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Bispo francês: Dom Dominique Rey e a "nova evangelização!"

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 4 de dezembro de 2010 | 11:37

(Dom Dominique Rey)
 





o que é afinal "a nova evangelização?"


 

Em 21 de setembro de 2010, com a Carta Apostólica Ubicumque et semper, o Papa Bento XVI criou um novo Organismo na Cúria Romana para assisti-lo em sua missão: o Pontifício Conselho para promover a Nova Evangelização. A preocupação pela “nova evangelização” já não é tão nova; mas ela apareceu mais claramente na 4ª. Conferência Geral do Episcopado Latino Americano, em Santo Domingo (1992). Lá, foi tema central da Conferência, por iniciativa do papa João Paulo II. Em seguida, a mesma questão esteve presente nas assembléias Continentais do Sínodo dos Bispos, em preparação ao Grande Jubileu do início do 3º milênio cristão. A decisão do Papa, de criar um Pontifício Conselho para promover, especificamente, a nova evangelização em toda a Igreja é certamente muito significativa. O Papa dá a entender a todos que este é um propósito seu, e deverá ser uma atitude da Igreja em todo o mundo, para responder aos desafios postos pela atual “mudança de época” na história da humanidade. Não podemos perder esta ocasião, se não queremos que a Boa Nova do Evangelho fique excluída da vida do povo – dos povos – e da nova cultura que está sendo gerada por muitos fatores. O novo Pontifício Conselho é especialmente importante para a Europa, onde o Catolicismo foi historicamente muito importante e marcou a vida e a cultura daqueles povos, mas hoje enfrenta grandes dificuldades.




O conceito de “nova evangelização” poderia ser mal entendido e erroneamente aplicado?







De fato, não se trata de desconsiderar o trabalho evangelizador já feito pelas gerações que nos precederam, ao longo dos séculos. Trata-se, ao invés disso, de valorizar “de novo”, aquilo que elas já fizeram e que, talvez, deixou de ser feito em muitos lugares. Estamos, claramente, diante de um déficit de evangelização em nossos dias. Por outro lado, tempos novos requerem anúncio novo do Evangelho, novas sínteses culturais e o recurso a novas metodologias para evangelizar. O fato é que não podemos considerar a evangelização, onde ela já foi feita, um fato consumado de uma vez por todas; a bem da verdade, cada geração necessita ser evangelizada novamente e até mais de uma vez ao longo da vida! Tanto mais, se considerarmos que, atualmente, a passagem da fé, da “herança apostólica” e da vida eclesial não acontece mais de forma automática. Há uma ruptura na corrente de transmissão da fé. Quanta dificuldade representa, para os pais, a evangelização dos filhos! E quantos pais católicos, lamentavelmente, já não consideram mais ser sua missão evangelizar os filhos! Eis, pois, como é necessária uma “nova evangelização”!









A mesma preocupação aparece também no tema da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 2012, cuja preparação já começou: “A nova evangelização e a transmissão da fé cristã”. Hoje, de fato, tornou-se crucial para a Igreja e o futuro do Cristianismo que a fé, a “herança apostólica” enriquecida por 20 séculos de testemunho cristão, continue sendo transmitida às novas gerações e produza frutos para a vida do mundo. Como surgiu a ideia de uma "nova evangelização"? Como se poderá concretizar em relação às demais atividades da Igreja? Não corre o risco de se tornar mais um slogan ou lugar-comum, encobrindo as mais diversas iniciativas e práticas pastorais?







“Nova Evangelização” (NE) designa “um projeto pastoral” preciso e original, nascido do Concílio do Vaticano II, em continuidade com a Constituição sobre a Igreja, a Lumen Gentium, sobre a Revelação, a Dei Verbum e sobre a Igreja no mundo moderno, a Gaudium et Spes. Essas três Constituições formam um tripé. A NE reconhece a prioridade da Palavra de Deus, o Verbo, ouvida na fé, de que a Igreja é a expressão histórica, como dom para o mundo, que é chamada a evangelizar. Em fins dos anos setenta, sentia-se fortemente a necessidade de encontrar novos rumos, que unificassem em profundidade a ação de toda a Igreja. Tendo o Cardeal Albino Luciani, eleito papa com o nome de João Paulo I, sobrevivido apenas alguns dias, foi eleito para sucedê-lo o Cardeal Karol Wojtyla, com o nome de João Paulo II. Inaugura-se, em 1978, um dos mais longos pontificados da história, 27 anos.










