A Psicologia da religião é o estudo psicológico das experiências religiosas e crenças. No Cristianismo, a psicologia da religião ou psicologia pastoral é um subcampo da Teologia pastoral. Há de se verificar, ao tecer considerações acerca das inter-relações entre a psicologia e religião, as distintas formas ou escolas de psicologia enquanto ciência e a ampla variedade do fenômeno religioso enquanto objeto do estudo da história e/ou da sociologia das religiões. Entre as contribuições da psicologia há um destaque para aproximação da antropologia e psicanálise onde se insere o tema das religiões tratado mais extensamente por Carl Gustav Jung (1875 — 1961) e tema de recentes estudos sobre meditação utilizando eletroencefalograma a exemplo de diversos estudos de Holística e Psicologia transpessoal, outras técnicas da moderna neurociência, constituindo a corrente denominada por Neuroteologia ou o estudo da base neural da espiritualidade e emoção religiosa.
Psicologia e Religião
Por: REBECCA MACIEL E
RAFAEL LINS
No Brasil hoje, segundo
o censo do IBGE de 2010, há aproximadamente 92% de pessoas religiosas. Assim, não é incomum que pacientes e terapeutas tenham
religião. É assegurada por lei a liberdade religiosa no Brasil,
no artigo 5 inciso VI da Constituição Federal de 1988, a todas as pessoas e
também que nenhum profissional pode ser proibido de exercer uma profissão
devido a sua espiritualidade. É praticamente impossível ser brasileiro
e não lidar com a religião, seja em nós ou seja como público que vamos atender.
Para fazermos isso da forma mais profissional possível, algumas informações são
importantes a fim de conhecermos nosso nicho e aprimorar a nossa ação
profissional.
O psicólogo e a sua religião
Nós, psicólogos, somos atravessados pelas nossas crenças e descrenças
que nos compõem como pessoas e isso é absolutamente normal. Mas sabemos que a
forma que a espiritualidade do psicólogo se faz presente no consultório nem
sempre é posta de forma ética.
O código de ética do psicólogo é claro: no artigo 2º tópico
b, diz que:
“É
vedado ao psicólogo induzir a convicções religiosas durante o exercício
profissional, da mesma forma que é impedido o proselitismo político, de
orientação sexual, ideológico ou filosófico durante o seu trabalho.”
Desse modo, práticas de:
a)-Regressão à vidas
passadas.
b)-Conversão religiosa.
c)-Uso de Tarot e
astrologia como instrumentos divinatórios e outros elementos religiosos não
podem ser usados na prática profissional do psicólogo.
O Conselho Federal de Psicologia entende que, apesar deste profissional poder fazer uso dessas coisas fora de seu trabalho e desassociado do título de psicólogo, não o deve na sua prática, pois afetaria o caráter laico que a Psicologia possui.É importante lembrar também que o artigo 2º tópico “e” coloca que é vedado ao psicólogo ser coniventes com faltas éticas, isto é, se o profissional conhecer outro que estiver cometendo um erro ético dentro da profissão este pode e deve denunciá-lo pelo bem dos clientes que podem estar sendo atendido por aquele. Para o paciente não ser tratado a partir de práticas que não são verdadeiramente da Psicologia.
O Conselho Federal de Psicologia também não aprova a
existência de cursos de:
-Psicoteologia.
-Psicologia Cristã e
outros que vemos sendo divulgados ocasionalmente.
Outro órgão importante para nossa profissão, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), há anos organiza o que é ensinado dentro das nossas faculdades e sempre reafirma um currículo laico. Assim, não há base sequer para que faculdades de Psicologia, reconhecidas pelo MEC, orientadas pelo CFP e pela ABEP, ofereçam o ensino de Psicoteologia, de Psicologia Cristã ou outras do gênero.
E, no artigo 18 do nosso código profissional, é vedado ao
psicólogo divulgar informações acerca da profissão – como:
-Técnicas e instrumentos – que podem facilitar o exercício
ilegal da profissão.
-Logo, não só é ilegal a prática dessas formas terapêuticas
citadas como também é ser conivente com elas passando conhecimento técnico para
instrumentalizá-las.
Isso não impede o uso de um aparato teórico da psicologia a fim de se estudar o ser humano em sua relação com a religião. Também não impede que o psicólogo escolha, dentre as linhas teóricas laicas da psicologia, uma que faça mais sentido com aquilo que acredita espiritualmente.O que não pode ocorrer é um terapeuta usar de base religiosa, não reconhecida pelos órgãos citados da profissão, e utilizar na sua prática como se fosse psicologia. A fim de mantermos nosso limite ético, é necessário, também, sabermos respeitar e compreender a religiosidade do nosso paciente. Isso vai depender do nosso público alvo, do local que atuamos e, principalmente, da nossa disposição de se perguntar o quanto essa religião importa para este cliente. Por isso, uma segunda pergunte surge para a nossa atuação:
Em que meu cliente crê?
Quando escolhemos uma
área para trabalhar na psicologia, muitos fatores estão englobados nessa
decisão:
-Uma, sem dúvida, é nossa afinidade com o tema, o quanto gostamos e estamos
dispostos a estudar sobre isso.
-Outro tópico
necessário é a remuneração, como é a atuação e se tem espaço no mercado.
-Porém, um tão
importante quanto, e que é fundamental na escolha do nicho é: quem é o meu
público?
E esse será o assunto que enfatizaremos aqui:
-Meu público serão
atletas de 15 a 30 anos, que moram em uma população precarizada da cidade?
-São crianças de até 6
anos, de classe social alta na escola?
-Idosos que precisam
ressignificar sua vida na clínica?
-Esquizofrênicos em
idade de trabalho que querem ser reinseridos na sociedade?
-Mães que não sabem
lidar com os filhos?
Afinal, quem é meu paciente?
E, para esta pergunta,
quem investe em certo nicho precisa saber quem são essas pessoas, com detalhes.
Essas pessoas têm:
-Cor.
-Território.
-Família.
-Gênero.
-Determinada condição
mental.
-Idade.
-E, no nosso caso,
certamente tem uma religião.
E, posso assegurar,
religião é um desses temas que não podem ser esquecidos no seu mapeamento de
nicho. Um pequeno exemplo disso ocorreu na prefeitura de São Bernardo do Campo,
interior de São Paulo, na delegacia da mulher. Mulheres evangélicas vinham na
delegacia ameaçadas de morte pelos companheiros, porém, no decorrer do
processo, se negavam a se separar alegando que o matrimônio era uma decisão de
Deus. Isso começou a criar um problema enorme para as funcionárias,
porque se sentiam incapazes de manejar esse fenômeno religioso que surgia no
dia-a-dia. Hoje a prefeitura uma vez por ano faz um trabalho em conjunto com
igrejas locais para a prevenção a violência doméstica.
Nosso público tem uma religião!
Isso se torna ainda
mais evidente quando o psicólogo deixa de ser um profissional da classe média e
vai se adentrando nas escolas públicas, no SUS e nas ONGs.
Alguns dados do censo do IBGE de 2010 podem nos ajudar a
ver essa realidade:
-Cerca de metade da
população religiosa é negra ou parda, além de não chegar ao ensino superior.
-15 milhões destes são
analfabetos.
-A grande maioria dos
religiosos,
-Em geral, mora na
periferia do país. Isso é, são majoritariamente usuários da psicologia através
do serviço público.
Mesmo assim, sabemos
que existem religiões que possuem um público mais elitizado, como os espíritas.
Sendo o último IBGE, estes têm sua predominância entre 2 a 10 salários mínimos,
com ensino superior completo. Junto com a umbanda, o judaísmo e o budismo,
são as religiões com maior número de brancos no país. Em contrapartida,
as religiões com os maiores números de negros e pardos são os evangélicos,
católicos e candomblecistas.A maior religião do Brasil continua sendo a
católica (IBGE, 2010), com cerca de 120 milhões de adeptos. Em algumas regiões,
como o nordeste, esta continua a ser majoritária. Porém, no sudeste e no sul,
já vemos um crescimento do número de evangélicos. Por exemplo, no Rio de
Janeiro, os evangélicos já são maioria em toda zona oeste e norte.Depois dos
católicos, ainda em uma quantidade muito menor, há os evangélicos com mais de
40 milhões de adeptos. Em terceiro lugar, encontramos os espíritas com 3
milhões de adeptos. Englobados na mesma categoria do IBGE, a Umbanda e o
Candomblé possuem quase 600 mil fiéis.Apesar de existir um número significativo
de pessoas “sem religião” no Brasil – 15 milhões – menos de 5% destes são
ateus. Pesquisas têm apontado que a grande maioria tem crenças e as praticam no
dia a dia. Por exemplo, muitas pessoas com afinidades esotéricas preferem se
denominar como sem religião.
Quem é seu público? Quais crenças ele vai trazer para seu
trabalho?
Isso tudo importa
quando estabelecemos um nicho. Lembre-se de pesquisar disso quando for a campo
e você terá um trabalho muito mais rico.Desse modo não podemos esquecer alguns
pontos importantes que citamos no texto.
Quanto ao psicólogo este:
-Pode sim ter uma
religião.
-Deve ter sua prática
baseada em princípios teóricos e técnicos científicos e não em crenças
religiosas.
-Pode ter suas práticas
religiosas, desde que não associada à prática psicológica nem ao título de
psicólogo.
