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Quer queiramos ou não, e apesar das diferenças, esquerda e direita são motivadas pelo sonho das UTOPIAS

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 12 de abril de 2017 | 09:55







Não podemos deixar morrer a utopia, porque a utopia não é de esquerda nem de direita, mas faz parte do universo humano. A direita não tem que ficar complexada pelo facto de a esquerda se crer utópica, nem a esquerda tem que ficar complexada se a direita quiser ser utópica.



O Importante é que não deixemos de perseguir a utopia na sociedade, na economia e na política, mas de forma plural, porque só assim se foge ao populismo antissistema. A ausência de pluralidade, não serve a democracia, não serve o Estado de direito, não serve a Constituição e, sobretudo, não serve a humanidade que não é uniforme, mas plural.





A insistente referência à palavra utopia prende-se a "Utopia", de Thomas More.  A distinção de direita e esquerda existe objetivamente, e é estável o bastante para ser objeto de um conceito científico, e ela não consiste em nada do que a direita ou a esquerda dizem de si mesmas ou uma da outra. Consiste numa diferença entre duas percepções da realidade, diferença que permanece constante ao longo de todas as variações de significado dos termos respectivos e que, uma vez apreendida, permite elucidar a unidade por baixo dessas variações e explicar como elas se tornaram historicamente possíveis. A solução, em versão dramaticamente resumida, é a seguinte: direita e esquerda, muito antes de serem diferenças “ideológicas” ou de programa político, são duas maneiras diferentes de vivenciar o tempo histórico.






Por meio dessa distinção é possível captar a unidade entre diferentes tipos históricos de direitismo e esquerdismo cuja variedade, ou uniformidade absoluta nos desorientaria. Um adepto do capitalismo liberal clássico, portanto, podia ser um esquerdista no século XVIII, porque apostava numa utopia de liberdade econômica da qual não tinha experiência concreta num universo de mercantilismo e estatismo monárquico. Mas é um conservador no século XXI porque fala em nome da experiência adquirida de dois séculos de capitalismo moderno e já não pretende chegar a um paraíso libertário e sim apenas conservar, prudentemente intactos, os meios de ação comprovadamente capazes de fomentar a prosperidade geral. Pode, no entanto, tornar-se um revolucionário no instante seguinte, quando aposta que a expansão geral da economia de mercado produzirá a utopia global de um mundo sem violência. Em cada etapa dessas transformações, o coeficiente de esquerdismo e direitismo de sua posição pode ser medido com precisão razoável.



É inevitável, também, que, pelo menos em certos momentos do processo, esquerdistas e direitistas se equivoquem profundamente no julgamento de si próprios ou de seus adversários.



Da parte dos direitistas, tanto hoje como ao longo de todo o século XX, a grande ilusão é a da equivalência. Como estão acostumados à idéia de que direita e esquerda existem como dados mais ou menos estáveis da ordem democrática, acreditam que essa ordem pode ser preservada intacta e que para isso é possível “educar” os esquerdistas para que se afeiçoem às regras do jogo e não tentem mais destruir a ordem vigente. Pelo lado esquerdista, porém, essa acomodação é impossível. 





No mundo dos direitistas pode haver direitistas e esquerdistas, mas, no mundo dos esquerdistas, só esquerdistas têm o direito de existir: o advento do reino esquerdista consiste, essencialmente, na eliminação de todos os direitistas, na erradicação completa da autoridade do antigo. Foi por essas razões que os EUA retiraram pacificamente suas tropas dos países europeus ocupados depois da II Guerra Mundial, acreditando que os russos iam fazer o mesmo, quando os russos, ao contrário, tinham de ficar lá de qualquer modo, porque, na perspectiva da revolução, o fim de uma guerra era apenas o começo de outra e de outra e de outra, até à extinção final do capitalismo.






A sucessão quase inacreditável de fracassos estratégicos da direita no mundo deve-se, no fundo, a uma limitação estrutural do direitismo: eliminar a esquerda completamente seria uma utopia, mas a direita não pode tornar-se utópica sem deixar de ser o que é e transformar-se ela própria em revolucionária, absorvendo valores e símbolos da esquerda ao ponto de destruir a própria ordem estabelecida que desejava preservar.


O fascismo, como demonstrou Erik von Kuenhelt-Leddin no clássico “Leftism: From De Sade and Marx to Hitler and Marcuse” (1974), nasce da esquerda e arrebata a direita na ilusão suicida da revolução contra-revolucionária.



