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Yuval Harari assume sua homossexualidade e faz críticas a religião Judaico-Cristã em seu último livro

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 18 de agosto de 2025 | 17:24

(foto reprodução)


 

Em "21 Lições", Harari questiona se as religiões tradicionais, como o cristianismo, Judaismo e o islão, conseguirão se adaptar à engenharia genética, que pode levar à criação de super-humanos e à superação da morte.Ele também, levanta a possibilidade de que os novos avanços tecnológicos e as empresas de tecnologia, como as de Silicon Valley, possam vir a criar novas "religiões" ou sistemas de crenças que substituirão os antigos.E diz que se assumiu homossexual por causa da ciência. Yuval Harari em seu último livro, apresenta a religião como uma narrativa em declínio, sendo desafiada por novas visões de mundo e pelo impacto das novas tecnologia. Em 21 Lições para o Século 21, Yuval Noah Harari não critica a religião diretamente, mas a aborda como uma forma de "narrativa" ou ideologia que molda a humanidade, questionando seu papel no mundo atual e futuro diante dos avanços tecnológicos e outros desafios globais. Ele argumenta que, embora as religiões sejam poderosas, e eficazes, a humanidade precisa discernir entre fatos e as narrativas que nos são contadas para lidar conosco e a realidade que nos rodeia. Harari analisa narrativas, incluindo as religiosas, como formas de criar significado e ordem no mundo. Ele questiona a rigidez dessas, na linguagem do autor, consideradas todoas elas como narrativas, sem levar em conta o fato histórico de Jesus de Nazaré, colocando todas no mesmo rol.Uma das questões centrais do livro é se "Deus está de volta". Isso não é uma afirmação de retorno divino, mas uma reflexão sobre a persistência e o papel da religião e dos valores religiosos no mundo contemporâneo. Harari incentiva seus ávidos e fieis leitores a desenvolverem um pensamento crítico para distinguir a verdade das narrativas que lhes são apresentadas.  O livro não se aprofunda numa condenação da religião, mas a usa como um ponto de partida para discutir questões mais amplas do século XXI, como a tecnologia, a política, a guerra e as mudanças climáticas. O objetivo é preparar os indivíduos para um futuro complexo, focando nas habilidades para lidar com ele. Em suma, Harari não critica a religião como mal, mas a insere no contexto maior das narrativas e ideologias que influenciam e são questionadas no mundo atual. Yuval Noah Harari declara-se abertamente como homossexual no livro, com um "marido" o qual lhe dedica o livro. O autor temos percebido, há alguns anos, faz de sua identidade uma parte importante da sua visão de mundo e da forma como ele usa o pensamento científico para se questionar sobre a realidade e aceitar a si mesmo. Harari explicou como a ciência o ajudou a aceitar a sua própria identidade sexual, questionando a ideia de que ser gay é "não natural". Ele argumenta que qualquer coisa que existe é natural por definição, desmistificando preconceitos sobre a sexualidade. Porem, para os especialistas no assunto, como Freud e Zusman, a homossexualidade é compreendida como uma fixação da libido e uma regressão patológica à fase anal da evolução psicossexual, isto é, pré-genital. A noção de fixação é relacionada a uma parada do desenvolvimento, tomada como indicador de patologia, e não como os modos de inscrição dos representantes da pulsão no corpo. Desta forma, a homossexualidade não se teria subordinado à “primazia genital”, índice de “maturidade humana”, da “evolução ideal”, caracterizando, assim, uma perversão ou desvio do instinto sexual. Para Zusman, o homem ou a mulher homossexual possui uma identidade de gênero discordante de seus órgãos genitais. Essa não correspondência seria um problema de identificação. A identificação do homossexual com a mãe seria a responsável pela fixação anal e sua respectiva passividade. A cristalização dessa identificação feminina conduziria a uma identidade ou identificação delirante, a exemplo dos travestis. Alguns almejariam a “mutilação” dos genitais para a consumação de seu delírio. Seja como for, “a homossexualidade tem na face interna dos seus disfarces a etiqueta da psicose”, conclui (conforme ZUSMAN, Waldemar: "Breve anatomia da homossexualidade". Jornal O Globo. Rio de Janeiro, Caderno Opinião, 12 ago 1997, p. 7 - "As Erínias da Celmy". Boletim Científico da SBPRJ. Rio de Janeiro. 1: 1-8, jan/1998).


