Salmo Responsorial 61(62): “A minha glória e salvação estão em Deus”
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do Evangelho: Marcos 7,31-37
— Glória a vós,
Senhor!
Somos
convidados a bendizer o Senhor, que abre nossos ouvidos para
acolher sua Palavra e desata nossa língua para anunciá-la. O Deus fiel
nos adotou como filhos e filhas, fez-nos herdeiros do seu Reino e nos ajuda a
superar toda prostração e desânimo.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Jesus
Cristo pregava o Evangelho, a boa notícia do Reino, e curava seu povo doente de
todos os males!
Naquele tempo, 31Jesus saiu de
novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia,
atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade,
e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem para
fora da multidão; em seguida, colocou os
dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele.
34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer “abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram,
sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a
ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam.
37Muito impressionados, diziam: “Ele tem
feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
«Trouxeram-lhe, então, um homem que era surdo e mal podia falar, e
pediram que impusesse as mãos sobre ele»
Hoje, a liturgia leva-nos à contemplação da cura de
um homem «surdo e mal podia falar» (Mc 7,32). Como em muitas outras ocasiões (o cego de Betsaida, o cego de
Jerusalém, etc.), o Senhor acompanha o milagre com uma série de gestos
externos. Os Padres da Igreja bem ressaltavam neste fato a participação
mediadora da Humanidade de Cristo nos seus milagres. Uma mediação realizada
numa dupla direção: por um lado, o ?abaixamento? e a proximidade do Verbo
encarnado em nós (o toque dos seus dedos, a profundidade do seu olhar, sua voz
doce e próxima); por outro lado, a tentativa de despertar no homem a confiança,
a fé e a conversão do coração.De fato, as curas dos doentes que Jesus
realiza vão muito mais além do mero ato de aliviar a dor ou devolver a saúde. Estão dirigidos a conseguir a ruptura com a cegueira, a surdez ou
imobilidade atrofiada do espírito naqueles que Ele ama. Como fim último
uma verdadeira comunhão de fé e de amor.
Ao mesmo tempo vemos a reação agradecida dos receptores do dom divino que é
proclamar a misericórdia de Deus: «Contudo,
quanto mais ele insistia, mais eles o anunciavam» (Mc 7,36). Dão testemunho do
dom divino, experimentam em profundidade a sua misericórdia e enchem-se de uma
profunda e genuína gratidão. Também para todos nós é de uma importância
decisiva saber-nos e sentir-nos amados por Deus, a certeza de ser objeto da sua
misericórdia infinita. Esse é o grande motor da generosidade e o amor que Ele
nos pede. Muitos são os caminhos pelos quais esse descobrimento há de
realizar-se em nós. Algumas vezes será uma
experiência intensa e repentina do milagre e o mais freqüente, o paulatino
descobrimento de que toda a nossa vida é um milagre de amor. Em todo caso, é
preciso dar-se as condições de consciência da nossa indigência, uma verdadeira
humildade e, a capacidade de escutar reflexivamente a voz de Deus.
Dirigida agora para nós a fim de que enxerguemos o
caminho que nos conduz à Salvação eterna. Por
isso, não diga “Abrir-se-ão os olhos do cego e os ouvidos do surdo”. Mas que
abrir-se-ão os meus olhos e os meus ouvidos que estávamos fechados por causa da
dureza do meu coração, fruto do meu próprio pecado. Saiba que a palavra se
cumpre hoje, a profecia está se realizando neste evangelho. A promessa se torna
realidade hoje e agora, com Cristo e em Cristo na tua vida. Corra e vá atrás
d’Ele. E se não tens como peça a ajuda. Deixe-se ajudar. Não seja cabeça
dura. Escute e siga as orientações, os conselhos da tua esposa, do teu marido, de
um verdadeiro amigo, ou dos teus pais. Deixe
de viver na noite e no mundo do erro, do pecado, da falsidade e da morte. Ah
padre, mas eu não sou surdo nem mudo. Isso é ofensa. Eu digo que sim. Somos
surdos, por exemplo, quando não ouvimos o grito de ajuda que se eleva para nós
e preferimos pôr entre nós e o próximo o «duplo vidro» da indiferença. Os pais são surdos
quando não entendem que certas atitudes estranhas ou desordenadas dos filhos
escondem um pedido de atenção e de amor. Um marido é surdo quando não sabe ver
no nervosismo de sua mulher o sinal do cansaço ou a necessidade de um
esclarecimento. E o mesmo quanto à esposa. Estamos mudos quando nos fechamos,
por orgulho, em um silêncio esquivo e ressentido, enquanto talvez com uma só
palavra de desculpa e de perdão poderíamos devolver a paz e a serenidade ao
nosso lar. Os religiosos e as
religiosas têm, no dia, tempos de silêncio, e às vezes se acusam na Confissão,
dizendo: «Quebrei o silêncio». Penso que às vezes deveríamos acusar-nos do
contrário e dizer: «Não quebrei o silêncio». O que, contudo,
decide a qualidade de uma comunicação não é simplesmente falar ou não falar,
mas falar ou não fazê-lo por amor. Santo Agostinho dizia às pessoas em um
discurso: É impossível saber em
toda circunstância o que é o justo que se deve fazer: se falar ou calar, se
corrigir ou deixar passar algo. Eis aqui então que se dá uma regra que vale
para todos os casos: «Ama e faz o que quiseres». Preocupa-te de que
em teu coração haja amor; depois, se falas, será por amor, se calas, será por
amor, e tudo estará bem porque do amor não brota mais que o bem.As histórias de