-Tem o dever ético de
não instrumentalizar teórica e tecnicamente práticas que misturam religião e
psicologia, para evitar o exercício indevido da profissão.
-Como também citamos
aqui, não só a religiosidade do psicólogo importa, mas do paciente também.
Então é válido lembrar:
-Quando escolhemos um
nicho, temos que estar atentos a características dele como a religião.
-Com o maior acesso ao
serviço psicológico, pessoas mais pobres e mais religiosas têm se aproximando
da nossa área.
-Qual religião será mais
comum na sua atuação depende do estado, do local e da classe social que você
atende.
-Independente de qual
você encontrar, trate com respeito e tente compreender a visão do mundo deste
religioso.
-A falta de respeito e
limites trazem situações drásticas e já conhecidas dentro da nossa profissão.
Um caso famoso de
conflito ético e religioso relacionado a isso foi o caso da Marisa Lobo, que é
psicóloga clínica e que propunha cura gay na sua atuação. Nesse exemplo tem
algumas coisas interessantes a serem pontuadas:
-A base da cura que ela
propunha como prática psicológica vinha da religião dela, então logo podemos
perceber aqui um erro ético.
-Além deste, sabe-se
também não há trabalhos consistentes para se propor tal prática no consultório
e há o veto, no mesmo artigo 2, tópico b, a qualquer discriminação sexual vinda
de profissionais da psicologia.
Outro caso do mesmo tipo ocorreu quando o pastor Silas Malafaia teve seu CRP cassado, ao colocar em suas pregações que a homossexualidade tinha cura, baseando-se na psicologia e no fato dele ser psicólogo.As conseqüências também podem ser bem ruins quando o psicólogo não respeita a religião do paciente: Casos de intolerância religiosa também ocorrem dentro dos nossos consultórios e devem ser evitados a todo custo, a fim de produzirmos uma prática mais respeitosa.Além destes, muitos outros casos são comuns e conhecemos. Porém, nos cabe como psicólogos respeitar os nossos limites éticos pelo bem daqueles que serão atendidos por nós, seja na instituição ou na clínica.
Fonte:http://academiadopsicologo.com.br/portal/dialogar-com-a-religiao-e-com-a-etica/#
Psicologia e Religião: Uma Visão Junguiana
Por: INGRID ELLEN RABELO MAIA
Jung, filho de um pastor protestante, teve sua atenção despertada para as manifestações religiosas e simbólicas, e o que estas representavam na mente humana. Considerava a religiosidade como algo inerente à natureza humana, chegando a considerá-la uma força equivalente a um instinto, um fenômeno genuíno no processo de individuação do sujeito. O aspecto externo e institucionalizado da religião seria, portanto, uma codificação da experiência religiosa tradicional que iniciava no psiquismo.Para Jung é importante que o homem desenvolva uma atitude religiosa, independente do credo, pois a grande função da religião é evitar dissociações neuróticas da psique, o que se consegue através do desenvolvimento da função transcendente, que permite o autoconhecimento, além de possibilitar uma terceira via a partir do embate entre o Ego e o Self. O Ego por sua vez, é o centro das ideias consciente e da identidade, e o Self, que não é totalmente consciente ou inconsciente, ordena toda a nossa psique, como um arquétipo do centro, que possui vida própria, e é a própria fonte de vida da psique, do qual não temos propriedade, portanto não demos origem a ele. (YOUNG-EISENDRATH; DAWSON, 2002) Dessa forma, podemos nos perguntar acerca do papel do psicólogo frente à experiência religiosa de um paciente ou mesmo das religiões de forma geral, distinguindo inclusive o seu papel enquanto profissional do papel exercido pela religião. É ilustrativo o seguinte posicionamento de Jung a respeito dessa questão: O psicólogo, que se coloca numa posição puramente científica, não deve considerar a pretensão de todo credo religioso: a de ser o possuidor da verdade exclusiva e eterna. Uma vez que trata da experiência religiosa primordial, deve concentrar sua atenção no aspecto humano do problema religioso, abstraindo o que as confissões religiosas fizeram com ele. (JUNG, 1978, p.11).Nessa consideração pode-se perceber a função do psicólogo no que tange à experiência religiosa de cada indivíduo, relacionando a vivência externa com os processos interiores de cada pessoa, sendo um facilitador do processo. A perspectiva da religiosidade desenvolvida por Jung permite-nos uma compreensão mais apurada dos valores tradicionais e confere um novo sentido às formas cristalizadas e ultrapassadas de religião. Baseando-se no fato de que muitas neuroses têm um condicionamento religioso, Jung ressalta a necessidade da colaboração entre a Psicologia e a Teologia. Deste modo, a psicologia, ao estudar a estrutura psicológica da personalidade humana, deve verificar que a religião, além de fenômeno sociológico ou histórico, é também um assunto de grande importância para a compreensão do homem, assim como uma experiência integrante da realidade psíquica de grande número de indivíduos."Essa realidade psíquica é a experiência de nosso próprio inconsciente, de todos os instintos, imagens, afetos e energias que circulam em nós, a todo tempo, desde nosso nascimento até nossa morte, ou além dela", assim como especulava Jung (YOUNG-EISENDRATH; DAWSON, 2002, p. 274).Assim, não podemos considerar os conteúdos psíquicos religiosos como produtos ilusórios, e invenções da nossa psique. Esses conteúdos ocorrem em toda parte, e em todas as épocas, de modo espontâneo, independente da migração ou da tradição, deste modo, não são ideias criadas pelo indivíduo, pois irrompem a consciência individual. (JUNG,1978)
NA PERSPECTIVA JUNGUIANA O QUE É A RELIGIÃO?
Segundo Jung, a religião é uma acurada e conscienciosa observação da existência ou dos efeitos dinâmicos não causados por um ato arbitrário, chamado por muitos de Deus, que se apodera e domina o sujeito humano, que é mais sua vítima do que seu criador. (JUNG, 1978).Qualquer que seja a causa, constitui uma condição do sujeito, que é independente de sua vontade. De todo modo, a doutrina religiosa mostra-nos invariavelmente e em toda parte que esta condição deve estar ligada a uma causa externa ao indivíduo.Encaro a religião como uma atitude do espírito humano, atitude que de acordo com o emprego originário do termo: "religio", poderíamos qualificar a modo de uma consideração e observação cuidadosas de certos fatores dinâmicos concebidos como "potências": espíritos, demônios, deuses, leis, ideias, ideais, ou qualquer outra denominação dada pelo homem a tais fatores; dentro de seu mundo próprio a experiência ter-lhe-ia mostrado suficientemente poderosos, perigosos ou mesmo úteis, para merecerem respeitosa consideração, ou suficientemente grandes, belos e racionais, para serem piedosamente adorados e amados. (JUNG, 1978, p.10)."Poderíamos, portanto, dizer que o termo "religião" designa a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do numinoso." (JUNG,1978, p.10).O termo "numinoso" (do latim "numen", divindade), segundo a filosofia da religião de Rudolf Otto, aplica-se ao estado religioso da alma, inspirado pelas qualidades transcendentais da divindade, é um adjetivo que qualifica algo que é sagrado ou divino. Adjetivo esse que é muito usado nas conotações da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.Jung via a religião justamente como uma forma de ligar o consciente a fatores inconscientes importantes.Toda essa experiência religiosa foi sendo cristalizada, transformando-se em uma instituição imutável, que, via de regra, não significa uma petrificação sem vida, pois pode representar uma experiência religiosa particular para inúmeras pessoas durante séculos, sem que haja a necessidade de serem modificadas. E de todo modo, qualquer mudança ou desenvolvimento dessas cristalizações da experiência divina são determinadas por fatos originalmente experienciados, e pelos quais se estabelece um vínculo particular de conteúdo dogmático e de valor afetivo.Jung percebe a questão da religiosidade como uma função natural e inerente à realidade psíquica, podendo ser considerada até mesmo instintiva, um fenômeno genuíno. Sendo a religião mais propriamente uma atitude da mente do que um credo específico, onde o credo é uma forma codificada da experiência religiosa original. Pra ele todas as religiões são válidas e verdadeiras, já que todas elas trazem consigo imagens simbólicas advindas do inconsciente, e elaboram seus dogmas de modo a realizar conexões com as estruturas básicas da vida psíquica.As organizações ou sistemas são símbolos que capacitam o homem a estabelecer uma posição espiritual que se contrapõe à natureza instintiva original, uma atitude cultural em face da mera instintividade. Esta tem sido a função de todas as religiões. (JUNG, 1978, p. 57).
