A Missa como Centro da Fé: Fundamentos Históricos, Litúrgicos e Teológicos que Superam os Cultos Protestantes

Por que a Santa Missa será sempre superior aos cultos potestantes?

por *Francisco José Barros de Araújo 

“Não há nenhum inconveniente em reconhecer as coisas boas que eles fazem. Mas porque amamos nossos irmão separados, isso não nos impede que reconheçamos que Jesus fundou uma só Igreja, a única e verdadeira Igreja que veio desde o tempo dos Apóstolos, que é a Santa Igreja Católica e Apostólica, e que subsiste em plenitude visível na Cátedra Romana. Portanto, um católico não deve ir a grupos de oração ou a cultos protestantes, e muito menos a outros tipos de cultos, ou reuniões de oração que não sejam Católicos. Estes grupos podem até fazer bem  aos nossos irmãos separados que não estão em comunhão com a Igreja Católica, mas podem colocar em risco de se perder a fé verdadeira, principalmente aqueles(as) católicos(as) com pouca formação, que queiram deles participarem.”(Pe Antônio Fortea)

A afirmação de Pe. Antonio Fortea insere-se em uma longa tradição teológica católica que busca reafirmar a identidade e a singularidade da Igreja fundada por Cristo, conforme interpretada pelo Magistério. Reconhecer as virtudes presentes em outras comunidades cristãs não implica relativização eclesiológica; ao contrário, estabelece o ponto de partida para uma reflexão sobre a unidade desejada por Jesus e sobre a natureza da comunhão plena com a Igreja Católica. No contexto contemporâneo, marcado por práticas religiosas plurais, espiritualidades alternativas e crescente mobilidade interdenominacional, torna-se relevante analisar a posição da Igreja quanto à participação de católicos em cultos não católicos, sobretudo à luz de documentos oficiais, da tradição patrística e da teologia sistemática. Assim, a partir da citação de Fortea, este estudo busca problematizar o tema, apresentando fundamentos eclesiológicos, riscos pastorais percebidos e a visão católica sobre a preservação da fé e da unidade.

Acredito que a resposta do Pe. Fortea tenha deixado absolutamente claro o núcleo da orientação católica sobre esse tema. Ele afirma:

“Não podemos misturar as coisas, não podemos correr o risco de nos deixar levar por ensinamentos que não fazem parte daquilo que acreditamos. Aceitamos as pessoas, as queremos bem, as amamos, mas não misturamos a nossa fé.”

Essa afirmação sintetiza séculos de compreensão teológica sobre a identidade da Igreja Católica e sobre a responsabilidade do fiel em conservar íntegra a fé que recebeu. O diálogo e o respeito aos cristãos de outras tradições são indispensáveis; porém, isso não autoriza o católico a substituir a vivência litúrgica sacramental por experiências religiosas que não participam da mesma plenitude de fé, culto e doutrina. Nos cultos protestantes — por mais bem intencionados que sejam — o eixo central está na palavra humana dirigida a Deus: muitas palavras, discursos, pedidos, súplicas e exortações. A ênfase frequentemente recai mais sobre as bênçãos buscadas do que sobre a adoração devida ao Autor das bênçãos. Falta-lhes o caráter sacrifical, litúrgico e contemplativo que estrutura a Missa Católica, na qual Cristo é verdadeiramente oferecido ao Pai e o fiel é convidado a unir-se à adoração perfeita do próprio Cristo.

Na liturgia católica, a oração não nasce apenas de impulsos subjetivos, mas é moldada pela tradição, pela Escritura, pela sabedoria da Igreja. Isso impede que a oração se torne um ato centrado no “eu”, em nossas necessidades imediatas e sentimentos passageiros. A liturgia ensina que o centro é Deus, não nós. É por isso que a oração católica — especialmente a eucarística — jamais é vazia ou autorreferencial.

Dentro dessa tradição, o uso de orações prontas como o Pai-Nosso, os Salmos e o Credo Apostólico possui um valor espiritual profundo, e não uma mera repetição mecânica. Elas elevam a alma e protegem a fé por quatro razões fundamentais: A oração-modelo ensinada por Jesus (Mt 6, 9-13) organiza o coração do fiel segundo as prioridades que o próprio Cristo estabeleceu: adoração ao Pai, submissão à Sua vontade, confiança na providência e pedido de perdão e libertação. A repetição meditativa de orações como o Pai-Nosso, os Salmos e o Credo ajuda o fiel a aprofundar os mistérios da fé, permitindo que o conteúdo dessas palavras santas transforme lentamente a mente e o coração. Tais fórmulas despertam o senso do sagrado, lembrando-nos que estamos diante de Deus e não diante de nós mesmos. Elas educam a alma para a verdadeira adoração, afastando o perigo de transformar a oração em mera busca emocional ou terapêutica. Facilitam a participação dos simples: quem não sabe ler, quem tem dificuldade em se expressar, quem se emociona demais para encontrar palavras — todos encontram nessas orações um caminho seguro, acessível e plenamente católico de encontro com Deus. Assim, enquanto nossos irmãos separados podem encontrar consolo e boa vontade em seus encontros, o fiel católico encontra na Igreja a forma mais elevada, segura e completa de oração e adoração, estruturada não pela espontaneidade humana, mas pela própria tradição apostólica e pela ação sacramental de Cristo.

