Salmo Responsorial -
26(27): “O Senhor é minha luz e salvação”
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do Evangelho: Lucas 9,28-36
— Glória a vós,
Senhor!
Nesta
liturgia, somos convidados a escutar o que Jesus tem
para nos dizer com sua Palavra e a contemplar seu rosto luminoso na Eucaristia.
Permanecendo firmes na fé no Senhor, nossa luz e salvação, celebremos a páscoa
semanal, que se realiza nas pessoas dispostas a transfigurar a realidade,
promovendo o bem e a vida.
Aleluia, aleluia, aleluia!
“Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho, o
escolhido. Escutai o que ele diz!”
Naquele
tempo, 28Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago e subiu à montanha para rezar.
29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca
e brilhante. 30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e
Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte que
Jesus iria sofrer em Jerusalém. 32Pedro e os companheiros estavam com muito
sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com
ele. 33E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é
bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e
outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo. 34Ele estava ainda
falando quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos
ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. 35Da
nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai
o que ele diz!” 36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho.
Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do
que tinham visto.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
Reflexão do Evangelho de Lucas 9,28-36 (2º Domingo da Quaresma: 10/03/2022 – na FM 105 Santa Clara (mantido o tom Coloquial)
"Suba a montanha e arraste consigo o maior número possível de pessoas para rezar juntos, sonhar juntos! Recorde as promessas de Jesus sobre nos reunirmos para rezar: onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles”. (Mt 18,20)
Todos
os anos, a liturgia do Segundo Domingo da Quaresma utiliza um dos relatos da
“Transfiguração”. Esse episódio é narrado pelos três Evangelhos Sinóticos
(Mateus, Marcos e Lucas), o que torna possível à liturgia oferecer um texto
para cada ano, conforme o ciclo litúrgico (ano A,B e C). Isto se dar sem necessariamente repetir-se, uma vez que,
mesmo se tratando do mesmo episódio, cada evangelista o narra de maneira
própria, considerando suas características literárias, as intenções teológicas
e, principalmente, as necessidades de suas respectivas comunidades. - Na liturgia de hoje nós celebramos a
Transfiguração de Jesus. O rosto de Jesus mudou de aparência, ou seja, transfigurou-se
diante das pessoas que estavam ali próximas. Jesus
subiu a montanha para orar, mas não fez isso sozinho, levou consigo seus
discípulos! Jesus sabia da importância
da oração comunitária, e fazia questão de partilhar esses momentos com seus
amigos. Pedro, Tiago e João aceitaram o convite e acompanharam Jesus até ali no monte Tabor. Além de Lucas, a transfiguração de Jesus
também é narrada por Mateus (17,1-9) e por Marcos (9,2-10). Interessante que todos
estes evangelistas são unânimes em afirmar que as roupas de Jesus ficaram
brancas e reluzentes, e que seu rosto mudou de
aparência, enquanto orava. A palavra que se destaca no texto é “Escutai!
Os grandes místicos da Igreja dizem que Contemplar não é só olhar, mas
principalmente, escutar. Escutar Jesus e o seu Evangelho nos coloca por
consequência, na dinâmica do seu seguimento. É uma
escuta que nos compromete e nos desacomoda, pois não se trata somente de
escutar palavras, mas do deixar-se transformar, perpassar pela Palavra de vida
que escutamos. A escuta de Deus e não a especulação filosófica de Deus,
acompanha a história de Israel representada por Moisés e Elias (que representam
a Lei e os profetas) - Jesus ali neste encontro conversa e também, os escuta! -
Em continuidade a este episódio, a intenção do evangelista é mostrar Jesus não
apenas como um simples personagem ou um profeta a mais. Ele é o “Escolhido” - A lei e as profecias se encerram nele! E é
somente a Ele que seus discípulos devem agora escutar. Atenção! Os discípulos
estavam dormindooo! Em um estado de sonolência, não escutamos bem. E sem
escutar bem, corremos o risco de, como Pedro, nos perdermos em nossos interesses
pessoais, que na maioria das vezes são interesses egoístas baseados naquelas
velhas tentações do ter, do poder e do prazer - Podemos nos questionar: a quem estamos
escutando, a Jesus ou aos nossos próprios projetos, ou a ideologias? - Neste Evangelho de
Lucas, o texto da Transfiguração possui um caráter diferente dos encontrados
nos Evangelhos de Marcos e Mateus, o que garante uma continuidade com a
reflexão à respeito do desejo de Deus de se fazer presente na história da
humanidade, segundo o que foi refletido na experiência de Abraão. De fato, em
Lucas, Jesus aparece conversando com Moisés e Elias, sobre o seu êxodo até a
cidade de Jerusalém e sobretudo que lá deveria, profeticamente acontecer, para
se cumprirem as escrituras - A indicação sobre o que conversavam é a
expressão clara de que o evangelista apresenta o caminho de Jesus até a cidade
Santa, como sendo parte do desejo de Deus de se fazer presente na história da
humanidade. Ou seja, Deus confirma a sua Aliança com a humanidade, reafirmando
a sua promessa de salvação, e de presença sempre constante: Eis que estarei
convosco até o fim dos tempos! - Algo que é confirmado também pelos símbolos da
tenda, que Pedro deseja armar para que fiquem na montanha, uma lembrança das
tendas do deserto, bem como, da nuvem que os encobre, que recorda a coluna de
nuvem que acompanhava o povo de Israel em sua peregrinação rumo à uma terra
prometida aqui na terra que manava leite e mel, e que para nós Cristãos se
torna esperança de Céu, que é logo ali - Jesus aproveita este episódio para
mostrar-nos a capacidade de transformação da oração autêntica e verdadeira - A
oração verdadeira e profunda muda realmente nossa vida, transforma a angústia
em esperança e o comodismo em ações concretas. A oração
muda até a nossa fisionomia de desespero e angústia para uma fisionomia de paz
e confiança que supera todo entendimento - Revestidos de glória, Elias e Moisés
conversavam com Jesus. O assunto era a sua morte. Discutiam como seria o
sofrimento que o Messias experimentaria em Jerusalém. Aos poucos Jesus ia se
inteirando do difícil caminho que haveria de percorrer. Uma oração autêntica