cura, envolvendo as multidões de excluídos, carentes e adoentados, são a
expressão da atenção especial de Jesus para com estes pobres, em vista de
restaurar-lhes a vida que é característica do Reino de Deus. A proclamação final, “faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”, indica
o cumprimento da profecia atribuída a Isaías aos exilados da Babilônia; porém,
agora, não restrita àquele povo que se julgava eleito, mas a todos os povos da
terra sem discriminações. Jesus vem libertar as maiorias empobrecidas
subjugadas pelas minorias que detêm o poder, resgatando a dignidade e a vida
neste mundo. Por isso, meu
irmão, minha irmã o segredo está em entrar em comunhão com Cristo ressuscitado,
tu que estavas morto, vês e escutas e entras com Ele pelas portas abertas de
Deus! Oremos:
Ó
Senhor tenho plena consciência de que Vossa voz ressoou no deserto: “Efatá!”,
para que do céu caísse como chuva o pão e da rocha jorrou água. “Efatá!”,
dissestes, e abristes, como que com uma faca, as águas do Jordão, que se
tornaram porta pela qual entraram vossos filhos à terra das vossas promessas.
Dignai-vos olhar para mim, para os meus olhos e ouvidos. Impõe sobre mim as
Tuas mãos e liberta-me, cura-me do egoísmo que impede a comunicação com o meu
próximo.
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
Oração do dia
Ó Jesus, que fazes os surdos ouvirem e os
mudos falarem, de coração sincero te pedimos: abre nossos ouvidos e o coração
para captarmos integralmente tua mensagem de amor, justiça e paz e fortalece
nosso ânimo para que anunciemos, com ousadia, teu Evangelho por toda parte.
Amém.
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a
conversão. A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho
foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um
trecho do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo
Antão, que deu origem à vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a
parábola do moço rico no Evangelho.
3)- São Francesco
(Francisco) cujo nome é adotado depois de uma viagem à França, onde o menino teria
ficado cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai
teria começado a chamá-lo de "francesco", que significa
"francês" em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do jovem
rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a elaborar
sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres: “Se
queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro
no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo
Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a
leitura de consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante
o longo período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo,
e começa a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxônia, e a Legenda
Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que
comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A partir destas
leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando
os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu
devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura espiritual nos prepara para a oração e a
prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano: “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás
com Deus e Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu
te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a
conhecer o coração de Deus através das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja
Católica ensina que “a liturgia é
participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o
seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no
«grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Na Liturgia Diária,
as orações e as leituras da Palavra de Deus são ocasião para alimentar a nossa
fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o alimenta.Por esse modo a Santa
Igreja prepara o coração dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo, na Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com
atenção as leituras da Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um
de nós.Na Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos,
que transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a
caminhada alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de
leitura orante da Palavra de Deus, da Liturgia Diária, praticado e ensinado
pelos Padres da Igreja desde os seus primeiros séculos. Foi batizada com esse
nome por Orígenes no séc. III, e generalizou-se nos séculos IV e V como maneira
predominante de ler a bíblia. Esta pode ser feita diariamente, por exemplo,
meditando o Evangelho proposto pela liturgia diária da Santa Missa.Após suplicar a luz do Espírito Santo, o
método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz para mim; o que ela me
ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em minha vida;
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de Deus?
4)-Contemplação: O que a palavra de Deus fez em mim? O que
devo mudar concretamente em minha vida, que postura devo tomar; o que me
proponho a viver doravante durante a minha vida?O fruto dessa nova dinâmica de
vida ao ritmo da Palavra é uma transformação real e concreta que nos elevará em
fé, esperança e caridade, além disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus
mais constante e digna de Seu amor.Por último, convido a que nos empenhemos
neste caminho. Com a Sua graça já provaremos aqui nesta terra das riquezas do
céu!
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