A ORAÇÃO ESPONTÂNEA COM A MULTIPLICAÇÃO DE PALAVRAS e seus riscos

A oração espontânea, embora possa ter valor quando nasce de um coração sincero, apresenta riscos espirituais e doutrinais quando não é iluminada pela tradição da Igreja e pela prudência teológica. Quando se transforma em mera multiplicação de palavras, ela tende a afastar o fiel do espírito de adoração autêntica indicado por Cristo. Entre esses perigos, destacam-se:

1 – O risco da vaidade espiritual em orações feitas em grupo (conforme Mateus 23,14): Quando a oração espontânea é realizada em voz alta e em comunidade, pode facilmente despertar sentimentos de exibição espiritual. Aqueles que têm maior facilidade de expressão podem cair na tentação de “brilhar” diante dos demais, cedendo a uma espécie de competição velada por quem ora “melhor”, “mais bonito” ou “mais eloquente”. Em vez de conduzir ao recolhimento, essa prática pode estimular a comparação e inflar o ego — o que é profundamente contrário ao espírito da oração cristã, cujo fundamento é a humildade.

2 – A possibilidade de erros doutrinais e emocionalismo desordenado: A oração espontânea, quando não nasce de uma fé bem formada, corre o risco de expressar ideias contrárias à doutrina católica, ainda que sem intenção. Sentimentos intensos podem levar a exageros, afirmações equivocadas ou até à formulação de conceitos teológicos incorretos. Em vez de aprofundar a fé, pode-se cair num emocionalismo subjetivo, no qual a pessoa confunde moção emotiva com moção divina, perdendo assim a sobriedade e a objetividade da verdadeira oração cristã.

3 – A tendência a divagações vazias e verbosidade condenada por Cristo: Há ainda o perigo de que a oração se torne uma sequência de divagações, sem direção espiritual clara, transformando-se em uma torrente de palavras que não edificam, não adoram verdadeiramente e não conduzem à conversão. Jesus foi explícito ao condenar esse tipo de prática, que confunde quantidade de palavras com eficácia espiritual:

“Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras como fazem os pagãos, que julgam ser ouvidos à força de palavras.” (Mt 6,7)

Essa advertência do próprio Cristo mostra que não basta falar muito; é necessário falar segundo o Espírito, dentro da verdade e da humildade. Quando a oração se reduz a um fluxo contínuo de frases sem profundidade, cai no mesmo erro dos pagãos que tentavam manipular o divino por insistência verbal.

O católico, por outro lado, na Santa Missa, adora a Deus!

O católico, na Santa Missa, não apenas fala com Deus — ele O adora. Diferentemente de reuniões centradas na palavra humana, a Missa é essencialmente ação divina: é Cristo quem age, é Cristo quem oferece, é Cristo quem se entrega ao Pai em favor da Igreja inteira.

Na Eucaristia, o Sacrifício de Cristo na Cruz é tornado presente sacramentalmente. Não se trata de repetição, nem de um novo sacrifício, mas da atualização incruenta — sem derramamento de sangue — do único Sacrifício perfeito oferecido no Calvário. A Missa, portanto, não é um conjunto de orações humanas dirigidas ao céu, mas o próprio Cristo oferecendo-Se ao Pai, por meio do ministério do sacerdote que age in persona Christi.

Sim, existem palavras na Missa. Existem leituras, cânticos, respostas, aclamações e orações. Mas não são as palavras o coração da liturgia, e jamais poderiam ser. O centro da Missa é o Sacrifício eucarístico: o momento em que o pão e o vinho se tornam Corpo e Sangue de Cristo, e o sacerdote, unido a Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, oferece novamente — de modo sacramental — a entrega do Filho ao Pai.

Por isso, quer a Missa seja celebrada em voz alta, quer em voz mais silenciosa, o valor do Sacrifício não muda. A eficácia não está na eloqüência, na criatividade ou na habilidade humana, mas na ação divina que se realiza independentemente da sensibilidade ou da expressividade do celebrante ou dos fiéis.

Desde os primeiros séculos, os cristãos tinham plena consciência dessa realidade. Padres da Igreja descrevem a reverência com que os fiéis se aproximavam do Mistério eucarístico, conscientes de que ali recebiam o Sangue do Cordeiro. São João Crisóstomo enfatizava a santidade desse momento, exortando os cristãos a reconhecer a presença real, adorá-la profundamente e deixar-se transformar pela comunhão com Cristo, cujo Sangue toca nossos lábios e santifica toda a nossa vida. Assim, enquanto outras formas de culto se concentram prioritariamente na palavra humana, a Missa coloca diante de nós a Palavra feita Carne, que se oferece ao Pai e nos incorpora a esse Sacrifício redentor. A Missa não é apenas uma oração: é o ápice da fé cristã, o centro de toda adoração, a renovação sacramental do Mistério pascal que salva o mundo.