Não se põe em dúvida a fidelidade do novo papa ao Vaticano II, mas foi também evidente sua desconfiança em relação às novidades teológicas e pastorais surgidas no pós-concílio, e sua inclinação a se deixar guiar pela tradição milenar da Igreja, o que levou alguns autores mais afeitos às novidades a denunciar, na Igreja, uma alegada “volta à antiga disciplina”. Todavia ninguém contesta o carisma do vigoroso papa de 58 anos. Sua atuação é decididamente voltada para o futuro. Tem a convicção de que se deve empenhar a fundo na realização do projeto do Vaticano II em continuidade com a Tradição e enfrenta positivamente os problemas, não só da Igreja, mas de todo o mundo contemporâneo. Nessa perspectiva, propõe uma retomada da Igreja a partir de suas origens sobrenaturais, uma “nova evangelização”. Menciona o termo, a primeira vez, na sua visita inicial à sua terra natal, em 1979 e o universaliza, por assim dizer, no discurso pronunciado na assembleia do CELAM, em Porto-Príncipe, em 1983.Não que tenha uma ideia exata do que significa essa “nova evangelização”. Não se tratava de uma teoria, uma visão clara do que fazer. Era uma direção a ser seguida pela Igreja. Intuição de pastor, que precisava determinar um rumo, para dar novo impulso à missão evangelizadora.



Evangelização, dizia o Papa, nova, por “um novo ardor, novos métodos e novas experiências”. 



Era uma espécie de palavra profética, legada como um desafio a ser explorado tanto em seus fundamentos teóricos como em suas aplicações pastorais.



A “natureza” da Nova Evangelização








Um dos primeiros, e talvez o principal fruto da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2012, sobre A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã, é a análise do conceito de nova evangelização. Desde os Lineamenta e através de todo o Instrumentum Laboris, nota-se a preocupação, senão de definir no sentido estrito, pelo menos de caracterizar o que entender por Nova Evangelização. Ora, a resposta se encontra nos primeiros seis parágrafos da Mensagem ao povo de Deus, do dia 26 de outubro e nas nove Proposições, da 4ª à 12ª, que compõem o primeiro parágrafo do documento publicado oficiosamente em inglês, intitulado Natureza da Nova Evangelização:



“Os Padres Sinodais reconhecem o ensinamento do Vaticano II como instrumento vital para a transmissão da fé, no contexto da Nova Evangelização”, conclui o primeiro parágrafo das proposições (Proposição 12). 




Declaração que vai muito mais longe do que aparenta à primeira vista. Implica o reconhecimento, por parte da assembleia sinodal, de que a NE está em continuidade com a renovação operada pelo Vaticano II.Por trás desse reconhecimento, está a interpretação de que o impulso renovador do Vaticano II tem sua origem não na Igreja nem no mundo, mas no acolhimento da Palavra, no ato de crer. Foi a resposta que já se havia dado no Catecismo da Igreja Católica, determinado pela Assembleia Extraordinária do Sínodo de 1985. O Catecismo, para ser fiel ao Vaticano II, optou pela apresentação das verdades da fé não em si mesmas, em função unicamente de seu conteúdo, como se fizera em 1566, no Catecismo Tridentino, mas pela sua apresentação na dupla perspectiva do desígnio de Deus e do ato livre de crer.







Por essa razão criou-se, em cada parte, uma primeira sessão, que coloca em perspectiva a transmissão das verdades da fé nas quatro partes clássicas do Catecismo: o Creio-Cremos, o ato de crer, na primeira parte, o mistério da economia sacramental na segunda, a vida no Espírito, para a prática dos mandamentos, e o sentido da oração na vida cristã, para a última parte. Como o Catecismo, há vinte anos, a NE está em perfeita continuidade com o Vaticano II. O primeiro parágrafo das Proposições parte das origens trinitárias da Igreja, que é participação na vida da Trindade, “fonte da Nova Evangelização” (Proposição 4), tal como o proclamou o Concílio, ao reconhecer a Igreja como “sacramento da unidade de Deus e de toda a humanidade” (LG, 1), ou seja, “o povo unido pela unidade mesma do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (LGI, 4), como já o dissera Cipriano de Cartago (†258). Duas consequências maiores decorrem desse primeiro princípio: “o primado da graça de Deus” e a universalidade da salvação. Longe de ser uma atividade de propagação da religião católica, de proselitismo, a NE é chamada a estar presente em todas as culturas (Proposição, 5) como “proclamação do Evangelho (Proposição, 6), correspondendo ao “caráter missionário permanente e universal” da Igreja (Proposição, 7).







