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O Consagrado se determina a fazer a vontade do Senhor, ou a sua própria vontade?

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 9 de janeiro de 2020 | 22:13



Eu Decidi

 

(Ministério Koinonya de Louvor)


Eu decidi Jesus
Te eleger como meu Senhor
Meu direito é de não ter direito algum
Meu querer é tão somente o Teu querer
Para isto empenho minha palavra
Numa aliança que faço por amor.
Aceita Senhor a minha vida
Aceita Senhor esta aliança
Aroma suave em Tua presença
Seja sempre o meu louvor...





VEJA A MÚSICA ORIGINAL NO LINK ABAIXO:






No início dos anos 90, tivemos o boom do movimento conhecido como “palavra da fé”, que ensina, basicamente, que tudo o que falamos produz efeito no mundo espiritual. Um dos principais expoentes desse movimento foi Kanneth Hagin, que influenciou diretamente líderes de grandes igrejas brasileiras, como R.R. Soares, Edir Macedo e René Terra Nova.Uma das marcas mais características desse grupo são as frases de efeito. Segundo eles, você tem que declarar com fé coisas do tipo: eu tomo posse”, “eu declaro”, “eu determino”, “eu profetizo”. Pois, na visão deles, nós temos o poder de Deus em nossa fala. Quando declaramos, é como se o próprio Deus estivesse falando.








Essa fé que eles tanto defendem, apesar de parecer, não é em Deus. Ela tem como alicerce seus próprios ventres, acreditam que podem produzir o que quiserem apenas pela autoridade do que falam.


Passando por profetas de Deus, se mostram falsos profetas, visto que o que profetizam não se cumpre e não são dignos de temor (Deuteronômio 18,22) e fazem exatamente o contrário do que o personagem central da Bíblia: Jesus, ensinou.


A vontade de Deus


Proclamamos aos quatro ventos que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, citando Romanos 8,28, mas não confiamos nisso. Preferimos declarar, profetizar e determinar, porque isso, teoricamente, nos coloca no controle da situação. Agrada nosso orgulhoso e enganoso coração, dá aquela sensação boa de poder. Nos sentimos deuses e isso faz bem ao ego inflado.


Vamos ver o que JESUS, diz sobre o assunto:



Na oração modelo, o Pai nosso, ele diz que devemos clamar pela vontade de Deus (Mateus 6,10) na terra, como ela é feita no céu.Em João 6, 38, Jesus diz: “Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.Jesus, embora sendo Deus (Filipenses 2,6), não quis profetizar, decretar e nem declarar a vitória. Ele fez exatamente o contrário, morreu na cruz, que era a forma mais humilhante que havia em sua época. Inclusive, sabendo que estava próximo de ser preso e morto, juntou os discípulos e foi orar. Ao contrário dos defensores da palavra da fé, ele fez uma oração muito mais simples e sincera:


“E retirou-se outra vez para orar: ‘Meu Pai, se não for possível afastar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade‘”. (Mateus 26,42)


Você prefere ficar com o exemplo de Jesus ou com quem diz que Ele “errou” ao fazer isso?


Veja a frase de RR Soares, publicada em seu livro “O direito de desfrutar da saúde”:


Usar a frase “se for da Tua vontade” em oração pode parecer espiritual e demonstrar atitude piedosa de quem é submisso à vontade do Senhor, mas além de não adiantar nada, destrói a própria oração.”
O que ele disse é que Jesus errou ao pedir que Deus cumprisse Sua vontade. Ele deveria ter determinado que não iria para a cruz e saído como herói e, de preferência, tomar o poder de Roma e dá-lo aos discípulos.Por isso que digo que:


“Tem que ter muita fé mesmo para dizer SEJA FEITA A TUA VONTADE, do que dizer: EU PROFETIZO”


Não sei exatamente qual a vontade de Deus para ninguém e para mim em muitos momentos, mas tenho certeza que ela é boa. Quando eu “profetizo” digo a Deus que sei melhor que Ele o que preciso. Em resumo: não confio nEle.



Deus é Pai, mas não é papai Noel, é todo poderoso e a Ele nada é impossível, mas não é o Gênio da lâmpada




Não devemos rezar para que Deus faça as nossas vontades, mas para que nós mesmo sem entender, nos submetamos a vontade d’Ele. Quem nunca ouvi falar do conto de Aladim, um dos mais famosos da coletânea árabe. Segundo a lenda, Aladim achou uma “lâmpada maravilhosa”, uma lamparina semelhante àquelas utilizadas na iluminação doméstica, mas que continha um “gênio” e que era capaz de realizar TRÊS desejos a ele dirigido.


