O sábio é aquele
que guarda a ciência de Deus, este quando morrer não vai para a "morada
dos mortos???? - As expressões morada dos mortos ou região dos mortos fazem alusão a um
lugar de desgraça, onde os inimigos de Deus estão privados da Sua Graça. Voltando
aos versículos do Eclesiastes, o escritor sagrado ao escrever que para os mortos
não há mais recompensa,não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem
sabedoria, refere-se unicamente ao infortúnio que existe na região dos mortos,
para onde eles vão. Eles quem? Os que estão mortos para Deus. Portanto, dentro de seu
contexto, os versículos do Eclesiastes também, não oferecem qualquer imposição à
doutrina da intercessão dos santos.
3a. objeção: os santos não podem ouvir as orações dos que estão na
terra porque não são oniscientes e nem onipresentes!
São Paulo nos ensina que a
Igreja é o corpo de Cristo! Desta forma, os que estão unidos a Cristo através
de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu corpo. Isso quer dizer que tantos
nós que estamos na terra, quanto os que já morreram na amizade do Senhor, todos
somos membros do Corpo Místico de Cristo, onde Ele é a cabeça. São Paulo ensina
que a Igreja é corpo de Cristo:" Agora
me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de
Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24) - São
Paulo ensina que: somos membros do corpo de Cristo e por isto os cristãos
estamos ligados uns aos outros: "assim nós, embora sejamos muitos,
formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro"
(Rom 12,5) - São Paulo ensina que Cristo
é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: "Ele é a Cabeça do corpo, da
Igreja" (Col 1,18). Isso quer dizer que nós e os
santos (que estão na presença de Deus) estamos ligados, pois somos membros de
um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a Igreja: Assim
como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que esse
comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria um
movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros não
podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da cabeça que é
Cristo. Desta forma, quando nós
pedimos para que os santos intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um
membro com o outro no corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim
como a nossa cabeça pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários
membros de nosso corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e
onipresente possibilita a comunicação entre os membros do Seu corpo.Portanto, a falta de
onipresença e onisciência dos santos não apresenta qualquer impedimento para
que eles conheçam ou recebam nossos pedidos e então, possam interceder por nós
junto a Deus! Como é bela a doutrina da Comunhão dos Santos que professamos no Credo Apostólico: "Creio na Comunhão dos Santos!"
4a. objeção: nós
não podemos dirigir nossa orações aos santos pois isto caracteriza evocação dos
mortos que é severamente proibida na Bíblia!
Esta objeção baseia-se
principalmente nos versículos abaixo:
"Não se ache no meio de ti quem pratique a
adivinhação, o sortilégio, a magia, o espiritismo, a evocação dos mortos:
porque todo homem que fizer tais coisas constitui uma abominação para o
Senhor" (Dt 18, 9-14)
"Se uma pessoa recorrer aos espíritos,
adivinhos, para andar atrás deles, voltarei minha face contra essa pessoa e a
exterminarei do meio do meu povo. (...) Qualquer mulher ou homem que evocar
espíritos, será punido de morte" (Lev 20, 6 - 27).
ATENÇAO! Conforme vimos, Deus abomina a evocação dos mortos (entrar em contato direto com supostos espíritos) No entanto, há uma diferença tremenda entre evocar os mortos e dirigir nossos
pedidos de orações aos santos!
A
evocação dos mortos é caracterizada pelo pedido de que o espírito de um suposto defunto se
apresente e então se comunique com os vivos como se ainda estivesse na terra. Esta prática é condenada por
Deus, pois em vez de confiarmos na Providência Divina quanto ao futuro e às
coisas que necessitamos, deseja-se confiar nas instruções dos espíritos (conforme a Sagrada Escritura dá testemunho negativo em I Samuel 28). Na
intercessão dos santos, não estamos pedindo que o santo baixe e se apresente para "bater
um papo" a fim obter qualquer tipo de informação, mas sim, dirigimos a eles
nossos pedidos de oração, pelos seus méritos junto a Cristo, por sua participação na Comunhão dos Santos como já foi explicado anteriormente. Na intercessão dos santos
continuamos confiando na Providência Divina, pois os santos são apenas INTERCESSORES, logo, quem atende aos nossos pedidos é Deus PELOS MÉRITOS DO SANTO! Desta forma, as proibições
divinas quanto à prática de espiritismo não se aplicam à doutrina da
intercessão dos santos, simples assim!
