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Depressão:Onde está Deus ? "Clamo a vós dia e noite e não me escutas..."(Salmo 21)

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 31 de maio de 2013 | 09:31



EXISTE  SENTIDO  NA  DEPRESSÃO ?

Juliana Lemos  (Consagrada na Comunidade de Aliança Shalom)
 

“O que faz a vida parecer tão freqüentemente sem sentido a uma pessoa?”

Esta é uma pergunta que você já pode ter se feito durante algum tempo, ou que esteja se fazendo agora.O que para os pássaros é a muda ,época em que trocam de plumagem, os tempos difíceis , a depressão é para os seres humanos.

Talvez tenhamos um conceito muito negativo desta que se tornou a doença do século XX.

Por isso, gostaria de propor-lhes uma visão diferenciada, um outro modo de encarar o que para nós possa ser sinônimo apenas de fracasso. Acredito que muitos frutos podem ser colhidos nesse tempo; lembro-me agora de algumas frutas próprias do inverno e de como alegram os dias chuvosos e sombrios. Passada essa época, permanece a lembrança, não das chuvas e do frio, mas dos frutos da estação. 

Porém, antes de falarmos mais sobre este assunto, é imprescindível estabelecer a diferença entre a depressão de caráter endógeno e a depressão decorrente de lutas e angústias, que também podemos chamar de psico-espiritual. Esta definição é necessária, pois o nosso objetivo é tratar apenas desta:

As depressões endógenas, podem ser desencadeadas por um fator psicológico, mas são condicionadas bioquimicamente e até hereditariamente alicerçadas. Nesse caso, é preciso uma farmacoterapia adequada e acompanhamento médico.

Pode acontecer, inclusive, que esse tipo de depressão não esteja vinculado a nenhuma crise pessoal ou estressor social. Por exemplo, uma pessoa depressiva que traz em sua história familiar a depressão em gerações anteriores, ou que apresenta um déficit de serotonina, quando está livre da crise, consegue dedicar-se ao seu sentido de vida. Mas existem também os casos em que os dois tipos de depressão vêm juntos. 

Vejamos agora o que é a depressão psico-espiritual, que tem acometido tantas pessoas, independentemente de faixa etária, nível sócio-econômico, profissional e religioso:

Segundo Victor Frankl, psicoterapeuta existencialista, essa depressão é causada por um vazio existencial, decorrente de uma falta de sentido de vida, podendo ser encontrado por trás de uma vida profissional excessiva, no refúgio de uma atividade desportiva, na fuga para o mundo dos romances ou televisão, nos fenômenos psicológicos de massa, no decaimento psicofísico dos aposentados, na necessidade de nunca se deixar descansar ou na febre de novas ações e novas experiências.

Esse vazio não chega a ser uma enfermidade, salvo quando acompanhado por sintomas na dimensão psicofísica, mas provoca um quadro depressivo:

Apatia, desânimo generalizado, desinteresse por tudo ao redor, podendo causar inclusive o suicídio; adição,desespero frente ao tempo, corre-se atrás de um relógio, sem nunca parar, com receio de enfrentar seu próprio vazio; e agressividade, (que ser pode ser explícita, como a que vemos tomar as manchetes de jornais de todo o mundo, e implícita, presente nos relacionamentos, nas discussões no trânsito etc.). 

Pronto! agora que você já sabe do que se trata a depressão, podemos voltar a falar de um assunto mais interessante: do inverno e dos frutos, dos pássaros e suas plumagens.Você já havia pensado na depressão como algo assim? Olhando-a desta maneira, não nos parece tão terrível, não é mesmo?


Muitos de nós consideramos a depressão um tempo sombrio, uma página vergonhosa de nossa história, uma doença que aleija a alma. Difícil considerá-la um tempo de crescimento, de maturidade, de transformação.

Será por causa da pergunta que se faz? Aquela acerca do sentido da vida?