A SAnTA Missa não é uma simples pregação como nos cultos protestantes, é imensamente muito superior!

A Santa Missa não é uma simples pregação, nem um encontro centrado na palavra humana, como ocorre nos cultos protestantes. A Missa é infinitamente superior, porque nela não apenas se fala de Cristo — Cristo age, Cristo se oferece, Cristo se doa inteiramente ao Pai e a nós. A Missa é o ápice da vida cristã, o Sacrifício redentor tornado presente, o altar do Céu tocando a terra. Infelizmente, a mediocridade espiritual de muitos católicos, aliada a uma crescente ignorância religiosa, tem permitido que a mentira se revista de aparência de verdade.

(foto reprodução)

A falta de formação abre brechas para que se ataque a Igreja e, com ela, o próprio Cristo, chegando-se ao absurdo de zombar dos sacramentos — os mesmos sacramentos que Ele instituiu para nossa salvação. Mas o Senhor não abandona Sua Igreja. Em todas as épocas, Ele suscita santos e santas, homens e mulheres cheios do Espírito Santo, capazes de defender a verdade, iluminar os fiéis e proteger a integridade da fé. 

A Igreja jamais esteve desamparada, porque sua força não vem de seus membros humanos, mas d’Aquele que é sua Cabeça divina. Nossa comunhão não é com ideias, emoções ou discursos. Nossa comunhão é com o Corpo real de Jesus Cristo. Quando proclamamos o mistério da fé — “Eis o mistério da fé!” — não anunciamos um símbolo ou uma metáfora, mas uma realidade sobrenatural que muitos não aceitam e que outros, por ignorância ou malícia, chegam a ridicularizar. É pela Igreja que nos alimentamos do Corpo de Cristo; e é justamente por isso que a Igreja é criticada. Zombar da Igreja é zombar daquilo que ela carrega: o Sacramento de Deus, a presença real de Cristo, o mistério que sustenta o mundo. 

Jesus sempre desejou entregar-Se totalmente a nós. Foi Ele quem instituiu o Sacramento da Eucaristia, e em cada Missa a Igreja realiza, pela ação do próprio Cristo, o milagre da transubstanciação. Não é o sacerdote, por seus méritos, quem transforma o pão em Corpo e o vinho em Sangue, mas o Cristo que age através dele. Hoje, porém, vemos um mundo que tenta incessantemente destruir a moral da Igreja. Ao atacar a Esposa, querem ferir a imagem do Esposo. Novelas, filmes, séries e livros promovem uma caricatura de Cristo — reduzido a mero “homem bom”, a um guru, a um líder moral hipotético. Tentam arrancar-Lhe a divindade, como se fosse possível diminuir o Deus feito Homem. Mas Jesus não é um personagem cultural, nem um filósofo, nem um mero exemplo ético. Ele é o Verbo eterno encarnado, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, aquele que se oferece no altar de cada Missa para a salvação do mundo. E por isso a Missa será sempre maior, sempre mais profunda, sempre mais verdadeira do que qualquer culto ou reunião humana: porque na Missa não somos nós que subimos a Deus, mas Deus que desce até nós.

O sublime Sacramento não é pão, é verdadeiramente o Corpo de Cristo (1Coríntios 11,29-30)

Vivemos, nós católicos, um tempo particularmente desafiador. Têm ousado tocar no que há de mais sagrado, levantando acusações contra o próprio Esposo da Igreja. Ao atacarem a moral, a vida e a identidade de Jesus Cristo, acabam inevitavelmente por atacar a Igreja que Ele fundou e à qual prometeu permanecer unido até o fim dos tempos. 

Eu e você sabemos — e a fé da Igreja confirma — que a Santa Missa não pode, em hipótese alguma, ser colocada no mesmo nível de um culto protestante. A diferença entre os dois não é apenas grande: é abismal. 

Enquanto um culto protestante é uma reunião de oração e pregação humana, a Missa é o Sacrifício de Jesus Cristo tornado presente no altar, de forma incruenta, pela ação do próprio Cristo através do sacerdote. Na Missa, não estamos diante de símbolos, metáforas, recordações ou orações emotivas, chorosas, e piedosas. Estamos diante do Cordeiro de Deus que se oferece ao Pai, do Cristo vivo que se doa à Igreja e que alimenta os fiéis com Seu próprio Corpo e Sangue.

