O Ceará irá contar, a partir da próxima terça-feira, 29, com o Instituto de Economia Humana e Reciprocidade (Inehr), que será lançando às 16h30min, no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Ceará (Sebrae-CE). Na mesma data e local, a entidade irá organizar o Seminário Internacional de Microcrédito, começando a partir das 8h. O empresário e membro-fundador do Inehr, Carlos Matos Lima, explica que o objetivo da entidade é divulgar no Ceará o conceito de uma economia humanizada, com valores como a solidariedade e reciprocidade. Segundo ele, a difusão deste conceito deverá ocorrer em parceria com toda a sociedade, inclusive a universidade. "Na próxima segunda-feira, teremos um encontro com a Faculdade Rainha do Sertão em Quixadá e, na quarta-feira, com a UFC", destacou.Carlos Matos acrescentou que o Instituto está aberto a todos interessados em participar como sócios, pessoas físicas ou jurídicas. Segundo Carlos Matos, entre os instrumentos que viabilizam uma economia mais humana e uma sociedade mais justa estão as políticas públicas que exigem contrapartidas dos beneficiados, o microcrédito e a formação de pólos empresariais. O membro-fundador do Inehr diz que é importante garantir aos segmentos mais pobres da população instrumentos que lhe garantam autonomia e liberdade, ou seja, muito mais do que políticas assistencialistas. "No Ceará, conforme dados do IBGE, 54% a população é pobre e 25% miserável", cita, lembrando que a economia deve beneficiar a todos e não apenas uma parte da sociedade. O professor da Universidade de Bari (na Itália), Benedetto Gui, que irá proferir a palestra "Novos Valores da Economia" no Seminário Internacional de Microcrédito, diz que abordagens de pesquisa como economia e inserção social e economia e felicidade são cada vez mais utilizadas pela comunidade científica em vários países.Essa seria uma tentativa de compreender melhor os fenômenos sociais, que as teorias convencionais não conseguem explicar, e o impacto dos processos econômicos sobre os mesmos e sobre a qualidade de vida das pessoas. No Seminário, dentro da linha de economia humana e solidária, será apresentado o caso de sucesso do Bangko Kabayan da Filipinas, que apostou no microcrédito na área rural e na economia solidária como produto e não instrumento de filantropia. Segundo a diretora-presidente da instituição, Teresa Ganzon, o banco passou a acompanhar os tomadores de crédito de perto, contribuindo para que fossem formados grupos solidários.O resultado é que, de 2000 para cá, o banco elevou o número de clientes com operações de empréstimo de dois mil para 10 mil, sendo 86% deste total de contratações de microcrédito.
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