Entenda as principais razões pelas
quais o aborto no Brasil ainda é uma questão criminal, e não de saúde pública...
O aborto está entre os temas mais delicados
que perpassam o debate social. A questão envolve
elementos legais, psicológicos, sociológicos, filosóficos e religiosos, razão
pela qual é difícil chegar a consensos. Volta e meia com algum caso de
grande repercussão nacional ou internacional, bem como em eleições
presidenciais, o assunto volta à tona dividindo acaloradas opiniões.
Aspecto legal
Diversas entidades da sociedade civil
opinaram sobre o destino do aborto no País em audiência no STF em 2018. (Fonte:
STF/Reprodução). Segundo o Código Penal, o aborto no
Brasil é considerado crime! O decreto-lei prevê punição às mulheres que se
submetem ao procedimento ou às pessoas que, com ou sem o consentimento da
gestante, induzem-na ou auxiliam o abortamento. As exceções a essa
normatização são três, permitindo ao Sistema Único de Saúde (SUS) administrar
os cuidados necessários à mulher quando:
1. há risco à vida da mãe e não há
outro meio de salvar a gestante.
2. a gravidez resulta de estupro e o aborto
é consentido pela gestante ou, quando incapaz, por seu representante legal.
3. o feto é anencéfalo — esta última não é
prevista pelo Código Penal, mas por um julgamento do Supremo Tribunal Federal
de 2012 cujo entendimento vigora em relação a esses casos.
Segundo ativistas e pesquisadores que
defendem descriminalizar o aborto e reconhecê-lo como problema de saúde
pública. Diante de uma suposta inércia, (no entendimento dos abortistas) por
parte do Congresso brasileiro, que não normatiza o aborto a despeito da pressão
de movimentos sociais progressistas, o
Supremo Tribunal Federal iniciou em 2018 uma série de audiências públicas com
vistas à pacificação do tema, que sofre contestação de matéria constitucional
(ADPF 442). Caso isso ocorra, trata-se de um cenário semelhante à
criminalização da homofobia e transfobia decidida pela corte em 2019, cujos
efeitos legais passam a ser os mesmos da discriminação racial.
Debate
mais político do que moral e existencial com relação a vida!
Ainda segundo os defensores da
descriminalização do aborto no Brasil, o desejo da mulher em cursar ou não a
gestação deve ser respeitado e garantido como direito individual. Reconhece-se
também, o direito de segmentos religiosos se posicionarem contrários ao ato,
mas, sendo o Estado laico, essa garantia não é suficiente para orientar o
significado de vida para a legislação. O Estado deve olhar para a questão,
portanto, como um problema de saúde pública, sobretudo quando as mulheres mais
pobres que decidem interromper a gestação vão à óbito sistematicamente no País
— duas mulheres mortas a cada dia, segundo levantamento oficial (carece de
fontes). Países que optaram por descriminalizar o aborto mostraram que os
índices de atendimentos não cresceram (carece de fontes). Em grande medida, esse fenômeno se explica
porque, ao tratar a questão com políticas públicas específicas, abre-se uma
janela para que as mulheres sejam informadas, orientadas e assistidas pelo
Estado desde o planejamento familiar até a eventual interrupção da gravidez.Do
outro lado estão movimentos que se intitulam pró-vida e não concordam com o
argumento de que, por não haver ainda a formação do sistema nervoso central,
não há vida até 12 semanas de gestação. Essa é a posição que goza de maior
consenso na comunidade científica, a exemplo do que defende o Conselho Federal
de Medicina. Por questões que costumam ser de origem ética,
sociológica, filosófica e religiosa, entende-se que há vida desde a concepção,
portanto a mulher que opta por interromper a gravidez deve ser tratada como
alguém que encerra uma vida humana.Há também defensores dessa posição
que reivindicam argumentos do ponto de vista sociológico: haveria interesses de empresas estrangeiras que desejam fazer
do abortamento um nicho de negócios diante da precariedade do SUS, segundo o
movimento Brasil Sem Aborto. Embora esse entendimento esbarre no caráter
laico do Estado, trata-se de uma queda de braço em que os setores religiosos
mais tradicionais ainda têm força.