ATENÇÃO! Um católico verdadeiramente consciente de sua fé não frequenta os chamados “cultos”

Na linguagem teológica e litúrgica da Igreja, o único culto pleno, verdadeiro e completo é a Santa Missa. Nada fora dela possui os elementos essenciais que caracterizam um ato verdadeiro de culto — e é por isso que não se pode aplicar esse nome a simples reuniões de louvor ou pregação. Para que exista culto no sentido pleno da palavra, são necessários três elementos inseparáveis, presentes desde o Antigo Testamento e levados à perfeição por Cristo:

-Um sacrifício real, oferecido a Deus;

-Um sacerdote investido da autoridade para oferecer esse sacrifício;

-Um altar, onde o sacrifício é realizado.

Sem esses três elementos, não existe culto autêntico, mas apenas reunião, louvor ou pregação.

E o que acontece nos ambientes protestantes?

-Não há sacrifício — porque negam o caráter sacrificial da Eucaristia.

-Não há sacerdócio sacramental — porque rejeitam o sacerdócio ministerial instituído por Cristo.

-Não há altar — apenas púlpitos, instrumentos ou palcos.

Diante disso, é impossível chamar tais encontros de “culto” no sentido teológico e cristão da palavra. O que se realiza ali são louvores, pregações e orações espontâneas, que podem ter boa intenção, mas não constituem culto no sentido bíblico, apostólico e católico. 

-Somente a Santa Missa contém o Sacrifício do Cordeiro, o sacerdote que age in persona Christi e o altar onde se realiza a atualização do Sacrifício redentor.

-Somente na Missa Deus é adorado de modo perfeito, porque é o próprio Cristo quem Se oferece ao Pai.

Por isso, o católico que conhece, ama e vive sua fé não abandona o altar de Cristo para buscar emoções, discursos ou ambientes onde o Sacrifício não está presente.

A Missa não é um simples culto. Ela é o Culto por Excelência, porque existe o cumprimento do memorial, o ápice, e o coração de toda a vida cristã!

A Santa Missa é o mistério mais sublime confiado à Igreja. Nela se realiza, de modo sacramental e incruento, a atualização do único e eterno Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo — o Sacrifício que salva a humanidade, redime os pecadores e reconcilia o mundo com o Pai.

Na Missa, o céu toca a terra e tudo o que é necessário para a nossa salvação nos é aberto. Ali, diante do altar, recebemos graças que jamais poderiam ser alcançadas por meras palavras humanas, por mais belas que fossem. Tudo na Missa procede de Cristo, age Cristo e retorna ao Pai por Cristo. Por isso, nada se compara a ela.

Bendito seja o Preciosíssimo Sangue do Senhor, derramado uma vez por todas no Calvário e tornado presente sacramentalmente em cada celebração eucarística! Se no Antigo Testamento o sangue de bodes, novilhos e cordeiros podia, por ordem divina, expiar pecados de modo figurativo e provisório, quanto mais poderoso é o Sangue do verdadeiro Cordeiro de Deus, Jesus Cristo!

-O Antigo Testamento oferecia sombras e prefigurações da Santa Missa!

-A Missa oferece a realidade plena no cumprimento do que era prefigurado!

-O sacrifício antigo testamento anunciava; o Sacrifício de Cristo realiza.

É por isso que a Missa não pode ser chamada simplesmente de “culto”, como se fosse uma reunião comum ou uma cerimônia humana. Ela é o Culto perfeito, absoluto, definitivo, porque é o próprio Cristo quem Se oferece — e nós, unindo-nos a Ele, oferecemos ao Pai a adoração mais pura que existe.

Nada, absolutamente nada, é comparável à Santa Missa! Ela contém tudo o que Deus pode dar e tudo o que o ser humano necessita para alcançar a salvação.

na missa cumpre-se verdadeiramente e plenamente o "Fazei isto em Memória de Mim" (1Cor 11,14) - o que era MEMÓRIA NO ANTIGO TESTAMENTO?

Quando Jesus ordena: “Fazei isto em memória de Mim”, Ele não está falando de uma simples recordação sentimental do passado. Para entender Suas palavras, é preciso voltar ao sentido profundo que o Antigo Testamento dá ao termo memória — zeker (memorial) e zakar (recordar).

No pensamento bíblico, lembrar não é apenas trazer algo à mente: é tornar presente, é fazer atuar novamente um acontecimento salvador. A memória bíblica é eficaz, operante, criativa. Quando Deus “se lembra” de alguém, esse lembrar transforma a realidade, inaugura algo novo, derrama graça e misericórdia.

A Escritura está repleta dessa memória divina que opera salvação:

-“Quando Deus destruiu as cidades da planície, Ele se lembrou de Abraão e salvou Ló do meio da catástrofe.” (Gn 19,29)

-“Então Deus se lembrou de Raquel; Ele a ouviu e a tornou fecunda.” (Gn 30,22)

No Antigo Testamento, quando Deus recorda, Ele age. Seu recordar não é psicológico: é salvífico. É também esse “lembrar” de Deus que liberta Israel:

“Deus ouviu os gemidos do Seu povo no Egito, e se lembrou de Abraão, Isaac e Israel.” (Ex 2,24)

Aqui, “lembrar-se” significa intervir, salvar, cumprir suas promessas eternas. Da mesma forma, o povo de Israel é convidado a ter memória viva dos feitos divinos: (Dt 5,15; 9,7; 32,7). Portanto, quando Jesus diz: “Fazei isto em memória de Mim”, Ele está usando o mesmo conceito bíblico de memória como atualização real e não mera lembrança.