Afinal, reconhecer-se confuso, admitir que o mundo não lhe satisfaz, que a felicidade é simples, que o trabalho não lhe preenche, não é lá muito fácil! É preferível não mexer nisso, vestir o luto e ver no que vai dar. Sim ou não?!

Não! Vejamos o porquê:

A depressão enquanto condição humana, se bem orientada, deve conduzir o ser humano à tomada de consciência da sua própria vida e do seu sentido último (nada de fugir de si mesmo!).

Quando isso acontece, estamos falando de maturidade espiritual, uma vez que é reconhecida a necessidade de orientar-se para Alguém que o transcende e para quem fomos criados, e a quem precisamos conhecer e amar. Isso é próprio do ser humano, é uma lei inscrita em seu coração, não dá para negar esta verdade!

Temos desejo de Deus!!! 


Consideremos, então, a depressão uma prova que o Senhor nos envia:


“Não são todos os que o Senhor decide provar desta maneira, mas, permito-me dizer, que os escolhidos por Ele são dotados de muita coragem, pois a crise consiste em admitir que se está vazio e que é preciso encher-se; que se tem sede e precisa-se de água, e para isso é preciso romper com muitas coisas, como fez a samaritana. “Deus tem sede que tenhamos sede dele”, já dizia Santo Agostinho.”

Se conseguirmos entender a depressão desta forma, aceitaremos este meio que o Senhor escolheu para nos amar, e todo o vazio será ocupado por sua Presença que se encarregará de dar sentido à nossa vida.

Mas, se buscamos um motivo fora de nós e fora do plano de Deus para tamanha tristeza e melancolia, muito pouco Deus poderá fazer por nós, uma vez que nos recusamos aceitar que temos sede d’Ele. 


Termino com uma citação de Santa Teresinha, intercedendo a Deus por você que passa hoje por esta dor:


“É preciso que Deus nos ame com um amor todo particular para provar-nos desta maneira. Não percamos a provação que o Senhor nos envia, ela é uma mina de ouro a ser explorada, será que vamos perder a ocasião...?”

Não esqueça: Ele não nos prova acima de nossas forças! 

Shalom Maná !!!

Um deprimido, um amigo-luz, janela para o Céu

(Por *Emmir Nogueira)
“Das profundezas eu clamo a vós, Senhor!
Gritando, eu imploro! Eu suplico!
derramo meu lamento,
diante do Senhor exponho a minha angústia,
enquanto meu alento desfalece.
Ergo os olhos para os montes,de onde virá o meu socorro?...”


Essas passagens do livro dos Salmos resumem à perfeição os sentimentos de um coração em depressão, e isto quando ele consegue orar!!! Pois sua solidão é tão vasta, sua tristeza tão profunda, sua prostração física tão esmagadora que o mais comum é sequer conseguir pensar em Deus ou experimentar sua presença.


Restam-lhe poucos referenciais exteriores e praticamente nenhuma razão para continuar a viver. Nada, ninguém, nem ele mesmo fazem sentido. E isso, não por vontade própria ou “birra”; não por carência ou desejo de chamar atenção.


Independe de sua vontade a ligação à realidade, a relação com a objetividade. Sua vontade, aliás, está anestesiada e centrada no escuro mundo do não querer.

Tarefas corriqueiras exigem forças semelhantes a subir o Everest: banho, escovação de dentes, comida, cabelo penteado, tudo parece custoso demais.


Quanto menos luz externa, melhor. Seu interior, desmoronado, deserto e sombrio, anseia por um ambiente que se adeque a ele.


Algumas pessoas em seu redor dividem-se em sentimentos insanos de acusação, cobrança, falsas expectativas, busca de soluções imediatas. Acusam-no de “se entregar”, cobram-lhe reação e força, submetem-no a diversões que não deseja, filmes que abomina, música que lhe fere o ouvido: “Precisa sair, divertir-se, descansar. Isso o fará melhor”.