Fontes: Estadão, STF, Código Civil,
Politica Aborto Humanizado, CFM.
Dr. Rafael Câmara no STF: “Não! O aborto não é uma mera questão de
saúde pública!”
Lamentável e assustadora a declaração do vice-presidente Hamilton Mourão em entrevista
ao O Globo se declarando favorável ao aborto em casos em que a mulher não tenha
condições de criar o filho e queira abortar. Não tanto pela declaração
em si, já que como cidadão ele tem todo o direito de se manifestar sobre
qualquer tema. Mas pelo fato de jamais ter dito isso na campanha, mesmo tendo
participado de inúmeras entrevistas e falado sobre os mais diversos temas.
Afinal, quem votou no Bolsonaro votou no Mourão! Certamente, os eleitores
pró-vida levariam muito em conta isso na decisão do voto. Estranhamente, este
tema foi bastante utilizado na campanha para angariar votos, mas foi
completamente esquecido após a vitória, mesmo tendo a população brasileira
majoritariamente a favor das duas vidas.Na mesma
entrevista, o vice-presidente disse que o aborto é um problema de saúde
pública. Isso é falso! Estive na audiência pública da ADPF 442 em agosto
passado, no STF, falando sobre o tema. Nela, mostrei todas as mentiras que
norteavam a discussão do aborto tendo uma plateia eminentemente pró-aborto que
me vaiou e xingou. Até mesmo a ministra Rosa Weber teve que interromper
minha fala para pedir à plateia raivosa que me deixasse continuar destruindo
mentiras com números e literatura embasada. Os
defensores da descriminalização do aborto tradicionalmente utilizam diversos
dados falsos, exagerando o número de mortes e internações decorridas da
realização de abortos ilegais, por exemplo. Provei, ao vivo, que os números
reais eram muito menores. As mortes maternas por aborto, por exemplo,
que alguns chegam a afirmar que são de até 70 mil por ano, na verdade estão
entre 50 e 70 mortes por ano somando todos os tipos de aborto, incluindo
abortos legais feitos pelo estado com uma mortalidade maior do que a
mortalidade materna dos partos. Minha apresentação pode ser vista abaixo:Por definição, um problema de saúde pública é algo que tem
impacto na sociedade por meio de mortalidade aumentada, morbidade, custos do
tratamento para a sociedade e pelo potencial epidêmico em caso de infecções. Como
mostrei no STF, a liberação do aborto aumentou o número de abortos nos países
onde aconteceu. No Uruguai, por exemplo, desde a liberação (2013) os números
aumentam ano a ano, sem exceção. Dada a taxa de mortalidade de abortos legais
no Brasil, a liberação aumentaria a mortalidade de mães e os custos do SUS,
além de provocar um caos nas maternidades estatais já lotadas. Mulheres que
hoje mal têm leitos para parir e sofrem com recursos escassos correriam ainda
mais riscos, tendo que competir com um crescente número de mulheres que desejariam
abortar.Os números divulgados pela mídia, normalmente,
são igualmente absurdos: 11 mil mortes maternas, 50 mil, 70 mil. Como mostrei
no STF, ONGs feministas fazem cartilhas “ensinando” como os jornalistas devem
apresentar o tema e como abordar o assunto, inclusive sugerindo militantes
pró-aborto para comentarem as matérias. Até mesmo a liga acadêmica de ginecologia
e obstetrícia de uma universidade pública federal citou o número de 70 mil,
tendo que corrigir o erro posteriormente. O que preocupa é que eles
provavelmente aprenderam isso em sala de aula.O mais assustador é a
total inobservância de General Mourão e demais apoiadores do aborto sobre qual
horripilante é defender o assassinato de fetos simplesmente por que não há como
sustentá-lo. Será que ele não lembrou que a fila para adoção de recém-nascidos
é gigantesca? Ou que as mulheres que realizam o aborto têm
uma taxa maior de problemas psiquiátricos, morbidade e mortalidade quando
comparadas com quem nunca fez? E milhões de pessoas miseráveis, devemos
matá-las seguindo a mesma lógica eugenista? Não tenho a menor dúvida de
que grande parte das pessoas que ficam numa discussão filosófica sobre quando
começa a vida para legitimar o assassinato de fetos ficariam horrorizadas ao
presenciar um aborto natural de uma gravidez de 12 semanas onde é possível ver
uma pequena pessoa lutando para sobreviver fora do corpo materno e falecendo.