 

 


 



Em seu terceiro livro, Yuval Harari, o mais famoso (não o melhor) historiador da atualidade, nos leva por uma jornada por suas ideias nada ortodoxas sobre a realidade. Por ter-se assumido homossexual, e não se sabe se devido a problemas de consciência, por não estar plenamente convencido de suas afirmações pessoais sobre homossexualidade e religião, dedica uma boa parte do livro na defesa de seu homossexualismo. Creio que não precisava criticar de forma um tanto quanto infantil a religião. Na verdade o autor confunde seu "eu real com o eu ideal" fenomenológico.




Yuval Harari não conseguiu ainda entender que, a religião ao contrário da genitalidade sexual, é mais ampla, nos integraliza e plenifica de sentido nossa existência. Ela desempenha um papel crucial no desenvolvimento integral do ser humano, contribuindo para o conhecimento de si, da cultura e do mundo através da marcha ascendente da revelação, na compreensão das diversas tradições religiosas e suas influências na sociedade. 



A religião promove a formação ética, o respeito a si mesmo, ao mundo criado, e aos outros, ajuda no desenvolvimento de competências socioemocionais, auxiliando na construção de uma convivência mais verdadeiramente humana, não meramente instintiva, racional e harmoniosa, e não como Yuval Harari quer transparecer, ser religioso por medo do fogo do inferno e fogueiras da inquisição. 




(foto reprodução)



Ora, o próprio Jesus condena e pede ao seus discípulos que não sigam aqueles(as) que pregam este tipo de religião (do medo), citada por Russell - Lucas 21,8: “Não sigais e nem deis atenção à aquele que diz: “O Tempo está próximo...” 



Mas, de certa forma Bertrand Russell tem razão (ele nasceu e cresceu neste meio), e infelizmente, este artifício proselitista do medo é muito utilizado por algumas lideranças Cristãs para conseguir converter pessoas e atrair "clientes" ao seu sistema de crença, ou negócio, ou seja, utilizam o medo para impulsionar as pessoas para dentro de suas denominações. E o que vem a ser este medo? É a doutrina contumaz do inferno no lugar do amor e da misericórdia divina. 



Ora seguir a Deus por medo do inferno é pura hipocrisia, e Deus em sua oniciência é capaz de desmascarar tudo! Um detalhe interessante a se destacar aqui, é que os Saduceus ao contrário dos Fariseus, não acreditavam na ressurreição e muito menos na imortalidade da alma, e por consequência, também, não acreditam na vida eterna (confr.Marcos 12,18-37), nem por isto, deixavam de acreditar que Deus existia e era Sr da história!



Hoje diferentemente do passado, um verdadeiro Cristão esclarecido, não segue mais a Deus por medo, mas por amor, e pela busca de respostas e ao verdadeiro sentido da vida, em fim pela Verdade que liberta. Será que Deus quer que sejamos "bons" apenas por medo do inferno? Ou será que Ele prefere a nossa total sinceridade, ainda que seja com todas as falhas humanas? Deus é a verdade, portanto Ele deve querer a verdade vinda de nós também. Ou seja, se eu, por mais que me esforce, não consiga concordar ou seguir de boa vontade um de Seus mandamentos, preciso ser sincero com Deus e revelar a minha verdade para que Ele revele a sua que é sempre misericordiosa, libertadora e salvífica. Ora, do contrário estaríamos fazendo algo ainda pior, que é mentir pra Deus e para nós mesmos, praticando a hipocrisia tão combatida por Cristo, o qual chamou os hipócritas de SEPULCROS CAIADOS. 