A EXPERIÊNCIA E A PRÁTICA RELIGIOSA
Toda experiência religiosa se fundamenta originalmente na experiência com Deus. Por outro lado, na fidelidade, na fé, e na confiança na experiência com esse Deus, e na mudança de consciência que daí resulta. É na lacuna existente entre nosso Ego e Self onde se descobrem nossas imagens de Deus, que apontam para uma noção de finalidade oculta em nossa vida consciente, ou em direção a um Deus desconhecido. Que por sua vez são imagens que expressam a função de centro, fonte, ponto de origem e recipiente. Estas mesmas imagens são reflexo do condicionamento de uma psique que não pode ser controlada, que influencia nossa realidade objetiva, com nossas características individuais, nossa construção física, familiar, cultural, histórica e simbólica.Só podemos saber quem é Deus objetivamente por meio de nossa própria experiência com Deus, e que muitas vezes chega a nós por meio da experiência de outras pessoas descrita no decorrer da história. A experiência de comunicação com Deus se dá por meio de imagens que se formam no nosso inconsciente profundo, de comunidades religiosas, das escrituras, e pelo testemunho de outras pessoas e fatos históricos. "O inconsciente não é em si Deus, mas é o meio pelo qual Deus fala ." (YOUNG-EISENDRATH, DAWSON 2002, p.276).O Deus transcendente comunica-se conosco mediante nossas imagens de Deus e ao mesmo tempo as estraçalha, pois nenhuma imagem humana pode assimilar o divino incompreensível, exceto nas palavras e nas imagens que o divino partilha conosco. As imagens, quando chegam, podem despertar em nós um sentimento negativo de tal poder que nos sentimos invadidos ou esmagados por uma força estranha, ou por um sentimento de sermos curados ou abençoados por uma visão capaz de transformar a vida. (YOUNG-EISENDRATH, DAWSON 2002, p.276).Jung apoia a ideia das práticas religiosas desde que essas tragam alguma ajuda ao indivíduo. Afirma também que sob um ponto de vista psicológico, qualquer teoria científica é de menor valia que um dogma religioso, pois uma teoria é forçosa e estritamente racional, enquanto um dogma exprime por meio de sua imagem uma totalidade irracional.Além disso, um dogma exprime ideias de uma experiência imediata, não que o dogma seja uma experiência imediata entre homem e Deus, mas exprime uma experiência ininterrupta de muitos espíritos e muitos séculos. (JUNG, 1978). O dogma é como um sonho que reflete a atividade espontânea e autônoma da psique objetiva, isto é, do inconsciente. Esta expressão do inconsciente constitui um expediente defensivo contra novas experiências imediatas e é muito mais eficaz do que uma teoria científica. (JUNG,1978, p51). "Uma teoria científica logo é superada por outra, ao passo que o dogma perdura por longos séculos. O Homem-Deus sofredor deve ter pelo menos cinco mil anos de existência, e a Trindade talvez seja ainda mais antiga." (JUNG,1978,p.51). O dogma constitui uma expressão da alma, já a teoria científica, que é constantemente superada por novas teorias, é um produto da consciência humana. Estas experiências dogmáticas devem se submeter aos valores emotivos da experiência individual humana, que sob um aspecto dogmático são profundamente expressivas. Além disso, através de seus conditos abstratos, uma teoria mal consegue exprimir o que é vivo, enquanto o dogma, utilizando-se da forma dramática do pecado, da penitência, do sacrifício e da redenção, logra exprimir adequadamente o processo vivo do inconsciente. (JUNG,1978, p.51).Muitas das imagens cristãs de Deus, que se formam no nosso inconsciente por meio de nossas experiências, encontram-se também em religiões pagãs, que reaparecem espontaneamente em fenômenos psíquicos, do mesmo modo que no passado vieram de visões, sonhos e estados de transe, imagens que nunca foram inventadas, e que nasceram antes mesmo da humanidade ter aprendido a usar os espíritos como atividade orientada para determinados fins religiosos, antes mesmo que o homem aprendesse a produzir pensamentos, essas imagens vieram a ele. A teoria Analítica Junguiana fala da experiência religiosa vista do lado do Ego e do Self, buscando contribuir com a religião de modo fazer uma relação entre as experiências inconscientes de Deus e as experiências conscientes de confissão e de fé. Uma função importante da Psicologia Junguiana é estabelecer ligações entre as verdades contidas nos símbolos religiosos e as verdades contidas nas experiências da psíque. São as experiências divinas que ocorrem nos momentos de comunicação entre o Ego e o Self que envolvem nossa vida religiosa, momentos esses que não podem ser controlados, mas nos quais colocamos confiança e significado para nossas vidas.E é isso que forma a essência de nossa atitude religiosa, onde nosso Ego atua como receptor e transmissor do que o Self revela-nos por meio de nossa experiência divina, na qual estabelecemos um compromisso voluntário e individual, um processo de comunicação constante que se estabelece entre o Ego e o Self, e onde nenhuma outra pessoa, nem mesmo a sociedade, pode envolver-se nesse processo além de nós.
OS SONHOS, A INTUIÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A RELIGIÃO
Para Jung os sonhos podem ser compreendidos como avisos do inconsciente que estão ameaçando guerras, doenças, sacrifícios e outras tantas coisas. Dentro do contexto da religião os sonhos desde os tempos primitivos mostram a voz e a mensagem divinas e também várias fontes de tribulações. Na igreja católica os sonhos precisam ser revestidos de alguns critérios para verificar a sua veracidade, ou seja, baseado nesse critério pode-se saber qual a espécie do sonho que segundo Pererius "... muitos são naturais, vários são humanos e alguns podem ser divinos". Ele faz uma importante menção aos sonhos de origem diabólica, pois define como coisas que acontecerão no futuro, mas que não possuem utilidade para a própria pessoa ou para terceiros e também aos sonhos divinos que se distinguem pelo valor das coisas reveladas, pelo sentimento que produz e pela consequência com os mistérios da fé.Em seu livro Psicologia e Religião, nos falando acerca do dogma (JUNG,1978, p.39) faz uma explanação contínua sobre os sonhos de um paciente onde é relatado o momento onde o sujeito escuta uma voz (JUNG,1978, p.43) existente no contexto dos seus sonhos. Essa voz dava conselhos, instruções, orientações o que era acatado pelo homem que embora possuído de muito ceticismo aceitava com humildade as orientações de tal voz. "Assim ao longo de centenas de sonhos cuidadosamente anotados, a voz se revelou como representante essencial e determinante do inconsciente"(JUNG,1978, p.43). Jung analisa o histórico de onde pode ser originada tal voz e a partir daí começa a refletir sobre a existência de uma psique mais ampla que a consciência e podemos nos deparar com a chamada intuição, conhecida por alguns como sexto sentido, voz do coração e outras tantas denominações.Todos nós em algum momento de nossas vidas, sobretudo nas dificuldades já ouvimos uma ou mais vezes uma espécie de voz que nos aponta o rumo, que nos traz a compreensão de como agir melhor. Algumas pessoas não "ouvem" essa voz mas a "sentem" e costumam dizer: -" meu coração me diz que devo tomar tal atitude" e via de regra é a medida que dá certo diante do enfrentamento da dificuldade.A que se deve isso? Mais uma vez citando o sonho do paciente C.G Jung fala que a voz parte de uma personalidade mais completa do sonhador.
A Reforma Protestante iniciada no século XVI foi um evento que modificou as ideias dos europeus. A Igreja Católica Romana, possuidora de seus dogmas e verdades, era uma excelente forma para o alívio e equilíbrio de tensões para o inconsciente do ser humano. Através da confissão e da absolvição o sujeito se sentia melhor, mais aliviado. Esses processos eram excelentes processos terapêuticos onde o homem conseguia "livrar-se" de erros cometidos através do perdão divino e, consequentemente, perdoando-se.Com o dogma - que constitui uma expressão da alma muito mais completa do que uma teoria científica, pois esta última só é formulada pela consciência (JUNG,1978, p.51) - os seres humanos conseguiam manter-se equilibrados.O protestantismo chegou construindo cismas de exacerbado racionalismo o que destruiu as defesas espirituais que existiam por influência da igreja católica. Por conta do excessivo racionalismo, fruto também do renascimento, passou-se a perder a dimensão do estado numinoso e os medos vieram à tona, medos estes perigosos, pois colocaram pessoas e países uns contra os outros gerando as guerras.Até hoje, em pleno século XXI, existem as chamadas guerras ideológicas onde a religião é uma das portas por onde passam muitas discórdias. Pessoas que de forma sectária hostilizam familiares, amigos enfim seus irmãos em humanidade. É como se a religião não tivesse cumprindo o seu papel na sociedade, pois se acolhe os profitentes desta e exclui-se o crente daquela outra religião. Por conta disso as pessoas muitas vezes aderem ao ateísmo ou ao agnosticismo para evitar dissidências e buscar caminhar de forma equilibrada.
Mas o protestantismo possui o seu lado positivo na
construção do sujeito!
Enquanto a Igreja
Católica possui vários artifícios para o alívio das tensões do sujeito o
protestante tem a consciência. "A consciência e muito especialmente a
má consciência, pode ser um dom de Deus, uma verdadeira graça, quando
aproveitada para uma autocrítica mais elevada. Como atividade introspectiva
discriminatória, a autocrítica é imprescindível para qualquer tentativa de
compreender a própria psicologia." (JUNG,1978, p.54). Nesse
ínterim, pode-se entender que é importantíssimo ao sujeito conhecer-se para que
através do autoconhecimento possa entender o porquê de sua história e como
encontrar as respostas que busca. A religião vem como passaporte para ajudar
esse sujeito que busca eliminar de si as tensões e a vivenciar em plenitude
tudo o que pretende relacionado a conquistas interiores.Desse modo pode-se
concluir que a função da religião na vida do sujeito é auxiliar ao mesmo no
contexto da sua própria história de vida, se parar para pesquisar grande parte
da humanidade possui alguma crença religiosa, seja ela monoteísta, politeísta,
mística, simbólica ou não. É através dessa crença, através da fé que as
respostas aparecem, mesmo quando nada científico ou palpável responde a fé
transmite a energia e os recursos que fazem vencer os obstáculos nas pequenas
como nas grandes coisas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicologia deve
buscar reconhecer a função da religião na vida do sujeito, não apenas nas
questões teóricas, mas na pratica clinica, hospitalar, social, ou qualquer área
onde esteja presente porque uma vez reconhecida a importância do fator
religião pode-se ajudar a minimizar muitos transtornos existentes na psique e
como consequência no âmbito coletivo da sociedade. Através do conhecimento
dessa ciência podemos compreender que nós seres humanos somos repletos de
conteúdos complexos e significativos que nos mostram a relação com o todo, com
o mundo.Nessa imensidade de fatores entra a religião, o elo de ligação com o
Criador de tudo, podemos chamar de Deus ou qualquer outra coisa, mas sabemos
que Ele existe e nos dá liberdade de ação. Na perspectiva analítica a religião
é o fator integrador e facilitador dos processos de autoconhecimento e gerador
do estado numinoso que é a satisfação pessoal. Neste trabalho fica claro a
atuação da religião na vida do sujeito não como algo externo, mas como algo tão
vivo quanto a própria existência e agente propiciador do equilíbrio e da
harmonia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-JUNG, Carl Gustav. Psicologia e Religião. Vozes, 1978.
