Missão, Evangelização e Proselitismo
Por Steven
Hayes - Traduzido do inglês por: Natalia Waszczynskyi
Será que
esta pode ser a diferença entre evangelização e proselitismo?
- Evangelização, dentro do uso do termo (em
inglês), significa dizer ou espalhar a Boa-nova. Os quatro Evangelhos falam das
boas novas sobre Jesus Cristo. Quando nós, como cristãos, dizemos aos outros o
que Deus fez em Jesus Cristo, nós estamos evangelizando.
- Proselitismo,
de outro lado, significa «trazer pessoas para dentro», fazendo-as mudar suas
convicções, seu partido, suas opiniões ou sua religião. No proselitismo há uma forte tendência de dizer às pessoas o quão ruim
ou erradas são suas crenças atuais. Dizer às pessoas que suas crenças são más
ou erradas não parece ser «Boa-nova.» - Se nós evangelizamos, não estamos
dizendo «nossa religião é melhor que a sua religião.»
Não estamos nos colocando como seres moralmente ou
espiritualmente superiores, e tentando conquistar pessoas para deixar sua
religião juntando-se a nós, de forma que se sintam tão superiores como nós. Quando
evangelizamos, dizemos, de fato, que Deus fez grandes coisas.“Alguém descreveu uma vez que a evangelização é como um mendigo dizendo a
outro mendigo aonde conseguir pão.Para um
mendigo faminto, esta é uma «boa-nova.» E um mendigo transmitindo a outro
mendigo tais «boas notícias» não pode se sentir vangloriado ou superior por
este motivo.” Quando os primeiros missionários budistas saíram da
Índia para ir a outros lugares, chegando ao novo local, disseram apenas dois
tipos de coisas: «Isto é o que fazemos» e «Isto é o que não fazemos.» Eles
não fizeram nenhum comentário sobre o que as pessoas lá já estavam fazendo em
sua religião ou filosofia. Não criticaram ou condenaram as crenças e práticas
das pessoas. Este pode ser um bom exemplo para os missionários cristãos também
seguirem. Se agirmos assim, então estaremos evangelizando e não fazendo
proselitismo. Muitos missionários ortodoxos seguiram seguem este exemplo dos
budistas com sucesso em terras Muçulmanas e de outras crenças majoritárias. - “Se as pessoas que ouvem a
Sagrada Escritura dizem que querem seguir Cristo e ser batizados, então, é
claro, haverá mais o que aprender. Se eles quiserem realmente seguir Cristo,
então vão querer também aprender mais a respeito da fé cristã e sua aplicação
em suas próprias vidas e comportamento.”
Quando o Príncipe Vladimir de Ruskiev se tornou
cristão em 988, ele surpreendeu os missionários bizantinos ao buscar abolir a
principal punição em seu reino. Houve uma mudança radical em seu estilo de
vida. “Necessariamente, as pessoas não
se tornam cristãs simplesmente mudando seu estilo de vida, especialmente se
elas mudaram através da força ou fraude. Forçar tais mudanças nas pessoas é
proselitismo e não evangelização. Evangelização é feita com espírito de
humildade e amor, enquanto o proselitismo é caracterizado pela arrogância e
orgulho. É muito mais fácil fazer proselitismo do que evangelizar; entretanto,
somos chamados a evangelizar.” Tentei, neste artigo, indicar onde, segundo penso,
residem as principais diferenças entre evangelização e proselitismo. A
diferença é importante e acredito que é uma das mais sérias questões que os
estudiosos de missiologia da Igreja nos dias de hoje.Se não a enfrentamos com seriedade, verdade e misericórdia
esta situação, nós cristãos , podemos nos deparar fazendo críticas às ações que
nós próprios praticamos, e condenando o que, em certos lugares e situações nós
também o fazemos.
Fonte: revista da OCMC - Outubro 2002 - pg 14 e 15
DOCUMENTO VATICANO: "EVANGELIZAÇÃO NÃO É PROSELITISMO NEM RELATIVISMO!"
(Nota doutrinal da Congregação para a
Doutrina da Fé - CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 14 de dezembro de
2007) - Diante da «crescente confusão» sobre o
termo evangelização, a Santa Sé publicou esta sexta-feira um documento no qual
declara que ela não significa nem «proselitismo» nem «relativismo» - «Toda
pessoa tem direito de escutar a Boa Nova de Deus que se revela e se entrega em
Cristo para que viva em plenitude sua própria vocação. A este direito,
corresponde-lhe o dever de evangelizar», explica.Trata-se da «Nota Doutrinal acerca de
alguns aspectos da Evangelização», redigida pela Congregação para a Doutrina da
Fé, resultado de um trabalho de anos, que o anterior prefeito desse organismo
vaticano, o cardeal Joseph Ratzinger, havia começado.Alguns, explica o
texto, consideram que não se deve promover a conversão a Cristo, pois é
possível salvar-se sem um conhecimento explícito de Jesus e sem uma
incorporação formal à Igreja.Estas convicções tomam mais força em um ambiente
de relativismo, que nega a capacidade humana de conhecer a verdade.O documento propõe o ensinamento e o
diálogo, em respeito à plena liberdade de toda pessoa, para anunciar o amor de
Cristo.Ao
mesmo tempo, declara, não é evangelização cristã a postura de diálogo que
comporta a coerção ou a instigação, que não respeita a dignidade e a liberdade
religiosa.«A incorporação de
novos membros à Igreja não é a expansão de um grupo de poder, mas a entrada na
rede de amizade com Cristo, que une o céu e a terra, continentes e épocas
diferentes», declara.A
Igreja, segundo a fé católica, é «instrumento da presença de Deus e, por este
motivo, instrumento de uma autêntica humanização do homem e do mundo». O documento cita a constituição do
Concílio Vaticano II Gaudium et Spes para afirmar que o
respeito à liberdade religiosa e sua promoção «não devem fazer-nos indiferentes
por nenhum motivo perante a verdade e o bem. E mais, o próprio amor leva os
discípulos de Cristo a anunciar a todos os homens a verdade que salva». E
«para que a luz da verdade seja irradiada a todos os homens, precisa-se antes
de tudo do testemunho da santidade. Se a palavra é desmentida pela conduta,
dificilmente é acolhida».Mas ao mesmo tempo, acrescenta recordando o
pensamento de Paulo VI:«inclusive o testemunho
mais lindo será no longo prazo impotente se não for iluminado, justificado e
explicitado por um anúncio claro e inequívoco do Senhor Jesus».Evangelização e ecumenismo não estão em
oposição, acrescenta o documento. Mas sim, sucede o contrário. As divisões dos
cristãos podem comprometer seriamente a credibilidade da missão evangelizadora
da Igreja. Se o ecumenismo consegue realizar uma maior unidade entre os
cristãos, a evangelização também resultará mais eficaz.O documento conclui com uma mensagem do pontificado
de Bento XVI:«O
anúncio e o testemunho do Evangelho são o primeiro serviço que os cristãos
podem oferecer a toda pessoa e a todo o gênero humano».
Fonte: Zenit
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Aqui vai uma história interessante e esclarecedora sobre o proselitismo judaico.
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/e-o-mundo-ocidental-quase-foi-judeu
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