A "Revolta de
Atlas", de Ayn Rand, foi considerado o 2º livro mais influente da
História, atrás apenas para a Bíblia. Eis outros motivos para lê-lo: De autoria
de Ayn Rand, que já dispensa comentários, a escritora e filósofa por trás do
Objetivismo e ávida defensora dos direitos individuais deixou um majestoso
legado por meio de suas ideias e uma herança cultural sustentada principalmente
por sua obra-prima: “A Revolta de Atlas”. Tamanha importância não é à toa: em
um romance filosófico com mais de mil páginas. Ayn Rand consegue envolver o
leitor em uma narrativa complexa, porém prazerosa, ao passo que é capaz de
introduzir suas ideias filosóficas sem degradar a leitura a um tédio total —
muito pelo contrário, é por meio dessas explicações que Rand, concomitantemente
consegue provocar uma reflexão pessoal em cada um de nós e possibilita
compreendermos a fundo o comportamento das personagens.
A história ocorre em um período impreciso, característica atemporal das
obras de Ayn Rand — ela sabia que os cenários descritos em seus trabalhos
poderiam ocorrer a qualquer momento. No cenário mundial, as instituições
políticas de esquerda estão dominando o quadro político, assim, a última ponta
de esperança que sustenta a ideia capitalista é o Estados Unidos — porém sua
economia está praticamente colapsando, com falta de suprimentos básicos e o
funcionamento precário de serviços essenciais.
Dentro de todo esse
contexto conturbador, em que a humanidade se encontra praticamente definhando,
as pessoas que possuem poder político fazem proveito do árduo trabalho de
empresários, cientistas, engenheiros e artistas que ainda procuram reerguer à
civilização ao seu esplendor. Contudo, o Estado passa a implantar leis
manipuladoras e injustas que tomam as posses e criações desses indivíduos. Com
o passar do tempo, essas mentes geniais começam a desaparecer — a famosa greve
de cérebros — e quem irá pagar o preço dessa condição é todo homem, acelerando
ainda mais o trem da civilização a caminho de um penhasco imenso.
Rand constrói
personagens fascinantes, como um inventor magnífico que se torna em um playboy
e uma mulher que luta para manter uma ferrovia transnacional em funcionamento
apesar da decadência econômica do país. Cada personagem é uma peça no mecanismo
total da obra que servem para exemplificar os ideais filosóficos aos quais Ayn
Rand defendia e ia contra.
“Who is John Galt?”
A famosa pergunta
presente diversas vezes ao longo do livro, é uma referência a um misterioso
personagem que representa os princípios da filosofia objetivista: a
racionalidade, a liberdade de expressão, a integridade, o orgulho, a
produtividade, a independência e, principalmente as liberdades individuais. Galt
é a representação de um ideal. Ao analisar o panorama da vida humana, ele
propõe uma revolução filosófica — o renascer do espírito humano: aquele que
vive por meio de princípios racionais, produtivos e individuais.
Ao decorrer da narrativa literária, Ayn Rand vai descontruindo
preconceitos, abrindo a mente dos leitores e cria uma sociedade utópica com
pessoas vivendo apenas por meio dos princípios que ela considerava fundamentais
para que a sociedade alcançasse a áurea da humanidade.
Além disso, Rand alia
o amor a suas ideias, na Revolta de Atlas a autora deixa explícito seu ideal de
amor por meio de dois personagens: Dagny Taggart e Hank Rearden — duas pessoas
que também eram exemplos de indivíduos responsáveis por mover a sociedade. Os
acontecimentos na história aproximam estes dois personagens únicos e evidenciam
o ideal romântico de Rand: uma troca, no qual a moeda eram os valores pessoas;
um amor correspondente na mesma medida — a medida dos valores.
Essa obra-prima revolucionou o conceito de romance filosófico e
despertou novos panoramas na defesa do capitalismo, da individualidade e,
principalmente, da liberdade.
Apesar de ser um
livro longo e extremamente denso de conteúdo, a leitura se torna viciante e ao
mesmo tempo libertadora. Ayn Rand foi capaz, em aproximadamente 1400 páginas,
criar uma história envolvente e reveladora que faz cada um de nós refletir
sobre nossos próprios valores e a importância da liberdade individual.
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