Consiste, portanto, em “testemunhar o Evangelho no mundo secularizado em que vivemos” (Proposição, 8), a partir do “primeiro anúncio proeminente e explícito da salvação” (Proposição, 9), que é “obrigação de todo cristão e, ao mesmo tempo, direito inalienável de cada pessoa de conhecer Jesus Cristo e o Evangelho” (Proposição, 10), o que está inseparavelmente ligado com “a familiaridade com a Escritura, a Palavra de Deus” (Proposição, 11). Paralelamente, na sua Mensagem ao mundo, os Padres sinodais partem do encontro pessoal com Jesus, vivido pela samaritana (Mensagem, 1), para o qual convidam “todos os homens e mulheres do nosso tempo” (Mensagem, 2), pois esse encontro é a experiência fundamental da vida cristã em Igreja (Mensagem, 3), a ser alimentada pela leitura frequente das Escrituras (Mensagem, 4). Somos assim levados a nos converter, a nos deixar evangelizar (Mensagem, 5), consolidando nossa adesão a Deus, por Jesus Cristo e nos tornando capazes de transmiti-la em todas as circunstâncias e ocasiões de nossa vida (Mensagem, 6).




Fundamentos e prática da Nova Evangelização








Tanto a Mensagem quanto as Proposições se estendem em seguida a uma série de considerações de ordem prática e pastoral a serem levadas em conta na aplicação concreta do projeto neoevangelizador. O trabalho de sistematização é deixado ao Santo Padre, que deverá retomar os elementos propostos pela assembleia na esperada Exortação Apostólica. Alguns eixos fundamentais, porém, podem ser confirmados desde já, a partir de toda a literatura sobre a NE, a começar pelo que escreveu e falou Bento XVI, em particular na proclamação do Ano da Fé; no ciclo de catequeses sobre a fé, que inaugurou este ano; na sua quarta encíclica sobre a fé, anunciada para a Páscoa de 2013 e nas muitas ocasiões que têm suscitado o aprofundamento da reflexão sobre o tema. Não há dúvida de que na base da NE está o encontro pessoal com Cristo, como experiência fundamental, a marcar todo o quadro de nossa vida cotidiana. Somos todos chamados a viver sempre e em todas as circunstâncias, como amigos de Jesus e a fazer dessa amizade pessoal o clima de nossa existência. Não sendo o cristianismo nem apenas uma filosofia de vida, nem, muito menos, uma pura moral, mas uma amizade pessoal com Jesus e com cada uma das Pessoas da Trindade, a fé é, antes de tudo, o laço pessoal de adesão a Deus e à sua Palavra, no Espírito. O ato de crer, em virtude de ser dom pessoal de Deus e ato de liberdade, tem prioridade sobre o conteúdo da fé, constituído pelas expressões referentes à vivência da relação pessoal que as sustenta.




Nos termos do Catecismo (nº 150), “a fé é antes de tudo adesão pessoal a Deus e, inseparavelmente, mas em segundo lugar, livre acolhimento da totalidade da verdade revelada por Deus”.




O DOM DA FÉ COMO Dom de Deus - EXIGE UMA unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento



Ao promulgar o Ano da Fé, Bento XVI nos convida “a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o ato pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus” (Porta fidei, 10). É preciso, portanto, distingui-los, mas para uni-los. “Existe, de fato, uma unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite adentrar esta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus, ação da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma” (Ib.) O fundamento da NE é, então, o ato de crer, que é dom de Deus, despertado pelo encontro pessoal com Jesus, que os discípulos são chamados a preparar – como Felipe e André encaminharam os gregos de que fala João, que queriam ver Jesus (12, 22). A função do primeiro anúncio é de facilitar esse encontro, por isso, a sua importância central na NE.




