O Brasil está dividido.
Não apenas entre os que votaram em um ou outro candidato, mas em 3 grupos: os
satisfeitos, os insatisfeitos e os indecisos (insentões). Dentre estes grupos há, e sempre
haverá, indivíduos ou mesmo grupos radicais, tanto na alegria como na
frustração. De um lado alguns entendem que teve início no Brasil uma teocracia
bíblica, de outro, aqueles que apontam para o início da perseguição a minorias,
muito embora o atual governo político de direita até o momento, nada disto tenha demonstrado
explicitamente, tudo não passando de teorias conspiratórias. Vejo partidos e
indivíduos que já se anunciam como uma oposição tácita, do tipo:“Não importa o que ele faça, eu sou contra, pois quanto pior melhor" - A estes eu lembro que
se um número suficiente fizer uma oposição assim, podemos ter uma certeza: a
situação de nosso país vai piorar muito! De outro lado, uma onda de apoiadores
que parecem ter encontrado seu messias. A estes eu lembro que Messias mesmo
houve um só, que foi morto na cruz mas ressuscitou. Como comprova nossa
experiência recente, assim como a história em geral, humanos apontados como
“messias” tendem a se tornar em grandes e catastróficas decepções, e nós
brasileiros já vimos este filme. Conta-se que o
imperador romano Constantino, no ano de 311, teve uma visão de que sob o
símbolo cristão ele venceria sua campanha. Baseado nessa visão ele marchou seu
exército através de um rio e os declarou batizados e, portanto, cristãos. Essa
manobra pode ter convencido alguns, mas o próprio Constantino permaneceu pagão
até seus últimos dias de vida. Poucos historiadores cristãos acreditam que ele
tenha de fato se convertido. Essa história nos traz a uma questão muito
delicada. Muitos candidatos na última eleição presidencial de 2018, têm tentado
se passar por cristãos, mas claramente defendido valores contrários ao reino. É evidente que toda e qualquer tortura deve ser condenada, não importam
quais crimes o torturado tenha cometido. É também verdade que, a partir de um
ponto de vista cristão, qualquer proposta de legalização do aborto equivale a
validar quase um genocídio e a afirmação de que esta é uma questão de saúde
pública apenas muda o fórum do debate, não seu resultado. Se por um lado
apologias são feitas ao preconceito, por outro, ataques diretos à família
tradicional são propostos em documentos oficiais. Afirmo estas
obviedades não para acirrar posições, mas para que tenhamos o devido cuidado de
não repetir o barateamento do cristianismo repetindo o erro do falso Cristão
Constantino. Recentemente, fui surpreendido por um número de cristãos por quem
tenho apreço que se declaram como resistência.Como assim resistência? Já
estamos ocupados por um exército invasor? O inimigo já apresentou seus planos
nefastos?Devo me unir a um dos
movimentos de resistência? Fui investigar e rapidamente vejo que o termo foi
lançado como tema da campanha de pelo menos dois partidos, o Partido Comunista
do Brasil (PcdoB) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Ainda sem entrar no
mérito da escolha individual na hora da eleição, gostaria de convidar estes
irmãos em Cristo, assim como todos os que temem a Deus, a considerar
em primeiro lugar a exortação da Palavra de Deus, e só depois decidir se devemos
ou não assumir bandeiras propostas por estes ou quaisquer outros partidos.
|
(Cuidado! Quem ver cara, não ver o coração, e nem o que está por trás...) |
Na verdade, o
conhecido trecho de Romanos 12, 2 deve servir de alerta a embarcarmos em um
movimento proposto por partidos políticos. O trecho abaixo foi escrito pelo
apóstolo Paulo em um contexto de um império cruel e opressivo, o qual era
declaradamente dominador, classista, machista, racista e anticristão
(curiosamente não homofóbico). O texto é Filipenses 1,27-30:“Não importa o que aconteça,
exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, para que
assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que
vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, sem
de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles
isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de
Deus; pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas
também de sofrer por Ele, já que estão passando pelo mesmo combate que me
viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento.”
Alguns pontos são fundamentais
para nossa reflexão sobre este atual momento no Brasil e no Mundo:
Há uma discussão
sobre qual cidadania o apóstolo está se referindo no verso 27. Para alguns é a
cidadania do céu e para outros a cidadania romana. Ainda que haja um debate
relevante, eu gostaria de propor que, em última análise, a conclusão deve
obrigatoriamente ser a mesma: Se por ser cidadão do céu eu me comporto de um modo digno em minha vida
terrena ou se exerço minha cidadania nesta terra de modo digno do evangelho, o
resultado me parece o mesmo. Nosso modo de viver a vida deve ser digno do
evangelho de Cristo. Ainda que possamos
enxergar em um candidato traços que se alinham com o evangelho, minha
lealdade precisa estar além destas impressões. Meu critério é o evangelho de
Cristo e o Magistério OFICIAL da Igreja, e não o OFICIOSO (das opiniões pessoais
de padres, bispos e até do papa)!
Qual a essência do evangelho?
1)- Em primeiro
lugar, que há um Deus santo e perfeito, que é ao mesmo tempo amoroso e
misericordioso.
2)- O evangelho
inclui também obrigatoriamente o fato de que, como seres humanos, somos todos
pecadores (pobres e ricos, opressores e oprimidos) e que, exceto pela graça
salvadora deste Deus, estamos condenados à perdição eterna.
3)- Por fim, o
evangelho se baseia em um arrependimento que me faz reconhecer a santidade de
Deus, minha necessidade e o amor divino manifesto no sacrifício de Cristo em
meu lugar para que meus pecados fossem pagos, possibilitando que eu entrasse em
comunhão com ele. Sem arrependimento e conversão o evangelho continua apenas
como uma possibilidade, pois só existe perdão onde há arrependimento, pois se
assim não o fosse, o demônio estaria perdoado. Esse é nosso critério
fundamental. Essa é nossa base. A partir desse ponto devemos viver nossa
cidadania, exercer nossos direitos e nossos deveres, e é a partir daqui que
firmamos nossa resistência conforme Romanos 12,2 (leia para saber)
|
(Em 2014 o presidenciável Levy Fidelix - PRTB-SP/lembrou o
óbvio:
“O ânus é um órgão excretor e não
reprodutor”, e foi punido por esta declaração)
|
RESISTÊNCIA A UMA CULTURA E MORDAÇA GAY
CAMUFLADA DE DIREITOS DE MINORIAS E ROTULANDO A TUDO DE HOMOFOBIA!
É Melhor ser Sincero
do que ficar posando de HIPÓCRITA e neutro para agradar a gregos e troianos não
acham? E detalhe, nem Cristo agradou a todos, quanto mais a nós Cristãos que um fé esclarecida. Sou HOMOFÓBICO
sim com relação as práticas depravadas DA MILITÂNCIA GAY. Em uma sociedade democrática não
posso ter opinião contrária? Se pelo ao menos os
gays ficassem quietinho no canto deles vivendo a sua homossexualidade SEM MILITÂNCIA, acredito piamente que estaríamos dentro de uma convivência pacífica. Mas além da
depravação, querem impor o gayzismo a todo custo com casamento homoafetivo, adotar filhos, e
ainda querem que nós Cristão fiquemos calados ? Ai já é querer invadir espaços
sem serem convidados. Ora,toda ação tem reação, é um princípio básico da vida
meus amados(as).Não quero aqui convencer ninguém a pensar igual a mim, mas
apenas, colocar meu ponto de vista, já que vivemos em uma sociedade dita
democrática e com liberdade de expressão até agora (não sei no futuro com um
governo progressista de esquerda no poder).“Minha homofobia não é com relação a pessoa em si do
homossexual, a ponto de despreza-los e rejeitá-los com violência e
discriminações, Não! Quem age assim para com a pessoa do homossexual, está
sendo desumano e injusto, e se for Cristão, não age como um verdadeiro Cristão.
Pois constatamos que estes pobres coitados, são mais vítima que cúmplice, e são
mera massa de manobras destas ditas vanguardas ideológicas. A minha
homofobia é com relação a esta DITADURA da CULTURA GAY que quer impor-se a
qualquer custo, inclusive por força da lei à Sociedade. Por fim minha homofobia
é com esta militância promíscua e depravada de suas lideranças fanáticas e
neuróticas, que chegam ao ponto de invadir espaços religiosos e cometer
vilipêndio religioso, favorecendo a CRISTOFOBIA que também é crime." A questão aqui não é
a guerra contra os homossexuais, ou a pessoa que leva uma vida homossexual sem
militância,mas o movimento GLBT e sua reivindicações absurdas. Ninguém aqui apoia a violência contra pessoas por sua orientação sexual, somos humanos
civilizados. Somos progressistas
Cristãos, propomos uma evolução, uma novidade, que a família natural passe a
ser valorizada como instituição mais importante da sociedade. Desejamos que a TV em
seus programas, novelas e seriados também façam apologia à fidelidade conjugal,
à obediência aos pais, ao sexo responsável e que toda a sociedade seja alertada
para o caos que recai para uma sociedade que ignora os princípios divinos.Se lideranças pró
homoafetividade podem falar e fazerem o que bem querem, porque negar este
direito de pensar diferente ?E sem querer
generalizar para não ser injusto, pois nem todos os homossexuais são iguais, e
inclusive tenho amigos homossexuais que não concordam com esta depravada e
promiscua APOLOGIA DA CULTURA GAY. Porem, é fato que a maioria dos Gays
assumidos e MILITANTES são depravados e sofrerem aquilo que a psicologia chama
de TESCOM - O que é isso? RESPOSTA: Transtorno
Emocional, Sexual-copulativo e Moral (Ou seja, só pensam em Sexo, como se a
vida se resumisse aos órgãos genitais)? Por causa disto devem obrigar PELA LEI
todos a serem também ? E Chamam isto de liberdade e Felicidade ? E não me
venham com este papo furado de você está promovendo a Homofobia (Pavor de
homossexuais), pois não se trata disto como já expliquei acima, e repito:
Repudio não a pessoa do homossexual que é mais vítima que cúmplice destas
vanguardas ideológicas, mas repudio suas práticas depravadas e promíscuas e
anti Cristãs. O termo homofobia não se aplica aqui, mas simplesmente o direito a
liberdade de pensamento. Se o argumento fosse válido, Deus não desaprovaria
estas práticas como fez em Sodoma e Gomorra. Só falta dizerem que DEUS e a
bíblia são HOMOFÓBICOS ? O problema não é SER HOMOSEXUAL, mas a APOLOGIA DO
HOMOSEXUALISMO CULTURAL.O problema é que os
homossexuais querem impor-se a qualquer custo invadindo a privacidade e
liberdade dos outros. O seu direito termina onde começa o meu, concorda ? Esta
é a regra mínima para a convivência em sociedade. Respeito é uma via de mão dupla concorda ? Se querem respeito, ora respeitem primeiro! Pois estas paradas
Gays são uma Verdadeira Depravação e deboche sem tamanho, e uma afronta a moral
e bons costumes das pessoas normais quer sejam Cristãos ou não; e quando não em
muitos casos: Vilipêndio Religioso, que é Crime.Quando falamos de
DITADURA GAY, é porque eles não respeitam ninguém, e COM SUAS DEPRAVAÇÕES SUPOSTAMENTE
PROTEGIDAS PELA LEI, se julgam no direito de achar que todos são depravados que
nem eles também? Ora tenha paciência !!! Novamente repito aqui: não são todos, mas a maioria, só andam rebolando o traseiro de forma ridícula, para
chamar atenção para seus desejos libidinosos, insensatos e desnaturais. Quando
olham para alguém , já olham com olhar de " desejo" e " convite
sexual", não importando-se com nada, se tem crianças por perto, ou não. Só vivem pensando em sexo e órgãos
genitais? Anus é um órgão excretor, foi feito pra defecar e ponto final,
qualquer um que use para outros fins, peca contra a Moral Cristã, e está errado
tanto homo, como héteros, tanto do sexo masculino como feminino e ponto final. Como podem querer uma reação passiva
por parte de toda a sociedade que em sua maioria é Cristã? Como querem então a todo custo que esta maioria aceite este modo
ANORMAL e não natural de vida? E ainda querem impor a exceção por força de
lei como regra para toda sociedade? Que
eles busquem se converter, peçam perdão a Deus por esta depravação, e parem de
promover a depravação! Se não podemos lutar contra nossos erros e pecados, isto
não é motivo e nem muito menos justificativa para nos unirmos a ele, mas lutar
até o fim, suplicando a graça e auxílio de Deus nem combate. A homossexualidade
vivida de forma Cristã, na luta contra as suas práticas não naturais é caminho
de Santidade, não tenho nenhuma dúvida sobre isto! Busquem se converter, peçam
perdão a Deus por esta depravação, e parem de promover a depravação! Se alguém
sentiu-se ofendido, peço-lhe encarecidamente que mostre-me onde foi minha
ofensa e farei a devida retratação.