Sem sombra de dúvidas no dia em que formos julgados por Deus, aquilo que fizemos (na prática da justiça e da caridade para sermos vistos e considerados justos e bonsinhos) será o de menor importância, mas sim, aquilo que realmente queríamos ser e fazer, pois Deus vendo o interior de nosso coração poderá nos dizer: “Afastai-vos de mim, não vos conheço!” (Mateus 7,22-23)

 



Diz o filósofo alemão Friedrich Hegel:

 

 

 

 

“Tudo aquilo no que o homem procura a sua vocação, as suas virtudes e a sua felicidade, de onde a arte e a ciência retiram o seu orgulho e a sua fama, as relações ligadas à sua liberdade e à sua vontade: tudo isso tem o seu ponto central na religião, no pensamento, na consciência, no sentimento de Deus. Ele é o ponto de partida e o ponto de chegada de tudo, onde tudo começa e ao qual tudo retorna. Dado que Deus é o princípio e o termo do agir e do querer, então todos os homens e povos têm consciência de Deus, da substância absoluta como verdade, que é a verdade em si mesmo”(F. W. Hegel)

 


O fenômeno da religião abrange toda a humanidade em tempo e espaço. Não está presente tão somente nesta ou naquela cultura particular, neste grupo social de determinada época histórica. Não! Trata de um fenômeno universal, pois está presente em todo o mundo independente da época ou contexto social.Citarei alguns nomes de grandes autores incluindo teólogos, filósofo, historiadores, entre outras áreas do saber, que falam sobre a religião. 



Como exemplo temos Aristóteles, que disse: “Todos os homens estão convencidos de que os deuses existem”. Clemente de Alexandria escreveu: “Não há nenhum tipo de agricultor, de nômade ou cidadão que possa viver desprovido de fé num ser superior”. Bergson faz a seguinte observação: “Houve, no passado e há ainda hoje, sociedades humanas que não têm ciência, arte nem filosofia. Mas não existe nenhuma sociedade sem religião”.  



No mesmo sentido, exprime-se Van der Leeuw: 

 


“Não há povo sem religião. No início da história, não encontramos nenhum indício de ateísmo. A religião está sempre presente, em todos os lugares”. 



Também, N. Bobbio escreveu: 



“O homem continua sendo um ser religioso, apesar de todos os processos de demitização, de secularização, e de todas as afirmações da morte de Deus, características da idade moderna e, sobretudo, da idade contemporânea’” (Batista Mondin, p. 50).




Isso é tão verdade, que, mesmo antes do Judaísmo, Islamismo e, posteriormente, o Cristianismo, em todas as culturas existe a busca pelo divino. O culto a Deus ou aos outros deuses fez parte da história da humanidade. Isso prova que o homem, por natureza, é um ser religioso. Busca religar-se com o transcendente, pois percebe que sua existência vai além da matéria, e, acima de tudo, sabe que existe um ser, ou “algo” que lhe é superior, e que faz a ordem das coisas e da criação terem sentido.

 

 

 

 

Após a instauração do liberalismo e sua glorificação, Yuval Harari nos transporta por uma série de críticas e pensamentos sobre o futuro próximo da humanidade. Diferente de Sapiens e Homo Deus em que ele fala, respectivamente, do passado e do futuro longínquo , 21 lições para o século XXI fala do presente, de questões imediatas causadas pela modernidade. Terrorismo, tecnologia, os imigrantes, problemas de Estado, de Religião e outros. Em suas palavras, esse livro só pôde ser realizado já que ainda há uma certa liberdade. 




Em quase nenhum ponto o livro espera dar alguma resposta ou uma afirmação direta sobre qualquer assunto. Muito pelo contrário, mais dúvidas são nos inseridas do que sanadas, e Harari está mais preocupado em nos contar sobre os problemas do presente do que nos afetam direta e efetivamente. Tanto nesse livro, como em Sapiens e Homo Deus, não se deve levar tudo ao pé da letra nos livros de Harari, porém às vezes ele mesmo esquece disso. Apesar de tudo, fica claro nessa parte sobre a religião, de forma muito simplória e reducionista, ele afirma que a humanidade é feita de contadores de histórias, e existem aqueles que amam e dão sua vida por elas até hoje. Inclusive, a psicologia dos sacrifícios aqui se torna muito presente: uma vez que você gastou tempo e esforço mental com uma crença, e muitas vezes se sacrificou por ela, será muito mais difícil de você desacreditar que ela era tão fantasiosa quanto ao mundo de Oz. E o que podemos fazer ao enfrentarmos essa realidade absurda? Como diria Deckard de Diablo III : "fique um pouco, escute e veja que toda moeda tem três lados e não apenas o lado de Yuval Harari. 

