*Por
Ivanaldo Santos
Durante
a campanha presidencial na França a imagem de Emmanuel Macron foi
vendida, por setores da mídia, da intelectualidade e da classe artística, como
sendo um novato na política, um humanista que, em tese, estaria preocupado em
preservar os valores ocidentais e cristãos da Europa. Apesar dessa bela imagem, na
prática Emmanuel Macron representa uma espécie de “transição” na França, na
Europa e até mesmo no mundo. Trata-se da transição entre a velha esquerda
(representada pelo socialismo marxista, pela centralização radical do Estado na
vida social, pela perseguição, mesmo que simbólica, aos cristãos e outros
fatores) e a nova esquerda (representada pelo socialismo marcusiano, pela
aceitação do livre mercado, pelo princípio que a revolução socialista será
cultural e não mais centrada no Estado, pela radicalização, por outros
meios, do secularismo e outros fatores).A
Europa e outras partes do mundo estão passando pela transição da velha esquerda
para a nova esquerda (quando será que essa transição chegará ao
Brasil?). Dentro dessa transição o Macron foi vendido como uma espécie
de peixe podre embrulhado em belo papel de presente, ou seja, apesar da
embalagem bonita o mau cheiro (as ideias, os valores, etc) se espalha no ar.Na
França, Macron tenta seguir o modelo da propaganda eleitoral, ou seja, faz acenos
aos cristão, faz alguns discursos mais nacionalistas, de proteção da família,
etc. Na prática, seu governo é uma experiência administrativa ligada a nova
esquerda. Por isso, que, apesar de todo o belo discurso europeu-cristão, ele
faz uma política agressiva pró-islã, está preocupado com altas cotas de
imigrantes, deu uma nova vida ao moribundo sistema de secularização francês,
aproximou-se de governos autoritários ao redor do mundo.Pela
descrição parece que o Macron está seguindo a agenda de setores mais radicais
da esquerda contemporânea que veem no islamismo a grande oportunidade de
finalmente derrotar o capitalismo e destruir o cristianismo. Se
isso é verdade, então por que o governo de Macron é vítima de ondas de
protestos violentos da França? Por que o chamado movimento dos coletes amarelos
estão, em algumas cidades da França, promovendo arruaças, destruição pública e
até mesmo mortes de civis?
Os chamados coletes amarelos, de um lado, é um movimento confuso com a
participação, das mais variadas formas, de vários grupos sociais (agricultores,
cidadãos de pequenas cidades, pequenos comerciantes, etc) que estão insatisfeitos com o
governo francês. Do outro lato, os coletes amarelos são formados por
milícias, por grupos quase militares ligados as estruturas políticas tradicionais
da velha esquerda (partidos socialistas, sindicatos, ONGs, etc).
A velha esquerda não está gostando nada, mas nada mesmo,
das reforças econômicas da nova esquerda, representada por Macron. Reformas que
incluem, entre outras coisas, uma presença menor do Estado na vida social, mais
liberdade ao mercado e incentivo a livre iniciativa individual. Apesar das iniciativas anticristãs do governo
Macron agradar aos setores mais radicais da velha esquerda, as medidas centrais
desse governo (menos Estado, mais incentivo ao indivíduo, a revolução passa a
ser centrada na cultura e não mais no Estado) desagradam ao núcleo central da
velha esquerda. A consequência desse processo é que a velha esquerda partiu para as
ruas utilizado as velhas táticas desenvolvidas pela revolução francesa (queimar
prédios, ataques a civis e militares, assassinatos de civis, etc). A velha
esquerda deseja fazer o que sempre fez na França e que, de alguma forma, tentou
fazer no resto do mundo, ou seja, levar o terror e o pânico ao cidadão comum,
destruir bairros e até mesmo cidades inteiras. Com isso, o governo será levado
a aceitar um acordo com a velha esquerda. Um acordo que mantenha os
privilégios sociais que esse grupo ideológico mantém desde a revolução
francesa. Na
França vemos, com tristeza, mais um capítulo da luta da esquerda socialista
para conquistar o poder absoluto, para impor aos indivíduos a sua ideologia
violenta. No entanto, esse capítulo tem um fator peculiar: trata-se da velha
esquerda que luta contra a tentativa de renovação, de mudança dentro da própria
esquerda. É a velha esquerda que luta contra a nova esquerda. Parece que a nova
esquerda está enfrentado um teste de sobrevivência na França. Se a nova
esquerda fracassar na França o projeto de renovação da esquerda, em nível
global, correrá sério risco de fracassar. No
entanto, para o cidadão comum, para o cristianismo e a velha Europa, pouco
importante se será velha ou nova esquerda. A nova esquerda não passa de remendo
novo em roupa velha, ou seja, ambas as esquerdas tem os mesmos
objetivos muda apenas as formas de alcança-los.
*Ivanaldo Santos é Filósofo, escritor, professor
universitário e colunista colaborador do Blog Beraká.
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