“A Igreja nos ensina que a Fé e a
Razão são as duas asas que Deus nos deu para nos elevar até Ele”
“Não poderá nunca existir
contradição entre a fé e a ciência, porque ambas têm origem em Deus” (Compêndio
do CIC 29).
João Paulo II se referiu à contribuição que uma poderia
oferecer à outra:
“A ciência pode purificar a
religião do erro e da superstição; a religião pode purificar a ciência da
idolatria e dos falsos absolutos. Cada uma delas pode introduzir a outra num
mundo mais vasto, num mundo em que ambas podem florescer”
Durante
quinze séculos, a Igreja ostentou a liderança na pesquisa científica. Nada
surpreendente, já que vários cargos eclesiásticos permitiam dedicar-se à
ciência, muitas vezes facilitada pelo contexto monástico, com sua relativa
serenidade, suas bibliotecas e seu pessoal letrado. No século XIII,
Alberto Magno incentivou a pesquisas como a mineralógica. A suposta hostilidade
da Igreja com relação a toda forma de conhecimento diferente do das Sagradas
Escrituras é, portanto, um preconceito obscurantista e meramente revanchista,
não corresponde a verdade dos fatos.
A VERDADE SOBRE "NICOLAU
COPÉRNICO QUE NÃO MORREU PELA INQUISIÇÃO"
Nicolau Copérnico foi um polonês do Renascimento
matemático e astrônomo que formulou uma teoria abrangente heliocêntrica, modelo
que colocou o Sol, em vez da Terra, no centro do universo.A publicação do livro
de época de Copérnico, De revolutionibus orbium coelestium (Sobre as Revoluções
das Esferas Celestes), pouco antes de sua morte, em 1543, é
considerado um evento importante na história da ciência. Começou a
revolução copernicana e contribuiu de forma importante para o crescimento da
consequente Revolução Científica.Uma das grandes polímatas do Renascimento,
Copérnico foi um matemático, astrônomo, jurista com um doutorado em direito,
médico, poliglota, clássico estudioso, tradutor, artista, padre católico,
governador, diplomata e economista. Nicolau Copérnico,
para decepção dos inimigos da Igreja, morreu de um acidente vascular cerebral,
com a idade de 70, em 24 de maio de 1543. Ele não havia se casado e não tinha
filhos, era Clérigo, e dedicou sua vida à ciência, a igreja, e ao governo.Ele
foi enterrado na catedral de Frombork, Polônia.Em 1543,Nicolau Copérnico dedicou o seu De
revolutionibus orbium coelestium ao Papa Paulo III, e nele redescobriu
o heliocentrismo. Mas este interesse pela ciência não acaba no Renascimento. Em
pleno século XIX, foi um monge, Gregor Mendel, quem formulou as leis da
herança. Grandes sábios, como Pascal, Ampère, Pasteur e Eduardo Branly
professavam a fé católica. Ainda hoje, a Academia Pontifícia das Ciências reúne
estudiosos do mundo inteiro, e os trabalhos do Observatório Astronômico do
Vaticano têm autoridade.
A Igreja coopera com prazer com os não-crentes
e com ateus na pesquisa filológica e arqueológica das fontes bíblicas. Isso
deveria ser suficiente para estabelecer que não há oposição entre a fé católica
e a ciência.O que existe, no entanto, são preconceitos de alguns homens de fé
com relação à ciência, e de alguns homens de ciência com relação à fé. Sem
dúvida, houve e pode haver ainda, na Igreja, pessoas que consideram o progresso
científico como uma ameaça. Já houve – e há ainda – no mundo científico,
estudiosos que consideram que ciência e fé, longe de serem boas amigas, estão
em concorrência direta. A uns e outros, pode-se propor a seguinte exortação:
“Não tenham medo da verdade!”