 

 

Como mudar o futuro na visão de Yuval Harari?




Um dos adágios e clichês mais comuns em propagandas políticas é que “a educação é primordial, precisamos focar nas crianças que são os adultos do futuro”. E não está errado. Na verdade, porém, o sistema educacional de hoje é baseado em uma linha de montagem extremamente ultrapassada. Fazia bastante sentido durante o início do século XX o sistema de educação imitar o fordismo e ter sua principal característica preparar os alunos para o mercado de trabalho. De fato, isso se reflete no fato de que até a era da computação, era-se bem imaginar que o mundo demora para mudar, e os empregos que agora existem ainda existirão daqui a 20, 30 ou 40 anos. Hoje, a realidade não é mais a mesma.







As escolas, e aqui não é uma crítica ao sistema brasileiro, mas global, não conseguem preparar a juventude para o mundo volátil e impetuoso que está se formando, e para o século XXI que os esperam. É preciso fazer uma mudança radical no pensamento e na forma de se educar, e mudar o conceito de “uma preparação para o mercado de trabalho fordista” para algo mais no estilo “como se reinventar, adaptar-se ao mundo e continuar relevante. Por mais que seja idealista, esse pensamento deve ser encravado em nossas mentes antes que seja tarde demais. Na verdade, atualmente os datilógrafos são avós das profissões modernas, uma vez que digitam é o mínimo para se aprender a programar, que está se tornando o novo mínimo no mercado. Talvez as escolas no futuro tenham cursos de programação e retórica, além de um movimento mais interdisciplinar, do que séries fechadas por idade e séries formadas por meia dúzia de “disciplinas” que não se conversam. 




Não à toa, a música Another Brick in The Wall, do Pink Floyd, diz “we don't need no education”, ou seja, “nós não precisamos da não educação”. Muitas pessoas acabam por repetir a tradução da música erroneamente, dando a entender que não precisamos de educação, mas é justamente o contrário. A música só diz que o sistema não educa de verdade.




Não somos estereótipos, somos pessoas complexas que pensamos e entendemos o mundo a nossa volta com nossos próprios olhos, porém as facilidades e, sobretudo, as novas tecnologias, tendem a mudar um pouco isso. O comodismo é o estado natural do ser humano, e é sair de um estado por pura vontade (por isso é abandonar um vício, é muito mais difícil substituí-lo por outro). Porquê pensar sobre todas as questões políticas individualmente se você pode “comprar” um bloco de respostas de um partido que você gosta? Porquê tentar aprender mais sobre as diversas áreas do conhecimento quando você pode pesquisar no Google? E por que se questionar sobre as notícias que se recebe, se você pode simplesmente aceitar? São esses fatores, inclusive, que nos fazem viver em uma era da pós verdade. A verdade nunca foi um caráter objetivo na história humana. O problema mais atual da humanidade é que o choque cultural coloca diversas verdades para batalhar, e precisamos decidir em quais vamos acreditar e quais iremos renegar. E a cada vez que nos deixamos levar pelo caminho mais fácil, menos nos parecemos com esses estereótipos.Sempre que você não pensa em tomar uma decisão, alguém toma por você.