-YOUNG-EISENDRATH,
Polly e DAWSON, Terence. Manual de Cambridge
para Estudos Junguianos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
Onde religião e psicologia se encontram?
A vida humana é muito mais do que as ciências e a política podem compreender. Desta forma, a religião é uma janela aberta para o algo mais, para aquilo que transcende. Enquanto a religião busca religar o homem a Deus, a psicologia tem o papel de compreender o homem em sua totalidade e auxiliá-lo a viver em harmonia, equilíbrio e de forma saudável. Embora muitos tentem constantemente separar a religião da psicologia ou da ciência em geral, ambas não se contrapõem, muito menos se excluem. Freud, em sua linha mais determinista, afirmava que a religião é uma criação do psiquismo, uma ilusão dispensável que afasta o ser humano da realidade, surgida a partir da necessidade de defesa contra as forças da natureza. O pensamento freudiano também tem suas raízes em outros filósofos como o próprio Karl Marx que, dentre outros, também afirmou que a religião é o ópio do povo. Para Marx a religião tende a desresponsabilizar os homens pelas conseqüências de seus atos.Em Frankl, o pensamento determinista recebe duras críticas, para ele ainda que o cientista encontre verdades a respeito de uma realidade humana, jamais pode afirmar que esta verdade resume toda a completude do ser humano, desta forma Frankl desenvolve o conceito da ontologia dimensional, ou seja, um fundamento sobre o qual o ser humano deve ser compreendido sempre como um ser tridimensional, de bases biológica, psicológica e espiritual.É fato que muitas vezes o ser humano utiliza da religião para desresponsabilizar-se, é muito comum, inclusive na prática clínica, ouvir as pessoas dizendo que as coisas aconteceram ou deixaram de acontecer em sua vida porque “Deus quis assim” ou “esta foi a vontade de Deus”. Há também uma ilusão inconsciente, uma relação neurótica com a imagem de Deus, da qual as pessoas acreditam que o mal que lhes ocorre é porque estão sendo castigadas devido a um erro que cometeram, um pecado ao qual não conseguiram superar. Esta relação com a religião é de fato doentia, ilusória e desresponsabiliza o ser humano. Marx e Freud encontram razão em suas afirmações em situações como estas.É fato também que muitas vezes o ser humano encontra-se em situações limite, em situações sobre as quais não tem nenhum poder para transformar a realidade que vive, seja diante de uma doença incurável, seja diante de um sofrimento inevitável ou ainda diante das atitudes de outras pessoas ao seu redor. São nestes momentos de forma especial que o poder da espiritualidade se manifesta, são em momentos assim que a fé pode se manifestar de forma extraordinária. É fato que as pessoas de fé conseguem superar com mais facilidade a depressão, por exemplo.A religião é uma forma de ajuda para que as pessoas vivam sua dimensão espiritual, não é de forma alguma uma ilusão, nem tampouco seja dispensável.Vale também destacar, por exemplo, a incoerência das críticas de Freud e Marx. Hoje, um século após os inícios da psicanálise fundada por Freud, muitos homens e mulheres que se submetem a uma análise ortodoxa freudiana tornam-se dependentes desta análise, não é difícil, por exemplo, encontrar grandes personalidades que estão há mais de 8 anos fazendo análise, parecem ter se libertado da religião ou fizeram da análise sua forma de orientação espiritual? Quantos são os psicanalistas ou cientistas de quaisquer que sejam as abordagens que insistem em negar a religião, mas que defendem suas teorias como verdades incontestáveis negando o próprio conceito de ciência que é justamente o de conhecimento refutável! A vida humana é muito mais do que as ciências e a política podem compreender. Desta forma, a religião é uma janela aberta para o algo mais, para aquilo que transcende. A religião indica um alvo ao qual o ser humano busca se direcionar, ela nivela o ser humano por cima, desafia o espírito humano ao vôo livre, ao encontro dos limites. O pensamento determinista leva ao niilismo, a total falta de sentido, aos vícios, à criminalidade, à violência, ao vandalismo, à morte!
Fonte: Aleteia
TIPOS DE ACOMPANHAMENTOS PSICOLÓGICOS
Acreditamos que, na clínica psicológica, o acolhimento é a chave principal
para tratar o ser. Se nós,
enquanto psicólogos e psicanalistas, nos dermos ao trabalho de ouvir os nossos
clientes na sua totalidade, acolhendo-os em todas as suas dimensões, seremos
mais sábios, mais felizes e mais eficazes em nosso trabalho.
1)-TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL (TCC).
A terapia cognitiva busca
produzir mudanças no pensamento e no sistema de crenças do cliente, com
o propósito de promover mudanças emocionais e estabelecer comportamentos duradouros. (Beck,1993). De modo geral, a TCC identifica a tríade cognitiva:
Pensamentos a respeito de si mesmo, do outro e do futuro, analisando três
níveis de pensamentos: Crenças Centrais, Crenças Intermediárias e Pensamento
Automático. A modificação destas crenças, principalmente as que
são a respeito de si mesmo, é o principal objetivo da terapia.
2)-PSICANÁLISE CLÍNICA
A Psicanálise tem como
objetivo analisar e compreender por meio do processo terapêutico as implicações
dos conteúdos inconscientes na vida do paciente que influenciam os sentimentos
e as emoções, causando sintomas, comportamento e patologias que prejudicam a saúde
psíquica e mental.A psicanálise proporciona uma oportunidade de falar e
refletir sobre si mesmo, um momento muito particular e prazeroso onde o objeto
de análise é o próprio eu; o psicanalista é o
facilitador, mediador e condutor deste processo de autoconhecimento,
o objetivo é alcançar o bem-estar da vida psíquica do paciente.
3)-TERAPIA DE CASAL
Segundo estatísticas
mais recentes elaboradas pelo IBGE, no Brasil, a cada três casamentos um termina
em divórcio, ou seja, um terço dos relacionamentos fracassam. Os
matrimônios duram em média 15 anos, a idade média dos
homens quando se divorciam é 43 anos e as mulheres 40 anos.Conclui-se
que o risco de fracasso do casamento é considerável, então surge uma pergunta:
Qual é o segredo do sucesso matrimonial? A proposta como terapeutas de casais é
trabalhar para reconstruir os laços de afetividade e confiança entre o casal,
estabelecendo um vínculo duradouro, realista e consistente que promova
o bem-estar no relacionamento do casal e na família como um todo.
Diferença entre Psiquiatra, Psicólogo, Psicanalista e Terapeuta
Por: Karina Romera de Carvalho
(Terapeuta) e Giulyya Franco (Jornalista)
Como ainda há muita dúvida e
confusão a respeito de como estes profissionais atuam e gostaria de esclarecer
a seguir:
1)-Psiquiatra é o médico. Formado
em medicina, com especialização em psiquiatria. É ele quem faz o diagnóstico do
paciente e prescreve a medicação se necessário.
2)-Psicólogo é o terapeuta formado
na faculdade no curso de psicologia, no qual estuda cerca de cinco anos para
concluir a graduação e, após a conclusão, deve ter seu registro no Conselho
Regional de Psicologia (CRP) para que possa exercer a profissão. O profissional de
psicologia não é um médico e, por isso, não tem permissão para receitar
remédios aos pacientes. Os psicólogos trabalham com a intervenção
psicológica, sendo ela por meio da orientação, diálogo e aconselhamento. Uma
das principais virtudes do psicólogo é saber ouvir. A
formação em psicologia pode ser ramificada para diversas linhas, inclusive a
psicanálise, e, após o profissional ter seu CRP, ele se torna apto para atuar
na área que escolher. O psicólogo pode fazer psicodiagnósticos,
orientação vocacional, psicoterapia, tratamento de fobias e atuar em muitas
outras áreas. O campo de atuação do psicólogo é vasto, podendo atuar em
escolas, equipes esportivas, empresas, clínicas e hospitais. Na
maioria das vezes, eles são procurados para atender pessoas que estão passando
por algum tipo de transtorno comportamental, como crises emocionais, luto,
problemas no trabalho ou relacionamentos, depressão, fobia e outros casos. O
psicólogo é o profissional encarregado de estudar o comportamento humano,
fazendo análises por meio da observação e também da interação para tentar
diagnosticar, prevenir e tratar doenças relacionadas ao sistema emocional. O
tratamento de um paciente por um psicólogo costuma ter longa duração, já que
ele tenta desenvolver a capacidade das pessoas de entenderem as causas daquilo
que acontece com elas e o impacto disso em seus comportamentos. Quando o
psicólogo nota que o paciente precisa usar medicamentos, como antidepressivos,
ele faz o encaminhamento a um psiquiatra. Na terapia ele vai ajudar a analisar
principalmente de acordo com o consciente do
paciente.
