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BERAKASH:
“Se a vida tem
sentido, este sentido, necessária e logicamente, estará fora da vida (no Transcendente). O único
caminho para que a história tenha sentido é falar de uma meta-história, de algo
realmente transcendente. Foi por isto que os primeiros Cristãos foram até as últimas
consequências no seguimento de Cristo, independente de classes sociais das
quais estavam inseridos, ou eram oriundos, não colocando suas esperança meramente do IMANENTE, mas para além, ou seja na Trancedência!
I Cor 15,19: "Se é somente
para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os
mais dignos de compaixão."
APROFUNDAMENTO SOBRE A "IMANÊNCIA E TRANSCENDÊNCIA"
1)- Imanência na filosofia
No panteísmo e no
panpsiquismo, o termo "imanência" é entendido como uma força divina
ou o ser divino que permeia todas as coisas, ou seja, a divindade estaria
inseparavelmente presente em todas as coisas. Nesse sentido, imanência se opõe
a transcendência, entendida como a divindade sendo separada ou transcendente ao
mundo.Segundo o atualismo de Giovanni Gentile, a imanência do sujeito é
identificada com a transcendência sobre o mundo material. Giordano Bruno,
Baruch Spinoza e, pode-se argumentar, a filosofia de Hegel foram filosofias de
imanência, bem como o estoicismo, versus filosofias transcendentes tais como o
Tomismo ou a tradição Aristoteliana.Gilles Deleuze
qualifica Espinosa como o "príncipe dos filósofos" por sua teoria de
imanência, que Espinosa resume por "Deus sive Natura" ("Deus é
natureza"). Tal teoria considera que não há transcendência principio ou
causa externa para o mundo, e que o processo da produção da vida esta contida
na própria vida.Quando combinamos com Idealismo, a teoria da imanência
qualifica-se como "o mundo" que não tem nenhuma causa externa além da mente.(No contexto da
teoria de Kant, o conhecimento da imanência significa manter-se nos limites da
experiência do possível).O filosofo francês do século XX, Gilles
Deleuze, usou o termo imanência para se referir a sua "filosofia
empirista", na qual foi obrigado a criar ação e resultou algo além do que
a transcendência estabelecia.O hinduísmo define
Brâman como ambos: O transcendente e o imanente, variando a ênfase destas
qualidades de acordo com cada ramo filosóficos dentro desta religião. Verdade
seja dita: Muitos estudiosos, como Henry David Thoreau, que popularizaram o
conceito de imanência, foram influenciados pelo ponto de vista hindu.
2)- Imanência em Jesus e no cristianismo
No cristianismo, o
Deus transcendente, (que transcende, que ultrapassa as eras do mundo), santo e onipotente, que
não pode ser alcançado ou visto, pode ser atingido pela primariedade imanente
no Homem-Deus: Jesus o Cristo, que é o filho de Deus, e por aquilo que ele nos
revelou.
A Teologia da Libertação e sua influência interpretativa meramente IMANENTE na Igreja:
Avançando para a reta
final da análise da mentalidade revolucionária, é necessário estudar as raízes
da teologia da libertação e sua influência na Igreja.
Como a teologia da libertação se encaixa na "mentalidade
revolucionária"?
Dentro do pensamento
marxista, mais especificamente do pensamento marxiano[1], a religião e a
teologia fazem parte de uma superestrutura, de algo que não faz parte da
infraestrutura que move a história, ou seja, a economia[2]. O pensamento
revolucionário posterior a Marx, porém, começou a perceber a importância da
cultura, da superestrutura[3]. Marx considerava a religião como ópio do povo.
Na Rússia, o stalinismo/leninismo tentou abolir a religião, mas Gramsci e a
escola de Frankfurt descobriram que a cultura é, de alguma forma, a religião
exteriorizada. Todos parecem ter uma visão religiosa do mundo e a cultura seria
a exteriorização desta visão de mundo.Feuerbach afirmava
que toda a teologia é uma antropologia, pois dizia que tudo aquilo que se
afirmava a respeito de Deus, que todas as afirmações religiosas podiam ser
reduzidas a afirmações antropológicas. A religião parece, desta forma, ser uma
projeção da humanidade na divindade. Feuerbach entende que a teologia é uma
antropologia alienada.A Teologia da Libertação se esforça para seguir essa cartilha, pois é a
imanentização[4] da religião cristã e de qualquer outra religião[5]. Tudo
aquilo que se refere a Deus é relido em chave antropológica, mais
especificamente em linguagem sociológica. Todo o conteúdo do sagrado e do
transcendente é esvaziado na imanência humana.
Assim, uma das características básicas da Teologia da
libertação é a negação de uma esperança transcendente:
Não se espera o reino
de Deus na transcendência, mas sim na imanência deste mundo. Seu golpe, porém,
se caracteriza pelo fato de se afirmar que a transcendência se encontra no
futuro. Mas, o futuro também é imanente, pois pertence à realidade desse mundo.Essa afirmação do
futuro como transcendente é própria do marxismo[6], ao se utilizar de um imanentismo
fraco, afirmando que o sentido do hoje está no amanhã[7]. O marxista adia a
crise de sentido diante de uma possibilidade de futuro.
Mas, se o sentido do hoje é o amanhã, qual o sentido do
amanhã? Qual o sentido da sociedade do futuro?