21 Lições para o Século 21 cumpre seu papel em nos dar algumas lições e advertências. Como qualquer boa lição, a maior parte delas é um guia para encontrarmos a resposta para nós mesmos, e outras com nem isso sendo possível. O livro discute muito o que já foi falado por Harari anteriormente, mas com mais profundidade ele conversa sobre as questões mais abstratas que indubitavelmente abordaremos no século XXI. Apesar de tudo, ele poderá se tornar um livro ultrapassado, uma vez que os avanços se aceleraram, e talvez em 2030 ou 2040 ele já esteja desatualizado. Será, porém, muito interessante para futuros antropólogos olhar para trás e ver o que nele foi escrito. Fica aqui o princípio Paulino para quem é Cristão:



"Mas ponham à prova todas as coisas e fiquem apenas com o que é bom" (Tessalonicenses 5,21) 

 



“Se Deus não existe e a alma é mortal, tudo é permitido” é um enunciado profundamente racional. Não se trata do lamento de uma mente frágil


Por: *Luiz Felipe Pondé – Filósofo cético



 

 

(foto reprodução)




Os Karamázov são especialistas na pureza da razão teórica e prática. Movimentam-se em direção aos exageros da ‘função razão’:

 



“O objetivo é fundamentar o mundo pela sua decomposição e posterior reconstrução conceitual abstrata. Só que eles não encontram esse fundamento. Ao contrário, percebem a realidade despedaçada do mundo. O ‘tudo é permitido’ emerge dos estilhaços do mundo. A razão de Ivan Karamázov (muito próximo da que o ceticismo e a sofística conhecem) percebe a vacuidade de qualquer imperativo ético universal: o mundo é estilhaçado pela liberdade que a morte nos garante. Sem Deus, perde-se a forma absoluta do juízo moral: estamos sós no universo como animais ferozes que babam enquanto vagam pelo deserto e contemplam a solidão dos elementos. A morte, que devolverá a humanidade ao pó, é o fundamento último do nosso direito cósmico ao gozo até do mal. Esse ciclo nos liberta da única forma verdadeira de responsabilidade, a infinita. A moral é mera convenção e não está escrita na poeira das estrelas.” 

 

 

 

O filósofo Karamázov descreve o impasse ético por excelência:

 

 

 

Por trás do bla-bla-blá socioconstrutivista do respeito ao ‘outro’, o niilismo ri da razão. Na crítica à teoria utilitarista do meio (social) em ‘Crime e Castigo’, Dostoiévski já apontara o caráter ‘científico’ da revolução niilista fundamentada nas ciências sociais: 



“Se tudo é construído, toda desconstrução é racionalmente permitida. Além de desconstruir, sabemos construir? O homem pode ser a forma do homem?” 




A modernidade achou que sim. Kant pensou que, com seu risível imperativo categórico, nos salvaria, fundando a racionalidade pura da moral. Conseguiu apenas a exclusão cotidiana de toda forma de homem possível.A miserável ética utilitarista (a ética do mundo possível), síntese da alma prática que só calcula, busca na universal obsessão humana pelo prazer a fundamentação de uma ética para homens, cuja forma universal são merceeiros ingleses (Marx).




"O humanismo rousseauniano apostou na educação para a felicidade e virou auto-ajuda!"

 

 

 

Contra a fé em Kant e na economia, Dostoiévski descreve nos ‘Demônios’ a trindade que funda o projeto do homem pelo homem: o jovem melancólico sem subjetividade (Nicolai, o existencialista elegante), o pai e professor preguiçoso e ‘sensível’ (Stiépan, o amante das modas revolucionárias em educação, poesia e ciência) e o filho niilista cínico (Piotr, o patrono dos jacobinos, dos marxistas e dos cientistas da economia prática, esses burocratas da violência). Entender esse enredo como desespero de uma alma religiosa é senso comum banal. A banalização é um modo corriqueiro de a modernidade lidar com o que não conhece (e ela conhece muito pouco de tudo, mas é tagarela e ama o superficial, como diria Tocqueville).A falácia comum é a suposição de que o intelecto teológico necessariamente teme o sofrimento. O único medo em Dostoiévski é aquele mesmo de Cervantes:‘O medo tem muitos olhos e vê coisas no subsolo’. O erro de Nietzsche quando reduz a religião ao ressentimento se transformou em ‘papo cabeça’.




