“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).
A
Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente,
sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de
misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos
irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as
obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar,
ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as
espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no
miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a
consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os
«soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a
possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado,
morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta
àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar
mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o
perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento
cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do
seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo
eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles,
como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas;
que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira
para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo
Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na
expectativa da sua vinda. Não percamos este tempo de Quaresma favorável à
conversão e este ano Jubilar da Misericórdia.Pedimo-lo pela intercessão materna
da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que
Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48),
confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).Peçamos a Deus que prepare nosso coração para
bem viver este tempo!
Oração do
Papa Francisco pelo Ano da Misericórdia:
“Senhor
Jesus Cristo, Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai celeste, e
nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e seremos
salvos. O Vosso olhar amoroso libertou
Zaqueu e Mateus da escravidão do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a
felicidade apenas numa criatura; fez Pedro chorar depois da traição, e
assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido. Fazei que cada um de nós
considere como dirigida a si mesmo as palavras que dissestes à mulher
samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus! Vós sois o rosto visível do Pai
invisível, do Deus que manifesta sua onipotência sobretudo com o perdão e a
misericórdia: fazei que a Igreja seja no
mundo o rosto visível de Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória. Vós
quisestes que os Vossos ministros fossem também eles revestidos de fraqueza para
sentirem justa compaixão por aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei
que todos os que se aproximarem de cada um deles se sintam esperados, amados e
perdoados por Deus. Enviai o Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a
sua unção para que o Jubileu da Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a
Vossa Igreja possa, com renovado entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem
proclamar aos cativos e oprimidos a libertação e aos cegos restaurar a vista. Nós
Vo-lo pedimos por intercessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e
reinais com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.
Amém !!!”
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