SER RESISTÊNCIA CONTRA O ABORTO EM TODAS AS
SUAS FORMAS E CIRCUNSTÂNCIAS – A VIDA É O MAIOR DOM!
A luta contra o
aborto é também uma luta em favor das mulheres. Quando se fala na luta contra o
aborto, costuma-se pensar que se trata de uma batalha unicamente em favor
daquela vida que não terá a oportunidade de nascer. Às vezes, alimenta-se a falsa impressão de que a luta pelos direitos das
mulheres se opõe à luta pela vida do nascituro. Mas é preciso sempre recordar
que a luta contra o aborto é também uma luta em favor da mulher. Tido pelos defensores
da prática como um ato de liberdade da mulher, que teria o direito de decidir
pela interrupção da gravidez, o aborto está longe de ser uma opção para a
resolução de problemas como a gravidez indesejada, a falta de condições para
criar um filho ou o estupro. “Fala-se muito da liberdade da mulher, mas na sociedade ainda muito
machista em que vivemos, na maioria das vezes quem decide pelo aborto é o
homem”, explica Lenise Garcia, professora do Instituto de
Biologia da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Nacional
de Cidadania pela Vida Brasil Sem Aborto." Quando se fala na
luta contra o aborto, costuma-se pensar que se trata de uma batalha unicamente
em favor daquela vida que não terá a oportunidade de nascer. Às vezes,
alimenta-se a impressão de que a luta pelos direitos das mulheres se opõe à
luta pela vida do nascituro. Mas é preciso sempre recordar que a luta contra o
aborto é também uma luta em favor da mulher! Tido pelos defensores
da prática como um ato de liberdade da mulher, que teria o direito de decidir
pela interrupção da gravidez, o aborto está longe de ser uma opção para a
resolução de problemas como a gravidez indesejada, a falta de condições para
criar um filho ou o estupro.“Fala-se muito da liberdade da mulher, mas na sociedade ainda muito
machista em que vivemos, na maioria das vezes quem decide pelo aborto é o
homem”, explica Lenise Garcia, professora do Instituto de
Biologia da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Nacional
de Cidadania pela Vida Brasil Sem Aborto. Segundo Lenise,
chegam às casas de apoio a gestantes, inúmeros casos em que a mulher conta que
foi pressionada pelo marido, pelo namorado e até pelo chefe ou algum familiar.
Isso inclui os casos de gravidez resultante de estupro. “Quando se fala em aborto em caso
de estupro, muitas vezes se pensa em uma pessoa que foi pega na rua, em um
terreno baldio, por um desconhecido. Isso é raríssimo. Pergunte nos hospitais
que realizam o aborto nesses casos: tratam-se, na maioria das vezes, de meninas
de menos de 14 anos, quando toda relação sexual é considerada estupro”, afirma
Lenise. Onde aconteceu esse estupro? Na
casa da menina, pelo padrasto, pelo irmão ou pelo pai. Ele mesmo vai levar a
menina ao hospital, como responsável por ela, vai mandar fazer um aborto e vai
levá-la de volta para casa e continuar abusando dela. Quem foi beneficiado
nessa situação?”, questiona a professora. “O bebê não foi. A menina, que
além da violação, agora tem sobre si a outra violência do aborto, não foi. O
beneficiado é o abusador, que sai ileso, sem ninguém saber o que aconteceu”.
Lenise esclarece ainda que:
“O fato de o Código Penal não
penalizar a pessoa que fez o aborto em uma situação extrema dessas não significa que o aborto deva ser
apresentado como a única solução para essa pessoa. Eu posso defender essa
vida sem demandar mudanças na legislação. São duas coisas diferentes”,
diz."
Para a obstetra Bruna
Driessen, nos casos de aborto em decorrência de estupro, é de cuidado e apoio
que a mulher precisa. É necessária uma resposta da sociedade em relação à
segurança pública e à violência doméstica, dando-lhe a garantia de que, no caso
de o agressor estar dentro de casa, ela será protegida. “Precisa existir uma rede de apoio formada por familiares, equipe de
saúde, segurança, para que ela possa levar adiante a gestação e se achar por
bem, entregar a criança à adoção, por exemplo. Uma pessoa que engravida de uma
violência sexual evidentemente precisa de apoio, acolhimento e de uma solução
para o trauma que está vivendo. O aborto
não resolve o seu problema”, complementa Lenise. Pelo contrário, a criança sendo
gestada acaba protegendo a mãe adolescente, porque evidencia a relação abusiva
que está acontecendo e demanda providências da família em relação à criança e à
adolescente violada”. Bruna lembra ainda
que o aborto requer um procedimento médico e que procedimentos como esses
trazem riscos. “Em um aborto espontâneo já é preciso fazer uma curetagem e o
uso de medicamentos. Que dirá em um aborto provocado onde há ainda outra carga
de alterações no organismo”, comenta. Para
ela, lutar contra o aborto é lutar em favor da mulher, já que o aborto é uma
ação invasiva, que pode promover dilacerações no útero, infecções e até mesmo
colocar em risco a saúde reprodutiva da mulher."
RESISTÊNCIA AO COMUNISMO EM TODAS AS SUAS
FORMAS IDEOLÓGICAS!
O Magistério da
Igreja Católica sempre condenou oficialmente qualquer forma de comunismo,
porque o comunismo nunca poderá ser compatível com a Doutrina Católica. Em
1846, na encíclica Qui pluribus, o Papa Pio IX afirmou que o comunismo é
"sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida,
levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos
e da própria sociedade humana. "Em 1878, na encíclica Quod Apostolici
muneris, o Papa Leão XIII disse que o comunismo é uma "peste mortífera,
que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo. "Em
1891, na encíclica Rerum Novarum, o Papa Leão XIII defendeu que: “A teoria marxista da propriedade coletiva deve absolutamente
repudiar-se como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária
aos direitos naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e
perturbando a tranquilidade pública.” Em 1931, na encíclica
Quadragesimo Anno, o Papa Pio XI comentou que:“O socialismo quer se considere
como doutrina, quer como facto histórico, ou como «acção», se é verdadeiro
socialismo, [...] não pode conciliar-se com a doutrina católica; pois concebe a
sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã. [...] E se este erro,
como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca
negaram, funda-se contudo numa própria concepção da sociedade humana,
diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso,
socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo
bom católico e verdadeiro socialista.” Em 1937, na encíclica
Divini Redemptoris, o Papa Pio XI criticou os bolchevistas e ateus que pregavam
que o comunismo era o: “Novo «evangelho» e mensagem
salvadora de redenção! Sistema cheio de erros e sofismas, igualmente oposto à revelação divina e à razão humana;
sistema que, por destruir os fundamentos da sociedade, subverte a ordem social,
que não reconhece a verdadeira origem, natureza e fim do Estado; que rejeita
enfim e nega os direitos, a dignidade e a liberdade da pessoa humana.”Em 1949, o Santo
Ofício, com a aprovação do Papa Pio XII, emitiu o decreto contra o comunismo,
que reafirmou que todos os católicos que fossem comunistas eram automaticamente
excomungados, porque eram apóstatas da fé católica.
Em 1961, na encíclica Mater et Magistra, o Papa João
XXIII reafirmou que:
“Entre comunismo e cristianismo,a oposição é radical, e acrescenta não se poder admitir de maneira alguma que os católicos
adiram ao socialismo moderado: quer porque ele foi construído sobre uma
concepção da vida fechada no temporal, com o bem-estar como objetivo supremo da
sociedade; quer porque fomenta uma organização social da vida comum tendo a
produção como fim único, não sem grave prejuízo da liberdade humana; quer ainda
porque lhe falta todo o princípio de verdadeira autoridade social.”
Em 1991, na encíclica Centesimus Annus, o Papa João Paulo
II, atualizando os princípios da Rerum Novarum, salientou que:
“O erro fundamental do socialismo é de carácter antropológico. De facto,
ele considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do
organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente
subordinado ao funcionamento do mecanismo económico-social, enquanto, por outro
lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção,
da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem ou do mal. O homem é reduzido a uma série
de relações sociais, e desaparece o conceito de pessoa como sujeito autónomo de
decisão moral, que constrói, através dessa decisão, o ordenamento social. Desta
errada concepção da pessoa, deriva a distorção do direito, que define o âmbito
do exercício da liberdade, bem como a oposição à propriedade privada. [...] Se
se questiona ulteriormente onde nasce aquela errada concepção da natureza da
pessoa e da subjectividade da sociedade, é necessário responder que a sua causa
primeira é o ateísmo. [...] O referido ateísmo está, aliás, estritamente conexo
com o racionalismo iluminístico, que concebe a realidade humana e social do homem,
de maneira mecanicista.”
O Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992,
reafirma que:
"A Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e ateias associadas,
nos tempos modernos, ao 'comunismo' ou ao 'socialismo'."
