QUEM SÃO OS PARAMILITARES?
Não
confundir Milicianos Gatonets com Paramilitares, estes últimos Bolsonaro quando ainda
deputado federal relativizou a atuação e até defendeu a legalização através de legislação parlamentar rigorosa destes
grupos, como já existem em outros países a exemplo dos E.U.A, Venezuela,
Colômbia, e alguns países muçulmanos que não têm uma força militar muito bem
estruturada e militarizada. De
certa forma nos remetem sua atuação aos Templários no passado, que se podem
considerar militares de estilo “mercenários”, ou seja, que realizam ações
militares pagas. Dez anos depois, Bolsonaro diz que:
“Infelizmente, as milícias, que
em sua origem tinham plena aceitação popular, se “desvirtuaram”... Atualmente Bolsonaro se diz desinteressado
em discutir o tema.
Forças paramilitares (mercenários), são grupos ou
associações civis, armadas e com estrutura semelhante à militar, mas que não
faz parte das forças armadas, com fins político-partidários, religiosos ou
ideológicos, formados por membros armados, que usam táticas e técnicas
policiais ou militares para a consecução de seus objetivos Eventualmente,
membros de forças paramilitares também fazem parte de forças militares
regulares. No Brasil, associações paramilitares são proibidas, segundo a
Constituição Federal de 1988.
Milícia (do latim militia - Substantivo
feminino: arte e prática da guerra), é a designação
genérica das organizações militares ou paramilitares, ou de qualquer
organização que apresente grande grau de atuação. Stricto
sensu, o
termo refere-se a organizações compostas por cidadãos comuns armados
(apelidados de milicianos ou miliciantes), ou com poder de polícia que, teoricamente,
não integram as forças armadas ou a polícia de um país. As milícias podem ser organizações oficiais
mantidas parcialmente com recursos do Estado
e em parceria com organizações de caráter privado.Podem ter objetivos públicos
de defesa nacional ou de segurança interna, ou podem atuar na defesa de
interesses particulares, com objetivos políticos e monetários. São
ainda consideradas milícias todas as organizações da administração pública terceirizada e que possuam
estatuto militar, não pertencendo no entanto às Forças Armadas de um país, isto
é, ao Exército, Marinha de Guerra ou à Força Aérea. Nicolau Maquiavel dedica três capítulos de "O
Príncipe" para tratar das milícias, a saber, capítulos XII, XIII e XIV. No
capítulo XII ("De quantas categorias são as milícias, e dos soldados
mercenários"), o autor apresenta os diferentes gêneros de milícias e soldados mercenários,
para no capítulo XIII ("Das milícias auxiliares, mistas e próprias")
tratar mais especificamente das milícias próprias, auxiliares e as mistas.
Por fim, no capítulo XIV ("Os deveres do príncipe para com a
milícia"), ele trata dos deveres do príncipe em relação a essas armas.
(FERREIRA, A. B. H. Novo
Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova
Fronteira. 1986. p. 1 134)
Conforme o Portal Terra, 65 grupos paramilitares
atuam nos Estados Unidos. Braço armado do chamado Movimento Patriota,
eles se dizem dispostos a usar armas para defender o que acreditam ser ameaças
à liberdade de expressão e ao direito de portar armas.Se vestem com roupas
de combate e carregam armas de uso militar. Dizem ser extremamente patrióticos
e seus grupos têm nomes como Oath Keepers (Mantenedores do Juramento, em
tradução livre), Three percenters (Os três porcento) e Posse Comitatus (Força do
Condado, em tradução livre, e também o nome de uma lei americana que permite
que um agente da lei recrute um civil para ajudá-lo a manter a ordem).
Os grupos também fazem patrulhas
em seus estados e treinam operações relâmpago simuladas com munição real. Mas
eles não fazem parte das Forças Armadas ou das forças de segurança dos Estados
Unidos, como pode parecer. Estes homens pertencem ao chamado
"movimento patriota". São centenas de
grupos paramilitares cuja missão, dizem, é evitar uma guerra contra o governo e
"proteger as liberdades civis".