Na Santa Missa, essa memória bíblica — criativa, eficaz, divina — atinge seu ápice:

O Sacrifício único de Cristo é tornado presente, atuante e salvador, como no dia de Sua paixão, morte e ressurreição. Não lembramos apenas o que Ele fez — Deus faz novamente acontecer, sacramentalmente, a obra da Redenção.

-É esta a “Memória” que salva.

-É esta a “Memória” que Cristo ordenou.

-É esta a “Memória” que a Missa realiza.

MEMÓRIA NO NOVO TESTAMENTO – A “Memória que Salva”

No Novo Testamento, o conceito de memória conserva a força do Antigo Testamento: não é uma lembrança passiva, mas um recordar ativo, que faz presente a ação salvadora de Deus. Vemos isso já no Cântico de Zacarias, quando o sacerdote proclama que Deus:

“Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia” (Lc 1,72).

Aqui, “lembrar” significa agir com misericórdia, cumprir Suas promessas, intervir na história humana. O mesmo aparece na conversão do centurião Cornélio:

“As tuas orações e esmolas subiram para Deus, e Ele se lembrou de ti.” (At 10,4)

Outra vez, a memória divina é operante, gerando transformação e salvação. E de modo comovente, o Bom Ladrão dirige a Jesus as palavras que revelam esta fé profunda no “recordar que salva”:

“Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino.” (Lc 23,42)

O ladrão não pede uma lembrança sentimental; ele pede a memória eficaz, capaz de introduzi-lo imediatamente na vida eterna. E Jesus confirma esse sentido ativo da memória:

“Hoje estarás comigo no Paraíso.”

No Evangelho de João, o próprio Cristo aprofunda ainda mais o significado do “lembrar”, ao falar da missão do Espírito Santo:

“Ele vos ensinará todas as coisas e vos lembrará tudo o que Eu vos disse.” (Jo 14,26)

O lembrar do Espírito não é estático:

-É criativo, vivo, operante.

-É um modo novo de compreender os mistérios de Cristo, iluminando-os continuamente ao longo dos séculos.

É nesse contexto que entendemos o mandato de Jesus na Última Ceia — o grande Fazei isto em memória de Mim. São Paulo confirma que essa ordem foi entregue à Igreja como um tesouro e uma missão permanente:

“Fazei isto em memória de Mim… Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.” (1Cor 11,24-26)

Assim, a memória cristã, longe de ser uma lembrança psicológica, é:

-Ação do Espírito,

-Presença sacramental,

-Atualização real do Sacrifício de Cristo,

-O coração da fé da Igreja.

Esta é a “memória” que Jesus ordenou, que o Espírito Santo vivifica, e que a Igreja celebra na Santa Missa, e não uma simples recordação.

no santo rito dA missa se faz MEMORIAL, MAS A PRESENÇA É REAL!

Para os judeus, a Páscoa sempre foi um memorial (zikkaron): uma celebração que não apenas recordava o passado, mas tornava presente a ação de Deus realizada no Êxodo. Todos os anos, ao celebrarem a Ceia Pascal, eles revivem a saída do Egito como se estivessem lá, pois é isso que o memorial bíblico faz: torna atual um acontecimento salvífico passado (cf. Ex 13,8). São Paulo mantém exatamente essa lógica ao afirmar:

“Todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.” (1Cor 11,26)

Ou seja, o “anunciar” não é um discurso, mas um acontecimento. A ação ritual torna presente aquilo que se celebra. Cristo levou o Memorial ao seu pleno Cumprimento. Na Última Ceia, Jesus não apenas comemorou a Páscoa: Ele a transubstanciou. Tomando o pão e o cálice, Ele declara:

“Isto é o meu Corpo entregue por vós...Este é o cálice do meu Sangue derramado por muitos para remissão dos pecados...” (Mt 26,27; Mc 14,24; Lc 22,19-20)

Aqui está o ponto fundamental:

Jesus oferece, antecipadamente, o Sacrifício que consumará na Cruz. E manda que seus discípulos repetam esses gestos, não como uma lembrança simbólica, mas como um verdadeiro zikkaron — aquilo que atualiza e torna presente o Sacrifício do Calvário. A palavra grega usada, anámnesis, tem exatamente esse sentido bíblico: não é recordar psicologicamente, mas fazer presente pela ação litúrgica. A Primeira Comunidade compreendeu exatamente isso! Conscientes e obedientes a esse mandato, os cristãos primitivos celebravam a Ceia do Senhor:

-Retomando as orações de ação de graças (berakot) da Ceia Judaica;

-Proclamando a Paixão do Senhor;

-Oferecendo louvores e bênçãos;

-Participando do Corpo e Sangue de Cristo, realmente presentes.