Existem verdades Científicas, Filosóficas e
Teológicas. Descobrir a verdadeira lei da queda livre dos corpos, como Galileu
fez, é algo bom. Perguntar-se sobre o que pode levantar o homem da sua Queda
também é algo bom! Não há o que temer, simplesmente por que:
“A verdade não pode contradizer o
bem”
É preciso distinguir, portanto, o âmbito de
competência do Magistério da Igreja e o da pesquisa científica. Fazer
astronomia e calcular as trajetórias das órbitas planetárias é uma coisa;
perguntar-se como se chega ao Céu é outra. Quando um cientista católico
estuda astronomia, não estuda “astronomia católica”. Já não existe ciência
católica nem ciência budista. A revelação judaica – e depois o seu cumprimento
no cristianismo – não pretende substituir a pesquisa científica. Como bem disse
o cardeal Baronio, a quem Galileu citava com prazer:
“A Bíblia nos ensina como chegar ao
Céu, e não como está ou é o céu”
A separação de responsabilidades está em perigo
quando o Magistério pretende proibir ou suspender a divulgação de uma verdade
científica. Isso aconteceu, por exemplo, com Galileu, mas por razões muito
políticas, já que alguns estudiosos renomados da Cúria Romana também, estavam
certos dos seus pontos de vista científicos, e apresentavam dúvidas no campo da
própria Ciência e não religioso.A autonomia das competências também é violada
quando um cientista extrapola os resultados da sua pesquisa ao âmbito da
metafísica e da religião.Nenhuma ciência é competente para
falar da criação do mundo, que não é um acontecimento dado ao acaso, mas está
na dependência de um Criador lógico e inteligente. Nenhuma ciência é competente
para decidir sobre a existência de Deus, que é um ser sobrenatural, até que se
demonstre o contrário. Quando a ciência pisoteia as flores da
religião, cai no cientificismo. A Igreja não é contra a ciência, mas contra
esse cientificismo.
A VERDADE SOBRE GALILEU QUE TAMBÉM "NÃO MORREU PELA INQUISIÇÃO", MAS DE MORTE NATURAL NA TRANQUILIDADE DE SEU LAR
A verdade
é que Galieu Galilei não foi condenado por acreditar na mobilidade da terra, e
na centralidade e imobilidade do sol. O sistema
heliocêntrico, como hipótese astronômica baseada em cálculos matemáticos e
observações reais, já havia sido formulado há dois séculos e meio pelo Bispo de
Lisieux, Nicolau de Oresme (falecido em 1382) e era aceito, como hipótese, por
cientistas católicos do clero, e inclusive pelo próprio inquisidor de Galileu,
o ilustre São Roberto Bellarmino:“Entendamos, o cardeal Bellarmino, amigo do saudoso
astrônomo padre Clavius desde os tempos de colégio, sabe muito bem que a
descrição copernicana dos movimentos planetários poderia ser perfeitamente plausível” (Apud. Pietro Redondi, Galileu Herético, Editora Schwarcz
Ltda, São Paulo, p.47). Por isso,
São Roberto Bellarmino afirmou em uma carta ao padre Foscarini, que também
havia publicado uma teoria sobre a concordância entre o heliocentrismo e a
Escritura, o seguinte: “Em terceiro lugar, eu digo que se houvesse uma
demonstração verdadeira de que o Sol está no centro do Mundo e a Terra no
terceiro Céu, e que o Sol não circula a Terra, mas a Terra circula o Sol,
então, ter-se-ia de proceder com grande
cuidado em explicar as Escrituras, na qual aparece o contrário. E diria
antes que nós não as entendemos, do que, o que é demonstrado é falso. Mas, eu
não acreditarei que exista tal demonstração até que esta me seja mostrada.” (Carta
do Cardeal São Roberto Bellarmino ao padre Foscarini, 12 de abril de 1615. Na
Internet: http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/lectures/gal_life.htm). O Padre
Cristophoro Grienberg, matemático do Colégio Romano dos jesuítas, interlocutor
científico favorável a Galileu, também tinha como hipótese científica o
heliocentrismo, mas havia expressado algumas reservas, dado que nenhuma
experiência ou demonstração permitia tornar certa e segura a verdade
copernicana(Apud. Pietro
Redondi, Galileu Herético, Editora Schwarcz Ltda, São Paulo, p.18.) O cardeal
Giovanni Ciampoli, o cardeal Maurizio da Savóia, o príncipe Cesi e o seu
sobrinho Virgínio Cesarini, eram favoráveis ao heliocentrismo como hipótese.
Também o padre Orazio Grassi, ícone do debate contra as heresias de
Galileu, aventava a possibilidade do heliocentrismo, mas também aguardava provas conclusivas. Note, entretanto,
que o clero e os cientistas da época tinham o heliocentrismo como hipótese
astronômica, e não como certeza. Por
dois motivos, essencialmente: por prudência e pela eficácia das medidas
astronômicas baseadas no sistema geocêntrico:
1º)- Prudência:
pelo fato de não haver, até então na época, provas suficientes, de natureza
científica, para torná-lo certo e seguro. A Igreja compreendia
com Santo Alberto Magno que A prova pelos sentidos [isto
é, a indução] é a mais segura no estudo da filosofia natural, e
situa-se acima da teoria sem observação (Meteoros 3, tr. 1, c. 21). (Cf.