5a. objeção: não há sequer uma única referência bíblica em relação à
intercessão dos santos
Há diversos versículos bíblicos que mostram que os
santos oram na presença de Deus. Vejamos:
Apoc 6,9-11: "Quando abriu o quinto
selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de
Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até
quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e
sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste
branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse
o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser
mortos"
No
trecho acima, a alma dos santos já martirizados estão clamando a Deus por Justiça! Alguém poderia
dizer: mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na
terra. Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São
Paulo mesmo não recomenda que oremos pelos outros? (cf. 1Tm 2,1). Por alguma
razão estariam os santos incapazes de continuarem pedindo a Cristo pelos que estão na
terra?
Ora, alguém que esteja no
seu juízo perfeito, há de convir que, o fato dos santos estarem na presença de
Deus, não é motivo impeditivo para que intercedam pelos outros, muito pelo
contrário, não há melhor lugar e momento para fazê-lo! Veja ainda:
"Os
quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro.
Tinha cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações
dos santos" (Apoc 5,8).
"A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com
as orações dos santos, diante de Deus!" (Apoc 8,4).
Nos
versículo acima os santos oram para Deus! Por que estariam orando, já que
estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram portanto, em nosso favor! para
que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do
Senhor!
No
livro do profeta Jeremias lemos:
"Disse-me, então, o
Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração
não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se
afaste de mim!" (Jr 15,1).
No tempo do profeta, ambos: Moisés e Samuel já estavam mortos! Que sentido teria este versículo caso não fosse
possível que os dois intercedessem por Israel?
O Testemunho dos primeiros cristãos:
Vejamos agora o que professava os primeiros Cristãos no tempo
em que não havia divisão na Cristandade, em relação à doutrina da intercessão
dos santos:
"O Pontífice [o Papa]
não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos juntos também se
unem a eles na oração" (Orígenes, 185-254 d.C. Da Oração).
"Se um de nós partir
primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos" (Cipriano
de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
"Aos
que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes
faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos". (Santo Hilário
de Poitiers, 310-367 d.C).
"Comemoramos os que
adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires,
para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as
nossas." (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
"Em seguida (na Oração
Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas,
profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e
intercessões, receba nossa oração" (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C.
Catequeses Mistagógicas).
"Se os Apóstolos e
mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar
de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a
coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o
perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão
menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações
salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha
de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só
palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no
Evangelho?" (São Jerônimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).
"Portanto, como bem
sabem os fiéis, a disciplina eclesiástica prescreve que, quando se mencionam os
mártires nesse lugar durante a celebração eucarística, não se reza por eles,
mas pelos outros defuntos que também aí se comemoram. Não é conveniente orar
por um mártir, pois somos nós que devemos nos encomendar a suas orações" (Santo
Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 159,1)
"Não deixemos parecer
para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo corpo que elas (Santa
Perpétua e Santa Felicidade) (...) Nós nos maravilhamos com elas, elas sentem
compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram por nós (...) Contudo,
nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só Mestre, atendemos um só Rei.
Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a uma Jerusalém; seguimos após um
amor, envolvendo uma unidade" (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)
"Por vezes, é a
intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas [1Jo 5,16; Tg
5,14-15] ou ainda a misericórdia e a
fé" (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).
''Há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo'' (I Timóteo 2,
5)
Pois bem, se Jesus é o único
mediador entre Deus e os homens, aqui então se cria um problema. Só que esse
problema não é só de nós os católicos, é um problema também para os
protestantes. Por quê? Se Jesus é o único mediador,
se só Ele intercede por nós diante de Deus, o que é que nos fazemos rezando um
pelos outros? Por que o problema da
intercessão dos santos, é simplesmente um problema: “se
é possível ou não interceder depois da morte? Depois a gente resolve esse
problema.” Mas o problema de insistir,
de dizer e afirmar que Jesus é o único mediador, se você bate muito nessa
tecla, você acabou com a oração de intercessão de nós já aqui na terra, vivos.
Porque se só Ele é o único mediador, o que nós estamos fazendo pedindo orações ao paxtô, a igreja e aos irmão? Não estaríamos desobedecendo a Palavra de Deus que diz claramente:
''Há
um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo'' (I Timóteo 2, 5)
Qual é a saída para os protestantes desta arapuca criada por eles mesmos?
Eu não faço ideia como é que
os protestantes resolvem esse tipo de problema! O fato é o seguinte: é que nós
católicos cremos que realmente, É VERDADE SÓ EXISTE UM MEDIADOR DIANTE DE DEUS
E O HOMENS! Não tem dois! SÓ EXISTE UM, ÚNICO, UM SÓ. Acontece que este único
mediador, que é o Cristo não é sozinho. Em que sentido? Cristo tem um Corpo,
esse corpo é a Igreja (Colossenses 1, 18), ou seja, nós cremos ou não cremos
naquilo que está na Sagrada Escritura que diz que Cristo é a Cabeça e nós somos os
membros do seu corpo? Ora, se nós somos os membros
do Corpo de Cristo, então nós somos membros deste único mediador, nós somos
membros deste único intercessor! Então, é por isso, que por exemplo, São Pedro
pode falar que nós cristãos temos um sacerdócio santo (I Pedro 2, 9), então é
por isso que o Apocalipse pode dizer que nós somos um reino de sacerdotes
(Apocalipse 5, 10). Mas
vão dizer: Como é possível? O único sacerdote é Jesus diz a Carta aos Hebreus!