Segundo Pitcavage, estes militantes dizem que
“o governo está tentando tirar suas armas, privar-lhes de seus direitos e liberdades
e que eles precisam lutar contra isso. Sua ideologia está baseada em teorias da
conspiração globais sobre ameaças à paz e à estabilidade, e eles acreditam que o
governo federal de Barack Obama estava colaborando com estas conspirações. E eles estão preparados para usar suas armas
para restaurar o que dizem ser o plano perfeito dos Pais Fundadores dos Estados
Unidos”, explica o especialista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Os objetivos específicos variam de um grupo a
outro, porque o que os une é uma característica fundamental: sua desconfiança
em algumas posturas ditatoriais do governo e das estruturas do Estado. Seu
objetivo é defender o que eles enxergam como ameaças fundamentais à liberdade
de expressão e ao direito de portar armas. Alguns destes grupos fazem
parte do movimento dos "sobrevivencialistas", que estão se preparando
para uma catástrofe mundial. Outros são partidários de uma corrente ideológica
com alguns elementos da extrema direita.
"Se revisarmos a história americana
vemos que essas milícias armadas existiram nesse país desde seu início. E parte
da sua existência tem a ver com a forma como os primeiros imigrantes chegaram
aqui, quando não havia forças de polícia nem militares estabelecidas. Eles
tinham que criar suas próprias milícias para se protegerem...” disse
à BBC Mundo, Carolyn Gallaher, professora da Universidade Americana em
Washington e autora do livro On the Fault Line: Race, Class and the American
Patriot Movement (Na falha geológica: raça, classe e o movimento patriota
americano, em tradução livre).
(Grupo Paramilitar Americano) |
Muitos se perguntam
nos E.U.A quem são esses indivíduos?
A quem questionasse, eles se autointitulavam como "uma terceira
força", uma linha auxiliar da força policial, e que estavam ali para defender
a liberdade de expressão. Eles aparecem
nestes eventos e se posicionam como uma terceira força e dizem coisas como
'queremos proteger a liberdade de expressão de todos, queremos manter a paz,
queremos apoiar a polícia', alguns deles até condenam os supremacistas brancos.
Apesar de alguns pontos
de sua ideologia aproximá-los da extrema direita, no entanto, a especialista
diz que eles não devem ser confundidos com os supremacistas brancos. Eles não são
supremacistas... Inclusive há algumas pessoas não brancas no movimento...” concluiu Carolyn Gallaher
Fonte: Terra. com
O termo mílicia nem sempre tem caráter
negativo, pois existe oficialmente Milícia da Imaculada dos Frades Menores Conventuais conhecida como Milícia da Imaculada (também chamada de MI
ou Exército da Imaculada) é uma associação pública de fiéis cristãos, fundada em 16 de Outubro de 1917, em Roma, por São Maximiliano Kolbe, destinada
ao apostolado católico e apostolado mariano, que tem como ideal: "Conquistar o mundo inteiro para Cristo através da Imaculada" (Livro:
Frei Sebastião, Cinquenta anos de um amigo de Deus. Pags. 87 a 91 e Revista O
Mílite, especial 25 anos da Milícia da Imaculada).
Em
18 de dezembro de 2008, no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro, então
deputado pelo PP, rebateu uma fala de Chico Alencar (PSOL-RJ), que havia
elogiado seu companheiro de partido, o deputado estadual do Rio Marcelo Freixo,
por ter levado ao Congresso o relatório da CPI das Milícias, uma investigação
sobre grupos paramilitares no Rio. Bolsonaro corretamente lamentou na época,
que as apurações atingissem tão somente os paramilitares(milicianos) e não os
traficantes de drogas:
“O meu estado, lamentavelmente, é diferente dos demais. Para pior. Nenhum deputado estadual faz campanha para
buscar, realmente, diminuir o poder de fogo dos traficantes, diminuir a venda
de drogas no nosso estado. Não. Querem atacar o miliciano, que passou a ser o
símbolo da maldade e pior do que os traficantes. Existe miliciano que não tem nada a ver com
“gatonet” (serviço irregular de TV por assinatura) e com venda de gás. Como ele
ganha R$ 850 por mês, que é quanto ganha um soldado da PM ou do bombeiro, e tem
a sua própria arma, ele organiza a segurança na sua comunidade. Nada a ver com milícia ou exploração de
“gatonet”, venda de gás ou transporte alternativo. Então, senhor
presidente, não podemos generalizar”, disse Bolsonaro, na tribuna.