O engajamento político tem por gatilho fortes convicções morais e utopias – seja o indivíduo de esquerda, seja ele de direita – demonstram estudos da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Pesquisadores realizaram dois levantamentos diferentes, com 2.069 indivíduos, para estabelecer a relação. Outro ponto é que as pessoas são mais intensamente inclinadas a ações políticas se ela visa a “obter o bem”. Já a “prevenção do mal” não leva ao mesmo engajamento.A pesquisa foi publicada online no Personality and Social Psychology Bulletin e sugere que esquerda e direita são motivadas pela ideia de um futuro melhor – e não para a prevenção de dias piores. Linda Skitka, professora de psicologia da Universidade de Chicago, e uma das autoras do estudo diz que, com base nos testes, os pesquisadores perceberam que aqueles que trataram os temas como questões morais estavam mais inclinados a se engajarem politicamente.


O movimento político recente no Brasil reacendeu debates sobre as motivações e diferenças entre direita e esquerda. O que explica essa conexão entre as convicções morais e o envolvimento político é a ideia de que benefícios podem ser alcançados se a causa apoiada se concretizar – e não os danos percebidos se ela não for aprovada”, Pesquisadores discutem algumas concepções do que seria “a moral”. Ela pode dizer respeito à “intersecção de valores, práticas e mecanismos psicológicos que trabalham juntos para suprimir o egoísmo”. Ou, na definição de outros autores, a moral tem por base atos de “repulsa” ou “evitação” e teria se originado de atos generalizados de “aversão”. Ainda, a moral pode estar ligada a um sentimento de “dever”.



Segundo pesquisadores essas teorias trabalham com a concepção de moral mais do ponto de vista “reacionário”, com atos voltados para evitar que algo aconteça, do que prescritivo, no sentido de a moral  ser a base para a luta direcionada para algo venha a acontecer.Mais recentemente, no entanto, outras evidências indicam que a moral pode ter, na sua base, tanto uma tendência a evitar que algo aconteça como o engajamento para que algo aconteça. É o modelo defendido por autores como Janoff-Bulman e Cannes, numa concepção que ficou conhecida como “theory of moral motives”.




Com essas definições, os cientistas, então, testaram se a moral política tende a ser mais reativa ou prescritiva – e estabeleceram que, no sentido do engajamento político, a moral tende a ser mais prescritiva. Ou seja, pessoas que se engajam politicamente tendem a ser influenciadas por uma ideia de mudança.



O pesquisadora Linda contradiz o que outros estudos já relataram. Ela explica que outras pesquisas estabeleceram que as pessoas são mais inclinadas pela “aversão à perda” do que pela “busca de ganhos”. Esses estudos, no entanto, tinham por enfocavam mais as perdas materiais e econômicas. O estudo poderá ser utilizado como um guia para políticas públicas e partidos, diz a psicóloga. “As pessoas estarão mais inclinadas a se voluntariar ou a votar se perceberem que aquela ação, de fato, vai levar a algo que elas acreditam ser bom”, diz.



A moral da esquerda, por sua vez, como se apoia integralmente na imagem móvel de um futuro hipotético, não pode julgar-se a si própria pelos padrões atualmente existentes, condenados “a priori” como resíduos de um passado abominável. Seu único compromisso é com o futuro, mas quem inventa esse futuro e o modifica conforme as necessidades estratégicas e táticas do presente é ela própria. Por fatalidade constitutiva do seu símbolo fundador, ela é sempre o legislador que, não tendo autoridade acima de si, legisla em causa própria, faz o que bem entende e, a seus olhos, tem razão em todas as circunstâncias, embriagando-se na contemplação vaidosa de uma imagem de pureza e santidade infinitas, mesmo quando chafurda num lamaçal de crimes e iniqüidades incomparavelmente superiores a todos os males passados que prometia eliminar. Ser esquerdista é viver num estado de desorientação moral profunda, estrutural e incurável. É mergulhar as mãos em sangue e fezes jurando que as banha nas águas lustrais de uma redenção divina.




Por isso não se deve estranhar que o partido mais pervertido e perverso de toda a nossa História, amigo de narcoguerrilheiros e ditadores genocidas, que aplaudia a liquidação de dezenas de milhares de cubanos desarmados enquanto condenava com paroxismos de indignação a de trezentos terroristas brasileiros, o partido que condena os atentados a bomba quando acontecem na Espanha e aplaude os realizados no Brasil, o partido que instituiu o suborno e a propina como sistema de governo, seja também o partido que mais bate no peito alegando méritos e glórias excelsos.



CONCLUSÃO



Direita e esquerda são politizações de símbolos mitológicos cujo conteúdo originário se tornou inalcançável na experiência comum. Elas existirão enquanto permanecermos no ciclo moderno, cujo destino essencial, como bem viu Napoleão Bonaparte, é politizar tudo e ignorar o que esteja acima da política. Não existirão para sempre. Mas, quando cessarem de existir, a política terá perdido pelo menos boa parte do espaço que usurpou de outras dimensões da existência.


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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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