3)-Psicanalista é o terapeuta que fez
curso de psicanálise. A base de estudo é feita através das teorias de:
-Sigmund Freud (1856 – 1939).
-Jacques Lacan (1901 – 1981).
-Carl Yung (1875 – 1961).
Na terapia ele vai ajudar a analisar principalmente de acordo com o inconsciente
do paciente. A psicanálise é uma linha terapêutica da
psicologia, geralmente os psicanalistas são psicólogos que se especializam
nesse tipo de terapia. Também é comum ter médicos que são psiquiatras e
psicanalistas, podendo, nesse caso, receitar medicamentos. No entanto, para ser um
psicanalista, não é necessário ter formação em psicologia ou medicina. O
psicanalista pode ser graduado em outras áreas distintas das que cuidam da
saúde mental. A especialização em psicanálise dura, em média, dois
anos. O psicanalista utiliza associações livres,
sonhos e materiais inconscientes do próprio paciente para poder auxiliá-lo em
sua recuperação. Alguns
psicanalistas utilizam a técnica da regressão, que consiste em instruir o
paciente a buscar na sua mente o exato momento de sua vida que possa ter
originado as emoções negativas. É importante lembrar que os psicólogos e
psiquiatras podem ser psicanalistas, mas nem todo
psicanalista é um psicólogo ou psiquiatra. A terapia realizada
em consultório, apoia o paciente a buscar seu autoconhecimento, entender muitas
situações que sozinho não consegue, ajuda entender melhor as pessoas ao redor,
analisar a vida e os acontecimentos sob outros pontos de vista. Também pode
investigar sua vida desde a infância e consequentemente ajudar a entender
muitas reações, a agir de forma diferente, aceitar o que parece inaceitável,
amenizar, enfrentar e até tratar medos, fobias, culpas, traumas, transtornos de
ansiedade, doenças como depressão e muitos outros.
4)-Terapeuta: é aquele indivíduo que possui habilidades
adquiridas através da formação especializada e experiência, seja em uma ou mais
áreas de assistência à saúde. Nas seguintes áreas: Terapeuta ocupacional,
fonoaudiólogo, acupuntura, fisioterapeuta, terapeuta respiratório, terapeuta
manual e osteopata. O terapeuta é alguém
que através de um curso de formação devidamente legalizado, ou em
uma técnica terapêutica específica se torna apto a exercer aquela técnica.
Por isso, é importante que antes de receber o atendimento esteja ciente se ele tem o registro de ocupação prevista no
Ministério do Trabalho, através do CBO – Código Brasileiro de Ocupações .
Veja
as diferenças entre os três profissionais:
Fonte: portaleducacao.com.br
Sessão
de Psicanálise: como funciona, quanto custa?
Um dos fatores que torna
otimista o cenário da terapia alternativa é o crescente interesse pela
Psicanálise. Como fazer terapia pode ser algo novo para muitos, existe a dúvida em
relação a como funciona e quanto custaria. Vamos explicar mais sobre a
sessão de Psicanálise e o que pode encontrar nela.
Como
funciona a sessão de Psicanálise?
De maneira simplória, podemos
afirmar que a sessão de Psicanálise lembra bastante os filmes que assistimos.
Longe das telas, o paciente de deitará e simplesmente começará a falar sobre
sua vida. Tudo o que vier à mente é bem-vindo para que o tratamento se inicie e
dê continuidade. Enquanto o paciente fala, o psicanalista fica sentado
atrás dele fazendo anotações. Este, por sua vez, tem a liberdade de conduzir a
sessão de modo que se trabalhe as necessidades do cliente. Com base no que o
paciente diz, o médico pode buscar referências em seu passado que levaram até
seu estado atual. Aqui se dá a abertura do autoconhecimento. Em
geral, a sessão costuma durar em torno de 1 hora, dependendo da necessidade do
paciente. Nada impede que se encerre antes, contanto que o
trabalho tenha sido produtivo para ambos. Aqui é onde vemos que externar as
suas dores tem papel fundamental em seu crescimento e cura. Apenas uma sessão
serve para abrir as portas de sua recuperação.
O
que esperar dela?
A ideia é que o paciente possa
se deparar com as raízes de seu comportamento dentro do presente. Uma
sessão de Psicanálise visa mostrar como as atitudes que apresenta no momento se
originaram no passado. Por mais que, na época, não tivesse demonstrado
grandes mudanças, eventos delicados ajudaram a construir rachaduras em sua
mente. É justamente dessas rachaduras que escapam os
impulsos e ações involuntárias, em geral, destrutivas. Durante a sessão, o indivíduo pode perceber o quanto
seus passos até aqui prejudicam um avanço mais construtivo. Por meio da ajuda
psicanalítica, enxergará os caminhos que tomou, avaliando suas consequências ou
qualquer avanço. Cabe ressaltar que a psicoterapia se trata de um trabalho delicado e
não é imediato. Com isso, diversas sessões podem ser recomendadas para
acompanhar os avanços no paciente. Este, por sua vez, tem onde externar sua
angústia e buscar orientação em relação a ela. No fim, se trata de um trabalho de
reconstrução de sua imagem para si mesmo.
Quanto
custa cada sessão?
O valor de cada sessão de Psicanálise
depende diretamente do profissional e do lugar onde é ofertada. Em bairros mais
nobres temos a certeza de que o custo da sessão é mais elevado que em outros
locais. Isso porque, além do bairro, permite que haja mais infraestrutura para
o psicanalista trabalhar e o paciente ser atendido adequadamente. Podemos
afirmar que uma sessão custa, em média, entre R$90,00 e R$400,00 reais.
Nisso fica
incluso o currículo do profissional terapeuta também. Muitos se
valem de uma formação mais detalhada para atenderem de forma mais dinâmica e
rica no ambiente de trabalho. O valor da sessão seria reflexo do investimento
permanente dele. Ainda que a formação pessoal conte, nem sempre os valores
correspondem à qualidade do trabalho. Ou seja, um psicanalista com preço acessível
pode ser tão bom quanto o que cobra mais caro. O fator humano também
influencia bastante nisso, de maneira que ele se relacione com a causa. Busque
referências antes de começar a frequentar sessões.
Os três principais benefícios:
O principal questionamento de
muitas pessoas é o que a sessão de Psicanálise pode trazer de bom? A ida a um
terapeuta ainda é vista com bastante preconceito e sem necessidade por parte de
algumas pessoas. Para muitos, tudo não passa de encenação e gasto de dinheiro. Contudo, se souberem a verdade, vão poder
encontrar:
1º)-Autoconhecimento
O processo de análise visa
esclarecer a natureza real do paciente sendo trabalhado. Assim que a terapia se inicia, o
mesmo amplia sua consciência para entender os motivos de ser como é.
Dessa forma, com suas feridas expostas, pode entender as ramificações criadas,
bem como implicações. Nada melhor do que compreender a si mesmo com mais
clareza.
2º)-Mudança
de perspectiva
Assim que descobre quem é e
como isto afeta sua vida, pode executar uma mudança para construir
seu crescimento. O propósito é fazer com que melhore algumas atitudes e possa
refinar outras. Dessa forma, tratando-se de um ambiente social, isso
significa agir de uma forma mais construtiva e positiva à sua vida.
3º)-Respostas
positivas aos problemas
Ao invés de se render aos
problemas, o paciente passa a trabalhá-los instintivamente. Isso
porque sabe como lidar melhor com eles após a terapia. Ademais, também passa a
avaliar as consequências e os ganhos envolvidos em cada situação.
Sempre é hora de aprender e usar isso em seu crescimento.
Onde
pode ser administrada?
Uma das melhores coisas da
Psicanálise é a sua flexibilidade para atuar. Em qualquer lugar é possível ser
atendido por um psicanalista com a mesma qualidade. A quem precisa de
acompanhamento contínuo, se torna um tratamento ainda melhor de ser
administrado. Aliás, não é vergonha alguma recorrer a uma sessão de Psicanálise
sempre que precisar, muito pelo contrário.
Pode
fazer várias visitas ao profissional sempre que necessitar em locais como:
-Consultórios - Este é o local de trabalho mais comum aos
psicanalistas. O endereço fixo permite
que uma clientela fidelizada se consulte com frequência com o mesmo
profissional.
-Em sua própria casa.
-Galeria comercial, ou prédios
comerciais.
-Ou até na própria residência
do cliente.
-Empresas
- As grandes empresas
descobriram as vantagens de se ter um psicoterapeuta atuando dentro delas. Por
meio dele, podem equilibrar o lado emocional de seus colaboradores ao bem
comum. Estes são atendidos como seres humanos individuais e coletivos. Um dos
resultados diretos se encontra na boa entrega em relação à profissão.
Considerações
finais: sessão de psicanálise
A sessão de Psicanálise é a
porta de saída a diversos sinais que rodeiam nossas vidas. Por meio dela, podemos buscar
esclarecimentos para entendermos melhor quem somos e como podemos agir.