Há os que ferem profundamente com frases viperinas:


“Isso é preguiça!”, “Ai, meu Deus, outra vez, não, por favor!”, “Que bicho te mordeu dessa vez?”, “Aprende a reagir, criatura!”, “Cadê tua fé? Tanto que você prega por aí! Tanto que fala em Deus! Cadê Ele? Recorre a Ele agora!”, “Faça um ato de fé! Vai ser feito conforme a tua fé!”, “Ore em línguas 10 minutos por dia que você sai dessa!”, “Viva os Estatutos de sua religião e comunidade, espelhe-se na fé de seu fundador, do santo de sua devoção”,“O segredo é fazer de conta que nada está acontecendo e continuar em suas atividades de cada dia. Se der atenção a isso, vai ser pior!”

Outros apresentam pacotes espirituais:


“Reze mais, isso é falta de oração!”, “Reze o terço e ficará bon-zi-nho!”, “Olha, é só rezar o Salmo 190 todos os dias, o Salmo 140, o 40...”, “Venha comigo à igreja, lá o obreiro expulsa a depressão e ela vai embora”, “Te garanto que se você passar uma manhã em adoração todos os dias fica bonzinho”.


Aparecem, ainda, os pragmáticos que logo providenciam uma “escala” de pessoas “para fazer companhia, para sair com ele/ela, para puxar assunto, para alimentar e cuidar”.


Não percebem quão grande tortura essa invasão indiscreta representa para alguém que busca paz. Não há como dar uma moeda ao estalajadeiro e prosseguir o próprio caminho, quando se trata de uma pessoa enferma desse tipo de tristeza.

Um deprimido não é enfermo que aguente rodízio de enfermeiros e médicos, de visitas e cuidadores em suas técnicas e abordagens diversas.

Seu coração acolhe poucos, pouquíssimos, um ou dois, amigos-luz.


“Ao perceberem que suas tentativas dão em nada ou só pioram a situação, as pessoas tendem a afastar-se, talvez a pensar mais em si do que na pessoa em depressão, pois não há retribuição imediata ou gratificação emocional no convívio com uma pessoa deprimida. A voz dos poucos que persistem parece não encontrar eco, como um grito em meio a paredes acústicas. Muitos acabam desistindo.”


Entretanto, veja bem, entretanto, repito:

A presença constante, fiel, amiga, acolhedora de uma ou duas pessoas é a única réstea de luz que, a princípio tênue, mas, por fim luminosa e plena, tem o poder de paciente e ternamente, amorosa e persistentemente, penetrar na escuridão do deprimido, qual uma janela que muitíssimo lentamente se abre para o céu. 

 Os Salmos, mais uma vez, nos ajudam a entender o coração da pessoa em depressão:

“Olho para a direita e vejo:
ninguém mais me reconhece,
nenhum lugar de refúgio,
ninguém que olhe por mim...”

O deprimido precisa de alguém que seja luz. Alguém que, discretamente, sem impor o que considera soluções mágicas, simplesmente esteja ao seu lado, em sua escuridão, ainda que não a abranja totalmente. Alguém que expresse, mais com atitude que palavras:

“Não desisto de você. Jamais desistirei, ainda que todos o abandonem. Ainda que você mesmo tenha desistido, eu mantenho acesa a chama de sua vida diante de Deus. Não desistirei de você, pois o amo. Eu estou aqui. Eu estou aqui”.


No começo, a pessoa deprimida não vai dizer nada. Pode até ser grosseira, violenta com quem quer permanecer com ela. Ainda não reconhece em seu amigo-luz seu lugar de refúgio. Precisa testá-lo, ver se realmente aguenta alguém tão abominável como uma pessoa em depressão como ele.

Não aguentaria mais uma dor, mais uma separação, mais uma perda, mais alguém querido que tenta e desiste.


Precisa, desesperadamente, “ser reconhecido”, ter alguém “que olhe por ele”, como diz o Salmo. Entretanto, não tem forças para arriscar a mais ínfima decepção, a mais milimétrica perda. Perdeu-se de si mesmo e isso é preciso ser levado em conta pelo amigo-luz.