Na verdade, o “primeiro anúncio” não se limita ao querigma inicial, que deixaria de ser ativo quando começa a catequese. Toda a formação cristã deve ser constantemente animada pelo despertar do ato de crer, sem o qual o conteúdo da fé não se sustenta, devido à unidade profunda que existe na fé entre o ato de crer e o conteúdo das verdades reveladas.




A NE não é, portanto, uma tarefa específica, nem um momento determinado da transmissão da fé, mas a alma que mantém viva a catequese, o espírito em que a Palavra é efetivamente acolhida, o clima em que a Palavra de Deus deve ser sempre, na Igreja, proclamada e ensinada.




Fonte: adaptado de Aleteia




UM BISPO COM CHEIRO DE OVELHAS POR QUE VAI ATRAS DAS OVELHAS DESGARRADAS!



 
"Este Bispo Francês não mede esforços pela Evangelização, chegando ao ponto de sair de bicicleta pelas ruas de sua Diocese, e ou, pagando horário a prostitutas para evangeliza-las..."

 
 
 
 
 
Entrevista a Dom Dominique Rey  - Bispo de Toulon, na França








1)-Shalom Maná: Para o senhor, o que é evangelizar, principalmente nestes tempos de guerra?





Dom Dominique: Evangelizar é anunciar Jesus. Jesus é, para nós, a vida de Deus, uma vida de paz, de alegria, de comunhão, de unidade. Então, evangelizar hoje é anunciar a boa nova da paz e sermos artesãos da paz. Nessa situação de guerra em que nos encontramos, eu penso que o papel de um cristão missionário é cultivar em primeiro lugar a paz no seu coração; se ele tem a paz no seu coração, vai transbordá-la em toda a sua vida, em tudo o que o cerca, e também fazer gestos de paz, de reconciliação.É normal que na vida os homens tenham momentos de tensão, de divisão, de visão diferente das coisas, e o cristão é aquele que tenta caminhos de paz, de justiça e de verdade para guardar a comunhão entre os homens.A paz é um dom de Deus. E essa paz, que nos vem de Deus, foi entregue nós cristãos para que a desenvolvamos e a façamos conhecida. Primeiro na nossa própria existência e depois em volta de nós. A tentação de muitos homens diante da divisão é de fazer violência, ser agressivo e dominar, mas estas não são atitudes marcadas pelo evangelho. O Senhor nos pede para fazermos a paz, para nos convertermos e convertermos nossa maneira de reagir e de pensar a fim de que a paz possa chegar ao nosso mundo.





2)-Shalom Maná: O que é mais importante para evangelizar os jovens?






Dom Dominique: Para evangelizar os jovens é preciso ser feliz; é a nossa alegria que os atrai. É preciso também mostrar boas perspectivas, mobilizá-los a partir de projetos grandes, porque os jovens têm grandes desejos, grandes sonhos para eles mesmos e para futuro do mundo. Então, é preciso ajudá-los a entrar em projetos entusiasmantes, projetos de generosidade, projetos de construção de um mundo de justiça, de paz e de amor. É assim que se toca os jovens, amando-os em primeiro lugar, depois pela nossa alegria, e finalmente acompanhando-os em boas aventuras espirituais e humanas.






3)-Shalom Maná: Como é trabalhado o ecumenismo na sua diocese?





Dom Dominique: Em primeiro lugar, o Deus de Jesus Cristo, o Deus em quem nós acreditamos é um Deus de diálogo, de comunhão. O Pai, o Filho e o Espirito Santo estão em diálogo permanente, perpétuo. E na história da humanidade, nunca deixou de entrar em contato, de dialogar com os homens.Fundamentalmente a dimensão do diálogo faz parte da vida cristã, por isso, na nossa diocese procuramos desenvolver este diálogo em duas direções: com os irmãos cristãos não católicos e também com aqueles que não partilham das nossas convicções.Fiz no início uma grande peregrinação ao deserto e convidei cem pessoas que são de diferentes denominações cristãs a virem rezar pela unidade.Por outro lado, o diálogo interreligioso se faz também muito presente na nossa diocese porque 10% da população é muçulmana. Podemos dialogar falando com as pessoas, podemos dialogar através da ação, trabalhando juntos para que se tenha mais justiça, mais dignidade. Podemos dialogar também tentando nos encontrar, nos conhecer, partilhando a nossa fé cristã e conhecendo quais são as convicções muçulmanas.E para nós o diálogo tem sempre que se fazer a partir de Cristo, porque o diálogo não é “eu penso isso, e tu pensas aquilo”, mas, a partir do Cristo, vou tentando descobrir as sementes da verdade evangélica que o outro vive. O diálogo não é um fim em si mesmo, ele existe em vista de um anúncio e de uma proposta de fé cristã.