Se a vida tem
sentido, este sentido, necessária e logicamente, estará fora da vida. O único
caminho para que a história tenha sentido é falar de uma meta-história, de algo
transcendente. O Reino dos Céus, conteúdo da fé cristã, não é o reino do
amanhã, mas é o reino do além, da eternidade, eternidade que irrompeu na
história humana e se fez carne.O transcendente, o
sentido de tudo, o logos se fez presente na história humana. Exatamente por
isso tornou-se alcançável, tangível[8]. O esforço da teologia será o de mostrar
que esta aparente contradição não trai a racionalidade, mas a aperfeiçoa. A
verdadeira teologia é uma tentativa de reflexão que tenta conciliar os
paradoxos e aparentes contradições da fé[9] com a racionalidade.
Um "teólogo" da libertação não se move por esse mesmo caminho! Sua argumentação irá mudar quantas vezes forem necessárias até a realização do seu intento. Não existe nenhuma dificuldade em abandonar qualquer estereótipo. Tudo o que for necessário para favorecer a revolução será feito, pois qualquer argumento só tem validade enquanto convence. Se não convencer será descartado! (diferente da verdade revelada na escritura).
É por isso que os
teólogos tradicionais tem uma dificuldade imensa de compreender a forma de
pensar de um teólogo da libertação, pois a lógica aristotélico-tomista, a todo
o momento, percebe a falta de coerência lógica dos marxistas[10].
Na realidade,
não seguem a lógica de Aristóteles, pois Gramsci já indicou o caminho: bom é
aquilo que ajuda a revolução, mau é aquilo que atrapalha! Simples assim! Para se dialogar com um marxista é preciso inverter o caminho costumeiro
da argumentação, já que ele parte do primado da práxis sobre a teoria, sabendo
o que quer fazer e, num segundo momento, cria a teoria para justificar a sua
práxis.E, nesse caminho, o
grande adversário a ser combatido é o cristianismo, ópio do povo, pois aliena
'o povo' da luta pela implantação de uma sociedade justa e "sem classes" (diga-se nesse contexto, hierarquia), através
da pregação do reino dos céus.
Tudo o que faça com que o povo não lute, não
serve e não deve existir!
O povo deve ser engajado num processo de engenharia social e a religião
deve ser metamorfoseada quantas vezes forem necessárias para ajudar nesse
processo.O revolucionário não
busca a verdade, pois não crê em sua existência. E uma vez que o marxismo viu
que não conseguia destruir a Igreja a partir de fora (Revolução Russa, Gulags,
Guerra Civil Espanhola) partiu para uma nova tática:infiltrar-se na Igreja, através
da teologia da libertação, que se constituiu num projeto de engenharia social
que, a partir da própria Igreja, buscou fazer com que a Igreja mudasse a sua
própria natureza, constituindo-se numa força para ajudar a concretizar a
revolução social. A tentativa: fazer com
que o cristianismo deixe de ser visto como é: um acontecimento imanente e transcendente,
e passe a ser visto como uma mera realidade mental.
II Tim 1,9-12: “Deus nos
salvou e chamou para a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em
virtude do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos destinou em Cristo
Jesus,e agora nos manifestou mediante a aparição de nosso Salvador Jesus
Cristo, que destruiu a morte e suscitou a vida e a imortalidade, pelo
Evangelho,do qual fui constituído pregador, apóstolo e mestre entre os gentios.É
este o motivo por que estou sofrendo assim. Mas não me queixo, não! Sei em quem pus minha confiança! E estou
certo de que é assaz poderoso para guardar meu depósito até aquele dia.”
Referências:
1.Marxiano = pensamento específico de Marx.
2.Segundo Marx, a história se move a partir
de interesses econômicos.
3.Por isso, o marxismo cultural é por muitos
teóricos considerado heterodoxo, exatamente por se desviar do
ponto central do pensamento de Marx, valorizando mais a cultura do que a
economia.
4Considerar como válido somente o que é da
experiência, palpável, empírico em detrimento de toda a realidade que remeta ao
transcendente.
5.Hans Küng tem proclamado uma ética
mundial, na qual faz uma conferência sobre cada uma das religiões, relidas de
forma imanentista, pois elas servem enquanto força de inconsciente coletivo,
dos arquétipos que pode ser manipulada para produzir a sociedade que se deseja,
o combustível que pode ser utilizado num projeto de engenharia social. A
finalidade da religião é assim, meramente imanente.
6.Um imanentista em sentido
pleno é um existencialista, pois vê que a vida não tem sentido, pois este mundo
daqui é tudo que existe. Portanto, não há sentido fora do mundo. Os
existencialistas merecem o nome de filósofos, uma vez que levam o ateísmo até
as últimas consequências, mostrando que, já que Deus não existe, só sobra o
desespero para o ser humano.
7.A Teologia da Libertação, desta forma é a
aplicação eclesial do “dogma” marxista, pois apresenta o sentido da Igreja como a
Igreja do amanhã, que é tecnicamente chamada de Reino de Deus.
8.Este é o grande paradoxo do cristianismo.
O esforço teológico é o de explicar que o que é aparentemente contraditório é
algo profundamente lógico.
9.Sendo assim, não existe, verdadeiramente
uma teologia da libertação, mas sim uma ideologia, já que ideologia é uma série
de ideias e de reflexões que servem para justificar interesses de classes,
interesses de engenharia social. A teologia da libertação é, na verdade, uma
ideologia a serviço de uma engenharia social.
10.Acusar de homossexualismo quem usa batina e defendem
o casamento homossexual. É conveniente chamar de homossexual quem usa batina e
no momento seguinte defender a sacralidade da relação homossexual, para
destruir a estrutura da sociedade patriarcal.
Padre Paulo Ricardo
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