O argumento dos Karamázov é um diagnóstico, não uma oração pela salvação do homem:

 

 

 

 

O sentimento real de que deslizamos aceleradamente sobre fina casca de gelo mortal é prova sublime do seu caráter profético. A história aqui nos basta. Dostoiévski anuncia a comédia trágica daqueles que deixaram de acreditar em Deus e, por isso mesmo, passaram a acreditar em qualquer reforma barata. Contrariamente ao que pensava a risível crítica moderna da religião, o contato com Deus fortalece o intelecto nas mais ínfimas estruturas lógicas e práticas de sua natureza.




*Luiz Felipe Pondé, filósofo, é professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião do Departamento de Teologia da PUC-SP e da Faculdade de Comunicação da FAAP. É autor de, entre outros títulos, ‘Crítica e Profecia, Filosofia da Religião em Dostoiévski’ (Ed. 34).

 

 

 

Réplicas de um ateu (para reflexão):




1)- Se o objetivo dos irmãos Karamázov teria sido o de “fundamentar o mundo pela sua decomposição e posterior reconstrução conceitual abstrata”. Os Karamázov “não encontram esse fundamento”. Nesse sentido, em que momento a religião conseguiu encontrar um fundamento efetivamente transcendente para dar sentido à vida dos homens, e idosos e mulheres e crianças a partir da fratura histórica que levou a sociedade a não mais ser vista como um todo feudal?



2)- Quando se afirma no artigo que “sem Deus, perde-se a forma absoluta do juízo moral.Esse ciclo nos liberta da única forma verdadeira de responsabilidade, a infinita”. Nesse sentido, a inexistência de Deus tornaria nula a forma absoluta do juízo moral pelo fato de o inferno não ser mais efetivo? Este raciocínio não estaria associando a responsabilidade infinita ao pecado finito? Pressupõe-se, então, que nós os humanos somos crianças, de modo que Deus ainda precise aparecer a um Profeta no monte Sinai com os Dez Mandamentos. Pressupõe-se também que, se tal pedagogia divina  nos liberta, nós os humanos não sabemos o que fazer com essa liberdade. Precisaríamos de uma sociedade orgânica e hierarquicamente organizada, tal como a medieval, para que pudéssemos refletir e concluir se a desigualdade seria ainda de responsabilidade divina?



3)- A burguesia considera que os pobres estão pedindo demais? À época em que Deus pairava sobre a face do abismo, a caridade era suficiente. Hoje, o pobre parece ter a ousadia de querer ser tão rico e vazio quanto o burguês, mesmo sabendo que  Filho de Deus já advertira: “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que o rico alcançar o Reino dos Céus”. Ainda que da parte de Cristo ele não deixou de anunciar a máxima posterior: “dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.Será que o problema não estaria no relativismo não apenas ético, mas sobretudo social que se instaura com a ausência de Deus? Como é que cada um pode exercer sua responsabilidade infinita, ou por outra, aceitar seu lugar respectivo na hierarquia social, se Deus já não pode ser a instância que assegura a desigualdade? Que a competitividade dilacere os entes competitivos. Que pode Deus fazer a respeito de tudo isso? Apenas rezar?



4)- Se alguns filósofos afirmam que tudo que é construído é possível desconstruir. Só podemos ver esta desconstrução na história apenas como barbaridade? Claro que não podemos esquecer de Auschwitz pelos Alemães, Os Gulags Soviéticos da Rússia Comunista, a fome propositalmente produzida na China Comunista,Hiroshima, os paredons Cubanos, as torturas e desparecidos das ditaduras, etc. Mas por que entrever Deus como uma instância que paira sobre qualquer tipo de construção? Nós humanos criamos, recriamos, construímos e desconstruímos deuses à imagem e semelhança de nossas dúvidas e medos, e para justificar nossos comportamentos. Não nos esqueçamos de que o Deus do amor, no Novo Testamento, também já foi o Deus da Guerra, e do olho por olho e dente por dente da Velha Aliança. É bem verdade que Auschwitz e tantas outras experiências tanto Comunistas como Capitalistas, foram desconstruções racionalmente permitidas.