4)-Shalom Maná: O que caracteriza, quais são os pontos principais da nova evangelização?




Dom Dominique: A característica da nova evangelização não é que ela seja uma segunda evangelização, mas é a mesma evangelização que Cristo começou e confiou à sua Igreja. Mas hoje ela é nova no sentido que se situa em um outro contexto, diferente daquele em que ela começou. É um contexto de secularização, de globalização; contexto em que as capacidades econômicas e técnicas são consideráveis e somos tentados pelo perigo das seitas, do pluralismo, do individualismo... Então, a evangelização é nova no sentido de um novo contexto.É nova também porque se situa depois de Vaticano II, no espírito de Vaticano II, que insistia muito sobre o chamado comum à santidade. A nova evangelização tem de despertar no espírito dos cristãos o desejo da santidade.A nova evangelização quer também permitir a constituição de comunidades vivas. Muitas comunidades cristãs estão como que mortas, cheias de poeira, e a nova evangelização vem para renovar a vida das comunidades, renovar o testemunho comunitário. Isso porque a evangelização não é simplesmente o fruto de uma pessoa, é fruto de uma comunidade, é o testemunho de uma comunidade.E também a nova evangelização deve hoje dotar a Igreja de novos métodos artísticos e culturais, para poder ir ao encontro de populações que estão muito afastados de Deus.





5)-Shalom Maná: Qual a importância do leigo na nova evangelização?




Dom Dominique: Os leigos têm um papel muito importante, pois expressam mais profundamente a dimensão da Encarnação de Jesus. A genialidade do cristianismo é a Encarnação, é mostrar que Deus se apropriou da nossa existência humana e que podemos nos encontrar com Ele na nossa história. Deus não é estranho àquilo que vivemos, mas, ao contrário, está no coração do que estamos vivendo. E o leigo vive mais particularmente esta dimensão de encarnação, porque ele está unido a Deus vivendo nas realidade humanas, profissionais, familiares. Dessa forma, a nova evangelização tem de ser levada pelo testemunho de vida cristã renovada do leigo. A evangelização passa pela mobilização dos cristãos para testemunharem sua fé no lugar onde se encontram. E os padres estão a serviço dessa missão dos leigos, para ajudá-los a entrar nessa vocação missionária que é a vocação cristã.







6)-Shalom Maná: Qual a importância das novas comunidades para a nova evangelização?






Dom Dominique: As novas comunidades são a linha de frente da nova evangelização. Elas revelam um novo modelo de vida cristã que precisamos para descobrir o que é a Igreja. São lugares onde, de maneira particular, se vive a dimensão da comunhão, a dimensão da radicalidade, do engajamento, a dimensão de complementariedade dos estados de vida (celibatários, casais e sacerdotes participando de uma mesma vocação). As comunidades novas são no interior da Igreja lugares totalmente significativos da plenitude do mistério da Igreja. Em geral, as novas comunidades são expressões fortes e consistentes da beleza e da verdade eclesial. Por isso são um dom. E a Igreja precisa desses modelos, desses exemplos como uma espécie de concentração do mistério eclesial vivido de uma maneira mais intensa dentro dessas comunidades.







7)-Shalom Maná: Uma pessoa que nunca evangelizou, ainda não falou de Jesus, por onde deveria começar?












Dom Dominique: Deve, em primeiro lugar, viver DE Cristo. Quanto mais estamos unidos a Cristo, mais temos o desejo e o gosto de falar dele. A segunda coisa é não ficar só, ir procurar pessoas com quem ir para a missão, para a evangelização, que se constituem comunidades missionárias.É preciso, em terceiro lugar, se formar, porque a missão não é somente um grito do coração, é também a transmissão de um certo conteúdo da fé. Então, é preciso saber o que a Igreja pensa, saber o que faz bater o coração da Igreja.Em quarto lugar, ser extremamente audacioso e generoso. Se seguirmos esses concelhos veremos a fecundidade da nossa missão. A missão supõe pessoas livres, disponíveis à ação do Espírito Santo para poder inventar respostas, tomar iniciativas e assim promover a boa nova da salvação.









