Antes de mais dada, gostaria de dizer que não me refiro a nenhuma obra literária do Olavo, mas sim a sua atuação na internet, quer nas redes sociais, quer em vídeos no YouTube. A face que nunca admirei e nem recomendarei pode ser vista na sua página, recheada de pornofonia. Outra coisa: a imagem que ele tem de si (do seu conhecimento) é extremamente narcisista e seus vídeos que tratam de filosofia possuem um viés que, para os que confessam a fé Católica integral e genuína não coadunam com o pensamento do Magistério da Igreja. E são exatamente estas formulações que o Olavo utiliza para desenvolver seu raciocínio filosófico. Ora, a verdadeira espiritualidade abrange toda a realidade. Há coisas que a Bíblia nos mostra como pecaminosas – as quais não estão de acordo com o caráter de Deus. Mas, tirando isso, o senhorio de Cristo toda a vida e toda a vida igualmente. Isto é, a verdadeira espiritualidade abrange não somente toda a vida, mas abrange todas as partes do espectro da vida igualmente. Neste sentido, não há nada na nossa realidade que não tenha caráter espiritual.
"Portanto,
que fique claro: Se de um lado rejeito categoricamente toda tentativa de
imputar à Maçonaria a autoria dos males modernos, de outro lado me parece um
fato que a ruptura entre Maçonaria e tradição católica está na raiz desses
males como pretendia aliás o próprio René Guénon, não exclusivamente, decerto,
mas ao menos significativamente" (Olavo de Carvalho, op, cit. p. 338, nota
209).
E Olavo declara, em outra nota ao pé de página, que não é "nem maçom, nem antimaçom" (Cfr. Olavo de Carvalho, O Jardim das Aflições, p. 316, nota 180).
E Olavo declara, em outra nota ao pé de página, que não é "nem maçom, nem antimaçom" (Cfr. Olavo de Carvalho, O Jardim das Aflições, p. 316, nota 180).
"Qual é a sua religião?"
Olavo respondeu incontinenti:
"Eu sou ecumênico radical: católico-protestante-islâmico-judaico-budista-hinduísta. Eu acredito que essas religiões têm todas um núcleo de verdade metafísica que é eterno, revelado, que o ser humano não poderia ter inventado" (Olavo de Carvalho, A Miséria do Materialismo, entrevista à revistaRepública, Ano IV, n* 40, fevereiro de 2000, p. 96).
A razão que leva Olavo de Carvalho a
se dizer adepto de todas as religiões é mais profunda, e ele a dá parcialmente,
é claro em suas aulas ou escritos esotéricos, aqueles que são só para alguns,
mais iniciados em sua doutrina oculta.Olavo afirma que por trás das religiões
haveria um núcleo comum esotérico. É o que se pode ler em seu livro "Fronteiras
da Tradição":
"Assim,
quem está numa religião já está na Tradição, quem dentro dessa Tradição
encontra um caminho espiritual um esoterismo está ‘mais dentro’. E quem chega à
suprema realização está ‘no centro’ dessa Tradição, o qual coincide então com o
centro da Tradição universal e primordial.E prossegue Olavo, dizendo: Chegar ao esoterismo sem um exoterismo é tão impossível quanto chegar ao
centro de um país sem penetrar as suas fronteiras e percorrer seu território. Se
alguém desligado de um exoterismo tem por acaso a felicidade de contatar um
mestre espiritual autêntico, a primeira coisa que este vai fazer é mandá-lo
aprender e praticar o exoterismo: É um princípio geral do Sufismo que um
firme embasamento no exoterismo é indispensável como preparação no caminho
esotérico; e, na Tariqah Darqáwi... todos os noviços eram obrigados a decorar
o Guia dos Elementos Essenciais do Conhecimento Religioso (NB- famoso
catecismo islâmico em versos), de Ibn ‘Ashir, como meio de assegurar que
possuíam o mínimo necessário de instrução religiosa" (Olavo de Carvalho, Fronteiras
da Tradição, Editora Nova Stella- coleção Eixo, São Paulo, 1985, pp. 11 e 12).