5)- A desconstrução histórica pode, ou não, levar à convivência entre  contrários? Os povos poderiam – ou não – entender que os seus deuses nacionais fazem parte de um mesmo desenvolvimento social que o capitalismo tornou unívoco? O capitalismo também possui germes revolucionários, e também Utópicos, pois apenas o sistema mundial pôde mostrar a cristãos, judeus e muçulmanos que eles têm muito mais a ganhar quando trocam entre si.



6)- Por que dizer que a relatividade das desconstruções racionais implica necessariamente no caos? E quanto às conquistas históricas das categorias de justiça, tolerância, fraternidade e convivência social? Como racionalmente desconstruir isso? Já não vimos este filme? Será que não já sabemos o final?



7)- Por fim: “Além de desconstruir, saberemos construir? O homem pode ser a forma do homem?” Aqui o paradoxo dostoievskiano. Eis o grande desafio que a história nos traz. A utopia marxista a seu modus operandi procurou dar uma resposta a esta questão, porém, conhecemos a lição que a história nos legou, transformando a Utopia em Distopia. No entanto, creio ser válida a seguinte pergunta: por que não exumar o cadáver da reorganização racional da sociedade por meio da justiça social? Sub-repticiamente, os críticos da transformação social gostariam de sussurrar o seguinte: “olhem, vejam só, em nossa sociedade, ao menos alguns temos um pouquinho. Na nova experiência por vir, não haverá nada a garantir a sustentabilidade, uma vez que a tradição será solapada. O que é que poderá refrear o ressentimento social quando a revolução estourar? O que poderia refrear o ímpeto de vingança social se o poder fosse tomado por aqueles que hoje são desprezados, assim como os bárbaros fizeram com Roma? Talvez nesta pergunta já se tenha a resposta, mas temos que ousar perguntar: Não haveria um cerne construtivo em toda e qualquer desconstrução, na medida em que, ao longo da história, tentou-se manter a sociedade para além de suas milhares e milhões de guerras autofágicas? A sociedade não seria o sucedâneo de Deus? O Deus-sociedade seria não a síntese ontologicamente distante das criaturas, mas a somatória de cada um de nossos anseios. Que haja conflito do contraditório, e por que não? Não ousar perguntar seria apenas adiar o conflito e não resolvê-lo, até mesmo porque um problema antes de resolver-se ele precisa ser equacionado. Não existe tratamento para uma doença sem antes diagnóstica-la, e todas a perguntas e hipóteses são necessárias, assim fez o Aquinate no passado, precisamos hoje sem medo como Tomás fez de provocar as perguntas.



8)- Precisaremos sempre de um Deus Pai para nos dar palmadas no bumbum? Mas talvez seja necessário que a antiga noção de Deus sobreviva: a desigualdade lhe dá guarida... O capitalismo, tende a naturalizar as diferenças de classe, não em forma de luta, mas de conciliação onde todos possam sair ganhando tendo como pano de fundo a Meritocracia Marxista: A cada um conforme sua capacidade e a cada qual conforme suas necessidades? Com Deus ou sem Deus, chegamos a um cinismo sem igual. O empresário e o lixeiro vivem reciprocamente em sociedade. Sem o lixeiro, o empresário seria contaminado pelo mesmo excremento que condena o gari. A humanidade ainda não encontrou uma maneira de produzir e distribuir sua riqueza para que atividades desumanas não mais sejam feitas por seres humanos, e quando encontra-la? O homem pode ser a forma do homem? Eis a questão a qual até o momento não temos ainda uma resposta segura...

 

 

 


 

 

Carmadélio: “A democracia autêntica respeita as crenças e não crenças dos cidadãos, que têm o direito de expor suas percepções no debate”

 


Por Carmadelio Sousa

 

 

 

A religião é elemento importante da constituição histórica e cultural do povo brasileiro e não poderia ficar fora dos debates no período eleitoral. O bom político não é aquele que traz ideias prontas, mas aquele que é capaz de interpretar os anseios da população. Isso inclui os valores religiosos dos que votam e escolhem seus candidatos. Esses valores se não podem ser impostos ao Estado em sua saudável laicidade, não podem muito menos serem desprezados como de menor importância. Um debate que não exclua os valores religiosos e éticos interessa a grande parte da população brasileira que é de maioria confessadamente Cristã. 