Bolsonaro também, já havia se posicionado sobre a
atuação dos paramilitares em uma reportagem da BBC. Mais incisivo do que na
Câmara, legitimou a atuação dos grupos paramilitares como defensores da
“ordem”:
“Elas oferecem segurança e, desta forma,
conseguem manter a ordem e a disciplina nas comunidades. É o que se chama de
milícia. O governo deveria apoiá-las, já que não consegue combater os
traficantes de drogas. E, talvez, no futuro, deveria
legalizá-las”... afirmou na
reportagem que foi publicada em inglês.
Bolsonaro
foi procurado pelo GLOBO para comentar as declarações que já fez sobre as
milícias. O parlamentar amenizou o tom e foi mais cuidadoso. Segundo ele,
opiniões antigas estavam relacionadas a outro tipo de atuação de paramilitares:
“As milícias tinham plena aceitação popular, mas depois acabaram se
desvirtuando. Antes, davam apenas proteção para uma comunidade. Depois,
passaram a cobrar “gatonet” e gás...” disse Bolsonaro.
Questionado
sobre o que pensa da atuação hoje de milícias em Rio das Pedras e Campo Grande,
berço destas organizações no Rio, Bolsonaro disse:
“Hoje em dia ninguém apoia
milícia mais não.Não me interessa mais discutir isso, disse o ainda deputado
Bolsonaro, querendo encerrar o assunto. Até quando vocês (jornalistas) vão
fazer matéria sobre o que eu falei no passado ou quando eu fiz xixi no poste há
40 anos?...”
Fonte: O Globo
Saiu na Folha de 21/04/2014
(Durante o governo do PT):
“Paramilitares americanos treinam policiais brasileiros”
“A empresa americana Academi, que antes se chamava Blackwater, está treinando policiais militares e agentes da Polícia Federal para ações antiterrorismo na Copa.A Blackwater ficou conhecida por agir como um exército terceirizado dos Estados Unidos, com mercenários atuando nas guerras do Iraque e do Afeganistão.A empresa está envolvida em polêmicas. Ex-funcionários da Blackwater são acusados de terem matado 17 civis iraquianos no massacre da praça Nisour, em 2007.Na semana passada, um grupo de 22 policiais militares e agentes federais brasileiros voltou de um treinamento de três semanas no centro da Academi em Moyock, na Carolina do Norte. O curso foi bancado pelo governo dos EUA e faz parte de uma série de ações de intercâmbio entre as forças policiais dos dois países.”
Nossa Constituição diz que podemos nos associar como bem entendermos e para quaisquer fins lícitos que desejarmos. Mas ela cria uma importante exceção a esse direito: não podemos constituir grupos paramilitares (inciso XVII do art. 5o)
Só que ela não define o que é um grupo paramilitar!?
Grupo paramilitar não é qualquer grupo armado ou que obedeça uma cadeia de comando.
Caso contrário, uma empresa de
segurança privada, por exemplo, seria um grupo paramilitar. Afinal, tais
seguranças andam armados e têm cadeia de comando.
Para descobrirmos o que é um grupo paramilitar temos que nos perguntar:
O que a Constituição está tentando impedir quando proíbe
a criação de grupos paramilitares?
O que a Constituição está tentando preservar é o monopólio do uso da força unicamente pelo Estado de forma a que outros grupos não representem risco à perpetuação do próprio Estado. Em outras palavras, o grupo passa a ser paramilitar quando suas ações ou objetivos ameaçam a existência do Estado através do uso da força. Ou, para ser ainda mais preciso, ameaçam a existência do governo, já que o objetivo de grupos paramilitares muitas vezes é controlar o Estado através da remoção do governo, sem aniquilar o Estado. Mas, para simplificar, vamos focar apenas no Estado:
Quando uma empresa de segurança privada é autorizada a funcionar ela o é apenas porque se subordina ao poder estatal. É isso que a diferencia, por exemplo, das milícias, que funcionam não subordinadas ao poder estatal, mas paralelas ou em contraposição ao poder estatal. O complicador do debate surge quando começamos a pensar em tais associações não como subordinadas ou paralelas ao poder do Estado, mas como defensora do poder estatal.
Soa estranho?
Considere, por exemplo, a segunda emenda à Constituição dos EUA:
“a well regulated Militia, being necessary to the
security of a free State, the right of the people to keep and bear Arms, shall
not be infringed” (‘uma milícia bem
regulada, sendo necessária à segurança de um Estado livre, o direito do povo de
manter e portar armas, não será infringido’).