É verdade, o único sacerdote é Jesus, mas esse único sacerdote não é sozinho,
Ele é a Cabeça de um Corpo. Só existe um mediador entre
Deus e os homens e é o Cristo. Mas por favor, o Cristo total, não somente um
pedaço do Cristo. O Cristo todo: Cabeça e membros! Porque nós somos membros do
Corpo de Cristo! Então é isso que permite a mim interceder e os protestantes
intercedem um pelos outros! Mas mesmo se ele muda-se a práxis deles, seria
impossível você ler a Sagrada Escritura de outra forma. Por quê? O
que é que explica que a sombra de São Pedro curava as pessoas? O que explica
que quando se pegava um guardanapo que São Paulo limpou a boca, as pessoas
ficavam curadas? Isso tudo está nos Atos dos Apóstolos! Como é possível isto? Se só
existe um Mediador, só existe um Salvador, só existe um Nome no qual todos são
salvos, só existe um que opera os milagres, Jesus! Como é possível isto? E isso
é uma mediação! Então, vamos ser objetivos:
Só existe sim, um único mediador, mas esse único mediador é um corpo, ou seja,
tem a Cabeça que é Cristo e tem os membros, que são os membros da Igreja. Então
é por isso que eu posso rezar, e eu rezo!
Por que São Paulo diz que a Igreja é o Corpo de Cristo?
Porque São Paulo, quando era
Saulo perseguia os cristãos (a Igreja corpo de Cristo), Jesus Ressuscitado e glorioso lá do céu
diz a ele: ''Saulo,
Saulo, por que me persegues? Eu sou Jesus, a quem tu persegues'' (At 9, 4-5).
Jesus
poderia ter dito: Saulo, Saulo por que persegues a minha Igreja?
Podemos concluir que Cristo
está vivo no seu Corpo, que é a Igreja! São Paulo diz aos Efésios (1, 23) ''A
Igreja é o Corpo de Cristo, é o receptáculo daquele que enche todas as coisas
sob todos os aspectos''. Em uma outra tradução diz que a Igreja é o
complemento, em vez de receptáculo. É porque Cristo só é completo pela união
com sua Igreja. É por isso que São Tiago
diz: ‘’Orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande
eficácia.’’ (Tiago 5, 16)
É
por isso que São Paulo diz à Timóteo:
"Acima
de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em
autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a
piedade e honestidade. Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador. " (I Timóteo 2, 1-3)
Agora, aqui nós entramos na
segunda parte da questão. Bom, aqui na terra a gente pode ser mediador, porque
somos membros do único mediador. Mas isso não continuaria depois de mortos em Cristo? A Igreja tem uma práxis de
Intercessão que vem desde o tempo das catacumbas. Vá as catacumbas de São
Sebastião em Roma, lá você encontra grafites antiquíssimos do I e II século
onde o fulano foi lá com um preginho e raspou na telha da catacumba dizendo: ''Pedro
e Paulo ora por fulano, intercede por beltrano''. Vejam! pedido de intercessão
nos primeiríssimos séculos, ou seja, se essa Igreja estava tão errada, estava
errada desde o seu início! Uma inscrição diz
"Pedro e Paulo, rogai por Victor". Uma outra: "Pedro e Paulo,
lembrai-vos de Zozamon".Existem várias outras iguais
a estas. Elas não são estranhas. Elas não são esquisitas. Elas são típicas!
Escreve
S. Clemente (séc. I):
"Os
que suportaram com confiança, herdaram glória e honra; foram exaltados, e Deus
os inscreveu no seu memorial pelos séculos dos séculos. Amém" (S. Clemente
de Roma, aos Coríntios, n. 45.8).
Orígenes,
pelo ano 250 d.C. afirmava que:
As virtudes nesta vida são
definitivamente aperfeiçoadas no além. Ora, a mais valiosa de todas é a caridade;
esta, portanto, na outra vida é ainda mais ardente do que na vida presente. Por
conseguinte, os santos exercem seu amor sobre os irmãos na terra, mediante a
intercessão dirigida a Deus em favor das necessidades destes peregrinos.