Faço-lhes um esquema para elucidar o
que disse Olavo repetindo, aliás, o ensinamento de René Guénon. A citação de
Guénon está no livro "O Esoterismo de Dante". Como já se
sabe agora, Olavo de Carvalho, tal como Guénon, se afirma esotérico e
tradicionalista em religião.
Olavo por ser mais filósofo que teólogo, prefere navegar pelos mares escabrosos da filosofia, desta forma não teria que afinar suas ideias com a teologia Magisterial da Igreja.Contudo, diante de toda a recomendação não filtrada feita por líderes e teólogos às obras dele, muitas destas recomendações recheadas de entusiasmo, e que concediam um status quo de mito para o Olavo, acabaram por seduzir muitos jovens despreparados para a idolatria. Quando falo sobre idolatria, me refiro a idolatrarem a pessoa do Olavo, isso tudo por não terem uma visão bem amadurecida tanto da fé que professam como da política.
A maioria das pessoas conhecem apenas o Olavo de Carvalho da internet e sua atuação contra o marxismo, principalmente seu posicionamento anti-petismo. Essa afinidade fez com que muitos não atentassem para as outras questões supra elencadas acima. O equívoco dos Cristão e Católicos neste caso é achar que “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. O fato do Olavo falar muitas verdades sobre as demandas diabólicas do marxismo não deveria fazer dele um pensador de referência para os Católicos. Afinal, temos ou não temos bons pensadores e teóricos políticos dentro do Catolicismo? Claro que temos, mas vivemos carentes de referências mais “famosas”, digamos assim. Vejo Católicos das mais várias nuances publicando diversos vídeos de criaturas como o Silas Malafaia, que é herege de primeira categoria. Geralmente a saída para este comportamento é uma frase que assim diz: “Não concordo com a teologia do Malafaia, mas estou com ele no posicionamento político”. Por mais que ele tenha dito coisas corretas contra o Governo e os militantes esquerdistas, ele não deixa de ser um corruptor da Escritura Sagrada, assim sendo, não deveríamos associar a sua imagem a nossa. Com o Olavo não pode ser diferente. Se ele, ou outro, diz algo que seja verdadeiro, isso não é o suficiente para que eu compartilhe suas falas sem um filtro, ou ao menos um comentário de ressalva.
Sempre que vejo Católicos e outros cristãos compartilhando vídeos e
frases contendo palavrões (sem levar em conta a questão do decoro) apenas por
ter sido uma fala que politicamente se alinhava com a sua, fica uma sensação de
algo errado.Pior ainda é ver nossos jovens, que infelizmente não
leem homens como Hans Urs von
Balthasar, G.K. Chesterton, Hilaire Belloc,Tomás de Aquino, Santo Agostinho, etc, para
solidificar sua cosmovisão Católica, e ficam horas na net sendo doutrinados
pelo Srº Olavo, que por mais conservador que seja, moralmente e politicamente
falando não é nem de longe um bom referencial de Magistério Petrino, pois
discorda publicamente de pontos do próprio magistério e dos atuais papas.
CONCLUSÃO
Podemos dizer que o Olavo de Carvalho teve e tem sua
relevância política, e que as suas obras não precisam ser (de um todo) rechaçadas.
Mas, apelo as pessoas de bom senso que aprendam a lição e filtrem suas
recomendações e ensinos pseudo infalíveis (Olavo nem sempre tem razão). Não esqueçam que ensiná-las a cosmovisão
abrangente do Catolicismo incluindo a DSI (Que não é nem Comunista e nem
Capitalista) é a melhor maneira de prestar um serviço à verdade, evitando cair na achologia. Negligenciar isto é colher no futuro os frutos da má semente que
estamos plantando ou deixando germinar agora.
Para citar este texto: Apostolado Berakash – Se você gosta de nossas publicações e caso queira saber mais sobre determinado tema, tirar dúvidas, ou até mesmo agendar palestras e cursos, entre em contato conosco pelo e-mail:
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