A constituição americana está, em outras palavras, dizendo que milícias privadas não são necessariamente um risco ao Estado, mas uma forma de proteção desse Estado. Se o Estado não pode se proteger, cabe à população protegê-lo.
O
que pode parecer uma singela diferença entre o direito americano e o
brasileiro, na verdade esconde um debate filosófico muito mais profundo que,
dentre outras coisas, diz respeito ao que entendermos ser o ‘Estado’ (?)
Se o Estado é não só o território e o governo, mas também, e sobretudo, a população que habita aquele território e é representada por aquele governo, tal população obviamente tem o direito de pegar em armas para não só se proteger, mas também proteger o seu Estado.
É verdade que a segunda emenda americana nasceu do medo de uma invasão inglesa no século 18. Mas a razão pela qual ela resistiu aos últimos 225 anos, ainda que o Reino Unido tenha se tornado o principal aliado dos EUA desde então, é a crença norte-americana de que o Estado é a população, e vice-versa. Se o Estado, que é a população, está ameaçado, é um direito desta defendê-lo. Nesse sentido, o direito dos paramilitares mercenários, não é mais do que uma forma de legítima defesa da democracia!!!
Mas dar à população o direito de proteger o Estado cria um risco intrínseco e permanente:
Se
tal milícia acha que o Estado está sendo ameaçado, ela se vê no direito de
protegê-lo. Mas, e se ela acha que o Estado está ameaçado não por um agressor
externo, mas por um interno?
Por exemplo, por um governo
democraticamente eleito por uma maioria de extremistas, digamos, cristãos,
judeus, mulçumanos, latinos, comunistas, de extrema direita ou esquerda, e influenciados por grandes empresas?
Para o constituinte americano, a proteção da identificação entre população e Estado vale o risco. Em outras palavras, é melhor correr o risco de alguma milícia descontrolada ameaçar o governo do que correr o risco de a população achar de que ela e o Estado não são a mesma coisa.
Fonte: Para Entender Direito – Folha UOL
QUEM SÃO OS ATUAIS
MILICIANOS QUE ATUAM NO RJ E OUTROS ESTADOS?
Se
anos atrás, no lançamento dos filmes Tropa de
Elite 1 e 2, o Brasil se indignava com o poder político nas milícias do estado do
Rio de Janeiro, imagina quando descobriram o quão antigos são esses grupos no
país. O crime de formar milícias seria legislado
somente em 2012. Por décadas, diversos bairros ou comunidades
conviveram com moradores, policiais, bombeiros e até mesmo agentes
penitenciários que buscavam garantir a segurança pública, fossem remunerados para isso
ou não.
No
contexto da criminalidade brasileira, a partir da década de 2000 e de início no
Rio de Janeiro, milícia designa um modus operandi de organizações criminosas formadas
em comunidades urbanas de baixa renda, como conjuntos habitacionais e
favelas, inicialmente, e que a princípio
efetuam práticas ilegais sob a alegação de combater o crime do narcotráfico. Tais grupos em alguns casos (para não ser injusto com
generalizações), se mantêm com os recursos financeiros provenientes da
extorsão da população e da exploração clandestina de gás, televisão a cabo,
máquinas caça-níqueis, agiotagem, ágio sobre venda de imóveis, etc (gatonets).
São formadas por policiais, bombeiros, guardas municipais, vigilantes, agentes
penitenciários e militares, fora de serviço ou na ativa. Muitos
milicianos são moradores das comunidades e contam com respaldo de políticos e
lideranças comunitárias locais. A
princípio com a intenção de garantir a segurança contra traficantes, os
milicianos passaram posteriormente a intimidar e extorquir
moradores e comerciantes, cobrando taxa de proteção. Através do controle armado, esses grupos
também controlam o fornecimento de muitos serviços aos moradores. São
atividades como o transporte alternativo (que serve aos bairros da periferia),
a distribuição de gás e a instalação de ligações clandestinas de TV a cabo.
Segundo o Núcleo de Pesquisas das Violências
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, até a operação no Complexo do
Alemão e na Vila Cruzeiro, no final de novembro de
2010, as milícias dominavam 41,5% das 1.006 favelas do Rio de Janeiro (contra
55,9% por traficantes, e 2,6% pelas Unidades de Polícia Pacificadora).