FAZER RESISTÊNCIA ESTRATÉGICA UNINDO FORÇAS INCLUINDO EX-ESQUERDISTAS EM SUAS Falácias !
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(aproximar-se de pessoas decepcionadas com a esquerda) |
A ideologia
conservadora de Joseph de Maistre, desde o século XIX, adotou uma oposição de
princípio ao ateísmo, secularismo, racionalismo, revolução, hedonismo,
democracia e socialismo, considerados pelos conservadores como produtos
nefastos do Iluminismo. Os conservadores acreditam que a crítica racional à
religião, à tradição e ao absolutismo produz apenas a dissolução da família, da
moral, da propriedade privada e da ordem social e política. Contra isso,
advogam o princípio da autoridade hierárquica. Os movimentos socialistas,
comunistas e social-democratas foram alvos de críticas semelhantes.
Precisamos ser estratégicos e apoiar aqueles que se
posicionam dentro da esquerda contra a própria esquerda!
Desde a divisão dos
partidos comunistas dos socialista na Segunda Internacional, os socialistas democráticos
e os social-democratas têm estado em conflito com o comunismo criticando-o por
sua natureza antidemocrática. Exemplos de críticos de esquerda aos partidos
comunistas, são Max Shachtman, George Orwell, Bayard Rustin,e Irving Howe, que
era profundamente crítico dos abusos do capitalismo mas era ainda mais repelido
pelo totalitarismo de esquerda na União Soviética, Cuba ou noutro local. Embora alguns anarquistas se descrevem como comunistas, praticamente todos os anarquistas criticam os Estados e os
partidos comunistas autoritários. Eles argumentam que os conceitos marxistas,
como a ditadura do proletariado e a propriedade pelo Estado dos meio de
produção são anátema para o anarquismo. Alguns anarquistas criticam o
comunismo a partir de um individualista ponto de vista. O anarquista Mikhail
Bakunin debateu com Karl Marx na Primeira Internacional, argumentando que o "Estado marxista é outra forma de opressão!" Ele detestava a ideia de um partido governando
as massas sem consultá-las.
Ele também rejeitou fortemente o conceito
marxista de "ditadura do proletariado", por manter o poder
concentrado nos dirigentes do estado totalitário e não no proletariado:“Eles [os marxistas] defendem que
nada além de uma ditadura - a ditadura deles, é claro - pode criar o desejo das
pessoas, enquanto nossa resposta para isso é: Nenhuma ditadura pode ter qualquer outro objetivo para além de sua
autoperpetuação, ela pode apenas levar à escravidão o povo que tolerá-la; a
liberdade só pode ser criada através da liberdade...” — (Mikhail Bakunin, Estadismo e Anarquismo). Os anarquistas
inicialmente participaram da revolução de 1917 como um exemplo dos
trabalhadores tomando o poder para si. No entanto, após a revolução de outubro,
tornou-se evidente que os bolcheviques e os anarquistas tinham ideias muito
diferentes.
A anarquista Emma Goldman, deportada dos Estados Unidos para a
Rússia em 1919, era inicialmente entusiasmada com a revolução, mas ficou muito
decepcionada, e escreveu seu livro "Minha Desilusão na Rússia" criticando o autoritarismo
do governo soviete.
O anarquista Peter Kropotkin, proferiu crítica mordaz ao
bolchevique observando, em 1920:"Isto enterra a revolução, os bolcheviques mostraram como a
revolução não deve ser feita; com autoritarismo no lugar de métodos
libertários".
(Ariano Suassuna: Meu herói não morreu de over dose, mas crucificado)
Diversos jornalistas
e escritores anarquistas cubanos como Frank Fernández criticaram
o governo comunista de Fidel Castro pela destruição da liberdade pessoal e pela
criação de uma ditadura militar pior que a de Batista, com um imenso sistema
repressivo, capaz de violências e assassinatos para continuar no poder e que enganou e torturou prisioneiros políticos mais selvagemente
que o anterior.
Muitos anarquistas
lutaram contra os comunistas russos, espanhóis e gregos, sendo muitos mortos ou
executados após serem feitos prisioneiros por eles, como Lev Chernyi, Simon
Karetnik e Constantinos Speras ou simplesmente como Camillo Berneri que durante
as jornadas de Maio em Barcelona, esquadrões de Partido Comunista da Espanha
saíram às ruas para caçar os líderes anarquistas, Berneri foi arrastado de sua
casa e assassinado. A
burguesia socialista (esquerda Caviar), não ama o pobre. A burguesia socialista ama a pobreza do indivíduo.
Deseja e cobra que o
Estado e que a sociedade ofereçam dignidade ao pobre, porém, não aceita que o indivíduo
se liberte da pobreza e se torne independente; repudia a possibilidade do pobre
se tornar um agente capitalista e acabar se tornando seu vizinho no seu
condomínio fechado.
Em sua perversão ideológica, a esquerda ignora que o desejo
do pobre é fazer parte do sistema capitalista, e gozar dos mesmos benefícios
que a ESQUERDA CAVIAR já goza: ter autonomia financeira, poder comprar o que
quiser e na quantidade que desejar, viver num bairro nobre, passar férias e
fazer compras em Miami, como toda esquerda caviar o faz, esta é que é a
grande verdade.
O Comunismo se baseia numa visão materialista e
humanista da história e da vida. Segundo a teoria comunista, não é a inteligência nem o espírito que
decidem do universo, mas apenas a matéria; esta filosofia é declaradamente
secularista e ateísta. Para ela, Deus é um simples mito criado pela imaginação;
a religião, um produto do medo e da ignorância; e a Igreja, uma invenção dos
governantes para controlarem as massas. O Comunismo, tal como o
Humanismo, mantém, além disto, a grande ilusão de que o homem pode salvar-se
sozinho, sem a ajuda de qualquer poder divino, e iniciar uma nova sociedade,
eis um de seus poemas:
“Luto sozinho, e vença ou morra,
não preciso de ninguém que me liberte;
Não quero nenhum Cristo que me diga
Poder um dia morrer por mim...”
Ateísmo
frio, permeado de materialismo, assim é o Comunismo que não admite Deus nem
Cristo. No centro da fé cristã está a afirmação de que existe um Deus no
Universo, base e essência de toda a realidade. Ser de infinito amor e de poder
ilimitado, Deus é o criador, o defensor e o conservador de todos os
valores. O Cristianismo, ao contrário do materialismo ateu do
Comunismo, afirma um idealismo teísta, e não ateísta. A realidade não pode
explicar-se por matéria em movimento ou tensão de forças econômicas
opostas. O Cristianismo afirma que existe um Coração maior, um Pai
extremoso que trabalha através da História para a salvação dos seus filhos.O
homem não pode salvar-se a si próprio porque não é ele a medida de todas as
coisas e a humanidade não é Deus. Preso pelas cadeias do seu próprio pecado e
das suas próprias limitações, o homem necessita dum Salvador. O Comunismo
assenta num relativismo ético e não aceita absolutos morais estabelecidos. O
bem ou o mal são relativos aos métodos mais eficientes para o desenvolvimento
da luta de classes. O Comunismo emprega a terrível filosofia de
que os fins justificam os meios. Apregoa pateticamente a teoria duma sociedade
sem classes, mas, infelizmente, os métodos que emprega para realizar esse nobre
intento são quase sempre ignóbeis. A mentira, a violência, o
assassinato e a tortura são considerados meios justificáveis para realizar esse
objetivo milenário de um messianismo terreno.Será isto uma acusação
falsa?Atentemos para as palavras de Lênim, o verdadeiro estrategista da
teoria comunista na Rússia: “Devemos estar prontos à empregar o ardil, a
fraude, a ilegalidade, a verdade encoberta, ou incompleta”. A História moderna tem passado por muitas noites de
agonia e por muitos dias de terror por causa desta opinião ter sido tomada a
sério por muitos dos seus discípulos (inclusive no Brasil).A contrastar com o
relativismo ético do Comunismo, o Cristianismo estabelece um sistema de valores
morais absolutos e afirma que Deus colocou dentro da própria estrutura deste
universo certos princípios morais, fixos e imutáveis. O imperativo
do amor é a norma de todos os atos do homem e o autêntico cristianismo
recusa-se também a seguir a filosofia dos fins que justificam os meios. Os
meios, quando destrutivos, nunca podem construir seja o que for, porque os
meios são a representação do ideal na realização e na confirmação do objetivo
pretendido. Os meios imorais não podem conseguir os fins morais,
porque os fins já preexistem nos meios.
Por fim, o Comunismo
atribui o máximo valor ao Estado; o homem é feito para o Estado, em vez do
Estado para o homem. Poderão
objetar que o Estado, na teoria comunista é uma “realidade intermediária” que
“desaparece” quando emergir a sociedade sem classes.Em teoria, isto é
verdade; mas também é verdade que, enquanto o Estado se mantém, é ele a
finalidade. O homem é o meio para esse fim e não possui
quaisquer direitos inalienáveis; os únicos que possui derivam ou são-lhe
conferidos pelo Estado.A nascente das liberdades secou sob um tal
regime.Restringe-se no homem a liberdade da imprensa e da associação, a
liberdade de voto e a liberdade de ouvir ou de ler. Arte, religião,
educação, música ou ciência, tudo depende do Estado, e o homem é apenas o servo
dedicado do Estado onipotente.Tudo isto não só é contrário à doutrina de Deus,
como também à valorização cristã do homem. O Cristianismo insiste que o homem é
um fim porque é filho de Deus, criado à sua imagem e semelhança. O homem é mais
do que um animal reprodutor dirigido pelas forças econômicas; é um ser com
alma, coroado de glória e de honra, dotado de liberdade.A maior
deficiência do Comunismo está em tirar ao homem exatamente a qualidade que faz
dele um homem.Diz Paul Tillich que “o homem é homem porque é livre;
e essa liberdade traduz-se na capacidade que tem de deliberar, decidir e
reagir.”No Comunismo, a alma do indivíduo está amarrada pelas cadeias
do conformismo, e o espírito pelas algemas da obediência ao partido.