É dessa estrutura de ação de graças — própria da Ceia Judaica — que virá o nome que a Igreja conserva até hoje: EU-CARISTIA, que significa Ação de Graças. Memorial? Sim. Apenas simbólico? Nunca! Pois a presença é Real.Assim como a Páscoa judaica tornava presente o Êxodo,

a Eucaristia torna presente o Sacrifício da Cruz — de modo real, sacramental e incruento. Portanto: todo Santo Rito da Ceia é memorial, no sentido bíblico; mas a Presença de Cristo é REAL, porque Ele mesmo assim o determinou e a Igreja assim recebeu.

Na Missa não “recordamos” apenas o Calvário e nem a última ceia — nós estamos diante desse evento!

Anamnese em cada Eucaristia

Na Eucaristia, a anamnese não é mera lembrança psicológica; ela constitui o coração da Consagração, quando o sacerdote cumpre o mandato do Senhor:

“Fazei isto em memória de Mim.” (1Cor 11,24-25)

Na Bíblia, “memória” (zikkaron / anámnesis) nunca significa recordar sentimentalmente um fato passado, mas torná-lo presente, torná-lo operante. Assim, na Eucaristia:

-Memória equivale ao único Sacrifício de Cristo tornado presente,

-Memória equivale à oferta sacrificial do Corpo e do Sangue do Senhor.

Não se trata de repetir a Cruz, mas de torná-la sacramentalmente presente, sem multiplicá-la. Cristo ofereceu-se uma vez por todas, mas quis que esse único Sacrifício se tornasse presente sempre que celebramos a Ceia Eucarística. Por isso, para os católicos, a Missa é o lugar onde:

-Nós somos tornados presentes em Cristo,

-Assim como Cristo se torna realmente presente para nós.

A EUCARISTIA NO CONTEXTO DO NOVO TESTAMENTO

João 6,51: “Eu sou o Pão vivo descido do Céu; quem comer deste Pão viverá eternamente. E o Pão que Eu darei é a minha Carne para a vida do mundo.”

Este é o discurso mais duro e decisivo de Jesus — aquele em que muitos O abandonaram. No entanto, é justamente aí que Ele manifesta com maior clareza a realidade da Eucaristia. Poucos dias antes, Jesus havia:

-Multiplicado pães (Mc 6,35-43) — mostrando Seu poder sobre a matéria;

-Caminhado sobre as águas (Mc 6,45-52) — mostrando Seu poder sobre o próprio corpo.

Ou seja: Ele domina tanto o pão quanto seu Corpo. Se Ele pode multiplicar pães e caminhar sobre o mar, pode tornar Seu Corpo presente sob as aparências de pão e vinho.Se sua onipresença o faz estar presente em todo lugar, Ele pode está presente no pão e vinho consagrados. E Ele o afirma sem metáforas:

“A minha carne (sarx) é verdadeira comida.”

POR QUE “SARX”? (E POR QUE ISSO IMPORTA)

No texto grego, Jesus usa deliberadamente a palavra “sarx”, que significa:

-carne,

-corpo real,

-matéria viva.

Jesus não usou:

-Kreas — carne de refeição comum;

-Sarkinos — sentido simbólico ou moral (“carnal”).

A escolha de Jesus é inequívoca: Ele está falando literalmente de Sua Carne!

O SACRIFÍCIO SEGUNDO AS ESCRITURAS

Desde Abraão, Deus instituiu sacrifícios contínuos (Ex 29,38-42). Esses sacrifícios, embora santos, eram limitados e incapazes de expiar plenamente os pecados. O Antigo Testamento, porém, anuncia:

A substituição dos sacrifícios de animais, por uma oblação pura e perfeita, oferecida entre todas as nações (Malaquias 1,11).

No Novo Testamento:

-Cristo é o Sumo Sacerdote e a Vítima perfeita.

-Seu Sacrifício na Cruz é único, mas é tornado presente de modo incruento na Missa.

-O pão e o vinho são transubstanciados no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

-O sacerdote age in persona Christi, invocando o Espírito Santo e "Ex opere operato" (expressão latina que significa "pela obra realizada" e se refere à eficácia dos sacramentos da Igreja Católica, que conferem graça pelo próprio ato válido do sacramento, independentemente da dignidade do ministro ou da fé do receptor. Essa eficácia não é mágica, mas sim a intervenção de Deus através da promessa feita à Igreja para que o sinal do sacramento se torne um canal da graça).

-Jesus ordenou que Seu Corpo e Seu Sangue fossem verdadeiramente comidos e bebidos, para a vida eterna.

-Quem recebe sem fé ou indignamente come e bebe sua própria condenação (1Cor 11,29).

-Quem nega a Presença Real faz de Cristo mentiroso, pois Ele disse: “Isto é o meu Corpo.”

