Os homens da antiguidade, mesmo os mais chegados a
Deus, tinham mentalidade primitiva e, praticavam o que hoje para nós seriam
“escândalos morais” tais como: A mentira, fraudes, crueldade para com os
adversários, concubinato, poligamia. Deus respeita o lento desabrochar da
natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria acontecer pela
reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da Revelação de Deus.
Assim, por esses dois meios: reflexão e Revelação, a consciência do povo de
Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples dos Patriarcas do Antigo
Testamento até à lei de Cristo que é a caridade. O caminho foi lento e árduo
por causa das conseqüências do pecado original que enfraqueceram a inteligência
e a vontade do homem.Veja a fé de Abraão, o fervor da oração de Davi, o zelo de
Elias, são modelos que devemos imitar. A Igreja porém, não os coloca nos
altares porque nem sempre suas atitudes servem hoje de modelo de vida.
O desenvolvimento das obras de Deus são lentos e
graduais, basta ver como a natureza se desenvolve:
Uma grande árvore começa de uma semente, é
preciso entender que também, na ordem moral isto ocorre da mesma forma: lenta,
gradual, e não instantaneamente, especialmente no que diz respeito à
consciência humana de nossa humanidade. Basta ver como a consciência
da criança se desenvolve até a fase adulta. Só aos poucos é que a
criança ou o adolescente vai percebendo as conseqüências concretas daquilo que
nos diz a consciência: “faça o bem, evite o mal”. Com o
gênero humano inteiro aconteceu algo semelhante ao que se dá com toda
criança: nos primórdios da história, os homens tinham uma
consciência moral pouco desenvolvida, a qual foi se tornando mais apurada e
sensível através dos séculos. Deus agiu assim com o homem, de
maneira pedagógica.Isto aconteceu com o povo de Deus, portador da verdadeira
fé. Este povo também possuía uma consciência moral ainda
embrionária. Sabiam que era preciso “fazer o bem e evitar o mal”, e obedecer a
Vontade de Deus; mas na prática este princípio escapava à sua percepção. Jesus
fez o mesmo com os Apóstolos. Na última Ceia Ele lhes diz: “Ainda tenho muitas
coisas para dizer-lhes, mas vocês não as podeis entender agora. Quando vier o
Paráclito…” (Jo 16,12). Só depois de Pentecostes é que os Apóstolos entenderam
muitas coisas. Deus respeita o lento
desabrochar da natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria
acontecer pela reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da
Revelação de Deus. Assim, por esses dois meios – reflexão e Revelação – a
consciência do povo de Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples
dos Patriarcas do Antigo Testamento até à lei de Cristo – a caridade. O caminho
foi lento e árduo por causa das conseqüências do pecado original que
enfraqueceram a inteligência e a vontade do homem. Deus, para preservar a verdadeira fé e a esperança
messiânica no mundo idólatra, escolheu Abraão e sua posteridade para formar o
povo e onde nasceria o Messias. Não se pode esquecer que essa gente,
oriunda de ambiente pagão (Mesopotâmia), recebeu de seus antepassados na
Caldéia, muitas tradições e costumes supersticiosos. Deus teve que
paciente e pedagogicamente polir e elevar esta gente até à altura do culto do
verdadeiro Deus; mas não quis cortar bruscamente todas essas tradições, pois
seria antipedagógico, e não seria entendido. Inicialmente Deus fez o
essencial, eliminou, rigorosamente o que era estritamente Politeísta; mas
quanto às outras coisas, preferiu ir devagar, contemporizando, aceitando o povo
como era, seguindo práticas antigas, mas não politeístas. Assim,
por meio dos profetas Deus foi fazendo com que o povo fosse se elevando
espiritualmente, até um dia poder ouvir a mensagem do Evangelho: “Este é o meu
preceito: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12)”. Veja, os grandes homens e mulheres da história sagrada,
como nos mostra o texto bíblico,estes se esforçavam por não violar normas que o
seu senso moral (consciência) para aquele contexto lhes exigia e, quando por
fraqueza, as violaram, se arrependeram disto sinceramente. Há muitos exemplos
disso na Bíblia.Esses homens davam a Deus tudo que sabiam que deviam dar-lhe; embora
“tudo”, era pouco em comparação com o padrão moral que hoje nos é proposto; mas
precisavam de grande esforço.
Á luz dessas explicações
podemos agora compreender porque a lei de Moisés (1240 a.C.) incorporava a lei
de talião (UM AVANÇO ENORME PARA A MORAL RETRIBUTIVA DA ÉPOCA). O código
babilônico, de onde veio Abraão, do rei Hamurabi (1800 a.C.), prescrevia:
“Olho vazado por olho
vazado” (Art. 196); “membro quebrado por membro quebrado” (Art. 197); “dente
espedaçado por dente espedaçado” (Art. 200); “boi por boi, carneiro por
carneiro” (Art. 263); “morte
ao arquiteto de uma casa que desmorone sobre o proprietário” (Cf. art. 229);
“morte ao filho do arquiteto, se a casa cai sobre o filho do proprietário” (Cf.
art. 230).
Com
o progresso da cultura, os antigos pagãos foram percebendo a imperfeição da
retribuição pelo talião. Consequentemente, admitiam que o criminoso pagasse indenização
monetária, caso nisto consentisse a vítima. Ao promulgar a Lei Mosaica, Magna
Carta de Israel, o Senhor quis respeitar a tradição da sua gente; para depois
reformá-la aos poucos. Jesus, completando o processo pedagógico do Antigo
Testamento, aboliu a lei de talião, ordenando que os discípulos perdoassem
gratuitamente até os inimigos (cf. Mt. 5, 38-42, 21-15).
Para entendermos esta
questão difícil para nosso padrão moral de hoje, devemos entender uma coisa: Deus
não muda, nosso é que mudamos e evoluímos. Dito isto, vamos a
explicação que é bem simples:
Quando Deus mandava matar mulheres e crianças não era porque ele era
mal, mas sim porque a consciência dos que aqui residiam era uma consciência
limitada, que só entendia a situação dessa forma.Dizemos por exemplo que Davi
era um homem segundo o coração de Deus, mas se eu agir igual a Davi hoje, eu
vou ser preso imediatamente! Isto significa que Davi era sim um homem segundo o
coração de Deus, mas em comparação aos homens de sua época.Resumindo tudo: Deus
mandava matar porque o homem só entendia a vida assim!
Porque será que Deus não manda matar ninguém hoje?
Porque hoje a nossa consciência
está um pouco mais avançada em relação ao ideal de Deus para a humanidade. Esse
ideal foi personificado em Jesus, que não matou ninguém mas tratou a todos com
amor. Deus sempre foi o mesmo Deus de amor e misericórdia, mas também é um
Deus de paciência e que entende que nós somos seres de consciência
infinitamente menor e por isso vai nos ensinando as vogais da vida, depois as
consoantes, depois as sílabas e aos poucos vai nos alfabetizando até acalçarmos o pleno conhecimento.
Espero que você tenha entendido,
até mesmo porque não adianta explicar para aquele(a) que já se decidiu a não
entender...
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