Luis Alberto De Boni. Filosofia Medieval: texto. 2ª. ed. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2005, p. 173); e que A experiência, através de
repetidas observações, é a melhor mestra no estudo da natureza (Sobre os
animais 1. c. 19)(Cf. Luis Alberto De Boni. op. cit. p. 173); e ainda
que: Compete à ciência natural não aceitar simplesmente o que foi
narrado. Cabe-lhe, muito mais, a serviço da filosofia natural, buscar as causas
das coisas naturais (Sobre os minerais 2, tr. 2, c. 1).
2ª)- Galileu
não possuía então, naquele tempo, observações que comprovassem cabalmente a
teoria heliocêntrica, nem experiências, com observações repetidas, e muito
menos buscava causas naturais. Longe de naturais, as causas aventadas por
Galileu eram de um profundo misticismo. Para
Galileu, havia um espírito que aquece e fecunda todas as substâncias
corpóreas, o qual partindo do corpo solar propaga-se com enorme velocidade pelo
mundo inteiro(Apud. Pietro Redondi, Galileu Herético,
Editora Schwarcz Ltda, São Paulo, p.19.) Falando da luz ,em uma carta ao padre
Pietro Dini, dizia Galileu que essa era uma substância
espiritualíssima, sutilíssima e velocíssima que difundindo-se pelo universo
penetra tudo sem resistência, aquece, vivifica e torna fecunda todas as
criaturas viventes. (Carta de
Galileu a monsenhor Pietro Dini, 23 mar.1615, Opere,V, p.289).As
demonstrações não eram fundamentadas em observações experimentais: “Galileu não fornecia verdadeiramente as
demonstrações necessárias do heliocentrismo, mas defendia a metafísica do Sol colocada no centro do universo de que
Copérnico falara no primeiro livro do De revolutionibus. Celebrava assim um
verdadeiro triunfo da luz, com referencias textuais à criação descrita no livro
da Gênese, aos salmos e aos profetas: Deus colocou no Sol o seu tabernáculo
(...). Ele tal qual esposo que sai do próprio tálamo, saltou como um gigante
para escapar. Galileu sob a escolta de Dionísio Areopagita, mostrava a
sugestiva concordância entre esses poéticos versos do Salmo XVIII e as idéias
sobre a emanação da luz celeste e terrestre...” (Apud. Pietro Redondi, Galileu
Herético, Editora Schwarcz Ltda, São Paulo, p.18) Portanto,
a condenação de Galileu foi a condenação do heliocentrismo copernicano
de caráter esotérico, baseada em Hermes Trimegisto, que via a luz como
um espírito emanado de uma fonte eterna, o sol. Ela foi a condenação da
retomada(pelos renascentistas) do paganismo do culto de Mitra, contraposto
desde os primeiros séculos cristãos ao culto de Jesus Cristo.
A condenação de Galileu, portanto, não foi a do heliocentrismo, em
geral, mas do heliocentrismo de explicação e implicações copernicanas, com fundamentos
mágicos e religiosos.
EXPLICANDO MELHOR:
É
possível dizer uma verdade, e dar uma explicação errada dessa mesma verdade: Se alguém
dissesse: os corpos caem, evidentemente estaria
falando uma verdade. Entretanto, se essa
pessoa prosseguisse tentando explicar esse fato, afirmando que é por causa de
um espírito ou que isso ocorre por causa de uma força eletromagnética, e não
pela gravidade, certamente a explicação seria condenável. Portanto, não
basta dizer a verdade. É preciso explicá-la corretamente. Outro
exemplo disso é a prova de Santo Anselmo da existência de Deus. Que Deus
existe, é verdade. Mas a explicação que Santo Anselmo expôs é errada pela confusão
entre plano lógico e plano ontológico, e por isso essa pseudoprova foi
refutada por São Tomás. A
explicação do heliocentrismo feita por Galileu era mágica, esotérica, por
meio de causas não naturais, absurda, e anti-católica, portanto,
condenável. Tanto do ponto de vista científico, carente de honestidade
intelectual, quanto do ponto de vista religioso. Portanto, a condenação de Galileu
não foi um trauma nas relações
entre Ciência e Religião, pelo contrário, visou salvar a boa ciência
descrita por Santo Alberto Magno contra as charlatanices e crendices de uma
seita mágica, aquela do esoterismo de Copérnico, que estava, então, sendo
difundida por Galileu. O trauma
nas relações entre ciência e religião deve-se a Galileu, que, anulando os
limites de uma e de outra, caiu numa espécie de naturalismo religioso e em uma