 Depois, aos poucos, muito aos poucos, mesmo, começa a falar. Diz coisas sem lógica objetiva. Expressa a lógica caleidoscópica dos seus sentimentos. Repete-as dez, cem, mil vezes, em necessidade compulsiva. Ao ouvir, paciente e amorosamente essas mesmas histórias, o amigo-luz funcionará como âncora em um leito de lama: será arrastada, atolada, mas encontrará, enfim, lugar firme para servir de referencial estabilizador ao que fala. Ao ouvir e fazer-se presente, será seu primeiro encontro com a luz da objetividade. Servirá de primeiro referencial de sentido.


Sua chegada, antes rejeitada, passará a ser desejada. Seu telefonema diário, de preferência sempre à mesma hora, esperado. Aos poucos, sua voz que mais se cala que fala, encontrará eco, penetrará como água humilde e persistente, na dureza de rocha do coração deprimido. Contudo, aos poucos, mansamente, será acolhido como lugar de refúgio, como olhar que reconhece e é reconhecido, como presença que cura.


Terá sido o primeiro degrau em que pisou o deprimido, mas para isso se terá abaixado até o pó. Terá sido o primeiro filete de luz acolhido por ele, embora, para isso, tenha sofrido com suas trevas. Terá sido a primeira brisa fresca que o depressivo admitiu respirar, embora, ao ouvi-lo, tenha muitas vezes padecido sufocado. Paciente, discreto, humilde, terno, manso, terá sido amigo-luz. Aquele que jamais desistiu. O socorro que, em nome de Jesus, é enviado pelo Pai de sua morada sobre os montes.


Curado o coração deprimido, não precisará tanto dele. Esquecê-lo-á no dia a dia, talvez. Não recorrerá mais a ele com voz carregada de angústia. De único refúgio, passará a ser uma voz dentre muitas.


No fundo do coração agora curado de toda tristeza, entretanto, haverá, para sempre, um laço, uma dádiva agradecida, uma música suave de apoio, pois jamais se esquece um amigo-luz.


*Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom



O que pode (e deve) fazer a psicologia por um católico que necessita de ajuda na depressão ?


Uma psicologia enraizada na visão católica da pessoa humana está em coerência tanto com a ciência como com Deus, afirma Gladys Sweeney, decana do "Institute for the Psychological Sciences".

Em seu campo, este centro universitário americano orienta-se a estender pontes entre ciência e fé.

1)-Que soluções a senhora proporia aos católicos que sofrem depressão ou outros transtornos mentais?

Gladys Sweeney: Freqüentemente, a depressão, ou outras formas de transtorno mental, constitui um obstáculo ao livre arbítrio. Um tratamento psicológico eficaz é muito útil, porque busca essencialmente libertar a pessoa não só para que veja o "bem de forma mais realista, mas também para que seja capaz de eleger o "bem".

Tradicionalmente, houve uma desconfiança mútua entre as ciências psicológicas e os católicos. A psicologia tende a ver a fé como comportamento supersticioso, enquanto que as pessoas de fé tendem a ver a psicologia como uma ciência desnecessária para elas. Uma fé suficiente deveria bastar para se ocupar de todos os problemas, quaisquer que sejam.

Nenhuma das duas posturas reflete a verdade. Uma psicologia enraizada na compreensão católica da pessoa humana não é só verdadeira para a ciência, mas verdadeira com respeito a Deus. As ciências psicológicas têm muito a oferecer a pessoas cujo livre arbítrio está afetado.

Tomemos por exemplo o caso de uma pessoa excessivamente escrupulosa. Tal pessoa poderia de fato sofrer "neurose obssessivo-compulsiva". Esta desordem psicológica pode chegar a ser tão grave, se não tratada adequadamente, que impede a pessoa de funcionar normalmente.

