As falas do Papa Francisco de
solidariedade com os pobres e por uma sociedade justa nada tem a ver com o
reducionismo marxista de Leonardo Boff e Frei Betto. A teologia do líder
católico não é esquerdista. O próprio Jorge Mario Bergoglio não ocultou jamais
seu desacordo com aspectos essenciais desta teologia. Seus teólogos de
referência jamais foram Gutiérrez, nem Leonardo Boff, nem Jon Sobrino, mas o
argentino Juan Carlos Scannone, que elaborou uma teologia, não da libertação,
mas ‘do povo’, centrada sobre a cultura e a religiosidade das pessoas comuns,
em primeiro lugar dos pobres, com sua espiritualidade tradicional e sua sensibilidade
pela justiça. Nesse sentido, um ano depois da publicação do livro de Gutiérrez
e Dom Müller, o então Arcebispo de Buenos Aires expressou que "com a queda
do império totalitário do 'socialismo real', essas correntes ideológicas ficaram
esvanecidas no desconcerto, incapazes de um replanejamento e de uma nova
criatividade. Sobreviventes por inércia, embora ainda existam hoje aqueles que
as proponham anacronicamente.Na avaliação de Clodovis, que é irmão de Leonardo
Boff, o acontecimento que significou o adeus da Igreja Católica
latino-americana ao que restava da teologia da libertação foi a Conferência
Continental de Aparecida, no ano de 2007, inaugurada por Bento XVI pessoalmente,
e com o seu protagonista, o cardeal Bergoglio.Clodovis Boff, que passou de
expoente da teologia da libertação a um de seus críticos mais incisivos, advertiu
em 2008 que "o erro fatal desta
corrente ideológica é colocar o pobre como primeiro princípio operativo da
teologia, substituindo Deus e Jesus Cristo.” A pastoral da libertação converte-se em um braço entre tantos da luta
política. A Igreja se assimila a uma ONG e assim se esvazia também fisicamente,
já que perde operadores, militantes e fiéis. Os de fora e de dentro experimentam
pouca atração por uma Igreja da
libertação meramente imanente, porque para a militância já contam com diversas
ONGs, enquanto que para a experiência religiosa têm a necessidade de muito mais
que uma simples libertação social, indicou Clodovis. Nesse sentido, o risco de
que a Igreja se reduza a uma ONG é um sinal de alerta que o papa a Francisco
tem falado repetidamente em seus documentos oficiais. Seria enganoso se
esquecer disso, ao realizar hoje a releitura do livro de Müller e Gutiérrez.
Em sua visita ao Brasil, Francisco mostrou sobriedade e moderação, numa terra em que o poder se confunde com ostentação e
aproveitamentos pessoais!
Sua mensagem aos jovens foi
honesta e simples: “manifestem-se, mostrem sua discordância com o materialismo, mormente
aquele que é cruel com os desvalidos, os que têm fome e não têm saúde. Não se
esqueçam da mensagem cristã de mansidão
e fraternidade. Protestem contra a corrupção...”O papa deixou
portanto, claríssimo, que sua mensagem de igreja pobre, voltada primordialmente
para os pobres, não significa outra coisa, e que não é veículo de nenhuma
ideologia, senão de solidariedade cristã. Condenou a descriminalização das
drogas, defendida por boa parte da esquerda brasileira, ideologia de gênero e
uniões homoafetivas. Uma fala do ex-padre
Leonardo Boff, um dos arautos da “Teologia da Libertação”, uma impossível
mistura de cristianismo e marxismo, de fé e ateísmo, de espiritualismo e
materialismo, um Frankenstein filosófico, enfim, açulado contra a Igreja de
verdade. Boff, expulso da igreja, tentava uma reaproximação, com a saída de
Bento XVI, que o expurgou, e a vinda de Francisco. Falava da simplicidade e da
austeridade de Francisco, como se isso o aproximasse da “Teologia” que ele Boff
e seus boffentos tanto defendem. Mencionava mesmo uma proximidade anterior do
papa com essa corrente na Argentina, e quase que pedia dele uma palavra de
comprometimento.
Antes de mais nada, Boff mentia. A Teologia da Libertação, de
cunho marxista, tal como defendida pelo brasileiro, correspondia na Argentina à
linha pregada pelo padre peruano Gustavo Gutierrez Merino, de quem o papa,
quando ali vivia, então padre Bergoglio, discordava. Como discordava seu
professor de grego, tido como o maior teólogo argentino, o padre Juan Carlos
Scannone.A teologia de Scannone, exposta no seu livro (de 1976) “Teoria de La
Liberación y Praxis Popular — Aportes Críticos para uma Teologia de La
Liberación”, era a mesma que hoje prega o papa, de uma igreja sóbria, voltada
principalmente para os pobres, fundada nas condições sociopolíticas da própria
Argentina, próxima até da prática peronista de identificação nacional com a
religiosidade e a fé dos “descamisados” e longe do internacionalismo marxista.
O papa Francisco não deixou o Rio de Janeiro sem uma manifestação
quanto a essa corrente de uma falsa fé! Na sua fala aos bispos das Conferências
Episcopais da América Latina e do Caribe (Celam), no dia 28 de julho, afirmou
com todas as letras:
“A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações. É
importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no
discernimento. Não se trata de sair à caça do demônio, mas simplesmente de
lucidez e prudência evangélicas. Limito-me a mencionar algumas atitudes que
configuram uma igreja ‘tentada’. Trata-se de conhecer determinadas propostas
atuais que podem mimetizar-se na dinâmica do discipulado missionário e deter,
até fazê-lo fracassar, o processo de Conversão Pastoral... Menciono apenas
algumas: O reducionismo socializante... Trata-se de uma pretensão
interpretativa com base em uma hermenêutica de acordo com as ciências sociais.
Engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até a
categorização marxista”.
É curioso, no mínimo, constatar que a imprensa, sempre ávida em
colher impressões de Leonardo Boff, Frei (?) Betto, Pedro Casaldáliga, e CIA
LTDA, não os tenha entrevistado sobre essa fala do papa!
Não tenha pedido que interpretassem as expressões “espírito
mau”, “igreja tentada”, “reducionismo socializante”, “categorização marxista”. Seria
tão interessante ouvi-los não acham ?Leonardo (Genésio)
Boff escreveu, aliás, no “Diário da Manhã” do dia 31 de julho, suas impressões
sobre a visita papal. Desconheceu, ignorou, fez como se nunca tivessem sido
ditas, as importantes palavras de Francisco sobre a infiltração marxista na
Igreja, mas foram!
Fonte: Jornal Opção
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