mística torta por causa de uma doutrina imanentista em que o espírito divino, a
luz, cuja emanação provém do tabernáculo celeste (do sol), penetra e vivifica
todas as coisas, conforme explícito no livro De Revolutionibus orbium
coelestium de Copérnico e em sua carta ao padre Pietro Dini. Quanto à
encíclica de Leão XIII, Providentissimus Deus, vemos a doutrina de sempre da
Igreja. Ciência e Fé são harmônicas e perfeitamente distintas. Ora, em uma
harmonia as notas individuais não são destruídas ou aniquiladas para formarem
uma unidade nova absolutamente desvinculadas de sua forma individual, mas, as
notas, por guardarem uma proporção entre si e variarem tanto quanto indivíduos
podem variar dentro de uma mesma espécie, ou seja, na unidade, essas notas
distintas tocadas em um conjunto possuem um brilho novo da variedade na
unidade. Assim, o casamento da Ciência e da Fé possui um brilho novo. E
Galileu destruía essa harmonia, ao querer misturar e romper os limites de cada
uma, dando explicações místicas aos fenômenos naturais, e vice-versa. Contra
essa prática, a própria encíclica nos adverte: “Nenhum desacordo real pode certamente existir
entre a teologia e a física, desde
que ambas se mantenham nos seus limites e segundo a palavra de Santo Agostinho,
tomem cuidado de nada afirmarem ao acaso, nem tomarem o desconhecido pelo
conhecido” (In Gen.op.
imperf.,IX,30 - Documentos Pontifícios, Providentissimus Deus, Editora
Vozes LTDA., Petrópolis, R.J., pg.28).E ainda mais: “Quanto a tudo o que, estribando-se em provas
verdadeiras, nossos adversários nos puderem demonstrar a respeito da natureza,
provemo-lhes que não há nada contrário a esses fatos nas nossas Santas Letras.
Mas, quanto ao que eles tirarem de certos livros seus e que invocarem como
estando em contradição com essas Santas Letras, ou seja, com a Fé católica,
mostremos-lhes que se trata de hipóteses, ou que absolutamente não duvidamos da
falsidade dessas afirmações.” (De
Gen. Ad litt.,I, 21, 41 - Documentos Pontifícios, Providentissimus
Deus, Editora Vozes LTDA., Petrópolis, R.J., pg.28). Infelizmente,
poucas são as pessoas que se dedicam a estudar os fatos; a maioria se conforma em crer
piamente naquilo que ouviu dizer na escolinha ou na TV. Pior ainda são
os pseudo-sabidos que querem se exibir com base em “conhecimentos” adquiridos
em sites furrecas. São essas pessoas que nutrem um grande preconceito contra a Igreja, e
perpetuam as mentiras sobre o caso Galileu.Entretanto, os fatos,
documentalmente provados, mostram que Galileu teve seus dias de glória em Roma.
Esse católico devoto que morreu tranquilamente em paz em sua casa, que apesar
de todas controvérsias foi fiel à Igreja, a princípio foi aclamado pelo clero por
suas descobertas. Mas o que mudou para que a relação entre ele o clero se azedasse?
É o que veremos agora: Galileu
defendia que a Terra girava em torno do próprio eixo e em volta do Sol, assim
como os demais planetas do sistema Solar; o primeiro a propor essa teoria não foi ele,
mas sim o padre Nicolau Copérnico. Então, você aí que vive dizendo
que Galileu queria provar que a Terra era redonda, tome tento: até o mais
analfabeto dos homens medievais estava careca de saber que a Terra era uma
esfera. Pouco antes de morrer, em 1543, Copérnico foi incentivado por
membros do alto clero a divulgar seus estudos. Publicou, então, o célebre
"De revolutionibus" e o dedicou ao Papa Paulo III. Por
mais de 60 anos – reparem nisso – a teoria heliocêntrica de Copérnico circulou
livremente em toda a Europa, sem qualquer restrição. Em 1610, Galileu entra em cena. Seu grande
mérito foi o de, com seu telescópio, ter feito observações importantíssimas,
que pareciam confirmar as afirmações de Copérnico sobre o movimento da Terra.
Suas descobertas no campo astronômico foram mais do que reconhecidas pela
Igreja: em 1611, Galileu foi recebido com uma festa no
Colégio Romano dos padres jesuítas. Era uma homenagem pública
entusiasmada e sincera; se não o fosse, seus desafetos teriam colocado veneno
na bebida do astrônomo. Pelas ruas de Roma, Galileu era só sucesso. Apesar de
suas muitas rugas, por onde ele passava, as marias-luneta (versão mais
sofisticada das marias-chuteira) gritavam: “Lindo, Fofão ! Bonito e Gostosão!”.