As
milícias existem no Rio de Janeiro desde a década de 1970, controlando algumas
favelas da cidade. Um dos primeiros casos conhecidos é o da favela
de Rio das Pedras, na região de Jacarepaguá, onde comerciantes locais se
organizaram para pagar policiais para que não permitissem que a comunidade
fosse tomada por traficantes ou outros tipos de criminosos, em 1979.
No início do século XXI, estes grupos parapoliciais começaram a competir pelas áreas
controladas pelas facções do tráfico de drogas. Em dezembro de 2007,
segundo relatos, as milícias controlavam 92 das mais de 300 favelas cariocas. Entre
27 e 31 de dezembro de 2006, facções do tráfico lançaram uma série de ataques
contra alvos da polícia, civis e até do governo em toda a cidade, em represália
ao avanço das milícias.
Os
traficantes incendiaram ônibus e jogaram bombas em edifícios públicos. Dezenove
pessoas foram mortas, sendo dez civis, dois policiais e sete criminosos. Em um
incidente, traficantes mataram sete pessoas quando incendiaram o ônibus em que
viajavam. Dois passageiros morreram mais tarde no hospital devido à gravidade
de suas queimaduras e outros 14 ficaram seriamente feridos. A polícia prendeu
três homens e confiscou armas de fogo, granadas e munições. A polícia
fluminense reagiu da mesma forma, matando mais de cem suspeitos pelos ataques.
A partir
de então, o governo estadual empossado em 1º de janeiro de 2007 liderado pelo
governador Sérgio Cabral (atualmente condenado e preso) reconheceu a crescente
ameaça das milícias ao poder do estado. O secretário de Segurança Pública do
Estado na época,José Mariano Beltrame, e o chefe da Polícia Militar confirmaram
sua existência e iniciaram investigações dos policiais suspeitos de
envolvimento em atividades ilegais ligadas a essas milícias.
O governador Cabral declarava, em fevereiro
daquele ano, que, independente de haver um mandado de prisão, prenderia
qualquer cidadão ligado a poderes paralelos como o tráfico e as milícias.
Estranhamente, o governo anterior, de Rosinha Garotinho, não reconhecia a
existência dos grupos parapoliciais.
Na época,
a polícia e o Ministério Público diziam que a filiação a uma
milícia não constituía delito criminal de acordo com a lei brasileira, o que
não permitia processar as milícias como organização criminosa. Em 2016, a ação de milicianos já havia se
expandido para outros estados além do Rio de Janeiro. Foi identificada
a ocorrência do fenômeno em Pará, São Paulo, Bahia, Ceará e Mato Grosso do Sul.
Em 2018, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul recuperou três condomínios do
Minha Casa, Minha Vida, que estavam sob o poder de traficantes e usavam um
sistema de controle semelhante ao de milícias.
No dia
28 de setembro de 2012, foi publicada, no Diário Oficial da União (DOU), a lei que tipifica como crime a formação
de milícia ou de organização paramilitar (Lei 12 720, de 2012), sancionada pela
presidente Dilma Rousseff. O texto da lei, aprovada pelo Congresso Nacional do
Brasil, prevê pena de reclusão de quatro a oito anos para quem constituir,
organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar crimes previstos no
Código Penal. A pena poderá ser maior se um crime como homicídio for cometido
por milícias sob o pretexto de prestar serviço de segurança. Nesse caso, a
pena pode ser aumentada de um terço até a metade.
Diversos políticos do Rio de
Janeiro dos mais variados partidos, são notórios milicianos:
Dois
vereadores cariocas chegaram a ser presos em 2007 e 2008 por ligações com os
grupos paramilitares: Nadinho de Rio das Pedras e Jerominho.
Além
disso, o irmão de Jerominho, o ex-deputado estadual Natalino José Guimarães,
também acusado de integrar uma milícia, foi preso em flagrante após trocar
tiros com policiais em sua casa, na Zona Oeste do Rio. Sua prisão foi mantida
pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O parlamentar renunciou no fim
do ano de 2008 para escapar de um processo de cassação que levaria à perda de
seus direitos políticos.