Infelizmente temos percebido que, no meio cristão, algumas pessoas têm chegado a Deus por aquilo que Ele pode oferecer materialmente e não por aquilo que Ele é, ou já tem feito por nós. Buscam milagres, fazem campanhas, votos, jejuns, como se Deus fosse um gênio e fosse satisfazer todos os seus desejos. Oram somente para pedir, quase nunca para agradecer, como se a oração pudesse manipular a vontade do Senhor que é perfeita e soberana.


Deus não é um gênio da lâmpada ou um mágico que está a nosso serviço. Acredito sim que Ele responde nossas orações, mas de acordo com a Sua vontade.Na oração do Pai Nosso, Jesus nos deixou um grande exemplo de como devemos pedir:


“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu...” (Lc 11,2).


Repare que o Mestre começa dizendo “seja feito a Tua vontade”.Em um segundo momento da oração, Jesus ensina o que devemos pedir:primeiro pelo pão: “Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano” (v.3); depois, perdão: “E perdoa-nos os nossos pecados” (v.4a), e finalmente proteção: “não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal” (v.4b).A primeira epístola do apóstolo João nos diz o seguinte:


“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, Ele nos ouve” (1 João 5,13).


Portanto, não adianta profetizar, determinar, decretar ou exigir algo, até porque não temos uma procuração de Deus para isso. Ele fará tudo conforme a perfeita vontade d’Ele mesmo. O próprio Jesus, na sua angústia momentos antes da sua crucificação, orou ao Pai dessa forma:


“Meu Pai, se é possível, afastai de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39).



Nas páginas do Novo Testamento vemos exemplos de muitas pessoas que eram doentes, moravam na mesma cidade que Ele, Jesus tinha ciência disto, e mesmo assim não curou toda uma cidade. 


Paulo provavelmente passou por algumas enfermidades, conforme se observa por algumas coisas que diz em suas cartas. Timóteo tinha uma enfermidade no estômago, razão pela qual Paulo o aconselha que tome vinho com água. Trófimo não pode acompanhar Paulo por causa de doença (por que Deus não o curou?): “Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto” (2 Tm 4,20).


Fica claro, dessa forma, que Deus não vai curar toda enfermidade e nem resolver todos os problemas. Às vezes, o ‘não’ é a melhor resposta de Deus para nossa salvação.Portanto, a oração não é uma lâmpada mágica que realiza no cumprimento dos meus interesses, mais sim é a forma mais elevada de se relacionar com Deus. Vemos várias passagens na Bíblia Sagrada recomendando a prática da oração. Jesus se retirava com frequência para rezar. Os apóstolos costumavam se reunir para buscar o Senhor. A igreja primitiva fazia reuniões de oração. Em Filipenses 4,6 Paulo diz:


“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus”.


Ou seja, é claro, nas Sagradas Escrituras, que nós devemos buscar a Deus o tempo todo. Deus está disposto a responder nossas orações, mas dentro dos seus desígnios.


“Muitos propósitos há no coração do homem, porém o conselho do Senhor permanecerá” (Provérbios 19,21).



Posso DETERMINAR a vontade do Senhor?



Diz o salmista:

“Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu.” (Salmo 40,8)

A ESSÊNCIA DA NOSSA CONSAGRAÇÃO está contida nas palavras do salmista acima, ainda que estas palavras falem profeticamente de Jesus, elas também são dirigidas a nós os membros de seu corpo que formamos a sua Igreja. A “vontade” pode ser expressa como um desejo, o que se tem prazer em, o que se quer, aprova,  e considera aceitável. Quando falamos da Vontade de Deus, como faz esse versículo, podemos falar do desejo de Deus, prazer, o desejo que Deus tem em, o que Deus quer, o que Deus aprova e considera aceitável.


As Escrituras apontam diversas características importantes sobre a vontade de Deus. Jesus disse que não seria suficiente apenas acreditar ou até mesmo conhecer a vontade de Deus, mas que era necessário fazê-la também. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7,21) O Apóstolo Paulo nos diz que a Vontade de Deus deve ser feita a partir do coração e deve estar enraizada no desejo de um coração que agrade a Deus.


“Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus.” (Efésios 6,6)


A fim de fazermos a vontade de Deus, devemos saber qual ela é. Daí estas palavras:


“Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual.” (Colossenses 1,9)


Resumindo à importância de se fazer a vontade de Deus, o apóstolo João diz:


“Mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” —1 João 2,17


Aprendendo a reconhecer e fazer a Vontade de Deus, que como dizia São João da Cruz: “A vontade de Deus é o nosso paraíso”:



Aqueles que tomaram a decisão de uma consagração definitiva a Deus, seja recentemente ou há muitos anos, têm igualmente dedicado suas vidas para faze a vontade do Senhor. No entanto, realmente fazer e realizar, em pleno acordo com a vontade do Senhor é uma luta. As influências do mundo, o adversário, e nossa própria carne fraca, por vezes nos impedem de fazer a vontade do Senhor, da maneira ou medida que gostaríamos. Com muitos esforços na caminhada cristã, a questão de fazer a vontade do Senhor é algo que aprendemos ao longo do tempo, através da experiência. Nosso sentimento em tudo isso é o que é expressado pelo salmista:


“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus.” (Salmo 143,10)


Antes que possamos fazer a vontade do Senhor, é preciso primeiro saber, ou discernir qual ela é. Este é o foco principal desta reflexão: discernir e aderir a vontade de Deus para nós.Afortunadamente, muita das experiências do dia-a-dia da vida é bastante fácil determinar a vontade do Senhor, tanto de forma temporal quanto espiritual. Se estivermos empregados, acreditamos que o Senhor estaria satisfeito por irmos ao nosso trabalho todos os dias e realizá-lo com o melhor de nossa capacidade. Se tivermos uma casa, ele espera que nós, como parte de sua vontade, cuidemos dela e não a deixemos cair em ruínas. Deus também quer que cuidemos de maneira razoável de nosso corpo e de nossa saúde, respeitemos as autoridades legitimamente constituídas e exerçamos nossa cidadania. Estas e muitas outras são as coisas temporais, elas fazem parte de nossa administração, e é vontade do Senhor Deus que cuidemos destas responsabilidades, como parte de nossas promessas definitivas como consagrados(as).


Da mesma forma, relativamente a todas as responsabilidades espirituais importantes de nossa vida, podemos facilmente compreender que é a vontade do Senhor que regularmente vamos às reuniões, participemos dos Congressos, quando possível, passar algum tempo em estudo, oração e meditação, falar da mensagem do evangelho a outras pessoas, rezar e praticar as obras de caridade para com elas, enfim, desenvolver uma personalidade, à semelhança Jesus, nos configurando a Ele. Estas realidades de caráter espiritual, fazem parte da vontade de Deus.


Deus nem sempre será claro e direto conosco como vemos vários exemplos nas escrituras




O foco desta reflexão não é tanto as questões claras descritas acima, embora sejam importantes, mas as experiências da vida em que a vontade do Senhor não é tão direta, mas que podemos percebê-la. Basta dizer que, em algumas experiências, ou casos, é difícil determinar a vontade de Deus e, nesses casos, precisamos de assistência e de ajuda para fazer esse discernimento.


As Escrituras definem algumas “regras básicas” para nos ajudar a discernir a vontade de Deus:


A primeira regra é que não podemos determinar a vontade de Deus em uma experiência usando mundanismo, ou carnalidade:


“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12,2)


Observe que a vontade de Deus é comprovada por conta de nossa mente transformada a partir “deste mundo” e renovada pela habitação do Espírito Santo de Deus. Dito de outra maneira, devemos usar de maneira espiritual ou em Cristo nossos pensamentos, a fim de determinar a perfeita vontade do Senhor.


A segunda regra básica para determinar a vontade do Senhor é que, a fim de fazê-la, nossa caminhada deve ser perspicaz, ou seja, de maneira sabia. O Apóstolo Paulo faz esta ligação entre caminhar perspicaz e compreender a vontade do Senhor com estas palavras:


“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.” (Efésios 5,15-17)


Porém sabemos que mesmo com estas regras básicas, lutamos por vezes, em nosso discernimento da vontade do Senhor. Deus, em seu grandioso amor, nos deu ferramentas para nos ajudar em nosso esforço. Tal ferramenta ou critério escritural é encontrado nas Escrituras:


“E os teus ouvidos ouvirão a palavra que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” (Isaías 30,21)


Observamos nas Escrituras o fato de que Deus sabe que teremos de enfrentar experiências na vida que nos apresentam uma escolha de ir ou em uma direção ou em outra, mas o pior de tudo não é decidir entre uma coisa boa e uma má, mas entre duas coisas lícitas, esta é a decisão mais difícil. Quando nos deparamos com tais experiências que devemos perceber que não temos pecado, porque estamos perante uma bifurcação na estrada, mas chegamos a um ponto em que precisamos ser guiados por Deus, especialmente na nossa tomada de decisão. A palavra ‘por detrás de ti’ não deve ser considerada literal, mas figurativa, referindo-se as ferramentas que temos para nos ajudar. Essas ferramentas ou métodos querem dizer, simbolicamente: “Este é o caminho; andai nele”, e as ferramentas sugeridas pelos santos que nos precederam, são as seguintes:

1) A oração iluminada pela Palavra de Deus.

3) Os irmãos mais maduros, provados na fé, mas que perseveraram.

4) Sua família natural.

5) As autoridades da Igreja que você conhece e se confia.

6) O Sagrado Magistério da Igreja e a Regra religiosa do Carisma.

7) Vida sacramental e na graça.



Tendo começado por seguirmos as regras básicas do pensamento espiritual e andar prudentemente, a oração torna-se uma importante ‘palavra’ por detrás de nós para ajudar-nos a determinar a vontade do Senhor. A oração, na verdade, deveria ser usada em conjunto com todas as outras ferramentas, vamos analisar isso:


De fato, Jesus em sua oração-modelo disse, ‘Seja feita a tua vontade.’ (Mateus 6,10). O Apóstolo Paulo descreve a oração como o componente final da armadura cristã, dizendo:


“Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos.” (Efésios 6,18)


Note que este versículo afirma que não somente orar, mas também vigiar. Como nós utilizamos a oração para buscar a vontade do Senhor, lembremo-nos então de vigia os ditames de Deus, de vigiar as experiências em que a vontade dele poderá ser revelada, e vigiar através de outras ferramentas mencionadas anteriormente. Em uma ou mais destas ‘vigílias’ (oração pessoal e adoração) a vontade de Deus pode tornar-se evidente para nós.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.” (Mateus 26,41)


Nesta passagem acima, Jesus diz para vigiar primeiro, e depois orar. Isso significa mostrar o nosso desejo, interesse e atenção, antes de orar a Deus sobre um determinado assunto, mostrando uma atitude de vigilância, mesmo antes de chegarmos ao trono da divina graça em oração. Assim, estamos vigiando, orando, e depois continuamos observamos sua vontade a ser revelada em nós. A importância da oração não pode ser suficientemente destacada. Temos de falar com o Pai Celestial, afinal é sua vontade que nós queremos saber, e temos o desejo de realizar. Evidentemente devemos estar prontos para conversar com o próprio, cuja vontade estamos tentando fazer e para quem nós nos esforçamos em agradar.


A Palavra de Deus como uma Importante Ferramenta



“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para revidar, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.” (2 Timóteo 3,16-17)


Paulo aqui diz que a Escritura, ou seja, a Palavra de Deus, é usada para “instrução” para que possamos estar preparados para “toda boa obra”. Destas boas obras, e nossas ações delas, fazem parte da sua vontade para nós, vamos as Escrituras e encontramos a “instrução em justiça” que fornece. O trabalho principal que as Escrituras nos ensina, é a sermos responsáveis, como parte da vontade de Deus para nós, para sua obra de santificação. Note estas palavras de Jesus e do Apóstolo Paulo respectivamente:


“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”( João 17,17)


“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição.” (1 Tessalonicenses 4,3)


Como esses versículos indicam, é a Palavra de Deus que nos santifica, e é a vontade de Deus que esta obra de santificação ocorra. Esse pensamento apresenta uma verdade conclusiva e constante sobre a vontade do Senhor:

“O que não santifica, ou nos separa do Senhor, não pode ser sua vontade para nós”


A Bíblia que é a Palavra de Deus revelada para nós, é a palavra final e infalível por trás de todo processo de discernimento. No entanto, devemos usá-la, estudá-la e torná-la nossa, sermos encharcados por ela para que realmente nos ajude a ver e abraçar a vontade do Senhor. Se não utilizarmos a sua ajuda, nós nos colocamos em uma grande desvantagem. Em vez disso, à medida que procuramos saber mais plenamente a vontade de Deus, vamos vendo a nossa própria vontade, ou até a vontade do inimigo, se confundindo com a vontade de Deus.