Despojam-no da consciência e da razão. O mal do Comunismo está em
não ter uma teologia nem uma Cristologia; revela assim uma antropologia muito
confusa, tanto acerca de Deus, como acerca do homem.Apesar dos discursos
brilhantes sobre o bem-estar das massas, os métodos do Comunismo e a sua
filosofia despem o homem da sua dignidade e do seu valor, reduzindo-o à despersonalização
duma simples roda na engrenagem do Estado.Tudo isto, claro, sai fora da
harmonia do pensamento cristão. Não procuremos enganar-nos: estes sistemas de
idéias são por demais contraditórios para poderem reconciliar-se. São maneiras
totalmente opostas de encarar o mundo e a sua evolução. Temos
obrigação, como Cristãos, de rezar sempre pelos comunistas, mas nunca
poderemos, como verdadeiros cristãos, tolerar a filosofia do Comunismo.Há,
contudo, no espírito e na ameaça do Comunismo alguma coisa que nos diz
respeito. O falecido Arcebispo de Cantuária, William Temple, considerava
o Comunismo como uma heresia cristã. Queria significar com isso que algumas das
verdades de que o Comunismo se apossou são parte integrante da doutrina cristã,
embora misturadas com teorias e práticas que nenhum cristão pode aceitar.A
teoria do Comunismo, mas não decerto, a prática, incita-nos a preocuparmo-nos
unicamente e exclusivamente com a justiça social, econômica e imanente,como se
o ser humano se reduzisse apenas a isso, em detrimento de toda e qualquer
dimensão existencial, e ou transcendental. Com todas as suas falsas assunções e
com todos os seus métodos cruéis, o Comunismo surgiu como um produto contra as
injustiças e indignidades infligidas sobre os desprivilegiados.O Manifesto
Comunista foi escrito por homens apaixonados pela justiça social. Karl Marx,
filho de judeus que, por sua vez, descendiam duma família de rabinos, e eram,
portanto versados, como é natural, nas Escrituras Hebraicas nunca conseguiu
esquecer as palavras de Amós:“Mas que jorre a equidade como uma fonte e a
justiça como uma torrente que não seca” (Amós 5,24).Os pais de Marx adotaram o Cristianismo quando ele
tinha apenas seis anos, acrescentando assim o Novo ao Antigo Testamento. Embora
o seu ateísmo e anticlericalismo finais, Marx nunca esqueceu completamente o
interesse de Jesus por “esses mais pequeninos”. Nas suas obras advoga a causa
dos pobres, dos explorados e dos deserdados.O Comunismo, na teoria, insiste
numa sociedade sem classes. Embora o mundo saiba através de tristes
experiências que o Comunismo criou classes novas (os
dirigentes e seus asseclas) e um novo Código de injustiça,
na sua formulação teórica prevê uma sociedade mundial que transcenda as
futilidades da raça ou da cor, da classe ou da casta.Teoricamente, para
pertencer ao partido comunista não é exigida a cor de pele dum homem nem o tipo
do sangue que lhe corre nas veias, mas exige sua adesão inquestionável à
ideologia e ao governo sob esta doutrina ideológica.Os Cristãos são
obrigados a reconhecer todo ou qualquer interesse apaixonado pela justiça
social. Esse interesse é fundamental na doutrina cristã da Paternidade de Deus
e da fraternidade dos homens.Os Evangelhos abundam em manifestações de
interesse pela situação dos pobres. Ouçamos as palavras do
Magnificat:“Derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os
humildes; saciou de bens os famintos e despediu os ricos de mão vazia” (Lucas
1,52-53).
Nunca nenhum doutrinador comunista expressou uma
tal paixão pelos pobres e pelos oprimidos, como a que encontramos no Manifesto
de Jesus quando afirma:
“O Espírito
do Senhor está sobre Mim pelo que Me ungiu; e enviou-Me para anunciar a
boa-nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos
cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista; para pôr em liberdade os
cativos, para publicar o ano da graça do Senhor” (Lucas 4, 18-19).Os cristãos também são intimados a reconhecer esse
ideal de unidade, num mundo onde sejam abolidas todas as barreiras da casta ou
de cor. O Cristianismo em sua essência repudia o racismo. O amplo universalismo
centrado no evangelho torna moralmente injustificável a injustiça racial tanto
na teoria como na prática. O preconceito rácico é a negação
flagrante da nossa unidade em Cristo, porque em Cristo não há judeu ou gentio,
cativo ou livre, preto ou branco.
Apesar da nobreza das afirmações
cristãs, nem sempre a Igreja tem demonstrado um grande interesse pela justiça
social de forma mais concreta e eficaz. Tão preocupada tem estado com a
felicidade futura “do além”, que se tem, por vezes, esquecido dos males
presentes “cá da terra”. Mas a Igreja é também desafiada a mostrar toda a
importância do Evangelho de Cristo dentro da situação social.
É
tempo já de perceber que existem dois rumos no Evangelho Cristão:
1)- Um, onde se procura transformar a alma dos
homens e promover assim a sua união com Deus.
2)- Outro,
em que se tenta modificar as suas condições de vida a fim de que as suas almas
tenham possibilidades de salvação.
Toda a religião que manifeste preocupação pelas
almas sem se preocupar com as condições econômicas e sociais que as destroem ou
atabafam, é apenas, como dizem os marxistas, urna espécie de “ópio do povo”.
Também a honestidade nos obriga a admitir que nem sempre a Igreja foi fiel à
sua missão na questão da justiça racial; nesse campo, falhou perante Cristo. A
Igreja Holandesa da Reforma Protestante é ainda hoje uma das principais
defensoras do vicioso sistema do apartheid na África do Sul. Nunca a
escravatura se poderia ter mantido quase duzentos e cinqüenta anos na América,
se a Igreja não a sancionasse; nem a segregação e a discriminação poderiam ter
existido se a Igreja cristã não se tivesse calado ou até mesmo apoiado
veladamente por algumas de suas lideranças (não todas, para não se
cometer injustiças, pois até papas fizeram pronunciamentos oficiais contra a
escravidão, mas não foram acolhidos).Perante o desafio comunista, devemos examinar
honestamente a fraqueza do capitalismo tradicional, e forçoso admitir
sinceramente que o capitalismo cria, na maioria dos casos, um abismo entre a
riqueza supérflua e a miséria abjeta assim como as condições que permitem ir
tirar a muitos o que lhes é indispensável para dar a alguns o luxo de que
usufruem, e que cultiva a mesquinhez dos homens, tornando-os frios e
inconscientes, a ponto de ficarem, como o homem rico diante de Lázaro,
indiferentes perante a humanidade sofredora e necessitada. Apesar das reformas
sociais permitidas pelo capitalismo americano a fim de se reduzirem tais
tendências, ainda falta realizar muita coisa. Deus quer que todos os
seus filhos gozem de condições básicas para uma vida sã e significativa. É, com
certeza, pouco cristão e pouco ético, refastelarmo-nos em camas fofas e
luxuosas, enquanto outros se afundam na mais negra miséria. O lucro, quando é a
base única dum sistema econômico, estimula a competição brutal e a ambição
egoísta, e instiga os homens a procurar viver bem, de preferência a realizarem
uma vida. De tal maneira lhes desenvolve o seu "eu" que deixam de se
interessar pelos outros. Não haverá em nós uma grande propensão para avaliarmos
o êxito pelo índice dos vencimentos ou pela potência do motor dos carros, em
vez de o avaliarmos pela qualidade do nosso serviço ou da nossa solidariedade
em relação aos outros? O Capitalismo pode levar a um materialismo
prático tão prejudicial como o materialismo teórico dos comunistas.Admitamos
honestamente que, nem o capitalismo tradicional, nem o marxismo contêm a
verdade; ambos representam apenas uma verdade parcial.Historicamente,
o capitalismo falhou no discernimento da verdade no empreendimento coletivo,
assim como ao Marxismo faltou o discernimento da verdade no empreendimento
individual. O Capitalismo do século dezenove não soube perceber que a vida é
social, e o marxismo não soube ver, nem ainda o sabe que a vida é individual e
social. O Reino de Deus não é a tese do empreendimento individual nem a
antítese do empreendimento coletivo; é a síntese que reconcilia a verdade de
ambos. Somos ainda desafiados a dedicar as nossas vidas à causa de
Cristo, pelo menos, tanto como os comunistas dedicam as deles ao Comunismo.
Nós, que não podemos aceitar o credo dos comunistas, temos de reconhecer neles
o zelo e a dedicação a uma causa que consideram capaz de criar um mundo
melhor.Possuem determinação e propósito, e trabalham apaixonada e assiduamente
na conquista de adeptos para a sua causa. Quantos Cristãos estarão empenhados
em conseguir novos adeptos para Cristo? Nem o zelo por Cristo nem o interesse
pelo seu Reino são muito correntes.Para muitos cristãos, o Cristianismo é uma
atividade dominical que à segunda-feira deixa de interessar, e a Igreja pouco
mais do que um local de reuniões sociais, com um certo tom religioso. Jesus
representa para nós um símbolo antigo ao qual nos dignamos chamar Cristo, e nas
nossas vidas inconsistentes não o manifestamos nem o reconhecemos.Se ao menos a
chama dos corações de todos os cristãos ardesse com a mesma intensidade daquela
que arde nos corações comunistas! Não será pelo nosso zelo cristão que o
Comunismo ainda se mantém tão vivo no mundo?Entreguemo-nos de novo à causa de Cristo e
procuremos readquirir o espírito da Igreja primitiva. Por toda a parte por onde
andaram, os cristãos eram as testemunhas triunfantes de Cristo; ou nas ruas das
aldeias, ou nas cadeias das cidades, proclamavam sempre aberta- mente a
boa-nova do Evangelho. E a recompensa que geralmente recebiam por esse audacioso
testemunho era a cruciante agonia num covil de feras ou o sofrimento pungente
do martírio. Mas, mesmo assim, consideravam a sua causa tão grande, e tão divina
a transformação operada pelo Salvador, que o sacrifício lhes parecia
pequeno. Quando chegavam a uma cidade, a estrutura do poder ficava
abalada; o Novo Evangelho que anunciavam trazia um novo calor primaveril a
homens cuja vida até então se endurecera ao longo inverno do tradicionalismo.