Isso permite uma gradual melhora em nossa perspectiva e em como podemos viver
de maneira mais adequada. Avaliando os benefícios a serem conseguidos, vale
muito a pena recorrer a uma sessão de Psicanálise. O investimento financeiro e de
tempo resulta em uma escalada a uma vida mais plena e feliz. Assim, com
isso, pode explorar o máximo de suas capacidades sem que se limite completamente.
FONTE:
psicanaliseclinica.com/sessao-de-psicanalise/
Código de ética profissional dos psicólogos do Conselho
Federal de Psicología – 1996
O Conselho Federal de
Psicologia é uma autarquia federal, instituída pela Lei n.º 5.766171, com o
objetivo de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de
psicólogo em todo o Território Nacional. Vinculado ao Ministério do Trabalho,
tem sua autonomia assegurada pela Constituição Federal (art. 72) e pelo
Decreto-Lei n.º 968169. X Plenário do CFP - RESOLUÇÃO CPF N2 002187 DE 15 DE
AGOSTO DE 1987
EMENTA - aprova o
Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais,
RESOLVE:
Art. 01 - Aprovar o
Código de Ética Profissional do Psicólogo, anexo e parte integrante da presente
Resolução.
Art. 02 -
Revogar a Resolução CPF NQ 029179, de 30 de agosto de 1979, bem como todas as
demais disposições em contrário.
Art. 03 - Esta
Resolução entrará em vigor no dia 27 de agosto de 1987, data em que se
comemoram os 25 anos da aprovação da Lei N.º 4.119, que regulamentou a
profissão de Psicólogo.
Brasília (DF), 15 de
agosto de 1987.
ZAIRA ANTONIETA BELAN
MARCOS JARDIM FREIRE
Conselheira-Presidente
Conselheiro-Secretário
EXPOSIÇAO DE MOTIVOS DO CÓDlGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO
PSlCÓLOGO
O mundo vive constantes mudanças. A cada dia, torna-se mais difícil acompanhá-las, sobretudo devido à rapidez com que acontecem e à impossibilidade de se ter uma idéia da totalidade de significações que estas mudanças representam. Abre-se, portanto, um desafio à psicologia coras ciência que estuda e interpreta o comportamento humano, sujeito, ele mesmo, à complexidade de contínuas e profundas transformações. Se o homem é um ser de relação, sujeito a contínuas mudanças na sua luta por ocupar, a cada momento, o espaço que lhe compete no mundo, e se, ao mesmo tempo, ele é o sujeito e o objeto do estudo da psicologia, segue-se que qualquer sistema ou código só será real se sujeito, também ele, a esta transitoriedade que é própria do homem à procura de seu destino e significação. Dentro desta dimensão, propor um Código de Ética é colocar-se, de um lado, numa reflexão constante do ser humano como sujeito de mudanças, e, do outro lado, cristalizar com normas propostas de comportamento ações, que, por sua natureza são dinâmicas.Assim, um Código de Ética deve expressar, de um lado, a dinamicidade própria da liberdade, do risco e da criação e, de outro lado, mostrar um conjunto de ações ou comportamentos que seja representativo da realidade e da realidade do dia a dia, com os quais o homem se põe diariamente em contato.O Código, portanto, nasce de uma dupla fonte: da realidade e do desejo. Da realidade, enquanto calcado no que existe, no que está aí, na prática das pessoas, no agir permanente dos que fazem psicologia. Do desejo, enquanto a psicologia é uma preocupação com o amanhã do indivíduo, dos grupos e da sociedade, na procura do bem-estar e da saúde, como respostas do organismo às exigências da vida como um todo.O Código é a expressão da identidade profissional daqueles que nele vão buscar inspirações, conselhos, normas de conduta Ele é, ao mesmo tempo, uma pergunta e uma resposta. É um apelo-pergunta no sentido de se ver o ser humano não apenas como uma Unidade isolada, mas coras um subsistema de um grande sistema. É uma resposta, enquanto encarna uma concepção da profissão dentro de um contexto social e político, que lhe confere o selo da identidade, naquele momento histórico. Não é, entretanto, só o Código que confere identidade ao psicólogo, mas sim sua participação nas perguntas fundamentais do mundo moderno, sobretudo através do seu engajamento em propostas concretas de uma visão aberta do mundo voltada para o social e o político.
Este Código seguiu este caminho
Assim, ele nasce de um longo estudo, de uma longa pesquisa, em que, durante 4 anos, Psicólogos de todos os Conselhos Regionais de Psicologia se envolveram, procurando fundamentar suas propostas.Foram ouvidas as necessidades e dificuldades de cada Regional; formaram-se grupos para operacionalizar este novo Código; filósofos, sociólogos, advogados, antropólogos e a categoria foram demoradamente consultados.Este Código procura responder a um duplo movimento nascido de todo o trabalho que o precedeu. De um lado, princípios gerais e básicos que fundamentam e ajudam a operacionalizar o desejo, sendo uma proposta dentro da qual a criatividade de cada um encontra um convite à própria dinamicidade criadora. De outro lado, apresenta a realidade, sugere normas que explicitam situações profissionais, indicando caminhos corno soluções de problemas.Estas duas vertentes retratam uma muito antiga preocupação do homem, dividido entre o ideal que deveria gerar idéias ou comportamentos conseqüentes na realidade e a própria realidade que precisa ser controlada, delimitada, seguida, para que o ideal não se perca.Assim, nos gregos, éthos está ligada à filosofia Moral e êthos à Ciência dos Costumes.Éthos, segundo Aristóteles, expressa um modo-de-ser, uma atitude psíquica, aquilo que o homem traz dentro de si na sua relação consigo, com o outro e com o mundo. Indica as disposições do ser humano perante a vida. Ser ético é muito mais do que um problema de costumes, de normas práticas. Supõe a boa conduta das ações, a felicidade pela ação feita e o prêmio ou a beatitude da alegria da auto-aprovação diante do bem-feito, no dizer de Aristóteles. Neste sentido, o Código deve refletir princípios gerais, pressupostos básicos que garantam à ação estes elementos de gratificação, quando esta ação corresponde a este ideal ético, que permeia como energia de vida os apelos para uma ação transformadora.É a ética, enquanto Filosofia Moral, que impede um Código sem criticidade, que impede ética filosófica que apela para uma visão cristalizada do comportamento humano. É esta ética filosófica que apela para uma reflexão, para uma compreensão das singularidades; é ela que faz um apelo à criatividade, à liberdade, à espontaneidade. É ela que faz o profissional ver seu cliente como pessoa, cotas ser de relação no mundo, corre um singular à procura de uma compreensão que lhe é pertinente. É esta visão de totalidade existencial-filosófica que faz com que o profissional abra as janelas da sua mente para ver o mundo como uma realidade social, política, comunitária e perca a mesquinhez de só ver o indivíduo no seu imediatismo, e é esta visão que o faz transcender do indivíduo para o grupo, do momento para a história, de soluções precárias para procuras mais globais.O Código de Ética tem que ser fiei a esta dimensão, pois esta é a dimensão da ética do homem, da pessoa e não do psicólogo. Um código será falho se fizer urna ética para o psicólogo esquecendo-se da ética do homem.É esta ética que fará do psicólogo um profissional engajado social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivo do indivíduo.
Por
outro lado, como Ciência dos Costumes, a Ética trata dos deveres sociais do
homem e de suas obrigações entre si na comunidade.
Na realidade, ninguém pode viver ao sabor de suas paixões e desejos momentâneos de onipotência. A satisfação das aspirações morais faz parte integrante do conjunto dos desejos humanos, pois nenhuma sociedade ou grupo podem viver fora de qualquer regra ou lei. A vida é uma contínua determinação, unia contínua seleção e criação, não é apenas um deixar-se viver.Na realidade, a conduta moral tem corno base a disciplina, a adaptação à vida grupal e a autonomia da vontade.O Código, portanto, deve refletir este outro lado do agir humano, reconhecendo, ao mesmo tempo, a importância do sentimento pessoal perante a norma, a importância de uma fé no ideal de homem e de vida, permitindo um real encontro entre a norma e o homem, o qual dignifica o seu comportamento, ultrapassando a norma.É importante lembrar que o agir ético vai além do pensar bem e honestamente, cobra uma ressonância de um mundo individual e pessoal, mas exige, ao mesmo tempo, que a consciência, que "é uma síntese alva em perpétua realização", se manifeste de modo explicito através de ações claras e visíveis.Assim, ao mesmo tempo que um Código de normas explícitas se toma necessário, é bom lembrar que a rivalidade se concebe como atitude, qualidade e valores e que a ética não pode proporcionar soluções pré-fabricadas, sem que haja um trabalho interno de cada indivíduo sue se propõe agir eticamente. "A letra tonta, é o espirito que dá vida".O Código de Ética não pode ser fruto de uma mera teorização sobre o bem ou sobre o mal, ele deve resultar de urna ação humana, de uma doutrina, de um sentido pleno de vida e de cultura. Ele não pode ser uma prisão, mas uma estrada assinalada para ajudar aos que querem ir devagar e aos que necessitam de pressa para chegar. Um Código é como um mapa de urna cidade, onde as grandes avenidas assinalam os principais carinhos, de onde decorre a vida para ruas e praças, as quais, no seu conjunto, encerram o quotidiano, o escondido, o familiar e o tipo da cidade.Este Código quer juntar as duas coisas: os grandes princípios e a prática do quotidiano; ele quer produzir e ser fonte de uma reflexão ética não dissociada da prática profissional Ele não pretende impor, estigmatizar ou definir comportamentos padrões, ele se oferece a uma reflexão mais ampla da potencialidade de cada um, enquanto indivíduo e membro da comunidade, convidando-o a ser criativo e a correr o risco de ser fiel à realidade. Nele se fala de um dever pessoal e de um modo de estar no mundo, evitando-se privilegiar esta ou aquela área, para que a ética se mantenha fiel à sua vocação de ser um convite, mais que uma imposição, à reflexão e à descoberta dos legítimos valores que devem guiar a ação do psicólogo.Esta proposta é um convite a uma reflexão mais ampla e aberta; ela não quer ser estática, mas dinâmica, como, de resto, é dinâmica a vida e a sua expressão mais alta e mais bela: o ser humano. Nossa proposta expressa, assim, um hoje de nossas esperanças e pensamentos. Também ela, sujeita às leis da mudança, deve estar aberta a reflexões que a atualizem continuamente.
CÓDlGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSlCÓLOGO
Princípios Fundamentais:
/ - O Psicólogo baseará
o seu trabalho no respeito à dignidade e integridade do ser humano.
// - O Psicólogo trabalhará visando a promover o bem-estar
do indivíduo e da comunidade, bem como a descoberta de métodos e práticas
que possibilitem a consecução desse objetivo.
/// - O Psicólogo, em
seu trabalho, procurará sempre desenvolver o sentido de sua responsabilidade
profissional através de um constante desenvolvimento pessoal, cientifico, técnico e
ético.
IV - A atuação
profissional do Psicólogo compreenderá
uma análise crítica da realidade política e social.
V - O Psicólogo estará
a par dos estudos e pesquisas mais atuais de sua área, contribuirá pessoalmente
para o progresso da ciência psicológica e será um estudioso das ciências afins.
VI - O Psicólogo
colaborará na criação de condições que visem a eliminar a opressão e a
marginalização do ser humano.
VII - O Psicólogo, no
exercício de sua profissão, completará a de, definição de suas
responsabilidades, direitos e deveres, de acordo com os princípios
estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10.
12.1948 pela Assembléia Geral das Nações Unidas.
DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSlCÓLOGO
Art. 01 - São deveres fundamentais do Psicólogo:
a) Assumir
responsabilidade somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal
e tecnicamente;
b) Prestar
serviços profissionais, em situações de calamidade pública ou de emergência,
sem visar a quaisquer benefícios pessoais;
c) Prestar serviços
psicológicos em condições de trabalho eficiente, de acordo com os princípios e
técnicas reconhecidas pela ciência, pela prática e pela ética profissional;
d) Sugerir serviços de
outros profissionais, sempre que se impuser a necessidade de atendimento e
este, por motivos justificáveis, não puder ser continuado por quem o assumiu
inicialmente;
e) Fornecer ao, seu
substituto, quando solicitado, as informações necessárias à evolução do
trabalho;
f) Zelar para que o
exercício profissional seja efetuado com a máxima dignidade, recusando e
denunciando situações em que o indivíduo esteja correndo risco ou o exercício
profissional esteja sendo vilipendiado;
g) Participar de
movimentos de interesse da categoria que visem à promoção da profissão, bem
como daqueles que lhe permitam promover o bem-estar do cidadão.
Art. 02 - Ao Psicólogo é vedado:
a) Usar títulos que não
possua;
b) Apresentar,
publicamente, através dos meios de comunicação, resultados de psicodiagnóstico
de indivíduos ou grupos, bem como interpretar ou diagnosticar situações
problemáticas, oferecendo soluções conclusivas;
c) Desviar para
atendimento particular próprio, com finalidade lucrativa, pessoa em atendimento ou atendida em instituição com a
qual mantenha qualquer tipo de vínculo;
d) Acumpliciar-se com
pessoas que exerçam ilegalmente a profissão de psicólogo ou qualquer outra
atividade profissional;
e) Induzir a convicções políticas, filosóficas,
morais ou religiosas, quando do exercício de suas funções profissionais;
f) Induzir qualquer
pessoa a recorrer a seus serviços;
g) Prolongar,
desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais;
h) Pleitear comissões,
doações ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários
estabelecidos;
i) Atender, em caráter
não eventual, a menor impúbere ou interdito, sem conhecimento de seus
responsáveis;
i)Receber, pagar
remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços;
I) lnterferir na
fidedignidade de resultados de instrumentos e técnicas psicológicas;
m) Adulterar
resultados, fazer declarações falsas e dar atestado sem a devida fundamentação
técnico-científica;
n) Estabelecer com a
pessoa do atendido relacionamento que possa interferir negativamente nos
objetivos do atendimento.
Art. 03 - São deveres do psicólogo nas suas relações com a
pessoa atendida:
a) Dar à(s) pessoa(s)
atendida(s) ou, no caso de incapacidade desta(s), a quem de direito informações
concernentes ao trabalho a ser realizado;
b) Transmitir a quem de
direito somente informações que sirvam de subsídios às decisões que envolvam a
pessoa atendida;
c) Em seus
atendimentos, garantir condições ambientais adequadas à segurança da(s)
pessoa(s) atendida(s), bem como à privacidade que garanta o sigilo
profissional.
DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES COM INSTITUIÇOES
EMPREGADORAS E OUTRAS
Art. 04 - O Psicólogo,
para ingressar ou permanecer em uma organização, considerará a filosofia e os
padrões nela vigentes e interromperá o contrato de trabalho sempre
que normas e costumes da instituição contrariarem sua
consciência profissional, bem como os princípios e regras deste Código.
Parágrafo l - O
Psicólogo atuará na instituição de forma a promover ações para que esta possa
se tornar um lugar de crescimento dos indivíduos, mantendo uma posição crítica
que garanta o desenvolvimento da instituição e da sociedade.
Parágrafo 2 - O
Psicólogo não estabelecerá para seus colegas nem aceitará para si salários que
não sejam fixados com dignidade, a fim de que representem justa retribuição
pelos serviços prestados.
Art. 05 - O Psicólogo,
como pessoa física ou como responsável por instituições prestadoras de Serviço
em Psicologia, recusará emprego ou tarefa deixados por colega exonerado ou
demitido por defender a dignidade do exercício da profissão ou os princípios e
normas deste Código.
Parágrafo l - A
restrição contida no "caput' deste artigo desaparece, caso se modifiquem
as condições que originaram o afastamento.
Parágrafo 2 - A
presente disposição aplica-se, também, às atividades de supervisão de estágio,
nos cursos de psicologia.
Art. 06 - O Psicólogo
garantirá o caráter confidencial das informações que vier a receber em razão de
seu trabalho, bem como do material Psicológico produzido.
Parágrafo l - Em caso
de demissão ou exoneração, o Psicólogo deverá repassar todo o material ao
psicólogo que vier a substitui-lo.
Parágrafo 2 - Na
impossibilidade de fazê-lo, o material deverá ser lacrado na presença de um
representante do CRP, para somente vir a ser utilizado pelo Psicólogo
substituto, quando, então, será rompido o lacre, também na presença de um
representante do CRP.
Parágrafo 3 - Em caso
de exibição do serviço Psicológico, os arquivos serão incinerados pelo
profissional responsável, até aquela data, por este serviço, na presença de um
representante do CRP.
DAS RELAÇÕES COM OUTROS PROFISSIONAIS OU PSICÓLOGOS
Art. 07 - O Psicólogo
terá para com seus colegas respeito, consideração e solidariedade, que
fortaleçam o bom conceito da categoria.
Art. 08 - O Psicólogo,
quando solicitado por outro, deverá colaborar com este, salvo impossibilidade
decorrente de motivo relevante.
Art. 09 - O Psicólogo,
em função do espirito de solidariedade, não será conivente com erros, faltas éticas,
crimes ou contravenções penais praticadas por outros na prestação de serviços
profissionais.
Art. 10 - A critica a
outro Psicólogo será sempre objetiva, construtiva, comprovável e de inteira
responsabilidade de seu autor.
Art. 11 - O Psicólogo
não deverá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo
efetuados por outro profissional, salvo nas seguintes situações:
a) A pedido desse
profissional;
b) Em caso de urgência,
quando dará imediata ciência ao profissional;
c) Quando informado por
qualquer uma das partes da interrupção voluntária e definitiva do atendimento.
d) Quando se tratar de
trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada.
Art. 12 - O Psicólogo
procurará no relacionamento com outros profissionais:
a) Trabalhar dentro dos
limites das atividades que lhe são reservadas pela legislação;
b) Reconhecer os casos
pertencentes aos demais campos de especialização profissional, encaminhando-os
às pessoas habilitadas e qualificadas para sua solução.
Art. 13 - O Psicólogo,
perante os outros profissionais e em seu relacionamento com eles, se empenhará
por manter os conceitos e os padrões de sua profissão.
Art. 14 - O Psicólogo,
atuando em equipe multiprofissional, resguardará o caráter confidencial de suas
comunicações, assinalando a responsabilidade de quem as receber de preservar o
sigilo.