Família e Irmãos como Ajudas Adicionais



Uma ferramenta que Deus tem dado providencialmente como uma palavra por trás de nós são os nossos irmãos, que são outros membros do Corpo de Cristo. Muitas vezes são estes que nos ajudam a determinar a vontade do Senhor, quando de outra forma não parece muito clara. Paulo em numerosas ocasiões, falou do fato de irmãos em um único local que foram determinantes para ajudar aqueles em outro lugar, na maioria das vezes a título de exemplo. Um comentário foi dirigido aos irmãos em Tessalônica:


“De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedônia e Acaia.” (1 Tessalonicenses 1,7)


Nós também temos o privilégio de olhar para a Comunidade de maneira coletiva ou individualmente, como uma fonte de exemplo e da ajuda que procuramos para determinar a vontade do Senhor. Dirigindo-se aos anciãos da Comunidade o Apóstolo Pedro diz:


“Mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1 Pedro 5,3)


As vezes, pode ser útil observar o testemunho de superação e perseverança do irmãos(ãs) mais velhos na caminhada de Consagração com Cristo na Comunidade, pelo contato pessoal com eles, lhes ouvindo, vendo seus exemplos, para se obter uma visão de como foram discernindo e perseverando na vontade do Senhor. No entanto, esta não é apenas responsabilidade dos consagrados mais antigos da Comunidade, nem devemos cobrar isto deles, pois todos nós devemos ser exemplos, e estarmos dispostos a ajudar-nos uns aos outros nos momentos em que discernimos a vontade de Deus. Todos nós temos o privilégio de fazer como aconselhado por Paulo a Timóteo:


“Ninguém despreze a tua juventude; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza. (1 Timóteo 4,12).


É importante lembrar que este instrumento dos irmãos não pode ser de utilidade para nós, senão temos contato regular com eles. Este é apenas um dos meios pelos quais nos ajudará a discernir e abraçar a vontade de Deus. Devemos lembrar destas palavras de Paulo:


“Não deixando a nossa comunidade, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.” (Hebreus 10,25)



Nossa família natural pode também, ser um instrumento útil de ajuda para nós quando procuramos discernir a vontade do Senhor, especialmente se eles também são irmãos, membros da família da fé, e quando nossas decisões os afetarão de forma impactante.O Apóstolo Paulo relatou o grande impacto positivo que a família natural de Timóteo teve em seu desenvolvimento quando jovem, afirmando:


“Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura, porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia. Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.” ( 2 Timóteo 1,3-5)


É óbvio que nas palavras de Paulo, a fé possuída primeiro pela avó e mãe de Timóteo, tinha sido de muita influência na vida deste jovem Cristão, e que provavelmente ajudou a Paulo em muitas ocasiões a encontrar as respostas que precisava para bem discernir sobre a vontade do Senhor.


A Providência de Deus nas Experiências cotidianas positivas e negativas:


Uma outra ferramenta, que queremos mostrar como ajuda para discernir a vontade do Senhor, não é certamente, de menor importância ou valor, são nossas experiências com a providência de Deus, as quais nos ensinam que:

“Impedindo ou permitindo, dando ou retirando, está sempre nos amando, pois Deus é sempre sim” (2 Cor1,19).



Estas experiências pessoais com a providência de Deus, são um instrumento valiosíssimo e indispensável para se conhecer a vontade do Senhor. A experiência, diz-se na sabedoria popular, é o melhor professor. Podemos conhecer a forma da vontade de Deus para nós, justamente aprendendo com nossas experiências. Paulo expressa o nosso progresso através da experiência desta forma:


“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Romanos 3,3-5)


A verdadeira maturidade, natural e espiritual, vem através da experiência. Paulo falou de sua maturidade espiritual, usando o exemplo do homem natural:


“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.”  (1 Coríntios 13,11)


Vendo o discernimento da vontade do Senhor através de nossas experiências sejam elas positivas ou negativas, aprendemos preciosas e eficazes lições de vida:

“E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” (Hebreus 12,11)



Se acreditarmos verdadeiramente que nossas experiências são permitidas sob medida, então devemos estar atentos, porque a vontade do Senhor pode também está incutidas nas mesmas,


