"O dogma não
é um conceito católico, sua metodologia é tomada de empréstimo da razão
filosófica. Se na filosofia o dogma é um argumento irrefutável, na teologia é uma verdade de fé irreformável"
Indiscutivelmente, existe uma resistência ao dogma,
devido à reação desproporcional e preconceituosa ao dogmatismo, quanto à postura do espírito moderno e
pós-moderno da autonomia do sujeito. Importa superar o conceito de dogma que o
associa a algo irracional, heterônimo e inflexível. O dogma serviu e serve para
delimitar o campo de sentido duvidoso porém essencial e estabelecer marcos
consensuais e avançar na compreensão dos dados da fé! (por exemplo: inferno, Céu e Purgatório
são realidades comprovadas pela revelação nas escrituras, mas podemos perguntar como são intrinsecamente estas realidades?esta
temática de como o são, é considerada pela teologia e magistério
da Igreja como “questões em aberto).O dogma contribui
assim para a atualização da palavra de Deus e da formulação da experiência
cristã. No dogma aparentemente predomina a tendência de clausura de sentido.
Mas, ao mudar o horizonte de compreensão e se apresentarem problemas novos à
vida cristã, ele recobra sua força polissêmica.
O dogma
surge sempre na base, nunca da cúpula da Cristandade!
A Igreja não cria dogmas, mas os confirma, ou nega heresias contrárias em definitivo, de afirmações confusas e achológicas surgidas geralmente na
base. E como elemento que provém da Tradição e faz
Tradição, é fruto da tarefa interpretativa realizada por vários grupos na
comunidade eclesial. O senso comum dos fiéis aponta e prepara a base
consensual imprescindível para o dogma. Grupos minoritários de leigos,
religiosos, sacerdotes e bispos ensaiam a tematização, auxiliando ainda na sua
divulgação e aceitação. Por fim, o magistério, através do conjunto dos bispos
unidos ao Papa, realiza o discernimento final e o define. O trabalho porém, não
se encerra aí! Compete à mesma comunidade eclesial, na pessoa de seus diferentes
sujeitos, tornar compreensível e, se necessário, reinterpretar o dogma,
enriquecendo o seu sentido.
Os dogmas centrais do cristianismo são, ao mesmo
tempo, infalíveis e reformáveis (sofrem evolução positiva, não mudança)!
A infalibilidade (diferente de impecância), reside no fato que o dogma
significa uma conquista irrevogável, trazendo elementos vinculantes para
expressão da fé. A "reformabilidade" advém de sua formulação
humana, simultaneamente caducável e passível de maior exploração de sentido. A
reforma, ou atualização do dogma visa "suprir o descompasso da língua, aperfeiçoar as
fórmulas usadas, purificar o esquema de pensamento, manter viva a verdade da
revelação em sua relação com a existência humana e dar mais clareza e
plenitude a esta verdade". Pode-se falar, com propriedade, de uma
"evolução do dogma"(Não confundir evolução com negação do
dógma, é uma evolução sempre para melhor entendimento da formulação.Tudo sobre
formulação dogmática é avanço, jamais é retrocesso, pois nenhum dógma
proclamado ex-cátedra, jamais foi e jamais será negado, ou anulado).
O dogma pretende ter acesso ao mistério de Deus,
sempre novo e insuperável. Como Deus é realidade insondável, inesgotável,
inabarcável plenamente, pois como já dizia São Tomás de Aquino: “A verdade é
sempre maior que nossa inteligência”. O dogma portanto, capta algo real sobre
Deus, mas sempre insuficientemente. Necessita assim novas abordagens no correr
dos tempos, que se aproximam mais do mistério de Deus sem dizer palavra final
sobre Ele, porém, nada que fuja ao que já foi revelado e definido pelo magistério milenar da Igreja. Embora se servindo da razão, o dogma não se reduz a
um conjunto de fórmulas frias e exatas, como uma equação matemática de segundo
grau. Manifesta, ao contrário, um sentimento doxológico, isto é, de louvor! Só
se compreende Deus deixando-se fascinar por Ele, abrindo o coração, a mente e o
entendimento para a luz e o calor de sua presença irradiante.
CONCLUSÃO:
Por fim, o dogma evita discussões vãs e vazias e
propõem esclarecimentos sujeitos a evolução dentro de uma tradição revelada,
porém, não totalmente interpretada, de temas cruciais sem retrocesso a
problemáticas já superadas e respondidas pela teologia, sempre em vista
do bem comunitário e pessoal em relação a nossa salvação! O dogma visa o bem permanente e definitivo!
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