Incitavam os homens a revoltar-se contra os antigos regimes de injustiça e
contra as velhas estruturas da imoralidade. Quando as autoridades
se opunham, esse povo extraordinário, embriagado pelo vinho da graça de Deus,
prosseguia na proclamação do Evangelho até convencer a própria gente da casa de
César, até que os carcereiros atirassem fora as chaves, até que os reis
vacilassem nos seus tronos. Onde existe atualmente um tal fervor? Onde haverá
hoje essa entrega audaz e revolucionária à causa de Cristo?Estará oculta atrás
de cortinas de fumo ou dos altares? Estará enterrada no túmulo a que chamamos
respeitabilidade? Estará inextricavelmente ligada a um inaudito statu quo, ou
prisioneira nas celas rígidas dos hábitos e das regras? Temos de
despertar de novo essa devoção; temos de entronizar Cristo outra vez nas nossas
vidas.Esta será a nossa melhor defesa contra o Comunismo. A guerra não é
solução; nunca o Comunismo será destruído por bombas atômicas ou armas
nucleares. Não nos aliemos aos que reclamam a guerra e procuram,
com desenfreada paixão, forçar os Estados Unidos a abandonarem as Nações
Unidas. Vivemos numa época em que os cristãos têm de demonstrar uma sensatez
prudente e um raciocínio calmo.Não devemos apelidar de comunista ou de
pacifista todo aquele que reconhece não serem o histerismo e o ódio a resolução
para os problemas dos nossos dias. Não nos empenhemos num anticomunismo
negativo, e procuremos antes afirmar uma confiança positiva na democracia,
compreendendo que a nossa maior defesa contra o Comunismo será a de tomar uma
ofensiva entusiástica a favor da justiça e do direito. Depois de
bem expressa a condenação da filosofia comunista, devemos empreender ainda uma
ação positiva, tentando remover as condições da pobreza, da insegurança, da
injustiça e da descriminação racial, que são o terreno propício para o
crescimento e desenvolvimento da semente do Comunismo; esta só medra quando as
portas das oportunidades se fecham, ou as aspirações humanas são abafadas. Como
os primeiros cristãos, temos de caminhar, num mundo muita vez hostil, armados
com o revolucionário evangelho de Jesus Cristo. Com ele, podemos
desafiar audaciosamente o statu quo e as práticas injustas, abreviando o tempo
em que:“todo o vale
seja entulhado toda a montanha e colina sejam abaixadas os
cimos sejam aplainados e as escarpas sejam niveladas e
então a glória de Deus manifestar-se-á”. (Isaías 40,4-5).A
dificuldade da nossa resposta ao incitamento e a nossa sublime oportunidade será
a de criarmos um autêntico mundo cristão que testemunhe o espírito de Cristo.Se
aceitarmos o desafio com dedicação e valor, os sinos da História destruíram o
Comunismo e poderemos construir um mundo livre para a democracia e seguro para
o povo de Cristo.Por fim,
é fato incontestável pela história, que onde o comunismo se instalou, se formou
uma elite classista mais cruel e perversa que a anterior, a qual se lutava para
derrubar, na realidade se trocou seis por meia dúzia.
RESISTÊNCIA A UMA FALSA LUTA PELA
LIBERTAÇÃO DOS POBRES E OPRIMIDOS!
Vivemos a era do
desenvolvimento científico e dos avanços tecnológicos. No entanto, embora a
satisfação e o conforto que os avanços proporcionam para a vida material, não
conseguem preencher o vazio da alma.O homem aspira qualquer coisa de superior,
sonha com melhores instituições, deseja a vida, a felicidade, a igualdade, a
justiça para todos. Muitos destes que dizem lutar por justiça e igualdade de
forma ideológica, porém, não evangélica, podem ouvir de Cristo: “Não
vos conheço, afastai-vos de de mim...” - Mas, como atingir tudo isso com os vícios da sociedade e,
sobretudo, com o egoísmo imperando? O homem sente a
necessidade do bem para ser feliz e compreende que só o bem pode lhe dar a
felicidade pela qual aspira.
Mas, como ocorrerá
isso?
Ora, se o reino do
bem é incompatível com o egoísmo, é preciso que o egoísmo seja destruído.
Mas, o que pode
destruí-lo?
A predominância do
sentimento do amor, que leva os homens a se tratarem como irmãos e não como
inimigos. A caridade desinteressada, sem esperar recompensas é a base, a pedra
angular de todo edifício social. Sem ela o homem construirá sobre a areia.
Mas como exemplificar
o bem num meio corrompido pela maldade, a violência, a corrupção?
Está nos desígnios de
Deus que, por seus próprios excessos, as más paixões se destruam. O excesso de
um mal é sempre o sinal de que está a chegar ao seu fim, pois onde prolifera o
pecado superambunda a graça de Deus.No entanto, sem a caridade o homem constrói
sobre a areia. Um exemplo torna isso compreensível. Alguns homens bem
intencionados, tocados pelos sofrimentos de uma parte de seus semelhantes,
supuseram encontrar o remédio para o mal em certas doutrinas de reforma social.Vida comunitária, por
ser a menos custosa; comunidade de bens para que todos tenham a sua parte; nada
de riquezas, mas, também, nada de miséria.O fato é que os autores, fundadores
ou promotores de todos esses sistemas, sem exceção, não visaram senão a
organização da vida material de uma maneira proveitosa a todos, porém de forma
materialista.A finalidade é louvável, indiscutivelmente. Resta saber se, nesse
edifício, não falta a base que, só ela, poderia consolidá-lo, admitindo-se que
fosse praticável. A vida comunitária é a abnegação mais completa da
personalidade. Um sistema que, por sua natureza, requer para sua estabilidade
virtudes morais no mais supremo grau, haveria que ter seu ponto de partida no
elemento existencial e humanista, pois ele não o leva absolutamente em conta,
já que o lado material é a sua finalidade exclusiva, o homem como mera
ferramenta do sistema, ou seja: O homem feito para servir ao Estado, e não o
estado a serviço do homem.Enfeitam com nomes
simbólicos de: Igualdade,fraternidade e solidariedade mas a fraternidade, assim
como a caridade, não se impõe nem se decreta, é algo que existe no coração e
não será um sistema que a fará nascer.Ao mesmo tempo em que isto ocorre, o
defeito antagônico à fraternidade arruinará o sistema e o fará cair na
anarquia, e totalitarismos,já que cada pessoa quererá tirar para si a melhor
parte, isto é inerente a condição humana ferida pelo Pecado Original.A
experiência aí está, diante de nossos olhos, para provar que eles não extinguem
nem as ambições nem a cobiça humana com estes sistemas.Pois os homens podem fundar Comunas e Gulaks sob o regime da Igualdade
tentando fugir ao egoísmo que os esmaga, mas o egoísmo seguirá com eles como
vermes roedores.E lá, onde se acham, haverá exploradores e explorados,sob outro
regime de poder, pois mudam-se as coleiras, mas o cachorros continuam os
mesmos. As pessoas querem liberdade, justiça, amor e paz, mas isto sem a
verdade, torna-se ilusão e pura alienação.Por todas essas
razões é que nunca haverá reforma social que se sustente em sistemas que não
levem em conta a dimensão humano-existencial e espiritual, pois somos corpo e
alma espiritual.É incontestável que antes de fazer a coisa para os homens, é preciso
formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar
um trabalho, e que eles queiram livremente, e não por imposição.Lembremo-nos: Cristão não mata, mas da a vida como fez
Cristo.Ao falarmos em termos de pobreza principalmente em países
subdesenvolvidos, costumamos atrelar a pobreza à urgência no atendimento às
necessidades básicas de sobrevivência, ou seja a pobreza social, ou material,
fruto do egoísmo e da má distribuição de bens, renda e oportunidades de
crescimento. Mas existem outras pobrezas tão graves quanto à pobreza social,
que são as pobrezas de ordem moral e existencial, que também causam muitos
males a quem sofre pessoalmente deste mal, bem como toda sociedade,pois tratar
uma delas apenas, sem levar em consideração as demais, é ilusória a solução.As
causas são várias, tentaremos sem grandes pretensões fazer a abordagem do tema
neste espaço esperando outras contribuições a quem interessar-se, pois não
temos a pretensão nem capacidade para encerrar aqui a amplitude deste tema.“Tem rico que é tão pobre, que a única coisa que tem é
dinheiro”(D.Helder Cãmara).
os três tipos de POBREZA: SOCIAL,MORAL E ESPIRITUAL
Um dos problemas que
mais deixam o homem perturbado é a pobreza. Nada mais desesperador do que não
ter o que comer, do que não ter água para beber. Atualmente milhões de pessoas,
em muitas partes do mundo, passam fome, vivem o desespero da falta de condições
básica de existência. Esses milhões de serem humanos vivem em algum tipo de
periferia, seja a periferia urbana ou rural. Bem ou mal, a periferia física
sempre aparece na mídia, nas políticas do Estado, nos discursos políticos e em
outras manifestações da sociedade. No pobre não há só morte, carência,
encontramos humanidade, pelo facto de ser pobre. A história de Jesus é a de um
judeu marginal, para quem o pobre é representante da pessoa autêntica:
homem/mulher novo/as com os que quer descobrir o Reino. A pobreza, abrangendo
quatro mil milhões de humanos, deve ser eliminada, enquanto causa de destruição
de pessoas. No entanto, ela imprime um modo de ser humano.
Existem dois
conceitos vulgarizados de pobre:
1º)-O europeu:tradicional, clássico.
2º)- O recente: latino-americano.
Para a Teoria
Clássica o conceito de pobre tem uma conotação moral, pois identifica pobreza e
mal: é mau ser pobre. Neste sentido, as causas da pobreza podem ser de quatro
ordens:
1. O destino. Assim
sendo, ser pobre identifica-se com algo mau. Por isso tem que se acabar com
esse estado! Para tal, nascem todas as atividades de solidariedade
assistencialista: A beneficência.
2. A má vontade dos
ricos. Se a causa da pobreza se coloca nos ricos, será essencial tratar de convertê-los! Se apenas aproximadadmente 400 pessoas são detentoras de todos os
bens do mundo. Daqui surge a Doutrina Social da Igreja e os Programas para o
Desenvolvimento da ONU.
3.A causa está nos
pobres que são preguiçosos e parasitas.(Marx dizia que toda sociedade tem que
carregar seus párias).Se esta é a causa, então, importa EDUCAR,
promover e motivar, de modo que os pobres saiam da pobreza.
4.A causa é estrutural,
e cultural: isto é, se o sistema social gera os empobrecidos, importa capacitar
os pobres para substituírem as estruturas: acabar com a pobreza, nem que seja à
força das armas, como sustentam algumas ideologias.
Quais as
consequências deste modo de ver a pobreza?Não se valoriza a
condição de pobre. Ora, há que separar e dignificar os conceitos de pessoa e
pobre.
Surgem, assim as quatro vertentes de valorização:
1)- VALORIZAÇÃO
HUMANISTA: afirma a existência da pessoa com a característica de ser pobre. O
ser pessoa é a marca fundamental: -"pobre, mas honrado!" Neste caso
não é reconhecida a dignidade, de si inquestionável, quando a pessoa é rica.
2)- VALORIZAÇÃO
RELIGIOSA: aconselha reconhecer a Deus na pessoa do pobre. O mesmo é dizer que,
enquanto pobre se carece de valor. Visto que Deus se fez pobre, há que
reconhecer e amar os pobres por amor a Deus, não por amor aos pobres.
3)- VALORIZAÇÃO TEOLÓGICA:
foi a tentativa de Puebla, já que Jesus se fez pobre... Porém, neste caso, a questão antropológica fica oculta.
4)- VALORIZAÇÃO
POLÍTICA: originou movimentos sociais, que se colocaram ao lado dos pobres, na
medida em que os pobres engrossavam e davam força à política e não porque os
pobres valem por si mesmos.