A necessidade imprescindível do Espírito Santo no discernimento da vontade de Deus




Uma pessoa imprescindível e indispensável, que permite que todas as ferramentas acima mencionadas possam ser entendidas, acolhidas e trabalhar juntas em harmonia, é o Espírito Santo, poder graça e sabedoria de Deus guiando nossas vidas. Note-se que as Escrituras anteriormente referidas nos falaram sobre andar prudentemente (Efésios 5,15-17) o que é imediatamente seguido por estas palavras, “Mas enchei-vos do Espírito.” (Efésios 5,18) É esse Espírito Santo que trabalha em nossa mentalidade como Novas Criaturas, nos ajudando a usar todas essas ferramentas para seu melhor benefício a nos ajudar a determinar a vontade do Senhor. Portanto, quando nós utilizarmos o primeiro instrumento que é a oração, devemos incluir impreterivelmente nas nossas orações o auxílio do Espírito Santo em busca da perfeita vontade de Deus.



Resumindo


Como estas ferramentas se relacionam com o critério do caminho exposto em Isaías 30,21, vemos que estamos usando a oração, a Bíblia, os irmãos, nossa família e as experiências de vida como meios de auxílio no discernimento da vontade de Deus, nos dizendo  figurativamente: ‘Este é o caminho, por aqui está a vontade do Senhor’. A palavra “auxílio no discernimento” implica também que, embora tenhamos essas ferramentas, ainda temos de avançar com os olhos da fé, e pela fé devemos ver sua direção de como devemos usar estas ferramentas que Ele mesmo nos deu, e que todos os santos as usaram.


“Porque andamos por fé e não por vista.” (2 Coríntios 5,7)


Tomar Decisões na fé é necessário




Suponhamos, porém, que a experiência venha sobre nós, e apesar de nossos melhores esforços para utilizarmos todas as ferramentas fornecidas para nos ajudar a determinar a vontade de Deus, mesmo assim o caminho a escolher permanece obscuro. Além disso, vamos supor que estamos diante de uma decisão do que deve ser feito. O que devemos fazer?


1)- Primeiro, devemos continuar orando e vigiando, e não parar de usar todas as outras ferramentas que nos foram dadas.


2)- Segundo, temos de tomar posse das preciosas promessas:

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Romanos 8,28)


“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque Ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.”(Hebreus 13,5)


3)- Terceiro, devemos então tomar a melhor decisão que pudermos neste sentido, sermos firmes nela, não oscilando e com Cristo, por Cristo e em Cristo conduzi-la até o fim. Devemos estar cheios da fé em Deus, que conhece nossos corações, e o desejo de fazer sua vontade, vai guiar nossa decisão de alguma forma. Em tais casos, devemos rezar novamente, depois de tomar uma decisão, pedindo a Deus para confirmar, ou anular segundo a sua vontade de que nossa decisão trabalhará para a nossa salvação, e sempre atento pacientemente a sua providência no assunto. Essas experiências em que a vontade do Senhor não está clara para nós, pode ser realmente permitido como um teste de nossa fé.






Fazer a Vontade Deus e não a nossa é o objetivo final



A chave para o êxito no caminho estreito não é determinar a vontade do Senhor, mas nos submetermos a ela com o melhor de nossa capacidade imperfeita. Isso exige uma ação de nossa parte.


“Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (João 13,17)


O Apóstolo Tiago confirma o assunto com estas palavras:


“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.” (Tiago 1,22-25)



CONCLUSÃO:


Se seguirmos as regras básicas da direção espiritual de Deus, caminhando na súplica ao Espírito Santo, se usarmos as ferramentas da oração, da Palavra de Deus, recorrermos a assistência dos nossos irmãos de fé e familiares, nossas experiências passadas, nos abandonar pacientemente a sua providência, permanecendo vigilantes, tomando posse de suas preciosas promessas, e termos uma fé inabalável, não falharemos no discernimento da vontade de Deus para nossas vidas e experimentaremos a paz de seu jugo que é suave, e assim poderemos dizer:



“A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra... Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma…  (João 5,30; 4,34; 5,30)



Reveja suas decisões, as consequências, tome estas ferramentas e retome o caminho de Cristo, não o seu, nem do mundo e muito menos o do maligno.



"Portanto amados, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor..." (Efesios 5,16-17)



Apostolado Berakash


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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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