A SANTA MISSA NA PROFECIA DE MALAQUIAS 1,11

"Mas desde o nascer ao por do sol, é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta perfeita..."

ATENÇÃO! Os judeus nunca ofereceram sacrifícios fora de Jerusalém, portanto essa profecia só pode ser cumprida:

Na Santa Eucaristia, celebrada em todo lugar da terra, oferecendo assim a oblação perfeita e sem mácula desde o nascer ao por do sol: o Corpo e o Sangue de Cristo no altar.

DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS

1)-Sacrifício: Ato supremo de adoração. Um sacerdote oferece uma vítima a Deus pela expiação dos pecados.

2)-Sacrifícios do Antigo Testamento: Eram santos (separados),mas limitados, imperfeitos e não agradavam a Deus (Isaias 1,11)

3)-Sacrifício do Novo Testamento: Infinito, perfeito, redentor — somente Deus poderia oferecê-lo.

4)-Cristo como Vítima Perfeita: Cf. 1Cor 5,7; Ef 5,2; 1Pd 1,19; 1Jo 2,2; Ap 13,8.

5)-Oblação: A oferenda de pão e vinho que, pela transubstanciação, se tornam corpo e sangue de Cristo.

6)-Holocausto: Destruição total da vítima pelo fogo — símbolo da entrega absoluta.

7)-Ação de Graças: Em grego: eucharistía — de onde vem o nome Eucaristia.

O Salvador não quis que o seu Sacrifício sangrento — do qual nasceu a Igreja — permanecesse entre nós apenas como uma recordação distante, alcançada unicamente pela fé. Foi de Sua vontade que esse Sacrifício se tornasse perene na história, perpetuado e tornado presente em cada momento em que o tempo avança. Assim como o Verbo poderia ter nos redimido sem assumir a nossa carne, mas preferiu salvar-nos por meio do contato real de Sua Carne e pela aspersão do Seu Sangue, Ele também decretou continuar unindo a Sua Carne à nossa e derramando sacramentalmente o Seu Sangue no Sacrifício da Missa.

Essa vontade não nasceu de qualquer insuficiência do Sacrifício da Cruz. A Paixão é perfeita, acabada e definitiva em si mesma; contudo, sua virtude precisa ser aplicada a cada ser humano que vem ao mundo. Nesse sentido, pôde São Paulo afirmar que completava "o que falta à Paixão de Cristo" (Cl 1,24): não porque a Cruz seja incompleta, mas porque falta ainda a participação pessoal de cada fiel na obra realizada por Cristo. A Paixão está plenamente consumada, mas precisa alcançar cada criatura ao longo dos séculos. É essa a perspectiva de Mediator Dei (n. 72–73): ao Sacrifício de Cristo nada falta, exceto que nele participemos individualmente, apropriamo-nos de seus frutos e nos deixemos transformar por sua graça.

Além disso, o culto perfeito oferecido ao Pai no Calvário — único ato de adoração plena e absolutamente digno — deve perdurar no tempo. Ainda que consumado na Cruz, esse culto é devido todos os dias por todos os homens. Quando Jesus proclama “Está consumado”, Ele declara consumada a obra redentora objetiva, isto é, o preço da salvação foi pago e as portas do Céu foram reabertas à humanidade. Contudo, a salvação subjetiva, a salvação pessoal de cada um, depende de nossa união ao Sacrifício supremo, de nossa participação nele pela fé, pela conversão e pelos sacramentos.

Para garantir, portanto, a presença perpétua do Seu único e definitivo Sacrifício sangrento, Cristo instituiu, na véspera de Sua Paixão, o Sacrifício não-sangrento da Missa. No Cenáculo, o rito celebrado por Jesus foi uma antecipação da imolação que seria consumada no Calvário; depois da Cruz, aquele mesmo rito passou a ser a representação sacramental e memorial eficaz da Paixão já realizada. Assim, na Eucaristia, não apenas recordamos, mas tornamos presente — de modo incruento, real e sacramental — o Sacrifício que salva o mundo, permitindo que cada geração participe pessoalmente da obra redentora do Senhor.

ALGUNS ESCLARECIMENTOS:

1)- Missa não tem palco, tem altar. No palco há performance, no altar da missa há sacrifício.

2)- Missa não tem show, tem memorial da morte e ressurreição de Cristo.No show há exibição, no memorial há rendição ao nosso Deus que nos salvou pelo seu sacrifício de amor.

3)- Missa não tem Estrelas, tem servos.Estrelas aparecem, servos obedecem.

4)- Missa não tem fãs, tem discípulos.Fãs aplaudem e gritam, discípulos aprendem e seguem as lições do mestre.

5)- Missa não tem artistas, tem ministros, artistas atuam, ministros servem.

6)- Missa não é lugar de usar sandálias havaianas e roupas curtas.O lugar disto é na praia e não na celebração da Santa Missa.