Como obstetra e médico treinado para não me envolver sentimentalmente com os
casos, posso garantir que é difícil entender como alguém pode ter coragem de
enfiar uma cureta no interior do útero para matar, decepar e retirar um ser do
ventre materno.
Dom Aloísio Roque Oppermann: “ABORTO,
uma simples questão de saúde pública?”
Joga-se muito com a desatenção do povo, ou
até com sua suposta ignorância. O presidente Lula, em
que pese sua promessa nebulosa aos Bispos em 2005, é decididamente a favor do
aborto. Acompanham-no nesta sua postura, o seu ministro da saúde, e é claro, sua sucessora
Dilma. Esta, para encantar o eleitorado católico, chegou a visitar oficialmente
o Papa (sem ter convicção pessoal). O efeito foi conquistar os votos de clérigos.
A vitória se delineava fácil, e por isso não se via necessidade de ocultar
coisa nenhuma. Tudo é dito às claras. A resistência ao
secularismo governamental é nula. É uma submissão geral. Os princípios cristãos que ainda vigem em
nossa vida pública, deverão se retirar para a diáspora das consciências. Na
frente de ouvintes qualificados Lula afirmou que a introdução da lei do aborto,
“é uma questão de saúde pública em nosso país”. Lembramos o salmo: “Lembra-te
do povo que redimiste como tua herança” (Sl 74,2).É bom saber que existe
muita manipulação de estatísticas, ao se falar sobre a taxa anual de abortos.
Sobretudo são falsas as notícias sobre o número de mulheres mortas em
decorrência de “abortos inseguros”. Segundo informações do DATASUS, o número de
mortes maternas em decorrência dessa
prática, nunca passou de 163 por ano.(Ver “Faça alguma coisa pela vida” N. 96) Por isso diz-se falsamente que a legalização, “evitaria
milhões de mortes maternas”. Uma vez que o governo faz apologia da interrupção
da gravidez, por qualquer motivo, as grandes redes de TV precisam entrar nessa
linha. Caso contrário perdem as ricas inserções de propaganda do poder público.
Sem as benesses do governo até a Globo fecha. Por isso, mais do que rapidamente,
foi introduzida a novela “Passione”, que procura fazer a cabeça do povo, a
mando do governo.
Vamos supor, por um exagero de fantasia, que o governo declarasse
que o assalto às residências deve ser uma questão de “saúde pública...”
Para tal efeito, se
publicariam estatísticas incrementadas de mortes de assaltantes, cujas investidas
estariam sendo feitas em condições inseguras. Para completar a hílare
situação, o governo proporia legalizar o assalto, para que todo cidadão, rico
ou pobre, pudesse “realizar um assalto
seguro”. Essa é a conversa que os líderes da nação fazem ao falar de aborto
como questão de saúde pública, vai nessa conversa quem quer.
Dom Aloísio Roque Oppermann
Dom Roberto Ferreria Paz: “O aborto é um
holocausto silencioso...”
Segundo o ACI Digital (04/05/2017), durante
um encontro com jornalistas, o Bispo referencial da
Pastoral Nacional da Saúde, Dom Roberto Ferreria Paz, reforçou que o aborto “é
um holocausto silencioso”, ao contrário do que seus defensores argumentam ao
apresentá-lo como questão de saúde pública. “Pensar que o aborto é o
principal método de controle da natalidade é falso, é uma falácia! É genocídio, é holocausto silencioso. Segundo, o aborto não é
uma questão de saúde pública, porque saúde é o direito a nascer. Que saúde vai
ter um feto abortado?” - questionou o Prelado no último Meeting Point
com jornalistas na 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), em Aparecida.