Para a concepção
latino-americana, ser pobre é um dado existencial, aceitando-se a carência como
modo peculiar de olhar a vida. À partida, nem é bom nem mau ser pobre. Emerge
um conceito novo, que produz uma cosmovisão específica:“Por que é que Deus
escolheu os pobres? Porque se fez pobre? A proclamação de Jesus "felizes
os pobres" é convite a fazer-nos pobres e a ter um novo olhar que não
desclassifica, mas contribui para que o pobre seja sujeito do próprio destino,
mantendo a identidade de pobre. Esta a reflexão dos bispos americanos com o
grito de opção pelos pobres, como modo de viver o cristianismo encarnado, assim
como numa família que se opta preferencialmente (não exclusivamente) pelo
doente, ou mais frágil.É certo que a
consciência das carências poderá conduzir à destruição, isto é, à realização de
atos que destroem a dignidade da pessoa, mas a pobreza não se identifica com
essa deterioração. Este sentido de pobre não se identifica com as carências,
nem com a destruição, pois é de tipo existencial e cultural. Mais: atualmente,
o conceito de pobre tem em conta a vivência dessas carências, pois elas
determinam uma cosmovisão específica, inseparável dessas carências: aí o seu
valor e possibilidade.A pobreza como efeito
das carências, é, pois, uma condição existencial. Mas, o que significam no
pobre essas carências?A mudança de
perspectiva tem consequências: antropologicamente, a imagem do pobre torna-se
positiva. Como aproximar-se do pobre, identificando a cosmovisão que o
caracteriza?Assumir essa atitude acarreta uma tarefa: comprometer-se em
libertar o pobre daquilo que o pode destruir, devido às carências.
Ninguém pode libertar
o pobre - Só ele a si mesmo!?
Porque a pobreza
deve-se aos efeitos da carência. Estamos perante uma imagem positiva de pobre,
que se torna tarefa de libertar-se da degradação física e existencial. Ser pobre
torna-se missão: assumir os seus valores e lutar contra a própria destruição. A
globalização ameaça esta cosmovisão. Só quando o pobre acredita no seu próprio
potencial, opta pelo outro pobre. Trabalhar com os pobres tem de tender a que
eles vivam os valores da sua classe, lutando contra a própria destruição. E
isto faz-se em comunidade: ECONOMIA SOLIDÁRIA é grupo que partilha.
As ajudas materiais
assistencialistas geralmente os aprisionam mais ainda!
"Ninguém se
educa sozinho e ninguém educa ninguém, educamo-nos uns com os outros"
(Platão).
Criam-se, então novas
atitudes no trabalho com o pobre:
1)-Dar prioridade à
relação interpessoal, baseada no profundo respeito quase venerável.
2)- Primeiro atender
às necessidades básicas: a vida em primeiro lugar (Quais os sacramentos da vida
da vida para o pobre? E não aquilo que quero impor a eles ?Como relacionar-nos
com eles?).
3)- Distinguir entre: dar e partilhar, assistir e ajudar.
Enquanto no
capitalismo, o pobre tem que ter para valer, no caso atual, porque vale por que
tem e pelo que e pelo que produs,tem que
ter o necessário, bem como produzir o mínimo necessário.Este conceito de pobre
dá-nos a chave de entendimento do rico e integra todas as formas de pobreza. É
valorizado como pessoa pobre! Existem milhões de excluídos.
Incorporar os pobres nas nossas categorias do pensamento. É torná-los OUTROS
que nos interpelam.
Antes da Revolução
Francesa em 1789, a pobreza era assunto da Igreja e não do Estado. Havia uma
valoração inversa da que se tem hoje. A pobreza era cultuada e a riqueza
demonizada. Em que pese a demonização da riqueza, era tarefa da Igreja e
cristãos ricos dar assistência social aos pobres. A situação era tratada no
campo da caridade, da esmola. Os pobres, contudo, não tinham imunidade
tributária, ou seja, também pagavam impostos. Se observarmos nossa
Constituição de 1988, logo no início, no art. 3º, III, existe uma determinação
de que constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil
“erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais”. Tudo que é possível de ser feito, portanto, que vise diretamente
atingir esse desiderato é legitimado pela nossa Constituição. Nossa
Constituição, pois, não quer a existência de pessoas vivendo sem o mínimo
existencial, ou seja, em estado de extrema pobreza.
O MÍNIMO EXISTENCIAL!?
O art. 7º, IV, que
trata da proteção aos trabalhadores, nos dá uma indicação do que a Constituição
considera como mínimo existencial. Ali se diz que o salário mínimo deve atender
as necessidades vitais básicas “com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. Esse catálogo de
necessidades vitais básica já estava praticamente elencado na Declaração
Universal dos Direitos do Homem (1948).Na Constituição de 1946,
art. 15 § 1º, já havia previsão de não incidência do imposto de consumo sobre
os bens que a lei considerasse como o mínimo indispensável à habitação,
vestuário, alimentação e tratamento médico das pessoas de restrita capacidade
econômica. Não se tratava de um “favor legal”. Era uma determinação
constitucional. Era um pacto social.O mínimo existencial
não tem a ver somente com uma determinada expressão monetária fixada em lei.
Mas se relaciona, também, com a própria existência e desenvolvimento do ser
humano. Não é o caso de se considerar os miseráveis apenas como um repositório
de benefícios sociais.Devemos, pois, considerar o pobre como “agentes ativos de
mudança” social. A pobreza deve ser vista como um fator de limitação da
capacidade do indivíduo e não somente como uma questão de se ter baixo nível de
renda.Combater a pobreza é permitir que o cidadão pobre usufrua de sua
liberdade.
A POBREZA EXISTENCIAL (falta do logos)!
No entanto, há um
tipo de periferia que quase não aparece, que tem profunda dificuldade de se
mostrar e, muitas vezes, não quer aparecer.Trata-se de um tipo de periferia
muito específica que o Papa Francisco vê como uma das origens, na sociedade
contemporânea, da pobreza material. Trata-se da periferia existencial.A periferia
existencial não é um bairro, uma rua, uma cidade ou outro tipo de espaço na cidade
ou no campo. A periferia existencial é o vazio da vida, é a falta de sonho, de
utopias, de esperança.Lamentavelmente o mundo está cheio de periferias
existenciais. A sociedade está cheia de periferias existenciais. A sociedade
está cheia de pessoas que tem casas confortáveis, cheias de móveis, com
geladeiras cheias de comida, com dinheiro no banco, com carro e coisas
semelhantes. No entanto, essas mesmas pessoas não são felizes, vivem uma vida
vazia, sem sonhos, sem projetos que possam dar um sentido maior a vida. Muitas
vezes, essas mesmas pessoas, para poderem suportar o vazio da vida e do
cotidiano, precisam recorrer a algum tipo de vício ou de experiência
traumática, como, por exemplo, o uso de drogas, o excesso de bebidas
alcoólicas, o excesso de remédios antidepressivos e coisas semelhantes.O Papa Francisco
convoca os homens e mulheres de boa fé a irem combater a pobreza material,
dentro das periferias materiais. No entanto, ele adverte que se as periferias
existenciais não forem alcançadas, se a pobreza existencial, a falta de sonho e
de esperança, não for combatida, muito provavelmente a pobreza material irá
crescer e se multiplicar.O atual Papa, com suas homilias e pregações, tem
ajudado a fundamentar o neoexistencialismo. O neoexistencialismo é uma corrente
filosófica que procura analisar e refletir sobre os dramas, traumas e conflitos
da existência humana na sociedade contemporânea. E um dos dilemas que o
neoexistencialismo afirma e que mais perturba o homem contemporâneo é
justamente o que o Papa Francisco chama de periferias existências, ou seja, o
homem vazio, sem sonho, sem esperança. Para melhorar o mundo, para combater a
pobreza material e outras formas de opressão, como bem chama a atenção o
próprio Papa Francisco, é preciso reencantar o homem, o homem precisa voltar a
sonhar, a confiar em Deus e a ter fé. Não basta ter casa e dinheiro, é preciso
ter fé em Deus e amor ao próximo.
A POBREZA MORAL E A NATUREZA DA
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
DSI Nº 72: A doutrina
social da Igreja não foi pensada desde o princípio como um sistema orgânico;
mas foi se formando pouco a pouco, com progressivos pronunciamentos do
Magistério sobre os temas sociais. Tal gênese torna compreensível o fato que
tenham podido intervir algumas oscilações acerca da natureza, do método e da
estrutura epistemológica da doutrina social da Igreja. Precedido por um
significativo aceno na «Laborem exercens»[100], um esclarecimento decisivo
nesse sentido está contido na Encíclica «Sollicitudo rei socialis»: a doutrina
social da Igreja pertence, não ao campo da ideologia, mas ao «da teologia e
precisamente da teologia moral»[101]. Ela não é definível segundo parâmetros
sócio-econômicos. Não é um sistema ideológico ou pragmático, que visa definir e
compor as relações econômicas, políticas e sociais, mas uma categoria a se. É
«a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta sobre as complexas
realidades da existência do homem, na sociedade e no contexto internacional, à
luz da fé e da tradição eclesial. A sua finalidade principal é interpretar
estas realidades, examinando a sua conformidade ou desconformidade com as
linhas do ensinamento do Evangelho sobre o homem e sobre a sua vocação terrena
e ao mesmo tempo transcendente; visa, pois, orientar o comportamento
cristão»[102].
DSI Nº 73: A doutrina
social, portanto, é de natureza teológica e especificamente
teológico-moral,«tratando-se de uma doutrina destinada a orientar o
comportamento das pessoas»[103]: «Ela situa-se no cruzamento da vida e da
consciência cristã com as situações do mundo e exprime-se nos esforços que
indivíduos, famílias, agentes culturais e sociais, políticos e homens de Estado
realizam para lhe dar forma e aplicação na história»[104]. Efetivamente, a doutrina
social reflete os três níveis do ensinamento teológico-moral: o nível fundante
das motivações; o diretivo das normas do viver social; o deliberativo das
consciências, chamadas a mediar as normas objetivas e gerais nas situações
sociais concretas e particulares. Estes três níveis definem implicitamente
também o método próprio e a específica estrutura epistemológica da doutrina
social da Igreja.
Por que muitas nações
são pobres, miseráveis, atrasadas, enterradas em crime e fome?
As causas são
geográficas? Culturais? Religiosas? Étnicas?. Não.A diferença está num modo de
organização política e social específico que cria condições para as pessoas
buscarem livremente seus interesses. Democracia liberal, igualdade perante a
lei e garantias de que as pessoas podem agir livremente no mercado de trabalho
e de produtos. Numa palavra, sociedade de mercado. Foi isso que causou a
derrota do comunismo, mas muitos já esqueceram.Infelizmente entre nós, ainda se
pensa que o Capitalismo seja simplesmente um modo cruel de viver, negador da
“solidariedade” e defensor da “ganância”. Muito pelo contrário: é só a riqueza
que torna a solidariedade possível, não há solidariedade na pobreza, isso é
mito.Apesar de as indicações históricas serem evidentes, ainda insistimos em não
entender que a sociedade de mercado (longe de ser perfeita) dá ao ser humano a
liberdade necessária para cuidar da sua vida e se tornar adulto.Só dessa forma
as pessoas entendem uma coisa óbvia que o economista Friedrich Hayek pensava.