Santo Inácio, já no ano 107
d.C., - na iminência de seu martírio - escreveu:
"Meu espírito se
sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus"
(Santo Inácio de Antioquia, tralianos, n. 13,3)
Leia Romanos 8, 38-39 - A
morte não nos separa do amor de Cristo, senão do que adiantaria ser batizado,
ser membro do Corpo de Cristo aqui e depois da morte não vale mais, do que
adiantou? Para que é que serve esse negócio de Igreja se não for para depois da
vida? Para que serve a Igreja se não for para a salvação eterna? Se o que a
gente faz aqui e não serve nada para depois, então ''comamos e bebamos, porque
amanhã morreremos'', já dizia São Paulo (I Coríntios 15,32)! Então o batismo
serve para alguma coisa, eu sou membro do Corpo de Cristo de alguma forma.No Apocalipse existem várias
passagens como vimos acima, que mostram a atividade de pessoas que já morreram que agora estão
diante do Trono de Deus. Apocalipse 6, 9-11 - Oração
dos mártires. Estão rezando diante do trono de Deus. Note que nessa visão de
São João, nós ainda estamos na tribulação, a ressurreição nem aconteceu, ainda
estamos na abertura dos selos. Apocalipse 7, 13-16 - Os
mortos prestam culto a Deus.Viu? Morto reza, presta
culto a Deus. Nós católicos já sabíamos disso!No céu os Santos sabem,
através da comunhão com Deus, de nossas condições aqui na terra. A sua
felicidade no céu consiste em compreender a Deus. Eles participam da comunhão e
do interesse de Deus por nós. Deus não é indiferente ao que está acontecendo
aos seus filhos da terra por ele criados. Os Santos, que tanto se assemelham a Deus no
seu amoroso interesse por nós, também acompanham as nossas lutas.
Podemos
invocá-los, e eles podem ouvir as nossas preces? Como?
É claro que os Santos não
são oniscientes e nem onipresentes, mas no Céu todos os seus desejos razoáveis
são satisfeitos pelo poder de Deus pelas suas participações no Corpo de Cristo, e já são participantes da NATUREZA DIVIVA (confr. II Pedro 1,4) É razoável que eles desejem conhecer os
pedidos a eles dirigidos. Então, Deus habilita-os a conhecer as nossas preces. A
perfeita comunhão com Deus permite aos Santos conhecerem nossos pedidos e
interceder por nós. Eles não estão dormindo! A alma não dorme! A Carta aos
Hebreus ensina: “Está determimado que cada um morra uma só vez, e em seguida
vem o juizo (de Deus)” (Hb 9,27). Ora, é óbvio que logo após a morte a alma não
será julgada por Deus dormindo. O tempo e a distância não
são empecilhos para que os Santos ouçam nossas preces e nos socorram com sua
intercessão; estas realidades que tratamos são coisas do espírito, ou seja, realidades SOBRENATURAIS! Na vida
eterna não existe mais a limitação do tempo e do espaço que nos impedem, por
exemplo, aqui na terra a bilocação. Por mais secretas que sejam, eles conhecem
as nossas preces. Querem ajudar-nos, por mais desesperada que seja a nossa
necessidade. E podem ajudar-nos! Este
é talvez o fato mais importante de todos! Eles são amigos de Deus, muito
chegados a Ele pela sua santidade, que os fez “participantes da sua natureza
divina”, como diz S. Pedro. Eles têm grande influência junto ao “Pai das luzes”
de quem vem “todo dom melhor e todo dom perfeito” (Tg 1, 17).
Conclusão
Como pudemos ver, a doutrina
da intercessão do santos, não é invenção do catolicismo (como pensam alguns),
mas sim, uma legítima doutrina cristã, embasada tanto nas Sagradas Escrituras,
quanto na Tradição Apostólica desde os primeiros séculos do Cristianismo, passando pelos padres e grandes doutores da Igreja como Santo Agostinho.Os
primeiros cristãos jamais tiverem dúvidas quanto a ela (note que este tema
jamais foi centro de disputas conciliares, pois era uma CERTEZA COMUM professada no credo dos apóstolos). Esta doutrina confirma o Amor de
Deus para conosco e Seu plano de que sejamos uns para outros instrumentos deste
Amor.Que fique claro, o Santo
intercede diante de Deus, mas é Deus quem opera pelos méritos dos Santos , dos anjos e da Virgem Maria! E agora? em quem você vai acreditar? Nas sagradas escrituras e na tradição dos primeiros Cristãos, ou no herege Lutero que 1.500 anos depois, sem autoridade nenhuma, veio querer negar todo este santo ensino?
Que a Santíssima Virgem
Maria interceda por nós! Salve Maria Imaculada, a mãe do meu Senhor!
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