8)-Shalom Maná: Tem alguma coisa que o senhor gostaria de dizer a mais sobre a nova evangelização?






Dom Dominique: Acredito que a NOVA EVANGELIZAÇÃO seja o principal fruto do Concílio Vaticano II. O Concílio deu novamente à Igreja um novo espírito missionário, tornando mais forte a consciência do que ela é e da sua presença no mundo, uma presença de intercessão, uma presença que significa a missão do Cristo.A nova evangelização nos é dada para entrar mais plenamente no mistério do que é a Igreja – a comunidade, assembléia em torno de Cristo – para anunciá-lo ao mundo.






9)-Shalom Maná: O que você diria para nós, católicos brasileiros e latino americanos?





Richard: Eu diria: precisamos partilhar nossa fé, nós católicos não estamos acostumados a isso. Cremos na morte e na ressurreição de Jesus mas ele também nos chamou a anunciar a sua morte e ressurreição. Devemos anunciar o Evangelho por completo e o Evangelho é JESUS, MARIA e a IGREJA. Como pastor pentecostal, por 25 anos eu anunciei Jesus mas após muita oração e estudo da Bíblia e ter-me convertido ao catolicismo, eu cheguei à conclusão que anunciar o Evangelho é mais do que proclamar “Jesus salva!”. Jesus é a Cabeça da Igreja, Maria é o Pescoço e nós somos o Corpo de Cristo. Nós não podemos ter a Cabeça sem o Corpo e uma parte está ligada à outra. Eu creio que nós precisamos simplesmente nos firmarmos e SERMOS católicos, alegremente partilhando nossa fé. Para um católico não há nada de novo que ele ainda tenha que acrescentar ou ouvir, ele quer partilhar com as pessoas o quanto ele ama Jesus, Maria e a Igreja.No Brasil e na América Latina quase todo mundo é batizado. Nossos pais talvez não tenham tido uma fé tão esclarecida mas tiveram fé suficiente para batizarem seus filhos e através deste sacramento nós recebemos como que uma semente. Esta semente precisa ser devidamente cuidada para vir a se transformar numa floresta. E todos, e cada um de nós quando foi batizado recebeu esta semente mas muitas vezes não a cultivou, nunca disse sim conscientemente para que ela crescesse. Mas a principal coisa que precisamos fazer no Brasil é viver nossa fé integralmente, em público e de uma maneira alegre para atrair as pessoas para Jesus, para Maria e para a Igreja. A pregação protestante é tão eficaz porque eles falam, proclamam que Jesus está vivo, que Jesus ama e eles vão até as pessoas sem medo. Em cada missa nós proclamamos que Jesus está vivo, que Jesus ama. Precisamos deixar que essa vida flua através de nós, sem medo. Às vezes tememos que se formos muito alegres nosso comportamento será pouco apropriado, será um anti-testemunho. Mas não! Os cristãos são as pessoas mais felizes do mundo! Nós temos Jesus, nós temos Maria, nós temos a Igreja, os sacramentos, nós temos a beleza das catedrais, da vida eterna, nós temos a Tradição. Nós temos tudo! Então, sejamos alegres, vamos ajudar às pessoas, os pobres, mas façamos isso de forma alegre, repito. É o mais importante que podemos fazer: sermos cristãos alegres!




10)-Shalom Maná: Você acredita que tem um papel no ecumenismo por causa da sua história como pastor pentecostal por tantos anos? Como o ecumenismo deve ser feito?






Richard: Acho que tenho um papel sim nessa questão da unidade do Corpo de Cristo mas sobretudo creio que na questão do ecumenismo precisamos ser honestos. Não pode ser um movimento onde nós nos detemos somente naqueles aspectos da fé em que há concordância, que se resume à pessoa de Jesus e aí só falamos de Jesus. Eu não acredito nessa postura. O que eu acredito que vai nos unir, protestantes, católicos, ortodoxos é sermos capazes de partilhar a nossa fé por inteiro, do fundo do coração. Precisamos aprender a escutar e chegaremos à conclusão que cremos basicamente na mesma coisa.







 
Fonte:http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=2030





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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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