Astros de novelas perdiam feio.Mas o grande homem não estava satisfeito.
Galileu estava determinado a fazer com que suas conclusões fossem aceitas como
verdade científica, e não como mera hipótese astronômica, e ai meu querido, como dizem os
Paulista: “É ai que começa os probrema”. Faltou humildade e bom-senso
de ambos os lados. Galileu tentou provar o movimento da Terra com base nas
marés, pelas caridade né Galileu, e nisso mandou muito mal; obviamente, foi
ridicularizado. O fato é que Galileu não tinha elementos irrefutáveis
para comprovar sua tese. Não sei bem se por ansiedade ou por
arrogância, tomou as objeções à sua tese como ofensas pessoais e,
imprudentemente, dizia que a interpretação que os
teólogos faziam da Bíblia estava errada. Aí então o balacobaco
com borogodó engrossou mesmo. Para agir assim,talvez Galileu estivesse muito
seguro de si, na sua condição de afilhado do Papa e amigo de membros do alto
clero. Assim, começou uma campanha para cobrar da Igreja uma interpretação
não-literal do trecho da Bíblia que parece sugerir que é o Sol que gira em
torno da Terra.Galileu acertou ao dizer que as
Escrituras não pretendem ser um tratado de ciências naturais. Porém, errou ao
armar um barraco tão grande sem ter provas científicas para lhe sustentar (e ele sabia que não tinha, era sua palavra
contra a de outros estudiosos). O astrônomo já era um homem velho, e
tinha pressa; talvez não suportasse a ideia de que não viveria para ver sua
tese ser comprovada. De fato, o movimento de translação da Terra
só seria fisicamente provado no século XVIII,ou seja, 300 anos depois, por meio dos estudos de James
Bradley sobre a "aberração da luz"; e a prova definitiva da rotação
da Terra só viria no século XIX, com o pêndulo de Foucault, ou seja, 400 anos
depois deste bafafá todinho provocado pelo barbudinho Italiano.
Se fosse feita alguns séculos antes, é bem
possível que a sugestão de interpretação não-literal do citado trecho de
Eclesiastes fosse melhor aceita pelo clero. Afinal, a
mente dos teólogos medievais era bem mais aberta do que a dos teólogos do
século XVII (quem afirmou isso em uma entrevista foi
Annibale Fantoli, doutor em Matemática e Física, e mestre em Filosofia e
Teologia). Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, os pensadores mais
respeitados da Idade Média, diziam que se evidências irrefutáveis viessem a
contrariar a usual interpretação das Escrituras, essas evidências deveriam ser
acatadas. Mas Galileu quis cantar de galo sem ter crista, e resolveu dançar
lambada em um campo minado. Naquela época, a Igreja com o maior abacaxi nas
mãos, que era o protestantismo
espalhando pelo mundo seus males e seus erros, defendendo que qualquer leigo
poderia interpretar a Bíblia, sem precisar se submeter à autoridade da Igreja.
Sabendo disso, podemos entender o zelo da Igreja diante de um leigo que queria
impor a sua interpretação da Bíblia, sem ter ao menos evidências irrefutáveis
para isso.Que fique claro: Galileu NÃO foi torturado nem morto pela
Inquisição. Ele foi condenado à prisão domiciliar e passou
seus últimos dias vivendo em sua luxuosa residência. Ali, continuou a trabalhar
e até mesmo publicou um livro. Na verdade há centenas de exemplos que
poderíamos citar – historicamente documentados – de que a Igreja Católica, desde a Idade
Média e até hoje, promove e incentiva intensamente o avanço científico e o
conhecimento em geral. E então meu amigo contra isso, só há um – UM
exemplo negativo, o caso Galileu. Porém, é como se a realidade fosse
invertida. Ao erro da condenação se somaram séculos de calúnias, estupidez
e todo o ódio dos anticatólicos. E então o mito se perpetua. Eis a penitência
que todo o povo católico terá que pagar, talvez até o fim dos tempos, por essa
falta cometida por este excesso de zelo da Igreja neste episódio.É importante
notar: a condenação de Galileu não compromete o dogma da infalibilidade papal.
Afinal, não foi um ato de magistério infalível nem definitivo. Não existe este dogma
proclamado solenemente pela Igreja.
Fonte: www.biography.com/www.famousscientists.org/www.meusestudos.com/en.wikipedia.org
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