Pessoas católicas, boas e fiéis, poderiam de fato deixar a confissão para não sentir que fizeram uma confissão inválida por terem esquecido de confessar "todos" os pecados. Poderiam deixar de comungar por medo de estar recebendo indignamente o Senhor. Esta desordem é facilmente diagnosticada e tratada.

As ciências psicológicas estão ao serviço da Igreja. Ajudando esta pessoa a recuperar um funcionamento normal, estará liberta da neurose. Mas a liberdade não é só uma "liberdade desde", é também uma "liberdade para": uma liberdade para chegar a ser cristãos melhores e para poder-se beneficiar de uma vida sacramental.

Proposta a questão em termos adequados, então não existe nenhum conflito entre uma psicologia fundada em uma sã antropologia e os ensinamentos da Igreja. O desafio é encontrar psicólogos adequadamente formados nesta perspectiva, que respeitem os valores religiosos de seus pacientes sem miná-los de nenhum modo.

2)- Quais são os erros mais comuns hoje no tratamento da depressão?

Gladys Sweeney: Um dos maiores erros no tratamento da depressão é a noção de que a depressão se alivia "unicamente" através de medicação.

Ainda que é certo que o uso de antidepressivos ofereceu um tremendo alívio a pacientes que padecem este transtorno, recorrer exclusivamente ao tratamento farmacológico, excluindo formas mais tradicionais de psicoterapia, não é o tratamento melhor.

Um dos tratamentos mais eficazes contra a depressão é o que os psicólogos chamam "reestruturação cognitiva". Esta modalidade de tratamento tende a reordenar as emoções de acordo com a razão.

Com freqüência, nos casos de depressão, a sensação de desespero e impotência toma controle de toda a pessoa, e o paciente não é capaz de ver a realidade objetivamente. É como se visse o mundo através de um cristal escuro. Uma pessoa deprimida pode "interpretar" um acontecimento neutro como algo negativo ou pessoalmente ofensivo, quando na realidade não é assim.

“O tratamento consiste em ajudar a pessoa deprimida a reestruturar seu pensamento, orientando-a a reestruturar seus esquemas distorcidos e negativos. É treinada a ordenar as emoções de acordo com a razão e a ver as situações de forma mais objetiva. Demonstrou-se extremamente eficaz para ajudar as pessoas com este diagnóstico.”

É importante observar que às vezes as pessoas deprimidas inicialmente não respondem bem a esta terapia. Sobretudo quando a depressão é severa.

Nestes casos, o melhor tratamento é uma combinação de medicação e terapia cognitiva. Em qualquer caso, a medicação só raramente é boa solução em longo prazo para o problema.

3)- De que forma uma vida em Cristo — participando nos sacramentos, tendo oração e procurando direção espiritual — ajuda a curar as patologias mentais?

Gladys Sweeney: A participação na vida sacramental, na oração e na direção espiritual constitui meios para receber a graça divina.

A espiritualidade cristã é viver em Cristo pela graça do Espírito Santo que nos faz crescer na fé; significa ter uma esperança fundada na fé e sobretudo no amor como plenitude da fé no caminho reto para a comunidade da Santíssima Trindade.

Como a graça aperfeiçoa a natureza, esta espiritualidade é totalmente coerente com a saúde psicologia. Mas a saúde espiritual e a saúde psicológica não são idênticas, nem sempre proporcionadas.

Uma pessoa que sofre neurose obsessivo-compussiva, que não é capaz de confessar e talvez nem sequer de comungar, necessita de tratamento a fim de poder se valer dos meios com os quais se recebe a graça santificante. Em qualquer caso, a saúde mental, como a saúde física, não é uma condição necessária para a santidade.

Uma pessoa que sofre ansiedade não necessita de ser tratada primeiro desta desordem para desenvolver as virtudes do valor e da fortaleza ou crescer em sua confiança em Deus. Certamente ajuda, mas não é uma condição sine qua non para o crescimento nas virtudes humanas. As dificuldades que se encontram ao lutar com condições psicológicas podem de fato servir para favorecer determinadas virtudes, ou ser motivo de momentos de maior graça e de aprofundamento da vida espiritual.