Dom Roberto, que é Bispo de Campos (RJ), reforçou os principais
pontos da última nota da CNBB sobre este tema, intitulada “Pela vida contra o
aborto”!
Segundo ele, esta
nota “coloca uma posição muito clara, sintetiza os grandes argumentos e, ao
mesmo tempo, questiona as falsas saídas”. Nesse sentido, reafirmou a
posição da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da
vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”.Ao defender que “o direito à vida é incondicional”, citou o trecho da nota
na qual se afirma que este direito “permanece, na sua totalidade, para o idoso
fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência,
para a criança que acaba de nascer e também para aquela que ainda não nasceu”.“Estas
– comentou o Bispo – são as situações em que, às vezes, certas legislações pretendem
terminar com a vida humana, situações de fragilidade”. Dom
Roberto recordou que a nota da Conferência Episcopal foi lançada após uma
decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o aborto até
o terceiro mês de gestação não é crime.Diante disso,
reforçou a posição da CNBB, que repudia “atitudes antidemocráticas que,
atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma
função que não lhe cabe, que é legislar” - “Cabe ao Congresso legislar e
alterar por emendas a Constituição, não aos juízes”, acrescentou o Prelado.Além disso, assinalou a defesa do direito à objeção de
consciência, “de modo que nenhum médico pode provocar o aborto contra a sua
consciência”. Por outro lado, salientou que a vida humana é preciosa e
que o necessário por parte do Estado é “maior investimento e atuação eficaz no
cuidado das gestantes e das crianças”.
“Ao invés de aborto seguro, o Sistema Público de Saúde deve garantir o direito ao parto
seguro e à saúde das mães e de seus filhos”, disse, citando a nota da
CNBB.
“Poderia colocar uma incoerência que a gente vê de um
ambientalismo que acredita em salvar as baleias e não defende com igual empenho
a espécie humana”, expressou.
“Ora, sejamos racionais, a vida humana é preciosa, nunca será um problema, pelo
contrário, é uma solução! Nós nunca podemos cair nessa falácia de
impedir que venham mais convidados à mesa, mas, o que temos que fazer é
repartir o bolo”, acrescentou. O Bispo referencial da Pastoral da Saúde também
falou sobre a defesa da vida do ponto de vista cristão afirmando que “a
maternidade divina, a maternidade de Jesus, prova que Jesus foi zigoto, foi
embrião, foi nascituro e seu nascimento é celebrado no Natal” - “Nós celebramos no dia 25 de março a Anunciação, quando se
deu no ventre de Nossa Senhora a encarnação do Verbo divino. Então, defendemos
a vida. Está ligado a uma revelação e a um fato: o Filho de Deus se
encarnou e nasceu na nossa história”, completou.
Fonte:http://www.acidigital.com/noticias/o-aborto-e-um-holocausto-silencioso-afirma-bispo-99475/
A GRANDE VERDADE É QUE: "MULHER POBRE NÃO ABORTA!"
Por *Ivanaldo Santos – Filósofo
Atualmente
o Brasil e outros países ao redor do mundo passam por uma forte contradição. De
um lado, existem amplos segmentos populacionais que são contra o aborto. Esses segmentos representam entre 75% a 95% da população que se
apresenta oficialmente contrária ao aborto. Numa sociedade democrática a
maioria deve prevalecer. Do outro
lado, existem grupos e estruturas sociais que afirmam, dentre outras cosias,
que é necessário se legalizar o aborto porque trata-se de uma medida de
proteção da mulher pobre e da pobreza. Em tese, a legalização do aborto
representa algum tipo de política social de proteção social ao pobre, de
diminuição do número de pobres nas ruas das cidades, de incentivo ao combate a
pobreza.