Quando perguntarem a você o que é a economia, a resposta certa é: a economia
somos nós!
O Capitalismo não algo planejado por “cabeções” teóricos que
controlam a vida dos outros, como pensava John Maynard Keynes.Os políticos
adoram Keynes porque sua teoria os faz parecer responsáveis pela riqueza,
quando na realidade quem produz riqueza somos nós em nosso cotidiano, quando
nos deixam claro em paz. Para estes Keynes é a servidão, Hayek, a liberdade.
Por ocasião da
Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa, o Papa Francisco recomenda aos
cristãos católicos e a todos os homens de boa vontade a unirem-se no combate a
três grandes formas de miséria que assolam a humanidade:
1ª)- A miséria
material que atinge todos aqueles que vivem numa condição que fere a dignidade
humana; privados dos direitos fundamentais e bens de primeira necessidade.
2ª)-A miséria moral
que torna o humano escravo dos vícios, das drogas lícitas, ilícitas e submisso
ao pecado.
3ª)-A miséria
espiritual que distancia o ser humano de Deus, raiz primeira de sua existência.
QUAL O MAIOR DESAFIO DA IGREJA HOJE?
“Certamente, a Igreja já fez,
está fazendo muito no campo social, e precisará fazer mais ainda. Mas, é
preciso que fique claro: não é essa a missão originária, "própria” da
Igreja, como repete expressamente o Vaticano II (cf. GS 42,2; e ainda 40,2-3 e
45,1). A missão social é, antes, uma missão segunda, embora derivada,
necessariamente, da primeira, que é de natureza "religiosa”. Essa lição
nunca foi bem compreendida pelo pensamento laico. Foram os Iluministas que
queriam reduzir a missão da Igreja à mera função social. Daí terem cometido o
crime, inclusive cultural, de destruírem celebres mosteiros e proibido a
existência de ordens religiosas, por acharem tudo isso coisa completamente
inútil, mentalidade essa ainda forte na sociedade
e até mesmo dentro da Igreja. Agora, se perguntamos: Qual é o maior desafio da
Igreja?, Devemos responder: É o maior desafio do homem: o sentido de sua vida.
Essa é uma questão que transcende tanto as sociedades como os tempos. É uma
questão eterna, que, porém, hoje, nos pós-moderno, tornou-se, particularmente
angustiante e generalizada. É, em primeiríssimo lugar, a essa questão,
profundamente existencial e hoje caracterizadamente cultural, que a Igreja
precisa responder, como, aliás, todas as religiões, pois são elas, a partir de
sua essência, as "especialistas do sentido”. Quem não viu a gravidade
desse desafio, ao mesmo tempo existencial e histórico, e insiste em ver na
questão social "a grande questão”, está "desantenado” não só da
teologia, mas também da história.”(Frei Clodovis M. Boff).
“Só há ato moral
quando somos livres para escolher, ou seja: Solidariedade compulsória, sob a
mira de uma arma estatal, não é solidariedade, nem aqui e nem na China, Cuba,
Coreia do Norte...”
RESISTÊNCIA A DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA TRADICIONAL
Vejamos como se deu o
inicio e avanço de tal ideologia sobre a família, célula mater da sociedade:A visão que Engels
tinha da história humana revela muito do que viria a ser o movimento comunista.
Uma vez que a propriedade privada e a família foram se formando aos poucos à
medida que a evolução darwinista empurrava os agrupamentos humanos rumo à
civilização, a conclusão óbvia é que, sendo uma construção da sociedade, então
é possível que nos livremos de ambas. Se nem uma nem outra são naturais ao
homem, então, podem ser descartadas. E, na visão do Sancho Pança de Marx, inapelavelmente
serão, pois os movimentos dialéticos da história nos conduzirão inapelavelmente
para o próximo estágio de nosso desenvolvimento social: o comunismo.Ora, Engels (mais uma vez escorando-se em Morgan) alega que as
sociedades primitivas eram todas comunistas. Assim, partimos todos do comunismo
primevo, afastamo-nos dele pelo pecado da acumulação de riquezas fomentado no
interior das famílias e ao comunismo voltaremos, agora, pela revolução. O
comunismo é o ponto de partida e o de chegada da história. O alfa e o ômega; o
princípio e o fim de nossa caminhada. Engels consegue unir, numa única
explicação da história, Hobbes a Rousseau: o bom selvagem primitivo que um dia
caminhou por aqui voltará, de fato, a habitar a terra; porém, isso se dará com
uma pequena ajuda de Leviatã.Não é difícil de
perceber, nessa visão ideológica, algo de messiânico; é mesmo como se a
narrativa cristã da Queda e da Redenção tivesse sido imanentizada e projetada
na história.A salvação dos homens, contudo, não vem da cruz dos novos salvadores da
humanidade; antes, vem da revolução do proletariado, a última classe e aquela
que nos redimirá pelo derramamento não de seu próprio sangue, mas pelo do seus
opressores. O apelo emocional que tal discurso desperta no militante comum é,
pois, algo semelhante a um apelo religioso, não sendo de se estranhar que
muitos comunistas, mesmo que não crendo em vida após a morte, estão dispostos a
sacrificar a que possuem pelo advento de uma sociedade livre de todo mal e de
todo pranto.Mas, o advento desse
paraíso requer, em primeiro lugar, a destruição da família. Como pontificou
Kate Millett, célebre feminista americana radical, em sua obra de referência
Sexual Politics (g.n.): “o resultado radical que surge da análise de
Engels é que a família, como nós a temos hoje em dia, precisa desaparecer”.[1]Mas, para isso, era
necessário que se dessem determinados passos. Uma instituição tão antiga e tão
enraizada no coração dos homens não é abolida senão mediante uma série de
medidas destinadas a miná-la desde dentro, como ?
1)- Engels pregava,
por exemplo, que, para se chegar à destruição da família, era necessário que a
mulher fosse inserida no mercado de trabalho: A ideia de que ela pertence mais
ao lar do que à fabrica deveria ser absolutamente demonizada, incentivando-a a
lutar por postos de trabalho ombreados com o dos homens.
2)- O problema óbvio
que daí deriva é o de que, se elas adentrarem em massa no mercado de trabalho,
não haverá quem cuide dos filhos em casa. Essa sempre foi uma das tarefas da
mulher e, em virtude dela, é que a divisão sexual do trabalho acabou por levar
ao acúmulo de propriedade privada nas mãos do homem e, via de consequência, à
própria submissão da mulher na família monogâmica. Não é possível destruir-se a
família, portanto, se a mulher continuar a cuidar de seus filhos, pois a
imposição de tal tarefa ao sexo feminino é a causa primeira da estrutura
familiar tal qual a conhecemos.
3)- É por isso
necessário que, de um lado, a mulher possa escolher não ter filhos (aborto e
contracepção livres são ideais a serem seguidos) e, de outro, que a educação e
o cuidado das crianças que vierem a nascer passe das mãos da família para as do
Estado. Nas palavras de Engels: “O trato e a educação das crianças vão se
tornar assunto público; a sociedade cuidará, com o mesmo empenho, de todos os
filhos, sejam legítimos ou naturais.”
4)- Mais
do que isso, é absolutamente necessário que o divórcio venha a ser introduzido
nas sociedades ocidentais. O vínculo matrimonial não pode mais tender à
indissolubilidade; antes, a relação entre homem e mulher deve acabar assim que
a atração sexual entre ambos esfrie (as mulheres que me leem podem avaliar se
isso realmente atende aos seus interesses), e a separação entre ambos deve ser
a mais facilitada possível. Eis o que diz Engels (g.n.):
Se o matrimônio
baseado no amor é o único moral, só pode ser moral o matrimônio em que o amor
persiste. Mas a duração do acesso de amor sexual é muito variável, segundo os
indivíduos, particularmente entre os homens. Em virtude disso, quando o afeto
desaparece ou é substituído por um novo amor apaixonado, o divórcio será um
benefício tanto para ambas as partes como para a sociedade. Apenas deverá
poupar-se ao casal a passagem pelo lodaçal inútil de um processo de
divórcio.[2]Até aqui, já se tem
um cadinho de medidas bastante drásticas. E os líderes do movimento comunista
assimilaram tais ideias desde logo. Assim que Lênin tomou o poder em Outubro de
1.917, tratou de implementar as sugestões de Engels. Segundo a própria Kate
Millett:A União Soviética fez um esforço consciente na tentativa de eliminar o
patriarcado e de reestruturar sua instituição mais básica – a família. Depois
da revolução, toda possível lei foi aprovada para libertar os indivíduos das
reinvidicações da família: casamento e divórcios livres, contracepção e aborto
a pedido.[3]
Em sua obra A Revolução Traída, Trotsky descreve-o com
cores vivas (g.n.):
A revolução (de Outubro de 1.917)
tentou heroicamente destruir o velho “lar familiar” estagnado, instituição
arcaica, rotineira, asfixiante, no qual a mulher das classes trabalhadoras era
votada aos trabalhos forçados da infância até a morte. A família, considerada como uma pequena empresa fechada, devia ser
substituída, no espírito dos revolucionários, por um sistema completo de
serviços sociais (…) A absorção completa, por parte da sociedade
socialista, das funções econômicas da mulher, ligando toda uma geração pela
solidariedade e assistência mútua, devia levar a mulher, e portanto, o casal, a
uma verdadeira emancipação do jugo familiar. E, enquanto essa obra não tiver
sido realizada, quarenta milhões de famílias soviéticas se manterão vítimas dos
costumes medievais, da sujeição e da histeria da mulher, das humilhações
cotidianas da criança, das superstições deste e daquele. Sobre isto não há
ilusões.[4]Trotsky, contudo,
percebeu que a revolução não conseguiu lograr o objetivo de destruir a família.
Para
ele, não houve recursos suficientes para que o Estado soviético conseguisse
tecer a rede assistencial que, em seus sonhos, tornariam a família irrelevante
e, portanto, facilmente removível da sociedade. Quase que num suspiro
de desânimo, na mesma obra acima, ele asseverou (g.n.):Não se conseguiu tomar de assalto a velha família. E não foi por falta
de boa vontade. Nem porque ela estivesse firmemente enraizada nos espíritos.
Infelizmente, a sociedade mostrava-se demasiado pobre e pouco civilizada. A
família não pode ser abolida. É preciso substituí-la.Substituí-la
exatamente por quê? Trotsky não o diz. Talvez pelo próprio Estado
assistencialista, conforme sugerido na primeira citação. Isso, contudo, não é claro. Mas,
coincidência ou não, a substituição da família tradicional por outros “modelos”
é estratégia amplamente adotada nos dias de hoje, mostrando-se muito mais
eficaz do que o combate direto, o “assalto” à velha família tal qual tentado no
começo da implantação do Estado soviético.De fato,
aparentemente, Lênin foi ingênuo ao imaginar que bastava a força motivacional
de sua ideologia semirreligiosa para que a nova sociedade perfeita se
concretizasse. O enfraquecimento da família, por mais que não
se gostasse disso, levava ao enfraquecimento da própria sociedade soviética.