Portanto, a menos que os problemas psicológicos da pessoa dificultem sua participação na vida sacramental, é de suma importância que a pessoa participe ativamente nela, ainda que esteja em terapia. É por isto que é tão importante que o terapeuta se dê conta desta necessidade e alente a pessoa a realizá-la.

Os efeitos da ação da graça combinados com um são tratamento psicológico são muito eficazes para conseguir a cura. Qualquer católico que sofra enfermidades mentais deverá seguir recebendo os sacramentos com freqüência e respeito, além de manter uma vida de oração habitual e equilibrada.

Um bom diretor espiritual pode ser muito útil a esse respeito, proporcionando guia no caminho do crescimento espiritual. Seja através da terapia ou da espiritualidade, é sempre Cristo quem cura.

4)- Por que é importante que os católicos com problemas de saúde mental recorram a terapeutas também católicos?


Gladys Sweeney: Toda teoria psicológica contém determinados postulados relativos à natureza e ao destino da pessoa humana. Há teorias seculares por natureza e às vezes abertamente anti-religiosas. Às vezes negam a existência da liberdade humana, das verdades morais, e portanto a realidade do pecado.

É pelo que o Santo padre diz em "Reconciliatio et Paenitentia": "Dilui-se este sentido do pecado na sociedade contemporânea também por causa dos equívocos nos que se cai ao aceitar certos resultados da ciência humana. Assim, em base a determinadas afirmações da psicologia, a preocupação por não culpar ou por não pôr freios à liberdade leva a não conhecer jamais uma falta".

Assim que os católicos devem estar muito atentos ao receber a assistência psicológica ou ao permitir às modas psicológicas influir na própria vida.

Também os psicólogos em geral tendem a ver a religião de forma mais negativa, coisa que cria ulteriores dificuldades aos católicos. Durante uma psicoterapia é possível que o terapeuta influa no paciente de maneiras sutis que lentamente minem suas convicções religiosas.

“Com um bom terapeuta católico, em qualquer caso, a fé e a prática religiosa dos pacientes seria alentada e até poderiam falar de questões religiosas durante as sessões. Tal terapia trabalha desde uma compreensão autêntica da pessoa humana baseada nos ensinamentos da Igreja e reforçada por elementos psicológicos sãos.”

Este tipo de aproximação é absolutamente essencial para qualquer católico que busque ajuda por um problema de saúde mental.

5)- Que recursos a Igreja oferece aos membros de seu rebanho que tenham a ver com questões de saúde mental?

Gladys Sweeney: A Igreja nos oferece Cristo, que é a revelação do amor do Pai e é a revelação do homem ao homem.

Cristo nos revela o sentido de nossa existência e a resposta ao anseio de nosso coração. A Igreja, ao dar-nos Cristo, dá-nos o que mais desejamos e em última instância o único capaz de satisfazer-nos.


Neste "vale de lágrimas" haverá inevitavelmente desilusões, tragédias e sofrimentos, e todo o tempo a Igreja nos orienta mais além deste horizonte, para o seio da trindade, onde Cristo está preparando uma morada para nós. Cristo nos mostra, portanto, o sentido redentor do sofrimento. Através dos sacramentos da Igreja, encontramos Cristo e nos renovamos e transformamos continuamente, na medida em que cresce nossa união com Ele.


Em todo caso, a Igreja precisa ter em conta a específica função que a ciência psicológica pode desempenhar, especialmente se está nas mãos de terapeutas bem formados e equilibrados que compreendam o ensinamento da Igreja sobre a liberdade e a dignidade humana.

A colaboração mútua da ciência humana e do trabalho pastoral é de uma importância, e se se realiza em harmonia, pode levar almas a Cristo e promover o estabelecimento do Reino de Deus nesta terra.

ZENIT.org



FONTE: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=5588
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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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