7)- Missa não é lugar de falar do Bolsa-Família e discursos Socialistas. O nome disso é propaganda político partidária. Missa é outra coisa imensamente superior a isto.

8)- Missa não é lugar pra dançar ballet com roupas obscenas.O lugar disto pode ser em qualquer canto, menos na missa, imagina isto lá no Calvário!

9)- Missa não é lugar para Africanização da liturgia.isto não é missa é outra coisa: É Folclore.

10)- Por fim, missa não tem plateia, tem adoradores, quando vamos a missa não vamos para assistir e sim para participarmos do MEMORIAL da vida, paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e ali rendermos o nosso louvor, gratidão, e adoração. Plateia apenas assiste e reage com palmas vazias e sem sentido, adoradores prostram-se e entregam-se a Deus, e reagem com a vida.

Conclusão  

A reflexão derivada da citação de Pe. Antonio Fortea na introdução desse post, evidencia um ponto central e inegociável da eclesiologia católica: a convicção de que a plenitude dos meios de salvação subsiste de modo visível, histórico e sacramental na única Igreja fundada por Cristo, edificada sobre o colégio apostólico e preservada na sucessão dos seus pastores. Nesse horizonte, o diálogo ecumênico, a estima pelos cristãos separados e o reconhecimento sincero dos valores presentes em outras comunidades eclesiais constituem elementos autênticos da caridade e da missão da Igreja; todavia, essa abertura responsável jamais implica relativizar a identidade católica nem diluir a consciência de que a Eucaristia, o sacerdócio ministerial e a integridade doutrinal pertencem à própria estrutura querida por Cristo.  A orientação de evitar a participação habitual em cultos não católicos deve, portanto, ser compreendida não como rejeição às pessoas ou desconfiança injustificada, mas como exercício prudente da fidelidade à fé recebida, à qual cada batizado é chamado a guardar com zelo. O fiel que conhece o valor inestimável da Missa — Sacrifício, Presença Real e Comunhão sacramental — não pode tratá-la como equivalente a celebrações privadas desses elementos constitutivos; fazê-lo seria obscurecer o que há de mais sagrado: o mistério pascal tornado presente no altar.  Desse modo, o discernimento pastoral proposto por Fortea não isola nem divide; ao contrário, protege a maturidade da fé, resguarda a identidade e fortalece a verdadeira unidade cristã — aquela que não nasce de consensos humanos, mas da plena adesão à vontade de Cristo, que orou para que “todos sejam um” (Jo 17,21). Assim, ao permanecer fiel à liturgia, aos sacramentos e ao depósito da fé, o católico não se fecha ao diálogo, mas o torna mais autêntico, pois só quem vive a própria verdade pode oferecer ao outro um encontro sincero e frutífero.

Amado(a) irmão(ã) em Jesus Cristo, antes de mais nada, não se sinta ofendido(a)! Nosso objetivo aqui não é atacar pessoas, mas esclarecer enganos e inverdades que, infelizmente, ainda circulam no meio protestante — muitas vezes repetidos sem estudo ou verificação. Somos constantemente caluniados em cultos, acusados de “adorar imagens”, “inventar doutrinas” e “seguir tradições humanas”, quando, na verdade, tudo o que ensinamos tem base bíblica, histórica e teológica sólida.  Agora, convenhamos: querer que nós, católicos, adaptemos nossa fé bimilenar às novas doutrinas de alguns grupos recentes é o mesmo que querer atender às reinvindicações mais absurdas de certos movimentos ideológicos — como aquele grupo que, depois de conquistar o direito à união civil, agora quer abolir o Dia dos Pais e das Mães porque o simples fato de existir essas datas “os incomoda”. Ora, a verdade não muda porque alguém se sente desconfortável com ela! A fé católica não é uma loja de conveniência espiritual onde cada um escolhe o que quer crer conforme o humor do dia.  A Igreja Católica não precisa se reinventar para agradar sensibilidades modernas ou modismos teológicos — afinal, não fomos nós que nos separamos dela; foram os outros que decidiram criar suas próprias versões da verdade. A autêntica doutrina cristã não é resultado de votação nem de “releitura cultural”, mas é revelação divina transmitida fielmente desde os apóstolos.  Nosso compromisso é com a verdade que liberta, não com a opinião que agrada. Por isso, convidamos você a conhecer a Igreja Católica por dentro, e não pelas caricaturas que pintam dela. Leia, estude, investigue as fontes originais, veja o que os Padres da Igreja realmente ensinaram. Só assim você perceberá que nossa luta não é contra pessoas, mas contra os erros que deturpam a fé e confundem as almas.  Como ensinava Santo Cipriano de Cartago:  “Estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica.” (Epist. 55, n.1, Hartel, 614).  E como sabiamente observou Dom Fulton J. Sheen:  “Há realmente poucas pessoas que odeiem a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que erroneamente pensam ser a Igreja Católica.”

 

*Francisco José Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17 - Perfil curricular no sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.

Referências bibliográficas

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