Stálin, por sua vez, nutria sonhos de uma campanha militar que o permitisse
tomar ao menos boa parte da Europa, percebendo ele, desde logo, que, sem
famílias sólidas, qualquer campanha militar seria suicida.
Assim, teve ele de, em pouco tempo, não somente reverter os esforços de Lênin,
mas tratar de agir em sentido oposto: o divórcio, a contracepção e o aborto
foram abolidos da União Soviética e o governo passou a incentivar que a mulher
voltasse a ocupar seu lugar tradicional. Famílias numerosas
eram benvindas e mesmo campanhas
pela castidade entre os jovens passaram a fazer parte do discurso do Estado.Ou seja, Stálin percebeu que uma sociedade forte depende de famílias
fortalecidas. O sonho de Lênin e de Trotsky era exatamente isso: um sonho. E
que provavelmente se tornaria um pesadelo caso o novo líder quisesse mantê-lo
de pé. Daí que Stálin tratou logo de trazer a URSS de volta para a realidade,
ao mesmo tempo em que tratou de exportar o pesadelo para as potências
ocidentais de forma a enfraquecê-las.
Onde Lênin fora ingênuo, Stálin soube ser sagaz! Muitos, porém, acusaram-no de trair a revolução e de “aburguesar” o homo
sovieticus!
Para mentes
envenenadas por ideologias, se a revolução falha (como sempre há de falhar) em
mudar a realidade, isso se dá não porque a ideologia revolucionária é ela mesma
falha, mas porque os que conduzem o processo da revolução é que se desviaram do
bom caminho. A ideologia é sempre boa; falhos são os ideólogos que a põem em prática
(alguém já deve ter visto e ouvido este discurso em alguma sala de aula). Porém,
por mais que o comunismo tenha se mostrado uma tragédia sem precedentes em
qualquer lugar em que tenha fincado os pés, o
Ocidente, nas últimas décadas, resolveu seguir, exatamente os caminhos acima
traçados. Tomemos, como exemplo,
o nosso Brasil, país em que a maior parte da população sempre mostrou uma
aversão completa ao comunismo. Quem já estudou um pouco da evolução das legislação e jurisprudência
brasileiras pode perceber, claramente, que elas vêm adotando, com exatidão
notável, todos os elementos acima.O divórcio, por
exemplo, foi introduzido pela Lei 6.515/77. Pouco depois, a Constituição
Federal de 1.988 introduz a ideia de união estável (que, conforme preconizara
Engels, dura enquanto perdura o “acesso de amor sexual” entre os companheiros).
A legislação que se segue vai aos poucos enfraquecendo o vínculo do matrimônio
(tornando-o de dissolução cada vez mais célere ao ponto de “poupar o casal do
processo de divórcio”) e incentivando “novas formas de família”. Uma vez que a
legislação avança lentamente, a jurisprudência trata de dar saltos cada vez
maiores em direção ao ideal de Trotsky: aceita-se um número cada vez maior de
“modelos” de família, substituindo o modelo tradicional sem destruí-lo diretamente.
Ao mesmo tempo, a legislação pátria passou a minar as relações familiares,
intoxicando-as com o veneno da judicialização dos conflitos. A autoridade dos
pais sobre os filhos foi enfraquecida e o Estado passou a monopolizar, de direito
e de fato, a educação das crianças. Legislações que garantem o acesso amplo e
praticamente irrestrito à esterilização se impuseram, tomando o Estado para si
a tarefa de distribuir contraceptivos fartamente aos que o desejam. E mesmo o
aborto, em nosso país, avança via decisões judiciais apesar da franca
resistência do povo brasileiro.
Eis aí todos os ingredientes da receita comunista:
Divórcio;
contracepção; aborto; educação estatal obrigatória das crianças; reconhecimento
de formas de família diversas do modelo tradicional. Como já dito, no Brasil segue-se
com exatidão tão notável a cartilha comunista que pressupor que tudo não passa
de mera coincidência é coisa de bocós.Marx e Engels, Lênin e Trotsky ficariam orgulhosos dos brasileiros
hodiernos. Já Stálin rir-se-ia de nossa burrice e
ficaria feliz ao ver que nós, alegremente, e com ares de superioridade
intelectual, vamos minando a família e, com ela, enfraquecendo a tal ponto a
sociedade que nos tornaremos, em pouco tempo, incapazes de defender as
conquistas civilizacionais de nossos antepassados. “Vem vamos embora que esperar não
é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer..." Muitos(as) Maria vai
com as outras embarcaram nesta, sem nem ao menos olhar o destino do barco. Ao
final de tudo, muito embora a maior parte dos brasileiros (talvez mesmo entre
os magistrados) abomine o comunismo enquanto sistema econômico, o fato
inconcusso é de que são muito poucos os que estariam dispostos a lutar contra
todo o patrimônio cultural que os próceres comunistas nos legaram: divórcio,
união estável, contraceptivos, etc.. A quase totalidade de nós vê nisso tudo
antes um avanço a ser celebrado. Aos que assim pensam, lamento informar, mas, ao menos de coração, voi
siete tutti comunisti. Podem ter vergonha da obra intelectual de Marx e de
Engels; podem sentir horror ante a figura assustadora de Lênin ou ante a um
tanto quanto patética de Trotsky. Mas isso não muda o fato de que os apoiadores
de tais “avanços” são ou idiotas úteis ou companheiros de viagem. E, ao cabo de
tudo, acabam importando para nosso país exatamente a fraqueza desejada por
Stálin. Com Marx, Engels,
Lênin, Trotsky e Stálin como inspiradores secretos dos rumos do direito em
nosso país, não há mesmo como a receita da destruição social falhar, contra
tudo isto sejamos resistência!
Gostaria de destacar apenas alguns pontos sobre a submissão às autoridades:
1)- Primeiro, autoridades são permitidas por Deus para nossa benção ou nossa disciplina.
2)- Segundo, quem se rebela contra uma autoridade de forma tácita (portanto o princípio do não importa o que ele faça, eu sou contra, não é válido para o Cristão) se rebela contra Deus! Isso não significa que não devemos nos levantar em nossa função profética e protestar contra atos ou programas injustos que um governo qualquer esteja propondo e que firam nossas convicções. Paulo sofreu por se levantar contra a idolatria do estado romano. Portanto, cuidado para que você seja contra o que o governo está propondo e o fere como Cristão, e não apenas com aquilo que seus opositores políticos dos quais você apoia, o estão acusando.
3)- Terceiro, nossa submissão não deve ser apenas por medo das consequências, mas por um espírito quebrantado e submisso em primeiro lugar à Deus.
Por fim, uma outra palavra de Paulo deve nos guiar em nossa reação ao governo eleito. Trata-se 1Timóteo 2,1-4:
“1Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; 2pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. 3Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, 4que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (tanto opressores, como oprimidos)...” - Quero destacar que nossa batalha não terminou. Repare que a exortação não é uma batalha de cunho político contra um governante, mas uma batalha espiritual, por valores eternos. A seguir, o apóstolo afirma que uma vida tranquila e pacífica, com piedade e dignidade, é boa e agradável a Deus. O propósito de tudo isso é que todos cheguem ao conhecimento da verdade e à salvação. Essa é nossa resistência! Isso deveria nos unir, isso deveria nos consumir.A todos aqueles que estão assustados com algumas pessoas da igreja, àqueles que estão frustrados e desesperançosos com a política brasileira, a todos os meus amigos e amigas gays que lutam pela santidade, para todos aqueles que sempre sonharam com segundas chances, independente que seja pobre ou rico, a todas as mulheres que lutam por igualdade salarial, a todos os que querem ter liberdade para escolher sem serem taxados de traidores, para todos aqueles que não se sentem dignos de serem amigos de Deus, nós lhes damos voz de esperança. A resistência cristã diz: Romanos 12,2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
CONCLUSÃO
Com isso não estou
dizendo que não se deve ter opiniões, mas o que deve nos unir e o que deve nos
separar? Qual o espírito no qual devemos permanecer firmes? O apóstolo responde
rapidamente esta pergunta:“lutando unânimes pela fé genuinamente evangélica”.Os comunistas e
socialistas apoderam-se de bandeiras e propostas Cristãs, a dão o entender como
se fossem crias deles. Uma frase da “resistência” é que ninguém solte a mão de
ninguém.Eu gosto da frase, é poética, inspiradora e antes de tudo evangélica,
mas preciso ter certeza de que estou de mão dadas com outros que defendem uma
causa que realmente tenha impacto eterno. Caso contrário serei apenas um
inocente útil, uma peça de manobra em partidos e movimentos que não resistem ao
teste do tempo e do crivo cristão. Voltemos à descrição
da essência da resistência e unidade evangélica. É por isso que você declara
resistência? Se é, me chame, pois quero estar lutando junto contigo pela fé no
evangelho. Se não é esta sua bandeira, se não é esta sua causa, deixe-me
recomendar extremo cuidado para que você não se deixe moldar por causas e
argumentos deste mundo e do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo!O tema da submissão é
muito impopular em nossos dias, mas nem por isso menos bíblico ou relevante
para aquele que teme a Deus e que se apresenta como seguidor de Jesus. Muito
embora uma consideração plena deste tema deva ser deixada como tarefa de outro
artigo, quero refletir brevemente sobre o texto de Romanos 13,1-5:“1Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há
autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele
estabelecidas. 2Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se
opondo contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem
condenação sobre si mesmos. 3Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser por
aqueles que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade?
Pratique o bem, e ela o enaltecerá. 4Pois
é serva de Deus para o seu bem. Mas, se você praticar o mal, tenha medo, pois
ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para
punir quem pratica o mal. 5Portanto, é necessário que sejamos submissos às
autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também
por questão de consciência.”
REFERÊNCIAS
[1] No original: “The
radical outcome of Engels’ analysis is that the family, as that term is
presently understood, must go”.
[2] Cf. ENGELS,
Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Rio de
Janeiro. Ed. Best Bolso, 2.014, E-book
[3] The Soviet Union
did make a conscious effort to terminate patriarchy and restructure its most
basic institution—the family. After the revolution every possible law was
passed to free individuals from the claims of the family: free marriage and
divorce, contraception, and abortion on demand
[4] TROTSKY, Leon. A
Revolução Traída. Acesso em 04 de Junho de 2.018. Disponível em:https://ia800605.us.archive.org/35/items/TROTSKYLEON.ARevoluoTrarda/TROTSKY%2C%20LEON.%20A%20Revolu%C3%A7%C3%A3o%20Tra%C3%ADda.pdf
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A resistência cristã é essa: Romanos 12,2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
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