A laicidade do Estado é exatamente a neutralidade e o respeito às manifestações religiosas e culturais, inclusive dos que não tem credo. Entender os valores religiosos como pertencentes apenas a consciência individual e escondê-los do debate público é uma deformação da laicidade. A democracia autêntica respeita as crenças e não crenças dos cidadãos, que têm o direito- e em alguns casos, até o dever- de expor suas percepções no debate público. Alijar essas percepções seria a imposição de uma visão materialista que não corresponde a índole da esmagadora maioria da população. 

 

 

As religiões são capazes de trazer ao debate público a marginalização dos mais pobres; oferecer esperança aos que esperam as promessas; trazer motivações para o debate e mostrar o homem inteiro em sua natureza, levando–o a ir além de suas necessidades imediatas. 



“Um debate saudável e democrático leva em conta opiniões divergentes como contribuição na busca de um consenso que responda ao desejo da maioria. Sem a dimensão religiosa a sociedade pode se tornar presa fácil das ideologias totalitárias. A sociedade precisa de instância que a transcenda e a questione, que a “desestabilize” em suas convicções relativistas, interesseiras e circunstâncias, mostrando que nem só de pão vive o homem.” 




A liberdade de expressão religiosa não é concessão ou favor do Estado mas direito humano que tem na democracia e especialmente agora em tempo de eleições uma forma de afirmar valores. Negar isso é negar um dos pilares da democracia que é a liberdade de expressão. 



 

Uma liberdade de expressão que não permita, especialmente agora que se decide o futuro da nação, a contribuição dos valores da religião como uma contribuição para o debate público seria uma contradição tanto com a democracia quanto com a liberdade. 



Essa contribuição não significa imposição da religião para o Estado leigo, nem a imposição da religião para os que não a tem, mas uma contribuição que, se bem compreendida, pode nos ajudar a construir o Brasil que todos nós cidadãos queremos, religiosos ou não.




*Carmadélio Sousa - Historiador e membro da comunidade católica Shalom em Fortaleza – CE.




Tendo em vista que a religião é um fenômeno exclusivamente humano e não existe humanidade e civilização sem religião, vale se perguntar: qual sua importância? Entre muitas relevâncias, vale salientar algumas: 



1)- Pode-se constatar que a religião leva o homem a compreender sua origem e, ao mesmo tempo, seu destino.



“Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças” (Catecismo, n.1). - Existe uma atração natural do homem para Deus. Somente n’Ele o ser humano é capaz de saber de onde veio e para onde vai.



2)- Práxis da Verdadeira e Falsa Religião?



A verdadeira religião, fundamentada em Cristo, promove o respeito e o amor ao próximo. Traz consigo alguns legados, entre eles podemos destacar: cria um sendo ético nas pessoas, evita a violência e, consequentemente, diminui a criminalidade. Além do mais, a religião dá sentido à vida do homem. É por isso que o ateísmo, neste caso, aparece como um grande mal, leva o ser humano a perder suas esperanças, leva-o a viver como se estivesse morto. A vida não passa de um momento que em breve acabará. Aqui está o grande problema do ateísmo, as pessoas perdem o sentido de ser, de existir, sobretudo, o sentido de viver. A religião dá ao homem as duas asas da razão e da fé que precisa para alçar voo e chegar ao sentido de sua vida e de sua existência. O homem religioso está, constantemente, voltado para o seu futuro, pois sabe que o tempo breve, neste mundo, não pode ser comparado com o que há de vir.



3)- Em suma, sendo a pessoa um ser corporal e espiritual, um mundo sem religião seria incapaz de responder aos anseios existenciais de cada ser humano.



Nenhuma ciência, por mais importante e necessária que seja, não substitui a religião. Enquanto houver homem na Terra, haverá, da mesma forma, a religião!



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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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