Existem
alguns problemas em torno da ideia de que a legalização do aborto vai
beneficiar as mulheres pobres. Vejamos um conjunto de sete problemas:
1)- É
estranho que se afirme, por meio de algum levantamento estatístico, que a
maioria das mulheres que abortam são pobres. Como se chegou a essa conclusão? Todo tipo de pesquisa tem seus acertos e
pontos fracos. Não se trata de retirar a validade de alguma pesquisa. No
entanto, se o aborto é ilegal no Brasil, como foi que se conclui, por meio de
dados estatísticos, que a mulher que aborta é pobre?
2)- É
afirmado que no Brasil quem aborta é mulher pobre, mas, por incrível que
pareça, quem aparece defendendo o aborto não é a mulher pobre! Pelo contrário, é um grupo seleto de mulheres
de classe média, que estudaram em boas escolas, que possuem bons empregos, que
geralmente fazem turismo em Miami ou em alguma cidade da Europa, que levam os
filhos para se divertir na Disney e coisas semelhantes. Ao que parece no Brasil
vive-se uma experiência meio delirante semelhante ao que é narrado no
filme Paris, Texas, lançado em 1984, dirigido por Wim Wenders. Nesse
filme, o personagem Travis Henderson narra a experiência de uma pessoa que falava
muito de Paris, é como se tivesse nascido e vivido longos anos em Paris, como
se conhece os recantos de Paris. No entanto, essa pessoa nunca nasceu ou esteve
um único dia em paris. Na verdade, era apenas um caipira americano que nasceu e
viveu toda a sua vida no Texas. No
Brasil e em outras partes do mundo fala-se que o aborto vai beneficiar os
pobres, que quem deseja abortar é a mulher pobre, mas quem fala isso são
pessoas que não são pobres e
que, na maioria dos casos, nunca experimentou a vida dos pobres.
3)- Afirmar
que a legalização do aborto vai beneficiar os pobres é a nova versão, a versão
contemporânea, a versão cult da eugenia. A eugenia que deseja,
por razões diversas, eliminar grupos e segmentos sociais. No caso do aborto, deseja-se combater a
pobreza eliminado o pobre por meio do aborto. O aborto aparece como arma
chique, eficiente e sofisticada para a diminuição do número de pobres.
4)- O
aborto está sendo vendido, de forma sofisticada, como um eficiente remédio para
problemas pessoais e psicológicos. De
acordo com essa propaganda, esse remédio estará disponível a todos,
especialmente aos pobres. Se um indivíduo estiver com um problema psíquico fará
um aborto e, com isso, terá a cura ou uma melhora substancial do seu problema.
Com isso, o aborto é vendido como uma espécie de novo remédio psiquiátrico, um
novo Prozac ou algo semelhante. Nas
décadas de 1970 e 1980 a cirurgia plástica era indicada como terapia
psicológica. Atualmente o aborto é apresentado como o substituto das cirurgias
plásticas. Em todo caso, o que temos é uma estratégia sofisticada de vários
setores da indústria (indústria médica, farmacêutica, de propaganda, etc) para
promover e vender os seus respectivos produtos. Setores da indústria médica e farmacêutica querem vender cirurgias
plásticas e outros setores querem vender aborto. A lógica é a mesma: vender um
produto. O problema dessa venda é que o
consumidor não é informado sobre os efeitos negativos e o que realmente está em
jogo nesse tipo de negócio. Estamos
diante de um comércio muito
antiético!