também, não nos aliena só na busca de bênçãos, curas, milagres e prodígios, mas
nos prepara para suportarmos a nossa cruz! Para executar sua missão o
Salvador do Mundo deveria dar tudo de si, inclusive sua vida. Não havia outro
jeito, o Plano de Salvação do Pai incluía sua paixão e morte de cruz. Jesus,
extremamente humano, encontrou na oração, no diálogo com seu Pai, e com seus
amigos a força e a coragem necessárias para enfrentar esta difícil caminhada de
abraçar a Cruz - Esse é o grande exemplo que Jesus nos deixa: é como se estivesse
dizendo para mim e para você que está nos ouvindo: “Nos momentos difíceis, quando as barreiras
parecem intransponíveis, quando parecer não existir nenhuma saída, recorra ao
Pai, Ele vai lhe iluminar e lhe fortalecer. Outra lição que tiramos deste
episódio de Lucas é o exemplo de Jesus que nos diz ainda: “Não faça nada
sozinho, pense na comunidade, divida não se sobrecarregue, confie naqueles(as)
que Deus colocou para trabalhar em sua vinha junto com você - Suba a montanha e arraste consigo o maior número possível de
pessoas para rezar juntos, sonhar juntos! Recorde as promessas de Jesus sobre
nos reunirmos para rezar: onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu
estarei no meio deles”. (Mt 18,20) – Então meus irmãos e irmãs, já
encerrando esta reflexão, vemos que através da transfiguração Jesus anuncia que
pelo caminho do sofrimento, carregando com dignidade e perseverança nossa nossa
cruz, chegaremos à ressurreição e à glória eterna!
Oremos:
“Sr
nosso Deus e nosso Pai, que na gloriosa Transfiguração de vosso Filho
confirmastes a vossa vontade e teu amoroso plano Salvífico pelos testemunhos de
Moisés e Elias, e manifestastes de modo admirável a nossa glória que nos
aguarda de filhos adotivos! Concedei Sr aos vossos servos e servas, também ouvir
a voz do vosso Filho amado, e compartilhar da sua herança. Sr Jesus é bom é
estarmos aqui, reunidos bem perto de ti, com todos no amor! Nós
viemos a este Monte Tabor para em Ti repousar, sermos consolados para consolar
e fortalecidos para fortalecer. Pedimos tudo isto ó Pai, por nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.” AMEM!
Uma abençoada e frutífera Quaresma para todos!
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus
Cristo!”
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a “conversão diária!” -
A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um trecho
do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo Antão, que deu origem à
vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a parábola do moço rico no
Evangelho.
3)- São Francesco (Francisco) cujo nome é adotado depois de
uma viagem à França, onde o menino teria ficado
cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai teria
começado a chamá-lo de "francesco", que significa "francês"
em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do
jovem rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a
elaborar sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres:
“Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um
tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a leitura de
consagrados livros Cristãos.
Gravemente ferido na batalha de Pamplona (20 de Maio de 1521), passou
meses inválido, no castelo de seu pai. Durante o longo
período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo, e começa
a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxônia, e a Legenda Áurea,
sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que comparava
o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A partir destas leituras,
tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando os feitos
heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu
devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura
espiritual nos prepara para a oração e a prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano (bispo de Cartago -África): “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás com Deus e
Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a conhecer o coração de Deus através
das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a
liturgia é participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo.
Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela
liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no «grande amor com que o
Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Na Liturgia Diária, as orações e as leituras da Palavra de Deus são
ocasião para alimentar a nossa fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o
alimenta.Por esse modo a Santa Igreja prepara o coração
dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, na
Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com atenção as leituras da
Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um de nós.Na
Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos, que
transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a caminhada
alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de “leitura orante da Palavra
de Deus”, da Liturgia Diária, praticado e ensinado pelos Padres da Igreja desde
os seus primeiros séculos. Foi batizada com esse nome por Orígenes no Séc. III,
e generalizou-se nos séculos IV e V como maneira predominante de ler a bíblia. Esta
pode ser feita diariamente, por exemplo, meditando o Evangelho proposto pela liturgia
diária da Santa Missa.
Após suplicar a luz
do Espírito Santo, o método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz
em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz
para mim; o que ela me ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em
minha vida?
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de
Deus?
4)-Contemplação: O que a
palavra de Deus fez em mim? O que devo mudar concretamente em minha vida? Que postura
devo tomar? O que me proponho a viver doravante durante a minha vida? - O fruto dessa
nova dinâmica de vida ao ritmo da Palavra é uma transformação real e concreta
que nos elevará em fé, esperança e caridade, além disso, nos proporcionará uma
vida junto de Deus mais constante e digna de Seu amor! Por último,
que possamos perseverar neste caminho. Auxiliados pela graça de Deus já
provaremos aqui nesta terra das riquezas do céu, e possamos cantar esperançosos
com São Tomás de Aquino:
“...Ó Jesus, que nesta vida pela fé eu vejo
Realiza, eu te suplico, este meu desejo:
Ver-te, enfim, face a face, meu divino amigo
Lá no céu, eternamente, ser feliz contigo!”
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