DAS RELAÇÕES COM A CATEGORIA
Art. 15 - O Psicólogo prestigiará
as associações profissionais e cientificas que tenham por finalidade:
a) Defender a dignidade
e os direitos profissionais;
b) Difundir e aprimorar
a Psicologia, como ciência e como profissão;
c) Harmonizar e unir
sua categoria profissional;
d) Defender os direitos
trabalhistas.
Art. 16 - O Psicólogo
poderá participar de greves ou paralisações desde que:
a) Não sejam
interrompidos os atendimentos de urgência;
b)Haja prévia
comunicação da paralisação às pessoas em atendimento.
DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA
Art. 17 - O Psicólogo
colocará o seu conhecimento à disposição da Justiça, no sentido de promover e
aprofundar uma maior compreensão entre a lei e o agir humano, entre a
liberdade e as instituições judiciais.
Art. 18 - O Psicólogo
se escusará de funcionar em perícia que escape à sua competência profissional.
Art. 19 - Nas perícias,
o Psicólogo agirá com absoluta isenção, limitando-se à exposição do que tiver
conhecimento através do seu trabalho e não ultrapassando, nos laudos, o limite
das informações necessárias à tomada de decisão.
Art. 20 - É vedado ao
Psicólogo:
a) Ser perito de pessoa
por ele atendida ou em atendimento;
b) Funcionar em perícia
em que, por motivo de impedimento ou suspeição, ele contrarie a legislação pertinente;
c) Valer-se do cargo
que exerce, de laços de parentesco ou amizade com autoridade administrativa ou
judiciária para pleitear ser nomeado perito.
DO SIGILO PROFISSIONAL
Art. 21 - O sigilo
protegerá o atendido em tudo aquilo que o Psicólogo ouve, vê ou de que tem
conhecimento como decorrência do exercício da atividade profissional.
Art. 22 - Somente o
examinado poderá ser informado dos resultados dos exames, salvo nos casos
previstos neste Código.
Art. 23 - Se o
atendimento for realizado por Psicólogo vinculado a trabalho multiprofissional
numa clínica, empresa ou instituição ou a pedido de outrem, só poderão ser
dadas informações a quem as solicitou, a critério do profissional, dentro dos
limites do estritamente necessário aos fins a que se destinou o exame.
Parágrafo l - Nos casos
de perícia, o Psicólogo tomará todas as precauções, a fim de que só venha a
relatar o que seja devido e necessário ao esclarecimento do caso.
Parágrafo 2 - O
Psicólogo, quando solicitado pelo examinado, está obrigado a fornecer a este as
informações que foram encaminhadas ao solicitante e a orientá-lo em função dos
resultados obtidos.
Art. 24 - O Psicólogo
não remeterá informações confidenciais a pessoas ou entidades que não estejam
obrigadas ao sigilo por Código de Ética ou que, por qualquer forma, permitam a
estranhos o acesso a essas informações.
Art. 25 - A utilização
dos meios eletrônicos de registro audiovisual obedecerá às normas deste Código,
devendo
o atendido, pessoa ou grupo, desde o início, ser informado de sua utilização e
forma de arquivamento das informações obtidas.
Art. 26 - O sigilo
profissional protegerá o menor impúbere ou interdito, devendo ser comunicado
aos responsáveis o estritamente essencial para promover medidas em seu
beneficio.
Art. 27 - A quebra do
sigilo só será admissível, quando se tratar de fato delituoso e a gravidade de
suas conseqüências para o próprio atendido ou para terceiros puder criar para o
Psicólogo o imperativo de consciência de denunciar o fato.
Art. 28 - Em caso de
falecimento de Psicólogo, o Conselho Regional, ao ,tomar conhecimento do fato,
providenciará a destinação dos seus arquivos confidenciais.
Art. 29 - Na remessa de
laudos ou informes a outros profissionais, o Psicólogo assinalará o caráter
confidencial do documento e a responsabilidade, de quem o receber, em preservar
o sigilo.
DAS COMUNICAÇÕES Científicas E DA DIVULGAÇÃO AO PÚBLICO
Art. 30 - Ao Psicólogo,
na realização de seus estudos e pesquisas, bem como no ensino e treinamento, é
vedado:
a) Desrespeitar a
dignidade e a liberdade de pessoas ou grupos envolvidos em seus trabalhos;
b) Promover atividades
que envolvam qualquer espécie de risco ou prejuízo a seres humanos ou
sofrimentos desnecessários para animais;
c) Subordinar
investigações a sectarismos que viciem o curso da pesquisa ou seus resultados;
d) Conduzir pesquisas
que interfiram na vida dos sujeitos, sem que estes tenham dado o seu livre
consentimento para delas participar e sem que tenham sido informados de possíveis
riscos a elas inerentes.
Parágrafo Único - Fica
resguardado às pessoas envolvidas o direito de ter acesso aos resultados das
pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem.
Art. 31 - Na divulgação
e publicação de trabalhos, o Psicólogo deverá:
a) Citar as fontes
consultadas;
b) Ater-se aos dados
obtidos e neles basear suas conclusões;
c) Mencionar as
contribuições de caráter profissional prestadas por assistentes, colaboradores
ou por outros autores;
d) Obter autorização
expressa do autor e a ele fazer referência, quando
utilizar fontes particulares ainda não publicadas;
e) Resguardar o padrão
e o nível da ciência e de sua profissão.
Art. 32 – Em todas as
comunicações cientificas ou divulgação para o público de resultados de
pesquisa, relatos ou estudos de caso, o Psicólogo omitirá e/ou alterará
quaisquer dados que possam conduzir à identificação da pessoa ou instituição
envolvida, salvo interesse manifesto destas.
Art. 33 - A divulgação
de trabalhos realizados por Psicólogos será feita sem sectarismos de qualquer
espécie.
Art. 34 - Na divulgação
por qualquer meio de comunicação social, o Psicólogo não utilizará, em proveito
próprio, o nome ou depoimento de pessoas ou instituições envolvidas.
Art. 35 - O Psicólogo
não divulgará, ensinará, cederá, dará, emprestará ou venderá a leigos
instrumentos e técnicas psicológicas. que permitam ou facilitem o exercício
ilegal da profissão.
DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL
Art. 36 - O Psicólogo
utilizará dos meios de comunicação, no sentido de tomar conhecidos do grande público os recursos e conhecimentos
técnico-científicos da Psicologia.
Art. 37 - O Psicólogo,
ao promover publicamente seus serviços, informará
com exatidão seu número de registro, suas habilitações e qualificações,
limitando-se a estas.
Art. 38 - É vedado ao
Psicólogo:
a) Utilizar o preço do serviço como forma de
propaganda;
b) Participar como
Psicólogo de quaisquer atividades através dos meios de comunicação, em função
unicamente de auto promoção;
c) Fazer previsão
taxativa de resultados;
d) Propor atividades e
recursos relativos a técnicas psicológicas que não estejam reconhecidas pela
prática profissional;
e) Propor atividades
não previstas na legislação profissional, como função do Psicólogo;
f) Fazer propostas de
honorários que caracterizem concorrência desleal;
g) Fazer auto promoção
em detrimento de outros profissionais da área;
h) Propor atividades
que impliquem invasão ou desrespeito a outras áreas profissionais;
i) Divulgar serviços de
forma inadequada, quer pelo meio utilizado, quer pelos conteúdos falsos,
sensacionalistas, ou que firam os sentimentos da população.
Parágrafo Único - O
disposto no presente artigo é aplicável a toda forma de publicidade realizada
por Psicólogo, individual ou coletivamente.
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
Art. 39 - Os honorários
serão fixados com dignidade e com o devido cuidado, a fim de que representem
justa retribuição dos serviços prestados pelo Psicólogo, o qual
buscará adequá-los às condições do atendido, tornando a profissão reconhecida
pela confiança e pela aprovação da sociedade.
Art. 40 - Os
honorários serão planejados de acordo com as características da atividade
e serão comunicados à pessoa ou instituição antes do início do trabalho a ser
realizado.
DA OBSERVÂNCIA, APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA
Art. 41 - O Conselho
Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia manterão Comissão de Ética para
assessorá-los na aplicação deste Código e no zelo de sua observância.
Art. 42 - As infrações
a este Código de Ética Profissional acarretarão penalidades várias, desde a
advertência até a cassação de inscrição profissional, na forma dos dispositivos
legais e/ou regimentais.
Art. 43 - Caberá aos
Psicólogos denunciar aos seus Conselhos Regionais qualquer pessoa que esteja
exercendo a profissão sem a respectiva inscrição, ou infringindo a legislação
própria.
Art. 44 - As dúvidas na
observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos
Regionais de Psicologia, 'ad referendum" do Conselho Federal.
Art. 45 - Competirá ao
Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e
fazê-la incorporar a este Código.
Art. 46 - Caberá aos
Psicólogos docentes e supervisares esclarecer, informar, orientar e exigir dos
estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código.
Art. 47 - É dever de todo Psicólogo conhecer, cumprir e
fazer cumprir este Código.
Art. 48 - O presente
Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa
própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais.
Art. 49 - O presente
Código deverá ser um instrumento de identificação da categoria e representar um
roteiro de buscas, tendo em vista a transitoriedade das normas nele contidas.
Art. 50 - Este Código
entra em vigor na data de sua publicação.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
SRTVN Q. 702 - Ed.
Brasília Rádio Center 411 and. conj. 4042-A
CEP 70719-900 –
Brasília - DF
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