5)- As
pessoas e grupos sociais que afirmam que quem aborta é a mulher pobre
– vale salientar que tem gente até dentro da Igreja com esse tipo de
discurso – não conhecem a mulher pobre e muito menos os espaços geográficos
que, no Brasil, situa-se o cinturam de pobreza. Novamente estamos diante de uma
versão contemporânea do filme Paris, Texas, ou seja, fala-se na pobreza e no
pobre, mas nunca, nem de longe, se viveu as experiências da pobreza. O motivo desse problema é que a mulher pobre, de forma individual, pode
até fazer um aborto, mas não se pode generalizar e dizer que a mulher
pobre aborta. O motivo é que a mulher pobre, ao contrário de segmentos mais
sofisticados da classe média, não tem uma formação ética e metafísica. A mulher
pobre geralmente não sabe e não tem instrumental teórico para, por exemplo,
fazer uma defesa filosófica ou teológica da vida e contra o aborto. No
entanto, geralmente a mulher pobre não aborta. O motivo disso é que para amplos segmentos da
população pobre ter um ou mais de um filho representa, na prática, uma melhoria
na renda da família, uma ajuda nas tarefas da casa e uma possibilidade de, no
futuro, a família ou um membro da família subir na hierarquia social. Ao
contrário da classe média, que vê um filho como prejuízo, a população pobre vê
o filho como um investimento no futuro.
6)- Voltando
a metáfora do filme Paris, Texas, quem diz que mulher pobre aborta nunca
conheceu as redes de solidariedade social que perpassam as comunidades
pobres. Ao contrário da classe média, que vive
uma existência isolada e tem pouco sentido de comunidade, os pobres possuem
forte sentido de solidariedade e comunidade. Uma mulher pobre que engravide
terá a ajuda de várias amigas, companheiras e parentes. Uma rede de
solidariedade vai estar ao lado dessa mulher pobre para ajudá-la no processo de
gravidez e de criação do filho. Só para se ter uma ideia dessa questão, um
único carinho de bebê chega a ser usado por 4 ou 5 mães com filhos
recém-nascidos. Esse carinho vai
passando de família em família até que não tenha mais utilidade. Esse
comportamento solitário se multiplica em vários aspectos da vida social (roupas
para recém-nascido, alimento, remédios, etc). Os pobres mantêm o espírito
solidário que, muitas vezes, a classe média apenas é capaz de falar do ponto de
vista teórico.
7)-
Se os pobres não praticam, em larga escala, o aborto, então quem aborta? É difícil responder de forma fechada essa
pergunta. No entanto, existem uma série de grupos sociais que praticam o aborto
de forma muito mais radical que os pobres. Entre esses grupos podem ser
citados:
a)
Pessoas abortam por motivos diversos: mulheres
que engravidaram devido a relações sexuais extraconjugais, pessoas que são
obrigadas a abortarem por questões ligadas ao mercado de trabalho ou por
envolvimento com grupos criminosos, pessoas envolvidas no mercado da
prostituição e do cinema pornográfico, etc);
b)
Membros da alta sociedade que veem a gravidez como um ato primitivo e até
selvagem do ser humano, pessoas que não
desejam deixar suas fortunas para herdeiros e coisas semelhantes.
c)
Membros da classe média que veem a gravidez e, por conseguinte, a criação de um
filho como um prejuízo financeiro, como
uma deformação estética, como uma barreira para o crescimento profissional e
coisas semelhantes.
d)
Pessoas que fazem parte de algum grupo de vanguarda cultural, de sociedade
alternativa, de pensamento cult e pós-moderno. Pessoas que, devido a sua filiação ideológica
(alguma facção da esquerda, liberais exaltados, anarquistas radicais, etc), são
levadas e até mesmo obrigadas a fazerem um ou vários abortos.
Por
fim, afirma-se que a metáfora que envolve o filme Paris, Texas, ou seja,
fala-se com muita naturalidade de alguma coisa, mas na prática nunca se viu ou
se conhece essa cosia, é
uma ótima forma de pensar o argumento, muito difundido atualmente, de que a
legalização do aborto vai beneficiar as mulheres pobres. Quem diz isso
geralmente nunca conheceu a realidade dessas mulheres. Se conhece saberia que a mulher pobre não
aborta.
*Ivanaldo
Santos – Filósofo: faleceu em acidente de carro, e era um grande colaborador do Blog
Berakash
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