Assim como o tráfico, as milícias
também possuem suas facções concorrentes e rivais:
Uma das
mais conhecidas é a Liga da Justiça. Em 2018, foi apontado pelo delegado
Cláudio Ferraz que diversas facções menores, surgidas a partir da Liga da
Justiça, pagariam a ela uma porcentagem dos seus lucros.
Milícias
historicamente conhecidas como rivais da Liga da Justiça teriam sido, segundo
as investigações, o Comando Chico Bala,além do grupo comandado por Jorge Babu.
Há ainda
a milícia chamada Escritório do Crime, que atua na zona oeste do município do
Rio de Janeiro e que surgiu da exploração imobiliária ilegal em atividades como
grilagem, construção, venda e locação ilegal de imóveis.
O
Sociólogo e ex-pró-reitor de Extensão da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ), José Cláudio, estuda as milícias há 26 anos, afirmou em
entrevista na revista Exame de Janeiro de 2019:
“Em três gestões do PT no governo
federal, com mais de 14 anos no poder, não arranharam essa estrutura. Deram
Bolsa Família, vários grupos políticos se vincularam ao PT e se beneficiaram,
mas o PT não alterou em nada essa estrutura. O PT fez
aliança eleitoral, e buscou apoio desses grupos...”
Fonte: Wikipedia
CONCLUSÃO
Não sou a favor da violência, estou do lado do bem, sou um crítico
da violência e principalmente do discurso de ódio, principalmente do tipo: “NÓS CONTRA ELES” que reinou na era Ptista
e que resultou nesta atual polarização. Porém, defendo sim as pessoas de
bem se defenderem quando se sentem abandonadas à própria sorte, quando as
políticas de segurança pública falham. Não defendo e jamais defenderei a
prática da justiça com as próprias mãos, muito menos a lei de Talião do olho
por olho, dente por dente, mas defendo o direito da população de se proteger
quando o Estado é falho e omisso. Pela lei
Constitucional e Penal Todo e qualquer cidadão tem o direito de prender um
delinquente, porém, não se pode confundir um direito com bárbarie e licença
para sair matando por ai qualquer desafeto. Não defendo a violência, defendo
a paz e a segurança. Porém, quando o Estado é omisso e incapaz de nos dar
segurança e o simples direito de IR e VIR, com uma polícia mal equipada e
desmoralizada perante a opinião pública por uma perseguição midiática e
ideológica IRRESPONSÁVEL por parte deste que a promovem, o que resta
ao cidadão de bem, trabalhador e pai de família, que ainda por cima foi
desarmado por este mesmo Estado? Se defender, é claro! Quando alguém diz na
mídia algo considerado “politicamente incorreto”, a sociedade desce a
ripa, criticando autor do “delito”. Quando alguém aponta algumas falhas graves
na justiça brasileira que corrobora para o aumento da violência urbana, e
diz uma frase provocativa e de efeito como ADOTE ENTÃO UM BANDIDO, já vem a
mídia, Direitos Humanos e uma LEGIÃO DE MIMIMISTAS fugindo do debate e
apenas atacando de forma infundada. No fundo, muitos queriam ter coragem
de dizer isso em público, mas a covardia deles não os permite se
pronunciar dessa forma, preferem se moldar a um esquema mais cômodo. É bom
lembrar que as críticas bem elaboradas enriquecem os debates.
Porém, defender ou criticar simplesmente porque “João ou Maria” o fizeram, não
é e jamais será a melhor maneira de se chegar a verdade. Muitos dão uma de
bonzinhos, querendo agradar a todos. Ou seja, não querem se “queimar” com
ninguém e ao mesmo tempo destruir todos. E como diz o filósofo Luiz Felipe
Pondé, amando a humanidade e detestando o semelhante,
se identificando muito bem com a ideia do” Homo homini lupus”, da
concepção do filósofo inglês Thomas Hobbes. Caso não tenha coragem de
falar o que realmente pensa, com medo de provocar uma polêmica, fique
calado(a) e faça como muitos. É um direito seu. Pois como disse Luther King,
para você adquirir “inimigos” não precisa criar uma “guerra”, é só falar o
que pensa... Portanto, não se iluda, estamos em meio a uma guerra,
combater apenas grupos paramilitares sem combater o crime organizado e
traficantes, é favorecer a um dos lados, e eles vão lhe ajudar por todos os
meios possíveis dizendo que você está certo, agindo assim você não passará de
apenas um idiota útil nas mãos deles...
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